Retomada de grandes consumidores fora do Brasil podem garantir demanda aquecida nos próximos meses

Importantes consumidores do café brasileiro, como Estados Unidos e países da Europa, foram afetados pela pandemia antes do Brasil e a reabertura do comércio nessas áreas pode garantir a demanda de café aquecida nos próximos meses. O analista de mercado Guilherme Morya, do Rabobank, destaca que a retomada além de significar a volta de consumo fora de casa, trata-se também de países desenvolvidos, o que pode ajudar na retomada de consumo. " Portanto existe uma expectativa positiva, de recuperação após a fase mais crítica passar. Porém, temos que acompanhar como será o desenvolvimento dessa transição", destaca.
Os números da exportação do Brasil no mês de abril comprovam que mesmo diante do atual cenário e com as incertezas logísticas que atingiu não só o café, mas também as principais commodities agrícolas, o consumo segue a todo vapor. Historicamente falando, segundo o Cecafé, é a primeira vez que o mercado enfrenta uma entressafra com estoques tão baixos nas principais regiões produtoras do país.
Morya destaca que os maiores importadores de café brasileiro são Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão. "Todos esses países foram afetados pela pandemia e, tiveram que adotar medidas de quarentena para controlar o Coronavírus (uns mais rígidos, outros menos). Também temos que considerar que todos esses consumidores são países desenvolvidos e consumidores tradicionais de café. Portanto, a expectativa é de uma recuperação mais rápida em comparação aos países emergentes", afirma o analista.
O analista destaca ainda que os estoques globais de café tiveram quedas mesmo durante a pandemia e que alguns fatores em países concorrentes do Brasil na produção de café também contribuem para que o país continue a frente quanto o assunto é café. "Quebras de safras, em especial na América Central, e recentes problemas logísticos na Colômbia, colaboraram para que o Brasil assumisse ainda mais protagonismo nas exportações globais de café até o momento em 2020", comenta.
A expectativa do Rabobank destaca que as impressões iniciais são de que a demanda deve ser manter relativamente estável, e os novos números da consultoria apontam para um leve recuo de com um crescimento de 0.6% em relação a temporada 2018/9. "Mesmo com a queda no consumo fora do lar, o consumo dentro dos lares deve compensar este declínio, pelo menos parcialmente", afirma. Destacando ainda a importância do setor acompanhar de perto a dinâmica do consumo conforme o afrouxamento das medidas, especialmente para os principais consumidores.
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