Lavoura-pecuária-floresta é opção para reduzir impacto ambiental
A Embrapa Soja e a Embrapa Arroz e Feijão juntamente com os parceiros do Vale do Rio Xingu no Mato Grosso (Nova Xavantina, Canarana e Querência) desenvolve, desde 2006, um projeto visando a validação e a transferência de tecnologias para a produção sustentável de soja e o manejo de pastagens em sistemas de Integração Lavoura e Pecuária (iLP). “A diversificação das atividades permite a rotação de culturas com a soja, o arroz, o milho, o sorgo, o milheto e o girassol e, ainda, melhora a alimentação do gado durante o período seco da entressafra”, explica Julio Franchini, da Embrapa Soja.
Ao longo do tempo, já foram realizados 8 cursos e 17 dias de campo nas unidades de referência tecnológica (URTs) da região. As URTs são constituídas por módulos de 22 hectares, que são ocupados, na estação chuvosa, com 40% de pecuária de corte e 60% de agricultura (soja e arroz). Na segunda safra, semeada em meados de fevereiro, são utilizados consórcios de milho, girassol, sorgo e milheto, com diferentes espécies de brachiárias. Após a colheita de grãos, em meados de julho, 100% da área é ocupada pela pecuária.
Segundo o pesquisador Julio Franchini, da Embrapa Soja, a soja tem um papel importante no processo de desenvolvimento da ILP como cultura com alto valor de mercado. Do ponto de vista ambiental, a soja fixa nitrogênio e participa com a melhoria da fertilidade do sistema produtivo. “A elevação dos níveis de matéria orgânica e a melhoria da qualidade física do solo com a introdução das pastagens em áreas agrícolas amplia ainda mais o conceito de fertilidade”.
De acordo com Franchini, os resultados obtidos na safra 2009/2010 demonstram que as pastagens podem contribuir com o sequestro de até 2 Mg ha-1ano-1 de Carbono. “Isso consolida o conceito de que a iLP é uma alternativa importante para uma agricultura baseada na baixa emissão de carbono”.
Arenito paranaense - No Paraná, a Embrapa Soja iniciou, a partir de 2009, um estudo de campo do sistema iLPF, em Santo Inácio, na região do Arenito. Esta região ocupa aproximadamente 3 milhões de hectares e abriga 60% da pecuária do estado. Apesar de ser apta para a pecuária e para a silvicultura, a região não é adequada para a produção agrícola por ter solo arenoso e clima desfavorável.
O objetivo do estudo é buscar alternativas de diversificação do sistema produtivo integrando as atividades agrícola, pecuária e florestal. “Nossa expectativa é conseguir com a utilização do componente arbóreo alteração no microclima, ou seja, reduzir a velocidade do vento e a temperatura e aumentar a eficiência do uso da água. Com isso, poderemos diminuir o risco para a produção de soja nesta região”, diz Franchini.
O pesquisador afirma que com a inclusão da soja no sistema integrado será possível elevar a qualidade das pastagens e os índices produtivos da pecuária de leite e de corte. Por sua vez, o componente arbóreo também se constitui em importante alternativa econômica para geração de energia ou madeira.
Segundo ele, a iLPF tem potencial para reduzir o impacto ambiental das atividades produtivas e as emissões de gases de efeito estufa, dando maior estabilidade à produção das culturas anuais e melhorando o aproveitamento da água e nutrientes.
No próximo dia 13 de agosto, a Embrapa Soja e a Universidade Estadual de Maringá realizam um dia de campo na Estancia JAE, local do estudo, em Santo Inácio, para mostrar os resultados obtidos até o momento para cerca de 300 estudantes, produtores e técnicos da região do Arenito.
0 comentário
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli