Café arábica atinge mínimas históricas e fecha em 88 cents/lb na Bolsa de Nova York nesta 3ª

Os futuros do café arábica caíram mais de 200 pontos na sessão desta terça-feira (07) com uma combinação de fatores baixistas. Com a desvalorização, o vencimento referência trabalha no patamar de 88 cents/lb, mas chegou em mínimas de 13 anos e meio, a 87,63 cents/lb.
O contrato julho/19 encerrou a sessão com queda de 215 pontos, a 88,00 cents/lb e o setembro/19 anotou 90,40 cents/lb com 215 pontos de desvalorização. Já o dezembro/19 recuou 225 pontos, a 93,90 cents/lb e o março/20 registrou 97,50 cents/lb com 220 pontos negativos.
O mercado oscilou no dia entre máxima de 90,20 cents/lb e mínima de 87,63 cents/lb, estendo as perdas dos últimos dias, com operadores externos repercutindo as informações de ampla oferta global, além das perspectivas positivas com a safra 2019/20 do Brasil e câmbio.
"O mercado ainda está preocupado com grandes estoques, principalmente do Brasil e a baixa demanda. O país está dominando o mercado, e outros exportadores estão tendo muita dificuldade em encontrar compradores", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Em entrevista para a Reuters internacional, o diretor de trading da Comexim USA, destacou as perspectivas nada otimistas que ainda podem rondar o arábica. "Acho que o realmente problemático é ainda não vermos nada que possa provocar uma mudança", disse.
De acordo com o site internacional Barchart, os futuros do arábica e do robusta em Londres repercutiram nesta terça-feira a recente divulgação da OIC (Organização Internacional do Café), que elevou sua estimativa de excedente global em 2018/19 para 3,7 milhões de sacas de 60 kg.
A safra brasileira, em colheita, também pesa. "O Brasil teve uma grande produção na safra atual, mas a próxima deve ser menor, pois é de bienalidade negativa. Ainda assim, as ideias são que ela será grande já que o clima tem sido bom", afirmou Scoville.
A colheita de café da safra 2019/20 já começou em todas as áreas do cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão. No entanto, cafeicultores temem pelas chuvas nos próximos dias, que poderiam atrapalhar de alguma forma os trabalhos no campo e a secagem.
Na véspera, segundo o site internacional Barchart, operadores externos repercutiam a divulgação da consultoria INTL FCStone, que aponta produção no Brasil de 53 milhões de sacas neste ano. O número fica acima do apontado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 52,5 milhões de sacas.
Além dos fundamentos, outro importante fator de pressão aos futuros da variedade nesta terça-feira foi o câmbio. Às 16h32, após fechamento na ICE, o dólar comercial subia 0,31%, a R$ 3,970 na venda, acompanhando a tensão EUA-China. As oscilações cambiais impactam diretamente nas exportações.
"O café arábica ampliou suas perdas depois que o real caiu para uma baixa de uma semana contra o dólar nesta terça-feira, o que estimula as vendas para exportação", complementou o Barchart.
Mercado interno
Os negócios no mercado brasileiro de café continuam a ocorrer, mas envolvidos destacam que estão mais lentos do que nos últimos anos. "Os baixos preços praticados no mercado não animam os produtores a fecharem vendas em maiores volumes, mas pouco a pouco os negócios vão saindo", destacou o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 414,00 e queda de 0,48%. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com queda de 1,28% e saca a R$ 385,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior oscilação foi registrada em Varginha (MG) com baixa de 1,30% e saca cotada a R$ 380,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com baixa de 1,33% e saca a R$ 370,00.
Na segunda-feira (06), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 381,01 e baixa de 0,38%.
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