Ao dividir a secretaria da Agricultura, o governo gaúcho instalou o caos administrativo na área

Publicado em 15/01/2012 06:51 e atualizado em 10/09/2013 17:08
por Polibio Braga (RS)

Ao dividir a secretaria da Agricultura, o governo gaúcho instalou o caos administrativo na área

Como previa o editor quando o novo governo do PT desmembrou a secretaria da Agricultura, bateriam de frente, como começaram a bater, os secretários Mainardi (Agricultura) e Ivar Pavan (nova secretaria do Desenvolvimento Agrário, inflada com a Emater).

. O governo estadual brinca com fogo, porque a agropecuária tem sido o sustentáculo da economia do RS. Ela responde por 45% do chamado agribusiness, que é o conjunto das atividades de produção agropecuária e mais os totais das produções industriais, comerciais e de serviços ligados a elas. 

. Neste atual evento de desastre climático, o governo vem trabalhando de modo errático e desqualificado, sem qualquer ordem de comando e portanto de articulação. 

. E o problema não é apenas de desordem derivada da separação.

. O problema é que os dois secretários sustentam uma visão quixotesca do mais reducionismo viés marxista que ainda existe no mundo.

. A idéia de Tarso foi replicar o modelo federal, entregando a Mainardi a tarefa de trabalhar com os grandes agropecuaristas e passando a Pavan o atendimento de pequenos agricultores, trabalhadores rurais e movimentos sociais do setor primário, com ênfase para o MST. 

. Quando ocorrem problemas graves e abrangentes como é o caso da estiagem, que atingem indistintamente todos os agentes que trabalham na agropecuária, as duas secretarias acabam tratando do mesmo assunto. Como não se comunicam, os conflitos são inevitáveis. 

-  No governo federal, Lula e Dilma tiveram o bom senso de entregar a Agricultura para quadros experimentados do PMDB e o MDA para o PT, além de definir melhor o exato papel de cada protagonista e mantendo a maior relevância do ministério da Agricultura, tornando irrelevante a posição do MDA. Isto não eliminou totalmente as áreas de conflito.

Sujeito maneiro, chapéu panamá, bronzeado, Tarso volta de Cuba para governar de novo o RS 

Nesta sexta-feira, 1h25m, o governador Tarso Genro voltou das suas idílicas férias familiares em Cuba, que duraram 11 dias, prometendo viajar ao interior gaúcho neste sábado para vistoriar a seca. O ministro da Agricultura, Mendes Filho, prometeu acompanhá-lo.

. 239 municípios decretaram estado de calamidade pública.

. Durante a ausência de Tarso, criticada severamente pela oposição, o governo por pouco não ficou acéfalo, porque o vice-governador Beto Grill resolveu ir ao Uruguai para assinar um acordo que poderá levar a uma joint venture entre catadores de lixo de Montevidéu e de Porto Alegre. Em seu lugar, assumiu o presidente da Assembléia, Adão Villaverde.

. O governador desprezou as críticas, considerando-as parte do jogo democrático.

Esta proposta de R$ 5 bi promete resolver para sempre  o problema da estiagem no RS

A proposta mais conseqüente sobre estes recorrentes problemas de estiagem no RS não é de governo algum, mas do deputado Luiz Carlos Heinze, do PP. Ele quer entregá-la completa, sábado, em Jóia, para o governador e para os ministros que vierem ao RS (está prevista a chegada dos ministros Mendes Filho, Gleise Hofmann e Fernando Bezerra).

. Tudo o que anunciaram os governos federal e estadual foram medidas tópicas. Os valores envolvidos são ridiculamente baixos e  enganam apenas a torcida ? é uma coisa demagógica. 

. O deputado propõe um programa permanente de combate à estiagem, para a irrigação de um milhão de hectares nos 220 municípios sistematicamente atingidos pela seca e que decretaram emergência, com um custo aproximado de R$5 bilhões, que podem ser financiados diretamente aos milhares de produtores rurais, envolvendo pouco dinheiro público como contrapartida.  

- O valor da proposta de Luiz Carlos Heinze contrasta com os R$10 bilhões, anunciados no jornal Folha de São Paulo, para fazer 200 mil hectares, com recursos públicos e privados, para meia dúzia de mega empresas, como Pepsico, Cutrale, JBS, entre outras.

Senadora gaúcha quer discutir ampliação do seguro rural na Expodireto

A senadora Ana Amélia Lemos, PP, disse nesta sexta-feira ao editor que levará a Comissão de Agricultura do Senado até a Expodireto, Não-Me-Toque, RS, no dia 8 de março, para uma audiência pública sobre seguro agrícola.

O que é que a senhora quer, senadora ?
Do modo como está, o seguro é apenas um seguro de crédito.

Mas ele já é caro do jeito que é, o que quer dizer que ficará mais caro ainda se cobrir outros sinistros.
Eu estive com o vice do BB, Osmar Dias, do Paraná, e até discuti isto com ele. Por isto precisamos iniciar o desenho de soluções.  

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Fonte:
Blog Polibio Braga (RS)

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2 comentários

  • Celso de Almeida Gaudencio Londrina - PR

    Polibio Braga, desde os tempos de união estudantil se conhece o lado perverso dos que não comungam com a filosofia liberal e teimam usar de ideologias reacionárias.

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  • LEANDRO M GRANELLA GETÚLIO VARGAS - RS

    Temos de conjugar melhorias no Seguro Agrícola(Proagro tem de extinguir) e nova linha de crédito com prazo longo e juros menores para irrigaçao. Sai muito mais barato para o governo e soluciona a médio prazo o problema, basta vontate política dos governos

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