Exclusivo: Saiba como Dilma Roussef ajudou a privatizar a CRT no RS.

Publicado em 13/10/2010 18:50


Bem ao contrário do que trombeteiam seus programas eleitorais na TV, a candidata do PT a presidente, Dilma Roussef, trabalhou durante toda a sua primeira administração como secretária gaúcha das Minas e Energia para privatizar a CRT, a Companhia Riograndense de Telecomunicações (1991 a 1994). Quando saiu do governo, foi contratada pela RBS para ajudar a conceber a aliança com a Telefônica de Espanha para privatizar a CRT. 

. Durante o governo do PDT, que foi de 1991 a 1994, a mando de Dilma Roussef, seu então subordinado, o presidente da CRT, Milton Zuanazzi, homem que ela levaria já no governo Lula para a Anac, fez várias viagens a Santiago para afivelar o negócio com a CTC, a Companhia Telefônica do Chile, então controlada pela Telefônica de Espanha. 

. O negócio não saiu.

. É que o governador Alceu Collaes, também do PDT, como Dilma Roussef, já tinha assinado um protocolo intenções com a Stet, na época a estatal telefônica da Itália, mais tarde privatizada e transformada em TIM. O governo chegou a iniciar negociações com a RBS para interessá-la a se associar à Stet e assumir a CRT, mas o presidente Nelson Sirotsky Sobrinho tinha outros planos e 
disse ao interlocutor que o procurou:

- Se for para comprar a CRT, eu compro sozinho e não preciso dos italianos.

. Ao bater de frente com o próprio governador Alceu Collares, Dilma Roussef e o presidente da CRT pagaram caro pela ousadia. Zuanazzi foi demitido com desonra da CRT.

. O negócio que o governo pensava tocar com a Stet, era complicado, envolvia emissão de debêntures conversíveis em ações e acordo de acionistas, porque a Lei de Privatizações ainda não tinha sido editada, o que só aconteceu no governo FHC.

. Terminado o governo, Dilma Roussef, de posse de toda a memória das negociações com a Telefônica de Espanha, via CTC, mais informações privilegiadas sobre a CRT, foi trabalhar para a RBS, a convite do então diretor Jurídico,  Afonso Mota. Mota, brilhante advogado, era do PDT como Dilma Roussef. Nem uma só vírgula de qualquer contrato ou acordo da RBS saía do grupo sem o seu aval. 

. A ex-secretária de Minas e Energia foi ajudar na área de Projetos Especiais da RBS. Um deles, o mais ambicioso e brilhante, foi o que levou ao acordo com a Telefônica de Espanha. Nelsinho, o dono da RBS, e Juan Villalonga, no dia 16 de dezembro de 1996, dois anos depois do final do governo do PDT, venceu o leilão de privatização da CRT.  Na data da privatização da CRT, a composição acionária da Telefônica do Brasil era: Telefônica Internacional, 30%; RBS, 30%; e o restante das ações dividido entre a Portugal Telecom, 23%; a Iberdrola (empresa de energia espanhola), 7%; e o Banco Bilbao Vizcaya, 7%. 


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Não foi apenas a RBS que se interessou pela área de telecomunicações e interveio diretamente nos leilões pelos controles das teles.

. Foi histórico o embate RBS+Telefonica x Globo no leilão da Telesp, que levou a RBS a cair fora da CRT.

. No RS, além dos Sirotsky, também a Caldas Júnior tentou levar o controle da CRT. O editor trabalhava na Caldas Júnior e acompanhou tudo de perto.

. O sr. Renato Ribeiro, então dono do Correio do Povo (1996) formatou um consórcio com o Bradesco e a France Telecom para duelar com RBS-Telefonica no leilão da Fiergs, mas na undécima hora Bradesco e France Telecom arrepiaram o pelo e caíram fora, porque a Caldas Júnior queria entrar apenas com seu prestígio político.

. Ao perceber que estava pendurado no pincel, Renato Ribeiro procurou o governador Antonio Britto, altas horas da noite, e avisou:

- A partir de amanhã, a Caldas Júnior será contra a privatização da CRT. 

. A raposa tinha achado as uvas verdes demais, mas apenas porque não conseguia alcançá-las. 


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Fonte:
Blog Polibio Braga

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