O CASO JADER – NÃO É O QUE PARECE! TUDO CAMINHAVA PARA DAR POSSE A UM PETISTA QUE NEM ELEITO TINHA SIDO!

Publicado em 14/12/2011 18:05
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

O CASO JADER – NÃO É O QUE PARECE! PEÇO BASTANTE ATENÇÃO A ESTE POST! TUDO CAMINHAVA PARA DAR POSSE A UM PETISTA QUE NEM ELEITO TINHA SIDO!

Bem, vamos ver: se tudo fosse como parece; se a aparência das coisas coincidisse com a sua essência, o jornalismo seria desnecessário, eu seria desnecessário, até a ciência seria desnecessária — a rigor, ela nem existiria. Pra quê? “Ah, o Sol gira em torno da Terra, né? É o que a gente vê…”

Pois é. O ministro Cezar Peluso fez valer o chamado voto de qualidade — o presidente da Casa pode votar duas vezes em caso de empate — e decidiu dar posse a Jader Barbalho no Senado. Eu admiro Jáder??? Não!!!! Zero! Mas atenção!, minhas caras e meus caros: se não fosse ele, sabem que assumiria a vaga? O mensaleIro petista Paulo Rocha!!! “Ah, para evitar um mensaleiro petista, vale até apoiar Jader, Reinaldo?” Não! Eu não apóio ninguém! Ocorre que tanto Jader como Rocha haviam sido barrados pela lei da Ficha Limpa. Por que valeria para um e não para outro? Eu explico.

O Ficha Limpa é um baita imbróglio jurídico, e há ministros no Supremo fazendo tudo o que um magistrado não deve fazer: ouvir a voz rouca das ruas, ignorando a voz clara das leis. Vamos item por item.

1 - A lei da Ficha Limpa foi aprovada a menos de um ano das eleições de 2010, o que impedia, por dispositivo constitucional, a sua aplicação naquele pleito. Mas foi aplicada mesmo assim, o que é uma aberração.

2 - Em setembro do ano passado, Joaquim Roriz recorreu contra a sua aplicação ainda em 2010. Roriz é quem é (nota: Agnelo Queiroz ainda é mais “Roriz” do que o original), mas estava certo nesse caso. O tribunal estava com apenas 10 ministros. Luiz Fux ainda não havia sido indicado. Houve um empate: 5 a 5. Cesar Peluso poderia ter dado o voto de desempate. O Artigo 13º do Regimento do Supremo permite que o presidente vote duas vezes. Ele preferiu aguardar a chegada do 11º elemento.

3 - Em outubro, foi a vez de o Supremo, ainda com 10, julgar outra ação, esta de Jader Barbalho. Repetiu-se o empate de cinco a cinco. Peluso, mais uma vez, decidiu não decidir; não quis usar o voto qualificado. Celso de Mello correu em seu socorro com um truque e evocou o artigo 97 da Constituição, que estabelece o seguinte: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. Tio Rei, que gosta dessas questões, escreveu um texto no dia 17 de outubro intitulado Jader é pequeno demais para o estrago que ministros provocaram hoje no Supremo: renúncia à Constituição e ao Regimento Interno da Casa.

- Fux chegou e votou: ele também entendeu, em março deste ano, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010. Pronto! Seis a cinco contra a aplicação da lei em 2010. Flecha de Lima (PSDB) foi o candidato ao Senado mais votado no Pará e ficou com uma das duas vagas. Jader ficou em segundo lugar. Em terceiro, o petista e mensaleiro Paulo Rocha. Marinor Brito (PSOL), atualmente no cargo, obteve apenas a quarta colocação. Jader entrou com um embargo de declaração, cobrando que o Supremo deixasse claro, então, que a vaga era sua, já que a havia perdido em razão de um expediente que o tribunal, por maioria, decidiu que não poderia ter sido aplicado.

5 - Ledo engano! Joaquim Barbosa, o relator, indeferiu o pedido de Jader, no que foi seguido por Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e, pasmem!!!, o mesmo Luiz Fux que havia votado contra a aplicação da Ficha Limpa em 2010. Por que Fux votou contra a sua aplicação geral e, na prática, a favor de sua aplicação só para Jader? Não sei! A sua vasta cabeleira deve esconder segredos que escapam à lógica comezinha. A tese de Joaquim Barbosa, à qual aderiu alegremente um Ricardo Lewandowski, que passou de duro adversário da lei a admirador, é que embargos de declaração não podem ser tornar ações rescisórias… Ah! Ocorre que, naquele outubro de 2010, ficou evidente a validade apenas temporária da decisão do TSE, que havia declarado a inelegibilidade de Jader. A definitiva veio com o voto de Fux: pela elegibilidade!

6 - Mas atenção! De modo correto, a meu ver, Dias Toffoli havia votado pelo acolhimento de uma ação do petista Paulo Rocha, o terceiro colocado na disputa, que também havia sido barrado pela Lei do Ficha Limpa, como Jader, igualzinho! Toffoli foi coerente. Ele já havia se posicionado contra a aplicação do Ficha Limpa em 2010 e a favor da posse de Jader.

- Então vejam que coisa fabulosa: certo como a luz do dia, o tribunal acolheria a representação de Paulo Rocha! Afinal, por seis a cinco, o STF havia decidido, em março, que a lei não poderia ter sido aplicada em 2010, certo?. Mas e o caso de Jader? Ah, teria caído naquela suposta firula técnica. Assim, viver-se-ia a situação esdrúxula, absurda mesmo!, de aquele dispositivo derrubado da Lei da Ficha Limpa valer só para Jader! Tanto ele como o petista foram barrados pelo mesmo mecanismo: valeria para um, mas não para outro. Curiosamente, não valeria justamente para o menos votado; curiosamente, não valeria justamente para um petista!

Coisa certa
Desta vez, Peluso fez o que lhe cabia fazer: usar a prerrogativa de que dispõe, de votar duas vezes, segundo o Artigo 13º do Regimento do Supremo. Tenho a máxima, como sabem, de que aquele que ignora a lei para fazer justiça acaba cometendo uma nova injustiça. Se Peluso tivesse feito o que lhe cabia fazer desde a primeira vez — pouco importando que decisão tomasse —, o imbróglio não teria se arrastado. Sim, é isto mesmo.

Se, já no caso Roriz, tivesse tomado uma decisão (pouco importa se contra ou a favor), o rolo não teria acontecido. Sua hesitação e aquele truque lamentável na votação do caso Jader quase empurram o Supremo para a condição de um tribunal discricionário, que serve para punir um só.

Posso lamentar a posse de Jader junto com todos vocês, mas o Supremo cumpriu a lei. Não a tivesse cumprido, em vez de Jader, estaria lá o mensaleiro petista Paulo Rocha. Aí, meus queridos, quando menos, fica-se com o mal menor. AAlternativa A era “Lei + Jader”; a Alternativa B era “Violação da Lei + Paulo Rocha”…

Encerro
“Reinaldo, e se tivesse prevalecido a opinião de que a Lei do Ficha Limpa deveria ter sido aplicada já em 2010? Não teria sido melhor?” Cuidado, meus queridos, para que não joguemos a criancinha fora junto com a água servida do banho. Se o STF tivesse permitido uma mudança nas condições de elegibilidade a menos de um ano da eleição, a Constituição teria sido violada. E eu estou entre aqueles que acham que ESSE PRAZO É ATÉ PEQUENO. Por quê? Pensem num eventual governo que enfrente queda de popularidade ou que se perceba na iminência de perder a eleição; pensem num partido que tenha vocação para se esatabelecer como Partido Único… Se for permitido a essa gente meter a mão na lei a qualquer momento, abrem-se as portas para uma ditadura.

E Jader não deve servir de pretexto para violar um princípio democrático — tampouco para dar a posse a um petista que havia sido rejeitado nas urnas.

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 17:10

Comentários

Caras e caros,

Ainda estou sem meu auxiliar. Por isso, de vez em quando, preciso parar um pouco para fazer a mediação dos comentários, mantendo o ambiente “limpo”, sem manifestações do mundo das trevas. Falo, no próximo post, sobre a decisão do Supremo de dar posse a Jader Barbalho no Senado. Dentro de alguns minutos.

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 16:06

Afinal, o que quer o Supremo?

Tenho mais umas coisinhas a dizer sobre o Supremo Tribunal Federal.

O mensalão é certamente o caso mais importante que já passou pela corte. É esse julgamento que vai nos dizer o que é e o que não é considerado aceitável numa República. Se os principais envolvidos no maior escândalo da República saírem com os ombros leves, então o baixíssimo padrão de moralidade pública se degrada ainda mais. Se forem punidos — POR CRIMES COMETIDOS, É BOM FICAR CLARO! —, resta ao menos a força do exemplo.

Já não basta, convenham, que esse troço dormite lá há quase seis anos? O escândalo estourou em meados de 2005. Vejam quanta coisa se deu na República depois disso. Já não basta, convenham, que o principal beneficiário do mensalão e chefe inconteste do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não tenha sido nem sequer citado? Permitir, agora, que as coisas “se resolvam” por falta de tempo é um esculacho!

O que pretende ser o Supremo? Uma casa que gosta de debater temas moralmente polêmicos — e nada além disso?

O que pretende ser o Supremo?
- Uma Casa conhecida por ignorar a letra da Constituição no caso da união estável? Afinal, o Supremo é progressista!
- Uma Casa conhecida por ignorar o Código Penal no caso das marchas que fazem a apologia da maconha? Afinal, o Supremo é progressista!
- Uma Casa que, não tarda, há de relativizar o direito à vida no debate sobre o aborto? Afinal, o Supremo é progressista!

O que pretende ser o Supremo? Uma espécie de Madre Superiora liberada, assim, um tantinho porra-louca, capaz de confundir a vontade de queimar um mato com uma tertúlia sobre direitos civis, MAS INCAPAZ DE DAR UMA RESPOSTA PARA UMA SÚCIA QUE ASSALTA A CONSTITUIÇÃO?

Sim, o Supremo atuou em questões importantes: o alcance da Lei da Anistia, o caso Cesare Battisti, os arroubos autoritários da Polícia Federal etc. De toda sorte, para a larga maioria dos brasileiros, eram temas um tanto arcanos.

O julgamento do mensalão tem um efeito também didático. Não estou aqui cobrando que a corte decida segundo o clamor desse ou daquele grupo. Tenho a minha opinião, como sabem. Mas estou cobrando simplesmente é que decida! Estou cobrando é que seja “progressista” cumprindo a letra da Constituição.

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 15:35

Mensalão e pizzão: tudo o mais constante, o Supremo a caminho da desmoralização

Vocês leram, num post abaixo, que o mensalão caminha para um grande pizzão em razão da prescrição de crimes. Na VEJA desta semana, resenho o livro “Estado de Direito e Jurisdição Constitucional”, do grande ministro Gilmar Mendes, que traz os seus votos na corte entre 2002 e 2010. Pois é… Um titular do Supremo precisa ser aplicado, trabalhar muito, ser dedicado. Só retórica subcondoreira não adianta nada. Os patriotas que estrelaram o maior escândalo da história republicana, tudo o mais constante, ficarão impunes. Alguns deles estão por aí, pontificando. José Genoino, por exemplo, é  “assessor” do Ministério da Defesa. João Paulo Cunha é nada menos do que presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Delúbio Soares ainda acabará escrevendo um livro de Educação Moral e Cívica.

Enquanto isso, os braços a soldo do `Partido” continuam a produzir “provas” — literalmente: eles têm empresas de produção de “provas”, financiadas com dinheiro público — contra pessoas inocentes.

A eventual impunidade da canalha que produziu o mensalão representará uma espécie de colapso da moralidade pública. Os petistas já acham hoje que podem fazer o que bem entendem porque, afinal, venceram as eleições. Imaginem depois. Na vida privada, então, nem se diga, não é, presidente Dilma?

Quando todos estiverem livres, o Apedeuta, então, dirá: “Viram? Não falei que nada daquilo tinha existido?”

A eventual prescrição dos crimes significará a desmoralização do Supremo.

A hipótese da prescrição antes do julgamento é um escândalo. O que é o Supremo? É a garantia do cumprimento da Constituição e, pois, da proteção dos cidadãos contra indivíduos e grupos que pretendem desrespeitar a Carta. Se esse tribunal permite que expire o prazo sem dar uma satisfação à sociedade, nega a si mesmo.

Melhor ser um clube amador, o que dispensa verba pública, de assuntos lítero-musicais.

Por Reinaldo Azevedo

Na semana passada, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que, “por sua história”, o ministro Fernando Pimentel “está acima de qualquer suspeita”.

Há uns 15 dias, o notório governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, disse que “a palavra do governador vale como prova”.

Ontem, foi a vez de Dilma Rousseff inovar o bestialógico político ao se referir a Pimentel: “O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações ao Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir. Se ele achar que não deve ir, ele não vai”. E emendou que ele tem de prestar satisfações sobre assuntos de governo apenas.

A presidente acaba de inovar o conceito de moralidade pública. Quando um sujeito põe os pés num ministério, larga para trás o seu passado. Já seria uma consideração bastante exótica ainda que Pimentel fosse consultor, sei lá, de uma rede de padarias. Mas não! É evidente que, a exemplo de Antonio Palocci, pôs a sua condição de homem público a serviço de interesses privados, com o agravante de que um de seus clientes tinha negócios com a Prefeitura de Belo Horizonte, onde ele mantém uma óbvia rede de influência. Seu sócio na “consultoria”, diga-se, exercia lá cargo de confiança. Demitiu-se depois que o escândalo veio à tona.

Dilma se esforça para dar a impressão de que a consultoria de Pimentel é aquilo que não é: mera relação entre entes privados, que não guarda qualquer relação com o dinheiro público — que segue sendo público, note-se, ainda que seja municipal. O conceito de moralidade, que deve pautar um ministro de estado, parece ser um pouco mais rigoroso do que esse esboçado pela Soberana.

A presidente pode aproveitar a reforma ministerial que deve fazer no começo do ano para nomear para o ministério da deputada Jaqueline Roriz. Afinal, a acusação que pesava contra ela era anterior à sua eleição. Pode-se dizer que se tratava de algo relacionado à sua sua “vida privada”. Foi a sua absolvição, diga-se, que levou o Conselho de Ética a mudar de prática: agora, eventos acontecidos até cinco anos da eleição podem, sim, resultar em cassação de mandato. Dilma deve achar excesso de rigor.

A manutenção de Pimentel como um dos coordenadores da campanha eleitoral e a sua posterior nomeação para o ministério já foram decisões um tanto acintosas de Dilma Rousseff. Afinal, era ele o chefe da tal equipe de “pré-campanha”, coordenada por Luiz Lanzetta, que foi flagrada tentando montar um dossiê contra José Serra. E quem estava naquele grupo? Justamente o ex-jornalista que agora virou herói dos petralhas com o seu explícito analfabetismo moral — entre outros analfabetismos. Chega a ser constrangedor. Não é mesmo melancolicamente engraçado que Pimentel, o “consultor”, esteja na pré-história do tal livro delirante, que incendeia a libido dos petralhas?

A excitação se explica! Eles estão tentando se explicar há pelo menos seis ministros, não é mesmo? E poderiam ser oito. O governo do Distrito Federal, por sua vez, já se tornou, literalmente, um caso de polícia. Estavam precisando de algo que os reunisse. Por que não, então, recorrer à lama, a exemplo do que fizeram com a falsa lista de Furnas, tentando incriminar inocentes?

Dinheiro público
Há uma dimensão nessa história toda que precisa ser explicitada. A rede criminosa organizada para caluniar, difamar, injuriar, levantar falsas evidências, mentir É FINANCIADA COM DINHEIRO PÚBLICO. Há dias, numa cerimônia sobre direitos humanos, Dilma fez juras de amor à imprensa livre — e é bom que assim seja porque, de fato, a Constituição não lhe permite criar qualquer embaraço ao trânsito das informações.

Mas é preciso que se fique atento: o subjornalismo financiado pelo governo federal, por alguns governos estaduais e por estatais constitui uma ameaça a direitos fundamentais. Afinal, recursos públicos são mobilizados para que uma súcia de delinqüentes — todos expulsos das grande empresas de comunicação em razão dos métodos que empregavam — ataque os “inimigos do regime”. Promovessem, vá lá, o debate de idéias, o confronto ideológico, já não seria nada recomendável, mas talvez fosse tolerável. O que se tem é outra coisa: trata-se de uma gangue organizada pelo aparelho de estado para atacar os inimigos “do partido”. Só Stálin fez melhor…

Reitero: poucas coisas na República brasileira foram tão viradas e reviradas como as privatizações, inclusive pela arapongagem petista. Se algo tivesse havido de irregular, o PT teria botado a boca no trombone. Lula passou oito anos desconstruindo a imagem de FHC na base do puro proselitismo. Lembro-me que os petistas, na oposição, chegaram a propor uma CPI para investigar 45 (!) casos de corrupção. Durante as campanhas eleitorais, os tais 45 sempre voltam à tona e são mantidos em sites da canalha petralha. Pensem um pouco: por que, então, no poder, esses homens ilibados não deram um jeito de punir os responsáveis?

Modus operandi
Eis aí. Estamos diante de um modus operandi. “A máquina” está em ação. De um lado da peleja, os inimputáveis, os acima de qualquer suspeita, os que só dão explicações se quiserem; do outro, as vítimas dessa máquina, alimentada, reitero, com dinheiro público.

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 6:57

Cheiro de pizza - Lewandowski diz que penas do mensalão vão prescrever

Por Fernando Rodrigues, na Folha:
Réus do mensalão terão as penas prescritas antes que o julgamento esteja concluído. O escândalo é de 2005 e não há ainda prazo para finalizar o processo no Supremo Tribunal Federal, diz o ministro Ricardo Lewandowski. O mensalão tem 38 réus e está à espera do voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa. Em seguida, Lewandowski terá incumbência de revisar o processo. Só então poderá ser marcado um julgamento pelo plenário do STF.

“Terei que fazer um voto paralelo ao voto do ministro Joaquim. São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero. Tenho que ler volume por volume porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas”, disse Lewandowski em entrevista à Folha e ao UOL. Indagado se dificilmente o mensalão seria concluído em 2012, respondeu: “Sim, porque eu não posso, não tenho uma previsão clara”.

Como há réus primários, corre-se então o risco de que as penas para muitos ali sejam prescritas? “Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição.” Quando um réu é primário, a pena imputada pode ser menor em relação a um criminoso com ficha suja. Entre os crimes que podem caducar, disse Lewandowski, está o de formação de quadrilha.

