Venezuela: Líder da oposição discursa e é preso num veículo blindado

Publicado em 18/02/2014 15:26
Leopoldo López entregou-se após discursar em comício em Caracas. País vive clima de tensão após confrontos que provocaram 4 mortes.

O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, acusado de fomentar a violência nos protestos de rua que se espalharam pelo país, se entregou às autoridades nesta terça-feira (18) em Caracas.

Antes de ser preso, ele afirmou que iria se entregar a uma "justiça injusta e corrupta" em vez de permanecer na clandestinidade ou fugir do país. 

18/2 - López entrou em um veículo blindado da Guarda Nacional após discursar em um grande comício da oposição na capital do país dividido.

López foi empurrado para dentro de um veículo blindado da Guarda Nacional Bolivariana após discursar em um grande comício da oposição na Praça Brión, no bairro opositor de Chacaito, na capital do país dividido.

"Não tenho nada a esconder", disse, próximo a uma estátua do libertador José Martí. "Querem encarcerar venezuelanos que querem mudança pacífica e democrática."

 
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López também disse que está sendo usado como "bode expiatório" por um governo "ditatorial".

Já dentro do veículo da polícia, com uma rosa branca na mão, ele pediu para que os manifestantes ficassem calmos.

"Liberdade, liberdade!", gritavam os manifestantes.

Protestos e mortes
O jovem oposicionista "linha dura" de 42 anos, do partido Vontade Popular, é o principal organizador de uma série recente de protestos de rua que pedem a saída do presidente chavista Nicolás Maduro, em meio à crise econômica enfrentada pelo país.

Na quarta-feira da semana passada, três pessoas morreram nos confrontos de rua, o que acirrou o clima de tensão no país, piorando o clima entre chavistas e oposicionistas.

Nesta terça, na cidade costeira de Carupano, no leste do país, testemunhas afirmaram que um estudante de 17 anos morreu atingido por um carro durante um protesto antigoverno.

mapa venezuela (Foto: Arte/G1)

A justiça venezuelana acusou López de fomentar a violência e de "terrorismo" emitiu um mandato de prisão contra ele, que se encontrava foragido desde então.

Os protestos estudantis se multiplicaram neste mês pelo país de 29 milhões de habitantes, no maior desafio de Maduro desde que foi eleito no ano passado, sucedendo o líder socialista Hugo Chávez após sua morte.

Os manifestantes pedem a saída de Maduro, acusando-o pela inflação alta, pela alta da criminalidade e pela crise de abastecimento.

Maduro, por sua vez, afirma que seu governo está sendo sabotado por setores da elite.

No Estadão:

Opositor venezuelano se entrega às autoridades

Acusado de 'terrorismo', Leopoldo López convocou ato antes de seguir com polícia

 
Em O Estado de S. Paulo

(Atualizada às 14h02) CARACAS - Acusado de "terrorismo" e "homicídio" pelas mortes em manifestações antigoverno nos últimos dias, o líder opositor venezuelano Leopoldo López se entregou nesta terça-feira, 18, às autoridades.

 

López ao ser preso, em Caracas - Jorge Silva/REUTERS
Jorge Silva/REUTERS
López ao ser preso, em Caracas

López, ex-prefeito da cidade de Chacao que já tinha os direitos políticos cassados, convocou uma manifestação no centro de Caracas para marcar sua detenção. Antes de ser levado pela polícia, ele discursou aos opositores.

"Sou inocente, não tenho nada a temer", disse o líder opositor, vestido de branco, diante da multidão. Em seguida, manifestantes cantaram o hino da Venezuela. Autoridades venezuelanas não divulgaram o local para onde López foi levado após ser preso. "Peço prudência, sem confrontação", afirmou ele.

Partidários do presidente Nicolás Maduro também realizaram uma manifestação no centro de Caracas, em defesa do governo bolivariano. Até o início da tarde, nenhum caso de violência havia sido registrado.

Hoje, um estudante de 17 anos que havia sido ferido em protestos morreu no hospital, segundo ativistas e a família do jovem. Com a morte de hoje, chega a quarto o número de vítimas em manifestações nos últimos cinco dias na Venezuela. O jovem, cuja identidade não foi revelada, havia sido atropelado na segunda-feira enquanto marchava na cidade de Carupano, no Estado de Sucre.

Vídeo. Na segunda-feira 17, líderes do seu partido, Vontade Popular, exibiram um vídeo em que supostos agentes do aparato de segurança venezuelano aparecem invadindo o QG do grupo opositor. As imagens mostram homens uniformizados e com capacetes apontando suas pistolas para os opositores, que são obrigados a abrir a porta de vidro da recepção sob a mira das armas de fogo.

Pouco depois, um dos agentes tenta arrombar uma porta a pontapés. Após 40 segundos, a porta é derrubada e os agentes entram. Depois, pedem documentos aos cinco militantes do Vontade Popular que aparecem no vídeo.

De acordo com o prefeito de El Hatillo, David Smolanski, que pertence ao partido opositor, a ação ocorreu às 15h20 e foi posta em prática pela Direção de Contrainteligência Militar, na sede do partido em Altamira - no distrito caraquenho de Chacao, reduto eleitoral de López. Segundo Smolanski, os agentes buscavam Carlos Vecchio, coordenador político do Vontade Popular.

Demissão. O general Manuel Gregorio Bernal Martínez foi demitido do cargo de diretor do Serviço de Inteligência do país nesta terça-feira. Segundo Maduro, citado pelo jornal El Universal, ele descumpriu suas ordens no dia 12 de fevereiro, quando manifestações acabaram com a morte de três estudantes em Caracas. Martínez estava no cargo desde 24 de janeiro.

Em rede nacional, o presidente venezuelano disse que no dia 12 os funcionários da Sebin não deveriam sair para as ruas, o que não foi respeitado por Martínez. "As únicas polícias e funcionários que deveriam estar nas ruas, como estiveram para conter a violência, eram a Polícia Nacional e a Guarda Nacional (Exército)."/ EFE

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Fonte:
g1.com.br

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