A pegada da anta: Uma digressão para falar de antas, agricultores e ambientalistas radicais

Publicado em 26/01/2012 05:40 e atualizado em 26/02/2020 18:00
por Ciro Siqueira, do blog codigoflorestal.com

Não, caro leitor, não é a da esquerda. A da esquerda é a minha mão servindo de parâmetro para se perceber o tamanho da pata da anta que pisou aí, ao lado da minhão mão.

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Essa foto foi tirada hoje cedo no exercício do meu trabalho. Me refiro ao meu trabalho remunerado, porque o blog é um hobby de horas que deveriam ser vagas.

Eu gosto do trabalho que faço. Ele mantém meus dois pés no chão, me deixa perto do mundo real. Vi hoje outras pegadas de outros bichos além dessa trilha de anta. Conversei com vários produtores rurais, agricultores. Dá gosto de ver a garra, o empenho e a entrega dos caras à lida.

Esse ano a chuva atrasou e encolheu a janela de plantio das duas principais culturas plantadas aqui. Os caras estão trabalhando como mouros. Vi um pai descer de um trator que arrastava uma plantadeira para conversar comigo por dez minutos e o filho subir no trator para não perder esses dez minutos. Estamos saindo de um ano bom e entrando num ano promissor. Os caras estão esfalfados e ainda têm quase todo o plantio pela frente, mas você enxerga a felicidade nas feições, o entusiamos na conversa. Dá gosto de ver nossos agricultores trabalhando. Sinto muito orgulho de fazer parte do povo que tem os agricultores que temos.

Essa proximidade com o campo e com a floresta me faculta uma perspectiva concreta das pessoas, de como as coisas funcionam, ou não funcionam, ou podem vir a funcionar. É o que me diferencia, por exemplo, dos ongueiros que têm como hábito frequentar festivais de cinema na Califórnia ou bons restaurantes em São Paulo. Boa parte da porralouquice dos Marina's boys tem no cerne o fato de que eles vivem muito longe do mundo onde as tolices que eles apregoam como boas sugestões de políticas públicas precisam ser aplicadas.

 

Onde fica o limite da ética no financiamento privado de ONGs ambientais?

Fiz o vídeo abaixo em homenagem à parceria das grandes ONGs de ½ ambiente, Imazon, TNC e ISA com o Fundo Vale. O Fundo foi uma forma da empresa transferir tranquilizante, na forma de dinheiro, para os detentores do condão de determinar o que é e o que não é "sustentável" na Amazônia. Recentemente mais uma das grandes ONGs, a Amigos da Terra, entrou para o grupo de ongs tranquilas assinando um convênio de quase um milhão de reais com o fundo como mostrei aqui no blog: Mais uma ONG para chamar de sua.

Também mostrei aqui no blog que o dono da ONG Amigos da Terra, o ambientalista italiano Roberto Smeraldi, disse a esse respeito que não recebe dinheiro de empresa. Releia: Dono de ONG diz que não endossa plantios de dendê e eucalipto da Vale na Amazônia. Está certo, ele recebe dinheiro do fundo da empresa. Não creio que nenhum dos donos das ONGs que vêm recebendo dinheiro do fundo vale ache que há qualquer concessão ética nessa atitude.

É óbvio que não há lei que proíba esse comportamento. Não é ilegal receber dinheiro de empresa, ou de fundos "socioambientais" de empresas para fazer seja lá o que for. Tem ONG recebendo dinheiro até do governo para fazer seja lá o que for, vide os casos que levaram a demissão do ex ministro do Esporte, Orlando Silva. Ilegal não é. Resta saber se é ético.

Há um certo pudor por parte das ONGs de fazer esse tipo de negócio. É por esse pudor que Smeraldi esconde o fato de receber dinheiro da empresa através do fundo dizendo que não recebe dinheiro de empresa nenhuma, mas sim de um fundo socioambiental. Se fosse uma transação plenamente ética, ele poderia simplesmente dizer que fez o convênio com a empresa para realizar um trabalho relevante para o meio ambiente dentro do escopo da ONG dele e da empresa e pronto. Mas não, ele negou ter recebido, ou ter a prática de receber dinheiro de empresa e isso é uma evidência de que se está caminhando, ora de um lado, ora de outra, no limite da ética.

