Dólar passa a subir frente ao real com Powell e Copom no radar
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Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar abandonou perdas iniciais e passou a mostrar leve alta frente ao real nesta quarta-feira, com o mercado atento a depoimento do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e antes da decisão de política monetária do Banco Central do Brasil.
Às 10:07 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,23%, a 4,8062 reais na venda.
Na B3, às 10:07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a 4,8105 reais.
O dólar à vista fechou a última sessão cotado a 4,795 reais na venda, com alta de 0,42%.
No fim do dia, as atenções se voltam para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre a Selic, com investidores também em busca de sinais sobre a trajetória da taxa básica de juros. Com expectativa de que ela seja mantida em 13,75% agora, o foco estará em indicações sobre o início do afrouxamento monetário.
"O que o mercado quer olhar é o que o Roberto Campos Neto e o Banco Central de forma geral vão dar para as próximas reuniões e até o fim do ano, porque isso impacta muito o câmbio", disse Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos. "O câmbio tem sido visto de forma muito atrativa porque nossa taxa de juros está muito alta, então a gente consegue trazer bastante recurso estrangeiro."
Embora a moeda brasileira tenda a se beneficiar de juros mais altos, boa parte do mercado acredita que, ainda que o Banco Central comece o processo de cortes da Selic no futuro próximo, os juros reais seguirão favoráveis à atração de investimentos, ainda mais num ambiente de arrefecimento da inflação. Isso, por sua vez, tem ajudado a derrubar o dólar para os patamares mais baixos em mais de um ano, bem como uma descompressão de receios fiscais.
A manhã é marcada ainda por depoimento do chair do Federal Reserve ao Congresso dos Estados Unidos, a partir das 10h30, com todos os olhos voltados para possíveis indicações sobre a política monetária.
Em declarações preparadas, ele afirmou que a luta do Federal Reserve para reduzir a inflação à sua meta de 2% "tem um longo caminho a percorrer".
Em dois dias de depoimentos, ele deverá ser questionado sobre se os juros vão realmente subir de novo em julho e chegar a um pico de 5,5%-5,75%, como projetado.
"Com relação às falas do presidente do Fed, o mercado espera uma postura cautelosa, pois apesar de o Fed ter pausado o atual ciclo de aperto monetário, diversos membros já expressaram a visão de que mais altas serão necessárias para combater a inflação", disse a Guide Investimentos em nota.
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