Mosaic negocia compra de unidade de fertilizantes da Vale, dizem fontes

Por Tatiana Bautzer e Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - A Mosaic Co, maior produtora de fosfato concentrado do mundo, entrou em conversações para comprar a unidade de fertilizantes da Vale, em um renovado esforço para crescer na América do Sul e na África, disseram três fontes com conhecimento do assunto.
Embora as duas companhias estejam discutindo qual a melhor estrutura para o negócio, a primeira fonte disse que um acerto envolvendo dinheiro e ações é a opção preferida neste momento.
A mesma fonte, que pediu para não ser identificada porque as negociações estão em andamento, disse que o valor dos ativos de fertilizantes da Vale pode chegar a 3 bilhões de dólares.
A Mosaic e a Vale também estão discutindo outras alternativas para o negócio, disseram as outras duas fontes, sem elaborar.
Sob os termos da primeira opção, a companhia com sede no Rio de Janeiro se tornaria a maior acionista da Mosaic, com uma participação entre 12 e 15 por cento, dependendo do tamanho do acordo envolvendo ações, disse a primeira fonte. As empresas não quiseram comentar o assunto. Com sede em Plymouth, Minnesota, a Mosaic está à procura de ativos em fosfatados ou potássio que poderiam ser adquiridos por uma barganha em um setor de commodities mais fraco, disse o presidente-executivo Joc O'Rourke em fevereiro.
A queda dos preços do fosfato e potássio, no entanto, tem pressionado os lucros do setor este ano.
A Vale possui ativos de fertilizantes no Canadá, Brasil, Peru, Argentina e Moçambique.
A Mosaic comprou ativos de distribuição da Archer Daniels Midland no Brasil e no Paraguai no ano passado.
No Brasil, o quinto maior consumidor mundial de fertilizantes, a demanda deve crescer duas vezes mais rápido que a demanda global até 2025.
As entregas de fertilizantes aos produtores agrícolas do Brasil totalizaram 10,2 milhões de toneladas entre janeiro e maio, uma alta de 12,7 por cento ante o mesmo período do ano anterior.
DÍVIDA
A Vale está vendendo ativos visando reduzir em 10 bilhões de dólares a sua dívida até o próximo ano. A estratégia foi apresentada pelo presidente-executivo da mineradora, Murilo Ferreira, para ajudar a companhia a lidar com o declínio dos preços de minério de ferro e níquel.
A Vale registrou um prejuízo anual recorde no ano passado de 12,1 bilhões de dólares.
O lucro líquido ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da unidade de fertilizantes da Vale mais do que dobrou no último ano, para 567 milhões de dólares, em parte ajudado por uma moeda mais fraca e menores custos.
As negociações com a Mosaic ocorrem dois meses após a Vale não conseguiu criar um grande "player" com a Apollo Global Management no setor. Em 28 de abril, a Reuters reportou que Vale e Apollo planejavam um acordo para comprar as operações de fertilizantes da Anglo American no Brasil.
De acordo com a segunda fonte, a Mosaic tinha feito anteriormente uma oferta por 100 por cento da unidade de fertilizantes da Vale, a qual a empresa brasileira rejeitou porque queria se juntar com a Apollo.
Fechar negócio com a Anglo American era uma pré-condição para formar a parceria com a Apollo, uma empresa de participações de 170 bilhões de dólares liderada pelo financista Leon Black, disseram fontes na época.
(Reportagem adicional de Rod Nickel em Winnipeg, Canadá)
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