Soja sobe em Chicago nesta 5ª feira com boas especulações sobre acordo China x EUA

A quinta-feira (4) foi de preços em alta para a soja na Bolsa de Chicago. O mercado terminou o dia com os preços subindo mais de 7 pontos nos principais contratos. O maio fechou o dia com US$ 9,06 por bushel, enquanto o agosto foi a US$ 9,25.
As especulações em torno de um possível acordo entre China e Estados Unidos motivaram o avanço das cotações, principalmente porque poderia ser brevemente anunciado um novo encontro entre os presidentes dos dois países.
"A especulação do mercado aqui em Chicago já precifica o anúncio oficial de uma data para a assinatura do memorando de reconciliação,
ainda neste mês. Além do mais, Trump disse em coletiva de imprensa que o acordo será favorável para ambas as partes, especialmente para os produtores do seu país", epxlicam os analistas da ARC Mercosul.
Por outro lado, a cautela por parte dos traders - apesar das possíveis boas notícias - continua, uma vez que essa disputa já se estende por mais de um ano e muitas declarações e promessas já foram feitas durante este tempo.
Além do mais, os EUA definiram como prazo o ano de 2025 para que a China cumpra todas as suas 'promessas comerciais', segundo informou a agência de notícias Bloomberg nesta quinta-feira (4). Ou seja, o acordo que está sendo costurado dá a Pequim até 2025 para que sejam efetivados os compromissos e compras de commodities, além de permitir que as empresas americanas estabeleçam suas unidades na nação asiática, segundo fontes familiarizadas com as negociações.
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A especialista em agricultura mundial Karen Braun, da Reuters Internacional, em sua conta no Twitter fez um balanço de situações semelhantes a dias como este e pôde observar que há meses as manchetes têm sido as mesmas, inclusive desde a última vez em que Liu He esteve nos Estados Unidos.
Em 22 de fevereiro, data de uma de suas visitas, o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, afirmou que a China compraria 10 milhões de toneladas de soja americana. O país asiático não confirmou a notícia e, de desta data ao presente momento, a China comprou somente 3,7 milhões de toneladas da oleaginosa dos EUA.
Ainda nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou as vendas semanais de grãos do país em seu boletim de todas as quintas-feiras trazendo um bom número para a soja. Foram vendidas pelos americanos, na semana encerrada em 28 de março, 1.971,7 milhão de toneladas. O maior volume - 86% do total - foi adquirido pela China.
Apesar de ser um bom volume, e ligeiramente acima do esperado, os números não mudam o cenário da demanda pela soja americana, tampouco seu quadro de elevados estoques de soja.
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No paralelo, com o início do plantio americano cada vez mais próximo, os traders também mantém um olho sobre os mapas climáticos para o Meio-Oeste americano. Ainda são esperadas muitas chuvas para os próximos dias e a situação preocupa. Porém, o sinal de alerta para a safra nova, principalmente para a soja, ainda não se acendeu de forma muito preocupante.
A elevada capacidade de semeadura dos produtores americanos e, consequetemente de recuperação, é conhecida pelo mercado e considerada na hora da especulação, afinal.
Preços no Brasil
A quinta-feira foi de preços em alta para a soja brasileira também. Nas praças de comercialização do interior do Brasil, os ganhos passaram de 1% na maior parte delas, com as referências variando entre R$ 61,00 - em cidades de Mato Grosso - até R$ 76,00 por saca, com em Castro, no Paraná.
Nos portos, porém, o movimento não foi uniforme como no interior e as cotações foram limitadas pela baixa do dólar.
Em Paranaguá, as cotações recuaram. No spot, R$ 77,00 por saca, com queda de 0,65%, e R$ 77,50 para abril, recuando 1,27%. Já em Rio Grande, alta de 0,39% para R$ 76,30 no disponível, e R$ 77,00 estável no Brasil.
A moeda brasileira fechou a sessão com queda de 0,55% e valendo R$ 3,8575. Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, o mercado equilibrou o ganho da véspera e segue atento à cena política do Brasil.
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