Cooxupé: Produtor precisa estar preparado para um mercado mais pessimista após a pandemia

Falando a nível mundial, Lúcio Dias – Superintende da Cooxupé, destaca que o consumo mundial da bebida vinha crescendo cerca de 2,8% ao ano. O produtor brasileiro, na visão da maior Cooperativa do país, respondeu a esse aumento com inovação nas lavouras, infraestrutura, além das cooperativas e exportadoras que melhoraram o sistema de armazenagem, preparo do café e na logística.
"Enfim, os produtores, cooperativas e exportadoras oferecem ao mundo um portfólio de qualidade e quantidade de café na indústria mundial, com excelente logística, preços competitivos e um mercado maduro e de extrema confiabilidade. Sempre estiveram prontos a atender os desafios desta importante cadeia, tanto no mercado interno, quanto no externo", destaca Lucio.
O especialista destaca ainda que os estoques de café verde a nível mundial e de grãos especiais do Brasil chegaram a níveis abaixo do que era esperado pelo setor durante a pandemia do Covid-19. Com os principais consumidores do café brasileiro adotando as medidas de isolamento social, os consumidores passaram a comprar em maior quantidade alguns produtos, entre eles, o café.
"As grandes indústrias, especializadas em fornecimento para o varejo e para o consumo doméstico tiveram um crescimento de demanda muito importante no período de março a maio, e estima-se algo perto de 25%", comenta. Em compensação, segundo Lucio, a perda de consumo em escritórios, bares, restaurantes e cafeterias foram enormes, reduzidas a uma pequena porcentagem que se especializou em fornecimento de delivery.
Os números levantados por Lúcio chamam atenção, mas ele destaca que ainda é cedo para uma análise completa e saber como o mercado irá se comportar no pós pandemia. "A demanda do café é muito metódica. Precisamos esperar alguns meses para saber o comportamento das pessoas e também com a abertura da economia", afirma.
Ele destaca ainda que muitos analistas acreditam em um cenário muito negativo com o mundo todo tendo um decréscimo grande da atividade econômica, um desemprego enorme, e com isto o consumo de bens e serviços seriam fortemente atingidos. Nós fazemos parte deste contexto e devemossofrer no médio e longo prazo.
Diante disto, Lúcio afirma que os produtores de café precisam estar preparados para um cenário mais pessimista. E destaca pontos importantes que o produtor deve estar atento nos próximos meses:
- Procurar trazer hedge da safra atual e futuras, aproveitando os bons momentos de preços em reais;
- Fazer qualidade;
- Insistir em diminuição de custos;
- Cuidado com juros baratos! "Tivemos experiências terríveis no passado. Guardou-se café financiado a juros baratos e quase todos que optaram por isto faliram", afirma;
- Continuar fugindo do endividamento;
"Quanto ao mercado, apesar dos baixos preços nas bolsas, em reais e em outras moedas de países produtores temos atingido máximas de preços. Ocorreram desvalorizações das moedas de quase todos os países do mundo. Os estoques são baixos e deve dar sustentação às cotações de curtoprazo, então o ideal é aproveitarmos os bons momentos", finaliza.
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