No processo original do mensalão, 24 pessoas eram denunciadas por formação de quadrilha, crime para o qual a pena pode ser de um a três anos de reclusão. “[Alguns] podem não ser punidos. Mas essa foi uma opção que o Supremo Tribunal Federal teve que fazer com que todos os réus fossem julgados no mesmo processo. Se apenas aqueles que tivessem foro privilegiado, exercendo mandato no Congresso fossem julgados no STF, talvez esse problema da prescrição não existiria por conta de uma tramitação mais célere.” Na ocasião, o ministro se manifestou pelo desmembramento do processo.

Como o caso está em curso, não é possível saber quais os crimes imputados que irão prescrever. É necessário primeiro saber se serão condenados e a extensão das penas. Se os que são acusados por formação de quadrilha receberem penas de apenas dois anos de reclusão, essa punição já estaria prescrita agora.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 6:55

A casa da mãe-Dilmona - Presidente manda demitir peemedebista da Caixa para conter disputa com o PT. Isso é que é gestão técnica!

Por João Domingos, no Estadão:
A presidente Dilma Rousseff decidiu pôr um fim à disputa política entre PT e PMDB pelo controle da Caixa Econômica Federal. Informada ontem de que a estatal vive um clima de conflagração, Dilma Rousseff decidiu autorizar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Caixa, Jorge Hereda, a demitirem o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da instituição, Flávio Cleto, apadrinhado de líderes peemedebistas.

Dilma, no entanto, fez uma ressalva, visando a preservar as boas relações com o PMDB: a demissão será revertida se Cleto desistir de alimentar as brigas internas entre os diretores da Caixa.

Hoje ele é o representante da estatal no Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cujo mandato termina dia 17. O vice-presidente quer ser reconduzido ao conselho, mas não tem recebido sinais de que isso ocorrerá.

Flávio Cleto entrou na Caixa pelas mãos do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um aliado de conveniência do Planalto: se está satisfeito, briga como nunca por todos os projetos de interesse do governo; se está contrariado, faz de tudo para atrapalhar qualquer votação.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 6:53

Nova ministra do STF é aprovada sob críticas

Por Márcio Falcão, na Folha:
Sob críticas de que não tem experiência suficiente, Rosa Maria Weber teve sua indicação para o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovada ontem pelo Senado. Ela recebeu 57 votos favoráveis, 14 contrários e uma abstenção. Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Demóstenes Torres (DEM-GO) disseram que a nova ministra não demonstrou ter notório saber jurídico, requisito constitucional exigido para o cargo.

Logo após a sabatina de Weber no início do mês, alguns congressistas já haviam comentado nos bastidores que ficaram com uma má impressão da ministra. Ontem, durante a votação, Taques, que é ex-membro do Ministério Público Federal, disse que ela deixou várias perguntas sem resposta durante a sabatina.”Não cabe ao indicado do STF chegar na sabatina e afirmar que vai estudar determinados temas. A Constituição exige de ministro notório conhecimento jurídico.” Demóstenes reforçou o discurso. “A rejeição não é pelo fato de ser amiga da presidente. De alguma forma tem que ter proximidade, mas ela não deu conta de ser sabatinada.”A reportagem não localizou Weber ontem.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

14/12/2011

 às 6:51

Sérgio Cabral, um democrata transparente, quer limitar acesso de deputados a dados do governo

Por Italo Nogueira, na Folha:
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para tentar restringir o acesso de deputados a informações sobre a administração estadual. Por meio de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), ele pretende modificar o artigo da Constituição estadual que obriga o governo a responder requerimentos de informação feitos por “qualquer deputado”.

Cabral pretende limitar as solicitações às comissões da Assembleia Legislativa, controladas por sua base aliada. Na ação, proposta na semana passada, Cabral diz que alguns deputados “têm insistido em requerer informações a diversos órgãos e autoridades estaduais, maculando não só a harmonia institucional, mas criando embaraços à rotina administrativa”. A ação de Cabral ocorre duas semanas depois de o governo sancionar a Lei de Acesso a Informação, que autoriza a qualquer cidadão pedir dados da administração sem qualquer justificativa. Cabral alega ser inconstitucional permitir a qualquer deputado formular os requerimentos. No Congresso, qualquer parlamentar pode formular o requerimento. O mesmo ocorre em São Paulo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 22:39

Pimentel não tem obrigação de ir ao Congresso, diz Dilma

Por Felipe Bächtold, na Folha. Na madrugada, volto ao assunto:
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) não tem obrigação de ir ao Congresso falar sobre seus ganhos como consultor antes de entrar no governo. A base governista derrubou hoje convite para que ele falasse ao Senado sobre suspeitas de tráfico de influência. Entre 2009 e 2010, o ministro foi sócio da empresa P-21 Consultoria e Projetos. “O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações ao Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele”, disse Dilma.

Ela acrescentou: “Se ele achar que deve ir, ele pode ir. Se ele achar que não deve ir, ele não vai”. Para a presidente, o ministro só é “obrigado” a se manifestar no Legislativo sobre “assuntos do governo”. Dilma está em Porto Alegre, onde entregou máquinas para prefeituras e anunciou uma ponte que ligará a cidade à parte sul do Estado. Questionada sobre quem será indicado para ministro do Trabalho, cargo que era ocupado por Carlos Lupi, ela pediu que os jornalistas aguardassem e ficassem “calmos”.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 22:32

Serra prega aliança contra o PT em 2012

Na VEJA Online:
O ex-governador  de São Paulo José Serra (PSDB-SP), defendeu uma aliança do seu partido com “aliados frequentes” para enfrentar o PT na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2012. O tucano referia-se ao grupo do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), que já manifestou reiteradas vezes sua disposição em buscar aliança com os tucanos. Serra participou da inauguração de uma sala na liderança tucana da Câmara que recebeu o nome de Artur da Távola, em homenagem ao senador Paulo Alberto Monteiro de Barros, falecido em 2008.

“Em São Paulo haverá dois lados na eleição: o nosso lado e o do PT. O Lula disse, antes de ficar doente, que o PT deveria trabalhar, unir os diferentes para enfrentar os antagônicos. Não sou habitualmente seguidor do pensamento do Lula, mas, nesse caso, eu sou. Nós temos que ter uma aliança em São Paulo porque essa eleição vai ter dois lados, não vai ter três”, disse Serra.

Na segunda-feira, o prefeito Gilberto Kassab disse no Rio de Janeiro que seria “uma honra” apoiar José Serra na corrida pela prefeitura de São Paulo. “A cidade de São Paulo ganharia (com Serra como prefeito). É uma das pessoas mais qualificadas que o país tem. E São Paulo ter a oportunidade de ser mais uma vez governada por José Serra é um prestígio que poucas cidades têm”, disse.