Eu tenho a minha opinião que está colocada no primeiro parágrafo desse post. Há ONGs vendendo sustentabilidade ao custo de um termo de cooperação rechonchudo e há pessoas e empresas comprando sustentabilidade a esse mesmo preço sem alterar suas formas de produção e comportamento. Há casos ainda piores onde o próprio problema ambiental foi construído por filosofia barata e a solução, não tão barata, foi vendida pelo mesmo stakeeholder.

O biólogo, professor da Esalq, Ricardo Rodrigues, fez um trabalho aqui em Paragominas diagnosticando o grau de aderência entre várias propriedades rurais do município com o Código Florestal. Assisti a uma palestra do professor Rodrigues na sede do Sindicato Rural de Paragominas onde ele, emocionado, quase dava pulinhos de alegria ante a surpresa da constatação de que a maioria dos imóveis tinha um altíssimo grau de aderência com as exigência da lei. O estudo de Rodrigues considerou a Reserva Legal de 50%.

Ocorre que a Reserva Legal aqui, que foi 50% até 1996, hoje, de acordo com a Medida Provisória vigente, é 80%. As ONGs e os ambientalistas das ONGs e do governo inventaram essa Reserva Legal de 80% na Amazônia e sempre lutaram duramente para manter esse percentual como se o futuro do planeta dependesse disso.

Antes do Fundo Vale, do Sindicato Rual de Paragominas e do município de Paragominas assinarem os tais termos de cooperação com as tais ONGs, a Reserva Legal era, e tinha que ser, 80%, o grau de aderência dos imóveis com a lei era supostamente baixo e os produtores rurais eram combatidos como inveterados destruidores do meio ambiente. Produtores rurais eram perseguidos, muitos foram multaram e tiveram suas propriedades embargadas. Não se considerava a hipótese de permitir que o percentual fosse novamente reduzido para 50%.

Depois dos termos de cooperação a TNC montou um escritório dentro do Sindicato Rural de Paragominas e alguns ambientalistas, que ontem acusavam os fazendeiros de destruírem a Amazônia, hoje passam felizes reveillons em suas fazendas. Ninguém vê com estranheza que Ricardo Rodrigues tenha mensurado a aderência dos imóveis tendo como base uma Reserva Legal de 50%. O dinheiro dos termos de cooperação fez os ambientalistas jogarem para baixo do tapete da história a virulência com a qual defendiam a Reserva Legal de 80%.

Quando me formei doze anos atrás meu primeiro emprego foi projetar e implantar, usando recursos de bancos públicos, sistemas de intensificação de pecuária na Amazônia. Reparem bem: Há mais de dez anos eu usava financiamento público para transformar propriedades de pecuária extensiva, que sustentavam menos de uma unidade animal por hectare por ano (U.A./ha/ano), em propriedades mais intensivas capazes de sustentar mais de duas U.A./ha/ano.

Um belo dia a ONG Amigos da Terra, do Roberto Smeraldi, o Imazon e outras ONGs e outros ambientalistas construíram o sofisma de que os bancos públicos estavam financiando o desmatamento na Amazônia. Forçaram o Conselho Monetário Nacional a vincular o empréstimo público a exigências que nenhum produtor conseguia obter, inclusive os 80% de Reserva Legal. As ONGs fizeram o governo interromper o fluxo de recursos dos bancos públicos para produtores rurais na Amazônia, inclusive para intensificação de pecuária.

Agora a ONG do Roberto Smeraldi aceitou R$ 700 mil para incentivar a pecuária "sustentável" na Amazônia. Sabe o que é pecuária "sustentável"? É aquilo que eu e muitos outros técnicos de campo fazíamos 12 anos atrás e que as ONGs nos proibiram de fazer minguando nossa fonte de recursos. Não duvide se o relatório final do trabalho da ONG do Smeraldi, feito com o dinheiro do termo de cooperação, concluir que o governo deve retomar o financiamento público para intensificação de pecuária.

Aceitar dinheiro de empresa para ficar calado, mouco e/ou indiferente não é ilegal. Uma empresa e uma ONG podem perfeitamente entenderem-se nesses termos. É uma concessão moral que só diz respeito à empresa e à ONG. Mas acusar todo um setor de crime ambiental, denunciar esse setor, inclusive no exterior, criar-lhe problemas intransponíveis, moer sua imagem e depois mudar de ideia ao receber dinheiro desse mesmo setor é muito mais do que uma concessão ética, do que um desvio moral; é estelionato.

Será que as pesquisas de Ricardo Rodrigues teriam chegado às mesmas conclusões não fossem os temos de cooperação? Teria ele usado 50% de RL como parâmetro de análise? Será que a TNC levaria adiante os projetos de mapeamento de propriedades se tivesse que usar dinheiro de usas fontes habituais? Se fosse uma ONG, e não um bano de técnicos de campo, quem usava dinheiro público para intensificar pecuária na Amazônia há dez anos, teriam os financiamentos minguado?

É bom e saudável que cada um faça seu próprio julgamento.

 

Mais uma ONG para chamar de sua

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A Vale acaba de comprar mais uma ONG para endossar seus projetos no Pará. Depois de transferir recursos privados através do Fundo Vale, para o Imazon, a TNC, Imaflora e ISA, a Vale agora comprou também a ONG do Roberto Smeraldi, Amigos da Terra, franquia brasileira da ONG internacional Friends of the Earth. A ONG do Smeraldi custou R$ 700 mil.

Com o silêncio das grandes ONGs garantido a Vale vem dando gás em grandes projetos na Amazônia como o plantio de 150 mil hectares de eucalipto, uns 40 mil de dendê, uma termoelétrica em Barcarena, uma das maiores siderúrgicas do mundo em Marabá e as ampliações de praxe.

Os gringos chamam isso de greenwashing. É uma prática comum nos EUA onde grandes empresas começam a financiar ONGs forçando-as veladamente ao silêncio. Se a ONG critica a empresa, perde o recurso. É uma forma mais barata de se tornar "sustentável" uma vez que alterar processos produtivos pode ser muito mais oneroso.

O pioneiro nessa estratégia aqui no Brasil foi o Roberto Klabin. Dono de um imenso latifúndio de pecuária extensiva no pantanal e de uma grande papeleira no sul do país com uma imensa área de Mata Atlântica desmatada para o plantio de eucalipto, Klabin criou uma ONG, a Fundação SOS Mata Atlântica. Grandes empresas como a Natura, Cikel e o próprio grupo Amaggi, fundado pelo Senador Blairo Maggi seguiram rapidamente os passos do Klabin. 

Esse aí é o nosso fundamentalismo: valente contra o produtor rural e mansinho com grandes empresas.

Em tempo, tô pensando em criar uma ONG chamada Não Vale só para bater na Vale. Quem sabe a Mirela, presidente do Fundo Vale pára de perseguir esse humilde e insignificante bloggueiro e abre as burras do Fundo Vale pra mim. O que é que vocês acham? É ou não é uma boa ideia?

 

Perceba a falta de caráter do fundamentalismo ambiental

O fundamentalista ambiental Kenzo Jucá, que assessora em Brasília a campanha anti-agricultura de Marina Silva e seus Marina's boys, comemorou hoje no Twitter a criação dos condomínios de Reserva Legal no estado do Pará. Veja:

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O xiita se refere ao decreto assinado ontem aqui, em Paragominas, pelo governador de Belém, Simão Jatene. Jatene oficializou os Condomínios de Reserva Legal através dos quais um proprietário de imóvel rural que tenha sobra de Reserva Legal pode alugar essa sobra para outro produtor que não tenha Reserva Legal suficiente. Já há pelo menos um contrato desse tipo aqui na cidade feito entre uma integradora de grãos e um madeireiro, duas das categorias mais perseguidas pelos radicais de Mariana Silva hoje elogiados por Kenzo Jucá.

Fundamentalista de meio ambiente não tem caráter. Veja por exemplo essa minuta de decreto:

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É o draft de um decreto que cria as Cotas de Reserva Florestal que não mais são do que os Condomínios de Reserva Legal festejados pelo xiita das pteridófitas, Kenzo Jucá. Repare na data: 24 de fevereiro de 2006.

A turma de radicais do Kenzo está sentada em cima desse decreto há mais de seis anos. Nunca moveram uma palha para tirá-lo da gaveta onde ele jaz. Marina Silva, a quem Kenzo assessora, ocupou o Ministério do Meio Ambiente por cinco anos ao longo dos quais esse decreto empoeirou numa das gavetas de um dos xiitas da Dona Marina.

Ontem, o Governador de Belém, Simão Jatene, fez o que o bando de radicais sempre se recusou a fazer. Agora vem o Kenzo festejar a atitude de Jatene. É, ou não é, falta de caráter?

E é ainda pior. Como mostrei no post anterior (Código Florestal: É preciso burlar para proteger o meio ambiente), o decreto do governador de Belém é ilegal. Os Condomínios de Reserva Legal, elogiados pelo jihadista do santo cogumelo, Kenzo Jucá, consideram a Reserva Legal no Pará como 50% do imóvel mesmo antes da ratificação do Conama do Zoneamento do Estado e isso é ilegal. Até que o Conama autorize e a presidente reduza a RL no Pará para 50%, tornando possível os elogiados condomínios de RL, a reserva legal aqui é 80%.

A turma de fundamentalistas do Conama está sentada em cima do Zoneamento do Pará desde 2007, assim como ficou sentada em cima do decreto das cotas até hoje. Os elogiados condomínios de RL, a possibilidade de se cumprir o Código Florestal, só viraram realidade no Pará porque o estado decidiu peitar o bando de fundamentalistas de meio ambiente do qual o próprio Kenzo Jucá faz parte. 

Acorda, povo brasileiro. Avançar pragmaticamente nas questões ambientais depende de se desmascarar esse bando. Eles ainda vão nos elogiar no Twitter.

 

Fórum Social: ONGs pegam carona em manifestação e fabricam notícia falsa

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Código Florestal sem soutiens: Militantes feminitas que o Mantovani jura que protestam contra o  Código Florestal. Foto: Agência Brasil

A Agência Brasil noticiou hoje a passeata de abertura do Fórum Social Temático. De acordo com a ABr, um público eclético refletiu a diversidade dos debates que vão acontecer ao longo da semana. Entre os manifestantes haviam sindicalistas, estudantes, movimentos sociais, aposentados e feministas.

Um grupo de ativistas da comunidade alternativa Aldeia da Paz chamava a atenção com cartazes que traziam frases pacifistas e lemas como “Só o amor transforma”. Outro grupo de militantes da Marcha Mundial das Mulheres vestia roupas lilás e exibiam faixas pedindo a descriminalização do aborto. O que será que Marina Silva acha disso?

A marcha também foi espaço para a crítica e oposição ao governo, como o grupo do PSTU que levava uma grande bandeira com palavras de ordem contra o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e a presidenta Dilma Rousseff. A desocupação da comunidade do Pinheirinho também foi lembrada pelos manifestantes. Um militante do PSTU ajudava a carregar uma imensa faixa de solidariedade aos moradores expulsos.

Professores gaúchos caminharam vestidos de preto, em protesto contra a política salarial do governo do estado. Teve de tudo. Até a turma do movimento gay estava por lá com sua bandeira multicolor.

A carona da ONG

A agência de comunicação Lead, que presta serviço para diversas ONGs incluindo a ONG do latifundiário Roberto Klabin, a SOS Mata Atlântica, deu a mesma notícia de forma diferente. Segundo a Lead, "a Fundação SOS Mata Atlântica lançou hoje a campanha “Mangue Faz a Diferença” contra o novo Código Florestal e pelos manguezais. Cerca de 40 mil pessoas participaram da mobilização, cujo objetivo é alertar a população sobre os impactos que o novo Código causará ao meio ambiente."

Perceberam a malandragem? As pessoas estavam lá protestando contra o sutiã, contra o preconceito gay, contra o proibição do abordo, por melhores salários, mas as ONGs juram que todos os 40 mil protestavam contra a agricultura nacional. O Mantovani deveria mandar meia dúzia de militontos puxar a corda do Círio de Nazaré. Arranjaria assim uma manifestação de 2 ou 3 milhões de pessoas para chamar de sua.

Manifestação é isso aqui:

Mobilização Código Florestal

Manifestação de produtores rurais em Brasilia pela reforma do Código Florestal reuniu mais de 20 mil produtores.

Mais de vinte mil produtores rurais, de verdade. Gente que carrega essa país nas costas. Gente que deixou sua casa, seus afazeres em plena safra. Gente de diversas partes de todos os estados da Nação brasileira, para manifestar em Brasília seu apoio à reforma do Código Florestal. Gente que é afetada diretamente pelo Código Florestal e não meninos urbanos que querem o benefício da lei, desde que outro arque com os custos. Eis aí a diferença entre militantismo real e militontismo midiático das ONGs. 

 

A carranca do Código Florestal no depoimento de lavrador amazônida

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O lavrador Aotair Molina Abramoski, 48 anos, relata que nem mesmo a venda dos 150 hectares que possui na área de Nova União, distrito de Cotriguaçu, seria o suficiente para pagar a multa de R$ 350 mil aplicada pelo Ibama no mês passado.

“Estou na terra desde 2001, mas o Ibama e o Incra nunca vieram aqui me dar nenhuma orientação. Desmatei 69 hectares para plantar café e criar 50 cabeças de gado leiteiro e sustentar minha família. Não consegui até hoje a titulação da terra, que me impede de receber o licenciamento ambiental e pegar financiamento para plantar. Fiz tudo por conta própria para sobreviver e ainda levei uma multa que não posso pagar”, desabafa Aotair.

Com informações do jornal Diário de Cuiabá

 

 

 

Entenda como a reserva legal fornica o amazônida

A tabela abaixo é produto da tese de doutorado de Rodolfo Coelho Prates, defendida na USP ano passado sob o título: O desmatamento desigual na Amazônia brasileira: sua evolução, suas causas e conseqüências sobre o bem-estar

Faça o download da tese na íntegra e leia.

A tabela mostra um efeito estimado da Reserva Legal de 80% no PIB dos municípios da Amazônia e a tese mostra ainda um efeito da RL na renda local. Fica evidenciado que a imposição de uma reserva legal elimina oportunidades e tolhe a renda de quem mora na Amazônia.

E tudo por uma conservação relativamente pequena uma vez que a maior parte da região já está legalmente preservada na forma de terras indígenas e unidades de conservação.

 

Foge, foge, Mulher Maravilha, foge, foge, Super Man: O último artigo de Marina Silva na Folha

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Cara de paisagem desflorestada

Senhoras e senhores, Marina Silva arrepiou na carreira, deu a cara, negou de banda, roeu a corda, deitou na canga, apagou a poronga, o rabo é um relho. Apre!

Em seu último artigo na Falha de São Paulo, Madre Marina de Xapurí, divagou longamente sobre... pasmem... a classificação indicativa dos programas de rádio e TV. É isso mesmo que você leu: classificação indicativa dos programas de rádio e TV. O que é isso? Não importa. O importante é que Marina Silva falou de outro assunto que não é Código Florestal, desviou sua metralhadora de impropérios dos produtores rurais e da agricultura nacional.

O que isso significa? Talvez nada. Mas eu desconfio que a velha raposa da nova política farejou a derrota e está saindo de fininho por uma porta lateral assim, como quem não tem nada a ver com isso. Acho até que, se a Rio+20 caminhar, como parece, para um retumbante fracasso, Dona Marina Selva vai fazer cara de paisagem também.

Foge, foge, mulher maravilha.

 

Código Florestal e função social da propriedade rural

Caros, a ONG ambientalista Imazon lançou na semana passada um estudo sobre a A viabilidade da regularização socioambiental da pecuária no Pará. O trabalho mostra que a produção de alguns imóveis é inviabilizada pela legislação ambiental. Repare que em quase todos os cenários a economia dos imóveis é seriamente afetada pelas exigências da lei. Em alguns deles os imóveis são simplesmente inviabilizados.

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Um imóvel rural com taxa de retorno negativa não tem como produzir. A pergunta que fica é: um imóvel perde sua capacidade de produção ao se adequar a lei cumpre sua função social?

 

Código Florestal: Fórum Social Temático no mundo da lua

Escrevo esse post enquanto acontece a mesa (de madeira) redonda sobre o Código Florestal no Fórum Social. Esses fóruns onde um bando de ambientalista radical se reúne para perorar com plateia a favor, sem contraditório, são muito divertidos. Os xiitas tiram a pele de cordeiro habitual e rasgam o verbo contra a agricultura. São interessantes enquanto peculiaridade. Ninguém deveria levá-los a sério.

Veja por exemplo, a ONG WWF tuitou que o João Pedro Stedile, aquele líder daquele movimento que acabou, disse: "Sempre que uma lei prejudica o capital, a zelite age assim. Foi assim com os transgênicos, acontece agora com o Código". Perceberam? Ele está preocupado em destruir o capitalismo, leia-se nesse caso a agricultura não camponesa (seja lá o que isso signifique). Stédile disse ainda que a "Senadora Kátia Abreu prometeu nos EUA que, se aprovado este código, os capitalistas poderão se apropriar de mais 80 milhões de ha de florestas". Dá pra levar a sério?

Dona Maria Cecília Wey de Brito, ex-direto do MMA que saiu e virou secretária executiva do WWF, disse que "a dispensa de reserva legal para propriedades de até 4 módulos vai retirar proteção de 135 mi de hectares de florestas". Agora veja no vídeo abaixo o que foi que o André Lima, outro xiita ambientalismo fundamentalista, disse a esse respeito no programa Sustentabilidade do Terra TV (Íntegra):

Veja o que o Imazon, outra ONG de mujahidins da guerra santa contra a agricultura infiel, concluiu em uma de suas quasi-pesquisas: "apenas fazendas com ampla escala de produção e alta produtividade seriam rentáveis cumprindo as regras socioambientais. Dado que os produtores menores são menos rentáveis [...] a tendência é que eles abandonem a pecuária ou vendam ou arrendem suas terras para fazendeiros maiores".

Percebem? Os caras sabem que a lei prejudica pequenos agricultores, que leva a concentração fundiária e a êxodo rural, mas não se importam. Sobem em palaques para defender que a presidente do Brasil prejudique a agricultura.

Essa turma que está no Fórum Social não é gente séria. As banderias que eles defendem não são do interesse nacional. O povo brasileira precisa encontrar uma foram de defender o meio ambiente de forma pragmática sem se deixar levar por esses desvairados.

Acorda povo brasileiro.

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Fonte:
blog codigoflorestal.com

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2 comentários

  • Maurício Carvalho de Oliveira Brasília - DF

    É deveras angustiante o relacionamento promíscuo que membros da sociedade e instituições brasileiras mantêm com essas ONGs ambientalistas, que vivem de extorquir o setor produtivo, principalmente o rural, empurrando goela a baixo os tais TACs e outros embustes. Até quando vamos conviver com esse estado de coisas? Estamos na segunda década do Século XXI. Temos tecnologias, recursos financeiros e capacidade empresarial para fazer frente aos nossos problemas ambientais, corrigir nossos erros, mas continuamos a pedir a benção a esses grupelhos barulhentos e descompromissados com o desenvolvimento do país. ATÉ QUANDO???

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  • Adriano Ribeiro do Val Marques Taubaté - SP

    Bom companheiro, ``ong'' é emprego para quem não conseguiu passar em concurso público, e nem sse colocar na atividade privada...

    e no ``Pais'' onde produtor tem que pagar insumo a preço aviltante, e vender no mercado ``livre'' mundial ou mesmo do ``mercosul'', por preços que não cobrem os custos, e nào esquecer de dar a parte do ``Leão''....

    Vão dizer que o ``Pais'' é sério?????

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