Granjeiros garantem crescimento em produção, exportação e biosseguridade de proteínas animais em 2025
![]()
O ano de 2025 foi marcado por desafios e conquistas para os granjeiros que produzem frango, suínos e ovos. Apesar das preocupações iniciais com a influenza aviária, o setor conseguiu manter a produção e se destacou tanto no mercado interno quanto nas exportações, consolidando o Brasil como referência global em proteínas animais.
Em entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas, Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), explicou como a resiliência dos produtores e o investimento em biosseguridade garantiram resultados positivos. “O Brasil estava preparado. Tivemos um caso isolado de influenza aviária, mas ele não se espalhou, graças às medidas rigorosas de biosseguridade adotadas nas granjas, como telamento reforçado, controle de acesso, desinfecção e protocolos de entrada de pessoas e equipamentos”, afirmou.
Ovos: internacionalização e recordes de produção
O setor de ovos registrou números expressivos em 2025. A produção alcançou 62,25 bilhões de unidades, o que representa mais de 160 milhões de ovos por dia. As exportações cresceram 116% em relação a 2024, impulsionadas pelo mercado norte-americano e pela consolidação de empresas como Mantiqueira, JBS e Granja Farias no comércio internacional.
Segundo Santin, a internacionalização da produção cria uma cultura exportadora e contribui para a redução do custo por unidade, beneficiando também o mercado interno. “O aumento das exportações não prejudica a oferta doméstica. Pelo contrário, amplia a escala, reduz custos e mantém os preços acessíveis”, explicou. Além disso, regiões como Norte e Nordeste têm se consolidado como polos exportadores, aproveitando a proximidade logística com novos mercados internacionais.
Frango: estabilidade e crescimento interno
No setor de frango, a disponibilidade interna aumentou 3,1% em 2025, com produção equilibrada e exportações superiores a 450 mil toneladas. O consumo per capita no país chegou a 46,8 kg/habitante/ano, mantendo o Brasil entre os maiores consumidores e produtores globais de carne de frango.
A ABPA também destacou o papel estratégico da abertura de mercados internacionais, incluindo União Europeia e China, que garantiu a continuidade das exportações mesmo diante de desafios sanitários. “O trabalho conjunto com o governo federal e órgãos como Ministério da Agricultura e Relações Exteriores foi crucial para demonstrar ao mundo a segurança da produção brasileira”, ressaltou Santin.
Suínos: recuperação e consolidação global
O setor de suínos também apresentou resultados positivos, com produção estimada em 5,55 milhões de toneladas e exportações de 1,49 milhão de toneladas, consolidando o Brasil como o terceiro maior exportador mundial da proteína. Parte desse sucesso se deve ao uso de insumos alternativos como DDG e DDGS, subprodutos do etanol de milho, que reduziram custos de produção e aumentaram a eficiência alimentar.
A liderança enfatizou a importância da diversificação de mercados e da manutenção da biosseguridade para sustentar o crescimento: “Mesmo com desafios internacionais, como a peste suína africana e oscilações de mercado, nossos produtores mantiveram alta a régua de biossegurança e gestão de custos, garantindo rentabilidade e segurança alimentar”.
Sustentabilidade e bem-estar animal
Além do desempenho econômico, a ABPA reforça o compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar animal. Campanhas como Good Food for People For the Planet e a plataforma proteínasustentáveisdobrasil.com.br mostram, de forma transparente, práticas adotadas pelas granjas, como uso de energia solar e eólica, tratamento de dejetos e manejo adequado de animais.
Para 2026, a associação projeta continuidade do crescimento e expansão de mercados, com foco em inovação, profissionalização e internacionalização. O Salão Internacional de Proteína Animal, que reunirá mais de 60 países, será um dos principais eventos para apresentar a produção sustentável e tecnificada do Brasil.
Mensagem para os granjeiros
Ao encerrar a entrevista, Santim deixou uma mensagem de otimismo e agradecimento aos produtores: “Agradecemos aos granjeiros pela resiliência, dedicação e cuidado com biosseguridade. Que 2026 seja um ano de sucesso, sem desafios sanitários, com crescimento sustentável, mais mercados e oportunidades para todos. Que possamos continuar entregando alimentos seguros, nutritivos e de alta qualidade para o mundo”, concluiu.
0 comentário
Avicultura de SC mantém liderança em 2025
Granjeiros garantem crescimento em produção, exportação e biosseguridade de proteínas animais em 2025
Custos de produção de frangos de corte e de suínos aumentam em novembro
Ritmo exportado de carne de frango segue elevado na terceira semana de dezembro/25, mas preços recuam
Carne suína: embarques e faturamento avançam na terceira semana de dezembro/25
Gripe aviária e embargos testaram a avicultura em 2025, mas setor manteve crescimento e reposicionou vendas externas