Fernando Pimentel
O tucano comentou ainda a situação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que tem sido questionado por causa de sua atividade como consultor entre 2009 e 2010. Serra afirmou que é preciso dar a Pimentel o mesmo tratamento oferecido a Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil após suspeitas de tráfico de influência por meio de consultorias enquanto estava fora do governo.

“Não se pode ter dois pesos e duas medidas. O caso do Pimentel é semelhante ao do Palocci. É uma questão de coerência. É como se houvesse ministro de primeira e de segunda classe, ministro acima do bem e do mal e outros que são passíveis de toda sorte de investigação. Para mim, essa história da faxina é um mito”, afirmou o tucano.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 21:54

A QUADRILHA EM DOIS TEMPOS: À MARGEM DO ESTADO E DENTRO DELE

Só um recadinho aos tolos: se e quando eu quiser, comento atos praticados por criminosos que, em países com uma Polícia Federal e um Judiciário um pouquinho mais ágeis, já estariam curtindo uma temporada na cadeia. Não costumo dar bola para o subjornalismo pendurado nas tetas do governo federal e das estatais. Conheço bem os métodos da canalha. Tirem deles o dinheiro oficial para ver se conseguem se sustentar…

Essa escória é um tipo relativamente novo, que surge junto com a chegada do petismo ao poder. De modo mais agressivo e organizado, passou a atuar depois do mensalão. Inventou-se a tese do “golpe da mídia”. Era a senha para justificar a formação de um eixo criminoso, composto por ex-jornalistas convertidos em lobistas, negociantes e esbirros de políticos enrolados com a Justiça. O dinheiro que os sustenta, reitero, é público.

Quem viu a imprensa séria dar bola para o Dossiê Cayman, uma fraude fabulosa, viu coisa pior do que isso que está em curso agora. Com a Inernet ainda nos seus primórdios, a calúnia se espalhava mais lentamente. Também naquele caso, o material criminoso estava recheado de supostos “documentos”. Essa gente conta com a militância dos bucéfalos, como sempre, e com a ignorância dos crédulos.

Qual é o jogo da canalha? Amontoar uma batelada de acusações sem fundamento e depois sair cacarejando: “Por que não responde? Por que não responde?” Quem cai na sua conversa acaba refém de seus métodos. É como se Marcola ou Fernandinho Beira-Mar resolvessem fazer um dossiê contra as ações da polícia.

ATENÇÃO!
- AS PRIVATIZAÇÕES FORAM VIRADAS DO AVESSO, INCLUSIVE PELOS PETISTAS!
- SE HAVIA IRREGULARIDADES, POR QUE O SENHOR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA NÃO ACIONOU A POLÍCIA FEDERAL? POR QUE NÃO TORNOU PÚBLICAS AS SUPOSTAS FRAUDES?
- SE HAVIA, COMO DIZEM, EVIDÊNCIAS CONTRA TUCANOS, POR QUE NÃO AS TROUXERAM A PÚBLICO OFICIALMENTE?

A resposta é simples: porque não havia nada!

Não por acaso, as campanhas eleitorais do PT nunca se concentraram nas supostas fraudes. Preferiram o embate ideológico. As estatais, passaram a dizer, foram vendidas “a preço de banana”, outra estupidez. Segundo o TCU, “preço de banana” era o das concessões de aeroportos definidos pelos petistas. Foi necessário elevar o preço mínimo, em um dos casos, em quase MIL POR CENTO!!!

Sai, canalha!
Essa gente acha que caio no truque. Há vagabundos que, num comentário, falam a linguagem de sempre dos jumentos. No seguinte, com o mesmo IP, chegam mansinhos: “Pô, Rei, você deveria comentar tal coisa; afinal, os petralhas estão…” Vão pastar!

Acompanhei no detalhe o massacre a que foi submetido o então secretário-geral da Presidência do governo FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira. No caso, os petistas ainda estavam na oposição e contavam com o auxílio da facção petista do Ministério Público. Passados alguns anos, constatou-se que não havia uma só prova contra ele, um só indício, nada! Tudo era apenas parte de um projeto de poder. Tratava-se apenas de uma “conspiração dos éticos”, como aqueles que estão na capa da VEJA desta semana, tramando, por telefone, recibos falsos para incriminar inocentes. A canalha petralha chamaria àquilo tudo “prova”.

Se e quando quiser, falo do que eu quiser, ficou claro? Eu não preciso recorrer ao mundo do crime para “bombar” o meu blog. Os meus leitores decentes me bastam. Os indecentes que passam por aqui o fazem porque querem e contra a minha vontade. E o favor que sempre podem me fazer é ficar longe. Falta de chute no traseiro é que não é. Houvesse um mata-burros eletrônico, eu o adotaria.

Havendo algum leitor eventualmente desconfiado, que não tem muita certeza se aquela gente é criminosa ou não, se está a serviço do poder de turno ou não, uma dica prática: vejam quem lhes paga o salário, verifiquem se conseguiriam manter suas revistinhas ridículas e seus blogs e sites bisonhos SEM O DINHEIRO DAS ESTATAIS. Se a resposta for “não”, vocês terão chegado a uma conclusão.
- já houve a escuta que resultou nas acusações fantasiosas sobre as privatizações;
- já houve o Dossiê Cayman;
- já houve o falso dossiê contra Eduardo Jorge;
- já houve o caso dos aloprados:
- já houve o dossiê contra FHC e Ruth Cardoso (calculem!), feito na Casa Civil;
- já houve o arapongagem da pré-campanha de 2010 por aquela turma chefiada, então, pelo “consultor” Fernando Pimentel;
- já houve a invasão do sigilo fiscal de tucanos e de familiares do candidato do PSDB à Presidência;
- há agora a retomada das acusações sobre as privatizações, tão falsas e estúpidas quanto aquelas feitas há mais de 10 anos.

Antes, tratava-se de uma quadrilha que operava à margem do estado. Hoje, trata-se de uma quadrilha que se aproveita das benesses do estado. Quando FHC estava no poder, o governo se esforçava para vencer a oposição. Os lugares se inverteram, e o PT se organiza para eliminar a oposição. Não por acaso, há eleições no ano que vem.

Nomes de quadrilheiros e das obras saídas de suas entranhas continuam vetados. Se e quando eu decidir citá-los, então cito. Quanto à imprensa, é bom lembrar que, não faz tempo, uma súcia tentou meter jornalistas na cadeia simplesmente porque faziam o seu trabalho.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 20:38

Há petistas sempre ocupados em duas coisas: em castigar inocentes por crimes que não cometeram e em praticar os próprios crimes

O esforço organizado de petistas e seus asseclas e esbirros é um só: criminalizar inocentes e inocentar criminosos. Ainda agora, como sabem, a rede suja está organizada na Internet para dar curso a uma das maiores canalhices de que se tem notícia no submundo da política. Pois bem

Reportagem de capa da VEJA desta semana flagra petistas forjando recibos falsos para imputar a inocentes crimes que não cometeram. Padre Vieira, no Sermão do Bom Ladrão, criticava larápios que estavam sempre ocupados em duas coisas: em castigar crimes e em cometê-los. Não imaginava que surgiria um tipo novo: petistas. Muitos deles estão ocupados em duas coisas: em inventar crimes inexistentes para castigar inocentes e, claro!, em cometê-los. Leiam o que vai na VEJA Online:

PSDB e DEM pedem punição de petista por “Lista de Furnas”

Por Gabriel Castro:
PSDB e DEM pediram nesta terça-feira à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG). A edição desta semana de VEJA mosta como o parlamentar, em conluio com o colega Agostinho Valente (hoje sem mandato), encomendou a Lista de Furnas - um documento forjado em 2006 para ligar oposicionistas a um inexistente esquema de desvios na estatal no governo Fernando Henrique. O objetivo era fragilizar parlamentares oposicionistas durante a crise decorrente do escândalo do Mensalão e influenciar o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.

“Quem tem maioria não pode tudo não. A minoria tem direitos, vai exercê-los e fatos ilegais serão coibidos por nós à altura”, diz o presidente do DEM, José Agripino Maia. O partido também deve entregar uma representação por quebra de decoro contra o deputado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Diálogos
VEJA teve acesso a conversas gravadas pela Polícia Federal (PF) com autorização judicial, no primeiro semestre de 2006. Elas evidenciam que o estelionatário Nilton Monteiro - preso em outubro deste ano por forjar notas promissórias - agiu sob os auspícios dos deputados Rogério Correia e Agostinho Valente (hoje no PDT) com o objetivo de fabricar a lista. Há diálogos seguidos entre Monteiro e Simeão de Oliveira, braço direito de Rogério Correia.

Os dois discutem os padrões das assinaturas de figuras importantes da oposição naquele momento, como o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia, do DEM, e o então líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio. Em troca das falsificações, Monteiro, além de receber pagamento diretos, exigia a liberação de recursos em bancos públicos. É o que demonstram as gravações.

A Lista de Furnas era uma espécie de planilha com valores supostamente repassados a campanhas eleitorais de parlamentares e governantes de oposição durante o pleito de 2002. O Caixa 2 seria comandado por Dimas Toledo, então comandante da estatal.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 19:38

Deputado pede que PGR encaminhe ao STJ pedido de prisão de Agnelo

Do Portal G1:
O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) protocolou nesta terça-feira (13) um pedido de prisão do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do irmão dele Ailton Carvalho de Queiroz na Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento, que também foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), lista uma série de denúncias contra o governador do DF, como o suposto enriquecimento ilícito de irmãos de Agnelo.

Em nota, o GDF afirmou que o pedido “trata-se de oportunismo da oposição vindo de um partido que, este sim, esteve envolvido em um dos maiores escândalos políticos ocorrido recentemente no Distrito Federal, desvendados pela operação Caixa de Pandora.” O pedido será analisado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que vai decidir se encaminha a denúncia para o STJ.

De acordo com o deputado federal, a suposta tentativa de suborno do policial João Dias na semana passada justifica a prisão cautelar de Agnelo. Dias foi o autor das denúncias que levaram à saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte.

Na quinta (7) ele foi preso após se envolver em uma confusão na sede do governo do DF, acusado de agredir um policial e duas servidoras públicas. Dias afirmou que foi ao Buriti devolver R$ 200 mil que teriam sido levados em sua casa na noite anterior por um “emissário do governo”.

A prisão do irmão de Agnelo seria justificada pela suposta ameaça a um jornalista. “A ameaça desferida ao repórter Claudio Dantas Sequeira evidencia que Ailton Carvalho de Queiroz demonstra ser pessoa perigosa, cuja prática sugere tendência em obstar a instrução criminal, a aplicação da lei penal e possivelmente praticar crime de coação no curso do processo”, diz o deputado no documento.

No sábado, Agnelo jpa havia saído em defesa do irmão. “Passou dos limites o que o crime organizado no Distrito Federal está fazendo. São ataques bárbaros à minha pessoa, agora à minha família. Só faltam me abater fisicamente. Vou processar o meio de comunicação que se presta a uma patifaria dessas, inclusive seu escriba. Vou tomar todas as medidas legais”, disse o governador.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 19:04

Os números da violência e a farsa da campanha do desarmamento

Escrevo este post em homenagem a todos aqueles que, enfrentando as correntes da mistificação politicamente correta e de cretinismos ideológicos, fazem a coisa certa, ainda que, olhem que estupendo!, sejam criticados por isso. Escrevo este post, em suma, em homenagem àqueles que preferiram salvar vidas a aderir ao proselitismo fácil que toma conta do debate sobre segurança pública.

Divulgaram-se ontem dados do Ministério da Saúde, segundo os quais morreram 35.233 pessoas vítimas de armas de fogo em 2010, o que corresponde a 70,5% dos 49.932 homicídios do país. Luiz Paulo Barreto, secretário-executivo do Ministério da Justiça, afirmou ao jornal O Globo: “Houve uma redução de 11% no número de homicídios entre 2004 e 2010. Conseguimos quebrar a linha ascendente, mas, para mudar essa realidade, para reduzir os números, é preciso reforçar a Campanha de Desarmamento para a sociedade civil, aumentar a fiscalização nas ruas e o policiamento nas fronteiras.” Lia-se ainda:
“Segundo dados do Ministério da Justiça, entre 2004 e 2010, a Campanha do Desarmamento, criada a partir do Estatuto do Desarmamento, recolheu, em todo o país, quase 1 milhão de armas. Este ano, em sete meses, foram entregues 35 mil armas. O Brasil tem pouco mais de 2.860 postos de recolhimento. ‘Ter aumentado a capilaridade do programa, ter feito com que as indenizações, entre R$ 100 e R$ 300, fossem pagas em 24 horas, além de termos permitido que as entregas fossem anônimas foram medidas importantes. O anonimato fez com que 91 fuzis fossem entregues este ano’, conta Barreto.”

