Cupim também é praga agrícola

Publicado em 29/10/2008 14:21 e atualizado em 10/03/2020 16:37

Embora o ataque de cupins cause mais prejuízos em áreas urbanas, no campo - sobretudo em canaviais, áreas de pastagens e em cultivos de florestas - a presença desses insetos também tira o sono do produtor. E, nesta época - até janeiro -, os cupins aproveitam o calor para se reproduzir, explica o agrônomo José Eduardo Marcondes de Almeida, pesquisador do Instituto Biológico (IB-Apta), da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Almeida é um dos autores do boletim técnico Cupins: pragas em áreas agrícolas, recém-lançado pelo IB.

De acordo com Almeida, há mais de 3 mil espécies de cupins - entre 20 e 30 espécies têm importância agrícola - e, por causa do clima e da quantidade de matéria orgânica disponível, o Brasil abriga a maioria das espécies.

"A alimentação básica do cupim é matéria orgânica e material com base celulósica", diz. "Do ponto de vista ambiental o cupim decompõe matéria orgânica, influencia na formação de solos e serve de alimento para aves e mamíferos. Ele se torna praga quando causa prejuízos em cultivos comerciais."

CANAVIAIS

Em canaviais as perdas causadas pela espécie Heterotermes, que ataca o sistema radicular das plantas, chegam a 15 toneladas/hectare. Em pastagens, os cupins de montículos (Cornitermes) limitam o espaço e empobrecem o pasto, pois atacam a raiz da gramínea. Em áreas de florestas as espécies Heterotermes e Sintermes atacam ou a raiz da planta logo após o plantio ou o cerne da árvore.

Para acabar com os montículos no pasto, a recomendação é fazer o controle químico ou biológico antes da reforma da pastagem. O método químico consiste na perfuração do topo do ninho com uma broca ou marreta até a camada celulósica, mais "mole". Depois, aplica-se inseticida granulado específico. "É preciso usar máscara, luva e outros equipamentos de proteção." Uma aplicação resolve, mas há gasto com inseticidas e mão-de-obra.

CONTROLE BIOLÓGICO

Já o controle biológico é feito com o fungo Beauveria bassiana. À concentração de 12 gramas, uma dose do fungo atinge 90% da colônia, incluindo a rainha. "O cupim morre em três dias, e o ninho acaba em três meses." Essa dosagem é indicada para ninhos com até 50 centímetros de altura; se for maior que isso, pode-se dobrar a concentração. "O fungo gruda no cupim, que morre por contato; quando o inseto morre, esse fungo frutifica, sai do corpo do inseto e contamina a colônia."

O método biológico é seis vezes mais barato que o químico, mas é mais lento e menos eficiente. O controle químico elimina o ninho em 15 dias e tem eficiência de 90% a 100%, ante 70% a 80% no método natural.


CAMPO DE IDÉIAS

Para acabar com cupins em áreas rurais, há opções de controle químico ou biológico

1. Como as formigas, os cupins são insetos sociais e constroem os ninhos onde há matéria orgânica disponível, boa umidade e, de preferência, solos argilosos
2. A média de sobrevivência de um ninho subterrâneo é de 10 anos, mas um ninho epígeo, construído sobre o solo, pode durar até 15 anos. Essa resistência é atribuída ao fato de que, se a rainha morre, ela é substituída na colônia
3. Em áreas de pasto, o controle, químico ou biológico, deve ser adotado antes da reforma da pastagem
4. Ao manusear inseticidas, use luvas, máscaras e outros equipamentos de proteção individual
5. Em pastagens o método biológico é 6 vezes mais barato, mas é mais lento e menos eficiente. O controle químico elimina o ninho em 15 dias, ante 3 meses no biológico; a eficiência do inseticida é de 90% a 100%, ante 70% a 80% no método natural

 

Fonte: O Estado de SP

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O Estado de SP

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