Soja opera com volatilidade em Chicago nesta terça-feira
Os preços da soja operam com volatilidade nesta terça-feira na Bolsa de Chicago. O mercado operou com leves altas no início do dia, passaram a recuar, acentuaram as perdas, mas, em seguida, retornaram ao lado positivo da tabela. Assim, por volta das 15h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 0,50 e 1 ponto.
A realização de lucros registrada mais cedo, segundo o consultor da Cerealpar, Steve Cachia, vem após quase 10 semanas de alta para a soja na CBOT. Além disso, o mercado está também tentando entender algumas especulações, como os rumores de cancelamentos de compras de soja e milho pela China feitas nos Estados Unidos nos últimos dias, o que também é visto como um fator negativo pelos investidores nesse momento.
Porém, o consultor acredita ainda que esse seja apenas algo momentâneo e que "de um jeito ou de outro, o mercado deverá ver isso como uma coisa pontual e não vemos nenhuma outra razão para se preocupar com o ritmo e agressividade de compras por parte da China".
O mercado dá atenção também à evolução da safra na América do Sul. As primeiras projeções são de uma produção recorde no Brasil, na Argentina e no Paraguai, os três principais produtores do continente, e as condições climáticas para os próximos dias deverão ser favoráveis, de acordo com as últimas previsões.
Ainda assim, Cachia afirma que o mercado tem se mantido sustentado apesar dessas informações, uma vez que mantém seu foco principal na demanda muito aquecida. "Eu acredito que a situação americana vai prevalecer e vai dar direção para Chicago nos próximos meses. Pelo ritmo das exportações norte-americanas muito agressivo, acreditamos que haverá um momento em que a safra americana será insuficiente para atender a demanda interna e externa, com os EUA entrando, fatalmente, em um processo de racionamento e isso deve provocar uma alta nos preços", diz.
Esse possível aumento dos preços deverá começar a ser observado pelos produtores brasileiros, segundo o consultor, nos primeiros meses de 2014, e a "magnitude" desse movimento irá depender, também, dos prêmios e da taxa de câmbio. No entanto, alerta para os problemas com a logística que podem ser enfrentados, novamente, no auge do escoamento da produção nacional.
Liones Severo Porto Alegre - RS
• Quando existe grande produção de soja norte-americana, os preços serão fracos porque a Bolsa de Chicago esta nos Estados Unidos e é mais afeita ao mercado norte-americano. Quando a safra sul-americana é grande, haverá muita pressão de vendas e os preços serão fracos. Neste caso, a Bolsa de Chicago automaticamente se transfere para a América do Sul. Mesmo com safra recorde na América do Sul na próxima safra, não elimina o viés altista para preços porque não haverá soja suficiente nos Estados Unidos, para atender a demanda interna e exportação. Notar que a crise de escassez norte-americana incidirá exatamente nos meses de colheita da soja sul-americana. Portanto é falacioso dizer que os preços serão deprimidos pela grande safra sul-americana, se houver...(fonte: Sim Consult)