Voltei
Sim, há escolhas na fala de Barreto que são de natureza ideológica e, entendo, perniciosas, perigosas mesmo. Mas deixo isso para o fim. No momento, quero lidar apenas com números. Há várias bases de dados sobre segurança pública. Vou escolher uma que o governo que o sr. Barreto representa considera certamente confiável: O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2011 (com dados até 2010), editado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O doutor aponta uma queda de 11% no número de homicídios no Brasil e acha que isso se deve, principalmente, à campanha do desarmamento… É mesmo? E fala das armas recolhidas no período. Os números indicam que ele poderia escolher outra coincidência qualquer. As chuvas por exemplo. Ou o consumo de carboidratos… Atenção para a tabela que segue, extraída do anuário. Refere-se ao que chamam “Crimes violentos Letais Intencionais” (homicídio doloso, latrocínio e crime seguido de morte). Comparem-se dados de 2006 com os 2010! Atenção! Houve um aumento de ocorrências por 100 mil habitantes em 14 estados, a saber:

Crimes Violentos. Letais Intencionais - por 100 mil habitantes
Estado20062010
CE21,828,2
DF25,226,9
MT2931,3
PB22,838,8
PR26,3*32,9
RO32,937,3
SE28,838,2
TO16,919
AL54,570
AC24,528,9
AM21,123,9
BA27,433,8
PA34,436,6
RN26,530,1

*Dado de 2007

No período, reduções importantes no número de ocorrências se deram em São Paulo, onde os mortos por 100 mil passaram de 15,4 para 11,1 (hoje, menos de 10); em Pernambuco, de estratosféricos 52,6 para 38,1, e no Rio, de 38 para 28,8 — ainda quase o triplo de São Paulo.

O doutor Barreto deveria nos explicar por que, em 14 unidades da federação, o tal desarmamento não provocou a redução de homicídios. Deveria também deixar claro que a queda de 11% no número de homicídios entre 2004 e 2010 se deve, basicamente, a São Paulo e Rio. Nos dois casos, há uma política de enfrentamento da violência — diferentes, sim, entre si, mas que NÃO ESTÃO CETRADAS NA FRAUDE PUBLICITÁRIA DO TAL DESARMAMENTO.

O caso mais virtuoso, internacionalmente reconhecido, é São Paulo. Em 2002, o estado tinha 38 mortos por 100 mil habitantes. Hoje, esse número é inferior a 10, uma redução de mais de 73%. Por causa da campanha do desarmamento? Isso é de um ridículo atroz! NÃO! POR CAUSA DA EFICIÊNCIA DA POLÍCIA E PORQUE, EM SÃO PAULO, ESCOLHEU-SE PRENDER BANDIDO. O Rio, por exemplo, pode botar uma UPP em cada favela — o que não acontecerá — e não atingirá a marca paulista se a bandidagem continuar solta (a menos que ela migre para estados vizinhos). Houve, sim, no estado, uma redução importante porque houve um aumento do policiamento, mas o número ainda é escandaloso.

Há casos que são espantosos. Segundo o Mapa da Violência, em 2002, a Bahia, por exemplo, tinha 13 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2007, já havia chegado a 25,7. Em 2010, foram 33,8.

Fim dos mitos
Os números sobre a violência no Brasil servem justamente para desmistificar essa cascata cretina sobre a campanha do desarmamento. Eu também acho que o desejável é não ter armas. Mas fundamental é que os bandidos, que não costumam entregar seus “instrumentos de trabalho” para o estado, não as tenham. O que é preciso, como se faz em São Paulo, é que os usuários desses objetos estejam em cana e que a polícia atue com eficiência.

As pessoas que, de boa-fé, entregam as armas que têm ao estado certamente não estavam pensando em usá-las para impor a sua vontade aos outros. Os que têm esse objetivo não cedem ao apelo do Ministério da Justiça. Atribuir, ainda que de maneira oblíqua, a redução discreta do número de homicídios às campanhas do desarmamento corresponde a pegar carona em feitos alheios e a deixar de reconhecer o método que realmente funciona: polícia reprimindo crime e bandido na cadeia.

Há uma média de 50 mil homicídios por ano no Brasil. Em números absolutos, é o país em que mais se mata (ao menos entre os que têm estatísticas mais ou menos confiáveis); está certamente no alto da tabela em números relativos. É uma carnificina! Não obstante, somos obrigados a ouvir essa conversinha mole de desarmamento e o ataque sistemático, às vezes acompanhado de uma verdadeira conspirata, contra aqueles que fazem um bom trabalho na área.

O outro mito que foi por água abaixo é aquele que procura relacionar violência com pobreza ou estagnação da economia. O índice de homicídios explodiu no Nordeste, por exemplo, região que mais cresceu nos últimos anos. O fato de toda área violenta ser pobre não implica que toda área pobre seja violenta. Só é quando essa pobreza condiciona a omissão do poder público e a impunidade. O que desestimula a ação de bandido é o policiamento preventivo eficiente e o temor que o vagabundo tem de ser pego. Sem isso, se ele não tiver um revólver, esmaga a cabeça de sua vítima, se preciso, com uma bíblia. A síntese da tese do Ministério da Justiça poderia ser essa: desarmando cidadãos de bem, a violência cai!

Anotem aí: enquanto o Ministério da Justiça estiver preso a essa ladainha que só reproduz a voz de algumas ONGs do miolo mole — algumas são parceiras objetivas do crime —, o Brasil continuará a matar 50 mil pessoas por ano, mais do que qualquer guerra. Ocorre que esse discurso é confortável. Com ele, José Eduardo Cardozo só precisa gastar alguns milhõezinhos com agências de publicidade.

E, finalmente, um conselho aos petistas: em nome da segurança dos brasileiros, busquem aprender com a Polícia de São Paulo em vez de se meter em conspiratas para difamá-la.


Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 17:25

Daqui a pouco, as teses politicamente corretas que matam…

… e a sistemática negativa dos supostos “progressistas” em reconhecer o mérito das pessoas que salvam vidas no Brasil.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 16:48

O corajoso Pimentel diz que depõe no Congresso se convocado. Ocorre que a tropa de choque não permite a convocação…

Fernando Pimentel, o ministro consultor, apareceu na TV há dois dias afirmando que, se for convocado, vai, sim, prestar esclarecimentos ao Congresso. Homem de fibra e coragem! Os mais perspicazes prestaram atenção à Oração Subordinada Adverbial Condicional: “Se for convocado”… Para tanto, é preciso passar pela tropa de choque do governo. Quando Dilma quer a cabeça de um ministro, o governo faz corpo mole, e o vivente acaba dando o seu depoimento. Aconteceu com Carlos Lupi e Orlando Silva, por exemplo. Se o sujeito se estoura, melhor. Caso se dê bem, fazer o quê? No caso de Pimentel, antigo aluno da Escolinha de Marxismo da Professora Dilma,  a Soberana não quer correr riscos. Pimentel, claro!, vai ao Congresso SE convocado. Mas não será. Leiam o que informa Luciana Marques, na VEJA Online:

Depois de uma manobra governista, a Comissão de Meio Ambiente do Senado rejeitou, nesta terça-feira, convite para que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, prestasse esclarecimentos sobre sua empresa de consultoria. Foram oito votos contra o depoimento e cinco a favor. O requerimento foi assinado pelo líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR).

O Planalto mandou um recado nesta segunda-feira aos governistas para que barrassem qualquer tentativa da oposição de aprovar pedido de depoimento de Pimentel no Congresso Nacional. Para a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro já deu explicações “satisfatórias” sobre o caso.

“Temos, em primeiro lugar, o apoio da presidente”, disse Ideli. “A impressão que temos é que as explicações têm sido satisfatórias, não havendo necessidade de levar o assunto ao Congresso”. Pairam sobre Pimentel suspeitas de tráfico de influência após a revelação de que o ministro faturou pelo menos 2 milhões de reais com sua empresa de consultoria, a P-21, entre 2009 e 2010.

Por Reinaldo Azevedo

13/12/2011

 às 16:32

Tucanos de alta plumagem chamam Pimentel de “amigo”; PT devolve a gentileza chamando PSDB de “nau sem rumo” e sugerindo que partido é a fonte de todo mal

O PSDB se uniu menos nas críticas a Fernando Pimentel do que a outros ministros do governo Dilma enrolados em histórias sem explicação — não, ao menos, no mundo do decoro. A razão é simples e foi explicitada pelo governador de Minas, o tucano Antonio Anastasia, e por seu antecessor, senador Aécio Neves. O primeiro afirmou que Pimentel “é amigo, além de ser mineiro”. O segundo disse que seu partido tem de dar “crédito” ao ministro. Faz sentido. Em Belo Horizonte, eles se aliaram na disputa pela prefeitura. Seria a “política pós-Lula”. “Pós-Lula” por quê? Ele está aí firme e forte. E espero, de verdade, que se cure plenamente.

O PT demonstra, agora, que consegue ser grato. A Executiva Nacional do partido chegou a um consenso e redigiu uma “resolução” recheada de mistificações e cretinismos sobre a crise internacional, o neoliberalismo, aquela conversa de sempre. A íntegra está aqui.

No que diz respeito ao PSDB, escrevem os petistas o que segue em vermelho. Comento cada parágrafo:
Ao reconhecer que “é mais fácil falar do futuro do Euro do que o do PSDB”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu a profunda crise programática do neoliberalismo brasileiro. Descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do país. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à soberania nacional.
Num documento recheado de boçalidades, esse parágrafo talvez chegue ao ponto máximo. Os tucanos nunca foram nem são neoliberais. O Brasil só não sente os piores efeitos da crise, qualquer pessoa razoável sabe disto, em razão de medidas adotadas durante o governo FHC. Lula, o próprio, sugeriu que os EUA deveriam fazer um “Proer”, referindo-se ao programa de reestruturação de bancos implementado aqui e que foi combatido pelos petistas quando na oposição. O Brasil só entrou com força na economia da informação por causa das privatizações, que eles combateram também. Não houve uma só medida adotada, que hoje colabora com a relativa estabilidade da economia, que não tenha despertado a sua reação mais feroz. A verdade é outra: se Lula tivesse vencido em 1989, 1994 ou 1998, aí sim o Brasil estaria ferrado. Numa entrevista, ele chegou a reconhecer que não estava preparado…

Isto não significa que devamos subestimar a oposição, que conta com forte apoio na mídia e no Congresso, em setores do grande empresariado, dirige governos importantes e, mesmo sendo minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas. Sua ação, no entanto, hoje se desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional.
Lá vem o tal apoio da “mídia”, uma ladainha mentirosa que só serve para que eles defendam seus criminosos. Os leitores e eleitores de São Paulo sabem como a tal “mídia” se comporta em relação ao PT. Fernando Haddad, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, aparece no Datafolha com, no máximo, 4% das intenções de voto. Já há textos flertando abertamente com a sua vitória no primeiro turno. Pode acontecer? Pode! Tudo pode acontecer. Hoje, não há elementos pra isso. E daí?

Uma das maneiras de enfrentar a direita é contribuir para aprofundar os esforços que o governo Dilma vem fazendo para aperfeiçoar a democracia. São significativos os avanços com a sanção da Lei do Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade, cujas investigações poderão apoiar a busca por justiça a que têm direito as famílias das vítimas da repressão.
Direita? Que direita? Desde quando o PSDB é um partido “de direita”? Quem dera fosse… O parágrafo é especialmente safado porque pretende, de modo oblíquo, ligar seus principais adversários  à ditadura. O processo de indenizações às vítimas (e, sobretudo, às supostas vítimas) do regime militar se deu no governo tucano. O relator da lei que institui a Comissão da Verdade foi um senador do PSDB.  FHC é que foi cassado pelos militares, não Lula.

Há na oposição quem acredite que pode ser poupado da máquina de moer reputações mobilizada pelo PT. Então tá! Como resta evidente, os “companheiros” não têm nenhum receio de apelar ao crime e a criminosos para fazer valer a sua vontade e a sua versão.

O PT lidera um governo que foi obrigado a demitir seis ministros em razão de lambança com dinheiro público — há mais dois merecendo a distinção… Não obstante, emite uma resolução em que se coloca como a grande âncora moral do processo político. Enquanto isso, uma variante do crime organizado no subjornalismo e na Internet, com o patrocínio de estatais, faz a festa no chiqueiro.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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