Os aniversários do caso Lulinha-Gamecorp, por Lauro Jardim

Publicado em 27/10/2010 05:04

Os aniversários do caso Lulinha-Gamecorp

Na sexta-feira faz um ano que foi distribuído ao ministro Jorge Mussi, do STJ, o processo sobre quem vai tocar o inquérito Lulinha-Gamecorp.

O caso chegou ao tribunal porque a Justiça Federal de dois estados estavam em conflito quanto ao responsáveo por conduzir a apuração: a  Justiça do Rio de Janeiro, estado onde se localiza a sede da ex-Telemar (hoje Oi), ou a de São Paulo, local da sede da empresa do filho de Lula, Fábio Luís.

Aberto em 2007, o inquérito apura se houve tráfico influência na milionária compra dois anos antes da Gamecorp de Lulinha pela ex-Telemar.

No sábado, outro aniversário: quatro meses que o Ministério Público – favorável a deixar as investigações em São Paulo – devolveu o caso para decisão de Mussi.

Por Lauro Jardim

Desde sexta-feira, o YouTube exibe um vídeo de quase cinco minutos que compila falas confusas de Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral. O Top Five ironiza declarações gaguejantes da petista sobre o meio ambiente, literatura, PAC e a montagem da equipe ministerial.

Em uma delas, Dilma tentou explicar porque queria ver Ganso e Neymar na Copa do Mundo. Disse Dilma:

- Eu vi. Você, veja. Eu já vi, parei de ver. Voltei a ver e acho que Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazer a gente olhar.

Por Lauro Jardim

O deputado Tiririca estaria longe do perigo se fosse eleito presidente da República

O promotor Maurício Lopes finalmente conseguiu o endosso da Justiça paulista para proteger a imagem da Casa do Espanto: o humorista Tiririca, deputado federal eleito pelo PR de São Paulo, só poderá instalar-se  num gabinete da Câmara se provar que não é analfabeto. Num dia qualquer de novembro, diante do juiz, do promotor e do seu advogado, Tiririca terá de escrever um ditado e ler em voz alta um trecho da Constituição. Se não fizer bonito no teste de escrita e leitura, mais de 1,3 milhão de eleitores ficarão sem representante no Congresso.

A exigência confirma que o País do Futebol valoriza o secundário tão aplicadamente quanto ignora o essencial. Se as arquibancadas do Maracanã descobrirem que o juiz é ladrão, será imediatamente instituída e aplicada a pena de morte na forca. Mas Erenice Guerra continua frequentando sem sobressaltos o supermercado da esquina. Se a camisa 10 da Seleção for entregue a um jogador bisonho, não escaparão do linchamento o técnico do time, o presidente da CBF e o escalado. Mas Lula pode contar com o apoio de milhões de brasileiros para entregar a Dilma Rousseff a faixa presidencial.

Incoerente vocacional, o país que acha muito justo o vestibular imposto a Tiririca é governado há oito anos por um sessentão que jamais leu um livro, não sabe escrever, orgulha-se da formação indigente, recusa-se a estudar e zomba de quem possui diplomas de cursos estrangeiros. O humorista inofensivo está na mira da Justiça eleitoral por ser suspeito do que o presidente sabidamente é. O suposto analfabetismo de Tiririca tem animado milhares de conversas de botequim — sem que o dono ache necessário avisar a Polícia Federal. A comprovada ignorância de Lula não deve ser comentada sequer aos sussurros.

É coisa de preconceituoso, reagem as Marilenas Chauís. Um enviado da Divina Providência já nasce professor de tudo mesmo que seja um analfabeto funcional juramentado, ensinam os Antonios Cândidos. Como o Mestre é inimputável, todos fingem ignorar o que sabe até o neurônio solitário de Dilma Rousseff: submetido ao mesmo exame de leitura e escrita, avaliado por educadores honestos, o animador de comício estaria condenado ao naufrágio.

Um dos dois manuscritos produzidos por Lula em 20 anos

Os dois únicos manuscritos produzidos nos últimos 20 anos informam que o maior governante desde as caravelas não sobreviveria ao teste do ditado. O que Lula tem feito durante a campanha eleitoral confirma que nunca leu sequer uma linha da Constituição. Tiririca teria chances maiores sobretudo na prova oral. Além da selva de expressões em juridiquês castiço, Lula enfrentaria a selva de algarismos romanos plantados à frente dos incisos. Provavelmente enxergaria no VI, por exemplo, um derivado do verbo ver. Se o trecho escolhido fosse o assinalado na ilustração, o presidente veria o mar territorial.

O erro de Tiririca foi disputar um lugar no Congresso. Se fosse eleito presidente da República, bastaria invocar o precedente de Lula para poupar-se de incômodos. Neste outubro, liberado de exames em tribunais, estaria preparando a festa do dia da posse. Ou, quem sabe, escrevendo o prefácio do próximo livro do companheiro Aloísio Mercadante.

Um morto insepulto assombra o PT

Há oito anos o PT tenta enterrar Celso Daniel na vala das vítimas de crimes comuns. Há oito anos a perseverança dos parentes e a tenacidade dos brasileiros decentes impedem a consumação desse segundo assassinato do prefeito de Santo André. Enquanto não forem dissipadas as sombras que seguem o episódio, os Altos Companheiros serão assombrados pelo morto insepulto.

Neste fim de outubro, a convite dos articuladores do Manifesto em Defesa da Democracia, Bruno Daniel, irmão do prefeito executado em 2002, tratou do caso num depoimento dividido em nove vídeos. Três deles são suficientes para desmontar a indigente versão do crime comum. Houve um crime político. E há criminosos a castigar. Confira.

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Fonte:
Veja.com (+ Augusto Nunes)

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