Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 29/09/2017 17:32

    Excelente artigo Guilherme, e pega em um ponto anterior ao que normalmente escrevo aqui, que é a análise dos dados, dos custos de produção, da utilização racional dos recursos, e foi muito bem observado por você, antes de tudo isso é preciso compilar todos os dados, conhecer todos os problemas, muitos de soluções difíceis, onerosas, trabalhosas e demoradas. Ninguém consegue sucesso pulando essas etapas. E acertadamente você diz que essa é uma obrigação do produtor que não pode acreditar em salvadores da pátria, em soluçoes mirabolantes de quem acha que do nada pode criar soluções como em passes de mágica. É comum ouvirmos reclamações de produtores que não organizam suas propriedades de forma adequada em relação à preços, logo os preços que é o único fator que ninguém pode mudar, ele vai para onde quer. E assim são comuns queixas e pedidos de ajuda governamental que será fornecida por politicos. Lembro dos bons textos escritos por você sobre o seguro existente nos EUA, e lembro também a falta de apoio de produtores que preferem o mantra fácil de que o governo deve fazer alguma coisa. Grande parte dos produtores que reclamam não valorizam quem sabe, não que tenham que concordar com tudo, mas é comum aqui nesse espaço mesmo, o desprezo pelo esforço de quem apresenta séries de dados, que se esforça em explicar como vê a realidade, quando muitas e repetidas vezes procuram apontar um erro, por minimo que seja e como se isso fosse uma grande vitória, e do modo contrário muito dificil reconhecer que dali tirou alguma coisa que o favoreceu e ajudou. Outros parecem ser portadores de uma sabedoria infusa, onde não precisam saber de nada para entender tudo o que acontece ao seu redor. Está certo o Dr. Fioretto em sua citação, e acrescento a ela o desprezo às inúmeras instituições públicas que custam uma fortuna aos brasileiros e àquilo que pesquisam, fazem, numeram e analisam. Não há mesmo a minima possibilidade de tornar o produtor brasileiro um participante dos mercados futuros sem antes aprender a gerir seus próprios negócios.

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    • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

      Perfeitas sua colocações Rodrigo, de forma geral precisamos mudar nossa cultura, onde esperamos que "alguém" faça algo para resolver nossos problemas ao invés de nós mesmos assumirmos essas tarefas. Como já ficou mais do que provado, delegar tudo a terceiros e, consequentemente, ao Estado, é receita para o fracasso retumbante. Sem conhecermos profundamente o que fazemos, estaremos sempre sujeitos a cair em contos do vigário, como dito por René Descartes: "não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis". É inocência e ou preguiça continuar insistindo em utilizar esse tipo de método. Normalmente a solução fácil também é a solução errada... Outro ponto importante é esse que parece ser bem comum por aqui -- a lógica a qual muitos adotam, que pode ser resumida como: "não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe"... Eu escrevi esse artigo pois já vivenciei varias experiências neste sentido. Em dada ocasião, ao fazer uma calculo da taxa de retorno de investimento em um equipamento de agricultura de precisão -- com numero práticos e didaticamente -- um produtor virou para mim e disse "vou largar de perder tempo com esse monte de conta; melhor aproveitar a vida, beber, fazer churrasco". Esse tipo de mentalidade - que não define e elenca prioridades - é uma das causas dos nossos problemas crônicos como nação. Esse é apenas um dos exemplos que já ouvi nessa linha "lógica".

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