Transgênicos: Avanço é maior no MT

Publicado em 29/08/2011 07:47
Mato Grosso lidera a expansão das intenções de cultivo de sementes transgênicas para a próxima safra, 11/12, na região Centro-Oeste. O Estado supera as estimativas de crescimento na soja, no milho segunda safra e no algodão, culturas em que é o maior produtor nacional. As conclusões fazem parte do 1º acompanhamento de adoção da biotecnologia agrícola no Brasil, realizado pela consultoria Céleres.

Outro dado relevante do estudo é que pela primeira vez na história da agricultura nacional, com 8,8 milhões de hectares, a região Centro-Oeste – tradicional produtora de soja convencional – ultrapassou a região Sul em valores absolutos de área destinada à soja transgênica.

Pelos números deste primeiro levantamento, a sojicultura mato-grossense avançará em área plantada de uma temporada para outra 3,9% enquanto os hectares cobertos com variedades transgênicas deverão aumentar em 18,73%. No Centro-Oeste a alta será de 16,31%. Na cotonicultura, a área estadual crescerá cerca de 9,2%, ante uma estimativa de evolução da transgenia em 65,38%. Para a região a adoção cresce 62,71%. Para o milho segunda safra, a área estadual avançará 7,91%, com expansão da transgenia em 9,59%. Para a região Centro-Oeste essa variedade aumentará em 8,04%. Todos os números apresentados pela Consultoria foram comparados com os dados coletados pelo 3° levantamento da Céleres, com dados referentes à safra 10/11.

Confrontando dados do último estudo com o primeiro de 2011, divulgado neste mês, a sojicultura estadual irá destinar 76,3% dos seus 6,65 milhões de hectares às sementes transgênicas, ou seja, 5,07 milhões. A tecnologia tolerante a herbicidas dominará as lavouras respondendo por 76% de adesão. No ano passado foram cultivados no Estado 6,49 milhões de ha, dos quais 4,27 milhões foram semeados com sementes transgênicas, ou 66,8%. A tecnologia TH foi utilizada na totalidade.

A cultura do algodão tem sido mais democrática na hora de optar pelas tecnologias. Conforme estimativa de plantio de 780 mil ha, a transgenia ocupará 301 mil ha, ou, 38,6% da superfície. O estudo revela que a adesão às tecnologias se dará da seguinte forma: 8,6% dos hectares cobertos com gene de resistência aos insetos (RI), 14,4% com gene tolerante aos herbicidas (TH) e 15,7% com genes combinados de RI/TH. No ano passado a área coberta com variedades modificadas representou 25,4% de uma área de 714 mil ha, ou, 182 mil.

Com o milho segunda a adoção da transgenia será por meio de variedades com RI (27,9%), TH (11,5%) e RI/TH (39,9%). Pelo estudo, dos 2,10 milhões de ha cobertos com o grão, 1,66 milhão serão semeados com sementes modificadas, o que representa 79,4% do total. Em relação ao ano passado, a expansão é pequena, já que 78,2% da safra recentemente encerrada no Estado estavam cobertos por variedades modificadas geneticamente.

Como destaca o sócio-diretor da Céleres e coordenador do estudo, Anderson Galvão, a combinação entre condições de mercado favoráveis e níveis maiores de investimento em tecnologia coloca o milho, em condições de igualdade competitiva com a soja e o algodão, provendo níveis excepcionais de retorno econômico para os agricultores. “O país atravessa uma revolução tecnológica silenciosa, que coloca o produtor brasileiro de milho praticamente em condições de igualdade, dentro da porteira, com os seus concorrentes norte-americanos e argentinos”. Ainda como reforça, a milhocultura é de longe o exemplo mais bem sucedido da adoção da biotecnologia no Brasil: em quatro anos, ocupa mais da metade das terras cultivadas com milho.

EXPANSÃO – Na análise da Céleres, a “explosão” das sementes modificadas no Estado tem alguns fundamentos mercadológicos. Um deles é o atraso em relação ao Brasil. Em 2005 havia sementes disponíveis no país, mas que só chegaram ao Estado um ano depois com variedades mais adaptadas à região. “Esse atraso tecnológico de variedades comerciais adaptadas explica a expansão atual acima do observado no Centro-Oeste, por isso, Mato Grosso tem espaço para crescer”. A defasagem fez surgir um nicho de mercado para o grão convencional, especialmente à soja, e por isso, muitos produtores “ainda vêem nos prêmios pagos um motivo para rejeitar a transgenia”. Fora isso, ainda há produtores que experimentaram as novas variedades, mas não gostaram dos resultados e têm medo de arriscar.

O estudo da Céleres destaca que com a aprovação de um novo evento em 2010 à soja, chega a quatro o número de tecnologias liberadas no Brasil, entre TH, RI e combinadas. O algodão GM teve três novos eventos aprovados ano passado e o milho que dispõe de 16 eventos GM aprovados (entre RI, TH e tecnologias combinadas), sendo que cinco tiveram aprovação da CTNBio nos últimos 12 meses.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Diário de Cuiabá

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário