Vejam este vídeo: crianças e donas de casa feridas com as balas de borracha democráticas do petismo em Rio Branco (AC)

Publicado em 25/02/2012 04:21 e atualizado em 08/08/2013 14:58
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Publiquei ontem aqui um post, com vídeo, em que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) parece sororocar, à beira de um ataque. Aos berros, proclamava as supostas violências havidas na desocupação do Pinheirinho. Nunca cheguei exatamente a levá-lo a sério, mas confesso que até eu cheguei a pensar que fosse um pouquinho mais sério… Também este grande progressista tem, como todos os de sua trupe, aquele asqueroso amor seletivo pelo humanismo.

Noticiei aqui anteontem mais um confronto entre a Polícia Militar do Acre, governada pelo petista Tião Viana, e moradores, desta vez do bairro Seis de Agosto, em Rio Branco. A enchente do Rio Acre levou o governo a cortar a energia elétrica da região sem prévio aviso, o que revoltou muitos moradores. Eles decidiram, então, fechar uma avenida. Vejam lá.

Pois bem! Mais uma vez, Tião Viana chamou o BOPE — a exemplo do que fizera numa reintegração de posse na cidade de Brasiléia —, e o couro cantou no lombo do povo. Muita gente ficou ferida com balas de borracha. Em Brasiléia, lembrem-se, um índio ficou cego de um olho, atingido por um desses artefatos.

Cadê o Suplicy?
Cadê a Dilma?
Cadê a Maria do Rosário?
Cadê o José Eduardo Cardozo?

Peço que vocês vejam este vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Eu não apóio, como sabem, manifestações violentas. E acho que as leis têm de ser cumpridas. Quando menos, os episódios de Brasiléia e, agora, do bairro Seis de Agosto têm de ser investigados. Eu não vi as crianças feridas do Pinheirinho — nem o senador Suplicy ou a presidente Dilma Rousseff, que chamou a ação em São Paulo de barbárie. Mas vejo acima crianças feridas com bala de borracha. Eu não vi o ferimento do tal assessor de Gilberto Carvalho — aquele que segura os projéteis com inexcedível prazer —, mas vejo o sangue correr da perna de donas de casa do bairro Seis de Agosto.

A Polícia de São Paulo, como sabem os senhores, teve de provar QUE NÃO FEZ um monte de coisas que lhe eram imputadas. A polícia do companheiro Tião Viana, como a gente vê, não precisa nem mesmo explicar o que fez. Antes que os companheiros possam apontar o dedo para seus adversários, têm muitas explicações a dar (a lista está aqui).

Qual é a explicação de Suplicy e dos demais petistas? Será que as balas de borracha de Tião Viana são instrumentos de libertação dos oprimidos? E Marina Silva? Vai se calar mais uma vez? No Acre, não custa lembrar, a líder da “nova política” é governo. O governo da velha bala de borracha.

Por Reinaldo Azevedo

 

24/02/2012 às 6:35

Não havendo mais o que aparelhar no Estado, petistas agora avançam nas escolas de samba…

Trato da coisa com atraso, mas preciso dar curso à minha estupefação. É realmente impressionante como o PT, no poder, reproduz todos os vícios das velhas elites brasileiras. Mas não se acuse o partido de falta de originalidade. Reproduzir os vícios do passado não implica que não tenha acrescentado ao poder os seus próprios…

Por que digo isso? Já houve um tempo em que as escolas de samba eram propriedade privada dos bicheiros. Depois houve a infiltração do narcotráfico — em algumas, não em todas. Agora chegou a vez do petismo! Não pensem que só Lula é enredo de escola de samba! Nada disso! Seu companheiro de partido, o senador Paulo Paim (RS), também teve a sua vida romanceada na avenida!

Reproduzo um texto verdadeiramente carnavalesco publicado no dia 19 no site ClicRBS. Leiam. Volto em seguida:

Homenageando Paulo Paim, Imperadores do Samba faz desfile impecável

Os fogos de artifício e a euforia das arquibancadas anunciavam o início do desfile da Imperadores do Samba e o fim das apresentações do Grupo Especial do Carnaval de Porto Alegre. Dez minutos antes do horário marcado para a alvi-rubra adentrar o Porto Seco, os portões já estavam abertos e o caminho liberado para a apresentação em homenagem ao senador Paulo Paim. Logo na comissão de frente a escola deu uma amostra do luxo que traria para a passarela, o que se concretizou nas fantasias e alegorias. No abre-alas, os tradicionais leões da agremiação apresentavam o político que saiu de Caxias do Sul para ficar conhecido em todo o Brasil, seguidos pela representação da infância do personagem.

A bateria, comandada pelo Mestre Brinco, deu um show a parte. Os integrantes estavam com máscaras de leões, e capacetes em alusão aos metalúrgicos, e bem ensaiados nas paradinhas. Com a letra do samba na ponta da língua, os foliões foram acompanhados pelas milhares de pessoas no complexo, dando ainda mais força ao desfile. Para ilustrar a carreira de Paulo Paim, as baianas, nas cores da bandeira brasileira, foram os votos que o conduziram até Brasília, mostrada no terceiro carro. Em seguida, a consciência negra reforçou o esforço do homenageado na luta contra a pobreza. Por fim, na quinta alegoria, o próprio Paim desfilou ao lado do prefeito de Porto Alegre José Fortunati.

Com a passagem impecável no Porto Seco, a Imperadores entra na briga pelo título com Restinga e Império da Zona Norte.

Encerro
Leio que a Restinga venceu o desfile. De toda sorte, parece que vai ficando claro: o PT já não tem mais o que aparelhar no estado brasileiro. Agora avança nas escolas de samba e nos times de futebol.

Todos os desfiles contam com recursos públicos. Não deve ser diferente em Porto Alegre. Cantar a vida de políticos vivos na avenida — e, a depender do caso, também de mortos — é mais uma forma de privatizar o que é de todos. Com a palavra, o Ministério Público. Recorrer à Justiça para proibir essa farra é só questão de vergonha na cara.

Por Reinaldo Azevedo

 

24/02/2012 às 6:33

Eis uma notícia que requer as luzes de Eleonora Menicucci, a abortista convicta

Escrevi aqui outro dia um longo artigo sobre o aborto e afirmei que a tese de que ele é expressão da libertação das mulheres é moral e historicamente mentirosa. Está aqui. Demonstrei que a interdição da prática, nos primórdios do cristianismo, protegia as mulheres. Nos dias de hoje, observei que a China usa o aborto legal — somado ao ultrassom — para impedir o nascimento de meninas.

Pois bem. A Folha de ontem traz um texto da Agência EFE que deveria ser lido atentamente pela ministra Eleonora Menicucci, uma abortista fanática — segundo uma entrevista concedida em 2004, ex-aborteira também. Leiam. Volto em seguida.

Clínicas britânicas fazem aborto de grávidas que rejeitam sexo do bebê

Clínicas particulares britânicas estão aceitando interromper a gravidez de mulheres que desistem de ter o bebê quando sabem de qual sexo ele será. O procedimento é realizado principalmente quando o feto é de uma menina, afirma o jornal “The Daily Telegraph” nesta quinta-feira. A reportagem do jornal fez uma reportagem com uma câmera escondida em que mostra como médicos de hospitais particulares consentem fazer abortos motivados unicamente pelo sexo do bebê. A prática é ilegal no Reino Unido. Em declarações ao “Telegraph”, o ministro da Saúde, Andrew Lansley, da linha conservadora, expressou preocupação e disse que dará início a uma investigação urgente sobre o assunto.

Acompanhados de grávidas, os repórteres participaram de consultas ginecológicas em nove centros de saúde particulares do Reino Unidos que permitiam a interrupção da gravidez pelas mães não estarem satisfeitas com o sexo do feto. Em três clínicas, os médicos cobrariam entre 240 a 760 euros por um aborto. Uma delas ofereceu a falsificação dos papéis do procedimento. Em um dos casos, uma grávida de oito semanas explicou à médica de uma clínica de Manchester, no norte da Inglaterra, que queria interromper a gravidez porque teria uma menina. A especialista concordou. Em outro, a grávida de um feto masculino de 18 semanas marcou um aborto em uma clínica londrina sob o pretexto de que queria uma menina pois já tinha um menino.

Uma lei britânica de 1967 estabelece a interrupção de gestações de até 24 semanas se a saúde física ou mental da mãe estiver em risco, mas nunca para escolha do sexo do bebê. Em 2010, Inglaterra e Gales responderam por 189.574 abortos. O número é 8% superior que dez anos atrás. Em 2007, um estudo da Universidade de Oxford indicou que, entre 1969 e 2005, aumentaram os casos de escolha do sexo do bebê por meio de abortos, principalmente nos nascimentos de meninas entre a comunidade hindu que vive no Reino Unido.

Voltei
Pois é, tudo como eu queria demonstrar. O aborto, obviamente, em boa parte do mundo, é só mais uma agressão às mulheres, mais uma forma de discriminação.

Por Reinaldo Azevedo

 

24/02/2012 às 6:31

Disputa política no Banco do Brasil preocupa governo

Por Natuza Nery e Sheila D’Amorim, na Folha:
Após as denúncias de irregularidades na Casa da Moeda e na Caixa Econômica Federal, o ministro Guido Mantega (Fazenda) enfrenta um novo foco de crise que ameaça a sua área: a disputa de poder no Banco do Brasil. A queda de braço envolve, de um lado, o presidente do BB, Aldemir Bendine, homem de confiança de Mantega e de Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).

Do outro, Ricardo Flores, o presidente do poderoso fundo de pensão dos funcionários do banco, a Previ, a quem Bendine acusa de querer derrubá-lo do cargo. Em disputas paralelas, estão ainda alguns setores do PT que comandavam áreas do banco e foram escanteados após a chegada de Bendine. O presidente do BB e Flores não se falam há quase um ano. A Previ cuida das aposentadorias dos funcionários do BB e é responsável por investimentos bilionários. O grupo de Flores alega que o real interesse de Bendine é nomear um aliado no comando do fundo.

O rompimento vem de 2011, quando chegou ao conhecimento do Planalto que Bendine ambicionava ser indicado para o comando da Vale.  Só que Flores, presidente do conselho de administração da mineradora, não chancelou seu nome. No governo, há o temor de que uma guerra de dossiês cause crise sem precedente e respingue em outras áreas. Um dos alvos recentes de acusação apócrifa foi Allan Simões Toledo, ex-vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais do BB. Ele foi exonerado em dezembro por ordem de Mantega.

Levado ao cargo por Bendine, teria saído por articulação do próprio padrinho. Para o grupo do presidente do BB, Allan Toledo trabalhava para tomar seu lugar no comando do BB. Tradicionalmente, executivos da instituição costumam pedir demissão, mesmo nos casos mais críticos, para evitar a ideia de dissenso. A demissão foi a primeira sinalização pública da briga. Neste ano, Bendine substituiu, em bloco, 13 diretores. Oito deles, porém, mudaram de função, o que ajudou a diluir o impacto da troca de adversário do presidente.
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Por Reinaldo Azevedo

 

24/02/2012 às 6:29

Para deter PSD, 8 siglas fazem “guerrilha” no Congresso e ação conjunta no TSE

Por eduardo Bresciani e Ricardo Brito, no Estadão:
Uma mobilização conjunta de oito partidos, que reúnem 265 deputados federais, foi desencadeada para impedir que o recém-criado PSD tenha acesso ao fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito de rádio e TV em tamanho proporcional a sua bancada na Câmara, hoje de 47 parlamentares em atividade. A ação será coordenada no campo judicial e na “guerrilha” do Congresso. A pressão desse grupo já levou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a negar ao PSD a possibilidade de presidir comissões temáticas da Casa.

O próximo passo será o envio na semana que vem de manifestações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o desejo do partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de obter farto tempo na televisão durante as eleições de 2012. Os oito partidos optaram pela estratégia da saturação: vão enviar ao TSE oito memoriais anti-PSD.

Fazem parte desse movimento PMDB, PSDB, DEM, PP, PR, PTB, PPS e PMN. A articulação teve início em dezembro passado, como informou o Estado, e se intensificou na antevéspera do carnaval. Em reunião realizada no gabinete do presidente do DEM, senador José Agripino (RN), presidentes e representantes desses oito partidos decidiram criar uma estratégia jurídica conjunta para defender o próprio espaço ante aos anseios e articulações do PSD.

“Cada partido tem de ter o que merece. A lei é muito clara: o tempo de televisão e o fundo partidário são divididos de acordo com o resultado da eleição”, diz o presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), diz que a mobilização visa a defender os partidos políticos envolvidos e não impedir o progresso do PSD. Para o tucano, uma possível aliança com a legenda de Kassab em São Paulo não mudará a posição tucana sobre o assunto. “Esta não é uma questão do partido do Kassab, mas do futuro dos partidos. Não vejo nenhuma influência disso no processo eleitoral”, disse Guerra ao Estado. O primeiro passo dado em conjunto por este grupo foi o posicionamento no debate sobre as comissões temáticas na Câmara.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

24/02/2012 às 6:27

Tragédia com trens pode tirar concessão de aliado de Cristina e vira crise política

Por Ariel Palacios, no Estadão:
Um dia após o pior acidente ferroviário de Buenos Aires em 60 anos, parlamentares, sindicalistas e os usuários de trens exigiram da presidente Cristina Kirchner a suspensão da concessão da linha ferroviária Sarmiento à companhia TBA. Ontem, o número de mortos no choque de um trem na estação de Once subiu para 50. Ao menos 12 pessoas estão desaparecidas e 703 ficaram feridas. Para o diretor da Auditoria-Geral da Nação, Leandro Despouy, existem condições para a rescisão da concessão. Segundo ele, o órgão tem relatado falhas da TBA há pelo menos cinco anos.

O líder sindical ferroviário Rubén Sobrero acusou a TBA e a Casa Rosada de descaso. “O sistema de sinalização é de 1923 e os trens foram comprados no governo do presidente Arturo Frondizi, há 50 anos”, disse. A concessionária do serviço pertence à família Cirigliano, conhecida por sua amizade com integrantes do governo. O sindicalista também definiu o sistema ferroviário como perverso. “Quando fazemos uma greve para reclamar das más condições de trabalho e do estado perigoso dos trens, o governo nos pressiona a voltar ao serviço, alegando que há 2 mil pessoas esperando nas plataformas.”

Do total da receita da TBA, 76% vêm de verbas estatais. O governo Kirchner subsidia tarifas para a população de baixa renda que utiliza as linhas de trens metropolitanos da Grande Buenos Aires. Segundo dados oficiais, as empresas com concessões de trens e metrôs receberam US$ 3,6 bilhões entre 2007 e 2011. Mas somente 6,3% desse total foi destinado a investimentos em obras e modernização do equipamento.

Revolta. Declarações dadas ontem por Roque Cirigliano, um dos proprietários da TBA, provocaram críticas dos argentinos. Em reunião com outros diretores da empresa na estação de Once, ele afirmou que o serviço da linha Sarmiento é aceitável e o trem estava em boas condições. Ele disse ainda que o acidente pode ter sido causado por um erro humano. As declarações do empresário irritaram dezenas de usuários da linha Sarmiento que passavam pelo saguão da estação. Sob os gritos de “delinquente”, Cirigliano teve de se esconder durante alguns minutos em um dos banheiros, protegido pela polícia, para evitar agressões.

Um teste de nível de álcool no sangue a que se submeteu o condutor do trem deu negativo. Sobreviventes do acidente disseram à imprensa argentina que o trem já apresentava problemas para frear em estações anteriores. A estimativa da velocidade na hora do impacto varia de 26km/h a 45 km/h. O juiz federal Cláudio Bonadio anunciou ontem a criação de uma comissão de peritos - entre os quais técnicos da Universidade de Buenos Aires e especialistas do Tribunal Supremo de Justiça - para investigar o acidente.

O ministro do Planejamento Federal e Obras Julio de Vido anunciou que o Estado argentino recorrerá à Justiça. A presidente Cristina emitiu um curto comunicado no qual expressava seu “profundo pesar pela morte dos cidadãos na tragédia ferroviária” de Once. Oposição e entidades de defesa do consumidor pedem ao governo que responda criminalmente pela tragédia e alertam sobre o impacto da corrupção nos serviços públicos. “O Estado deveria ser processado”, disse a deputada Victoria Donda.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

23/02/2012 às 22:55

Depois de denúncia da ONU, forças de segurança matam mais 46 na Síria

Do Portal G1, com agências internacionais:
Pelo menos 46 pessoas, em sua maioria civis, morreram em atos de violência nesta quinta-feira (23) na Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos HUmanos (OSDH). Entre as vítimas, figuram 13 membros de uma mesma família mortos na cidade de Kafar al-Ton, província de Hama (centro), num ataque das forças do regime, assim como três crianças e 16 soldados e membros dos serviços de segurança no país, segundo a OSDH.

A comissão de investigação internacional sobre a Síria, que tem mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU, denunciou nesta quinta-feira que o governo sírio fracassou em proteger seu povo. “Desde novembro de 2011, as forças sírias cometeram sérias e sistemáticas violações dos direitos humanos”, afirma a comissão, que interrogou 136 novas vítimas desde novembro, data do relatório anterior.

A comissão concluiu em seu primeiro relatório que as forças de segurança sírias cometeram crimes contra a humanidade na repressão brutal da revolta no país. Mais de 500 crianças morreram desde o início da rebelião, em março de 2011, segundo a comissão, que cita uma “fonte confiável”. Dezembro foi o mês mais violento, com 80 crianças mortas, seguido de janeiro de 2012 (72 mortes). O balanço da violência na Síria, segundo os ativistas, chega a 7.600 mortos, na grande maioria civis.

Dois jornalistas ocidentais estavam entre os mortos na quarta-feira, numa intensificação da ofensiva do governo contra a resistência em Homs, um dos epicentros da rebelião nacional contra Assad. A França e o Reino Unido exigiram que três outros jornalistas ocidentais feridos no bombardeio a uma casa em Homs recebam assistência médica imediata.

Nos EUA, os pré-candidatos republicanos a presidente Mitt Romney e Newt Gingrich apoiaram a ideia de armar a oposição síria. Romney disse que Washington precisa se juntar a seus aliados para ajudar os rebeldes. “Precisamos trabalhar com a Arábia Saudita e a Turquia para dizer: ‘Vocês ofereçam o tipo de armamento necessário para ajudar os rebeldes dentro da Síria’”, disse ele.A Casa Branca, que até agora se opõe a uma intervenção militar na Síria, já sugeriu que, caso uma solução política se mostre impossível, poderia considerar outras opções.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

23/02/2012 às 22:45

Pré-candidato do PT à Prefeitura de SP decide conhecer o povo de perto

O trecho da reportagem abaixo está publicado no Estadão Online. O título é meu mesmo.

O pré-candidato do PT Fernando Haddad inicia na sexta-feira, 24, sua programação de rua rumo à eleição que definirá o sucessor de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura de São Paulo. A agenda de visitas começará pelo M’Boi Mirim, no extremo sul da capital paulistana, onde ele pretende ouvir de lideranças e entidades locais os principais problemas da população e sugestões para seu futuro plano de governo. Haddad quer aproveitar o período em que está impedido legalmente de fazer campanha para fazer uma “imersão” nos problemas da cidade. A campanha eleitoral só estará liberada a partir de junho.

Em encontro do Conselho Político do pré-candidato no final de janeiro, o pré-candidato anunciou que dedicará as segundas e as sextas-feiras às visitas in loco, principalmente à periferia. “Quero conhecer os equipamentos públicos das áreas mais remotas, isso a legislação não impede. Não é agenda eleitoral, é uma atividade de conhecimento”, disse o petista na ocasião. Na próxima segunda-feira, 27, Haddad participará de uma plenária na Brasilândia, na zona norte, onde vai debater propostas para o seu projeto.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

23/02/2012 às 22:32

PT de Campinas quer expulsão de Vaccarezza do partido

Por Marília Rocha, na Folha Online:
O PT em Campinas (93 km de SP) quer que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Candido Vaccarezza (PT-SP), seja expulso do partido por ter indicado nome para a atual administração do município, que está interinamente a cargo do PDT.

O diretório municipal acusa o deputado de contrariar determinação de não integrar a atual gestão, que assumiu após a cassação do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), e de seu vice, Demétrio Vilagra (PT). Dr. Hélio e Vilagra são acusados de participação em suposto esquema de fraudes em licitações. Eles negam. De acordo com o PT de Campinas, Vaccarezza indicou o atual secretário de Habitação do município, Clélio Leme (PT), após a sigla definir que todos os petistas deveriam deixar a gestão.

O pedido de investigação sobre Vaccarezza, que pode resultar em expulsão, foi aprovado por unanimidade pelo diretório municipal no último dia 11 e encaminhado ao Diretório Nacional. “A Executiva Nacional deve ouvir o deputado e, se entender que é o caso, instaurar a comissão de ética”, disse o presidente do PT em Campinas, Ari Fernandes. A resolução do PT campineiro diz que Vaccarezza está “zombando do PT, do seu estatuto e dos seus militantes”. Afirma que o deputado, como líder nacional da sigla, se considera “acima das decisões do partido”.

Outros 30 militantes petistas que continuaram na gestão do PDT em Campinas estão respondendo à comissão de ética, mas no âmbito municipal, por serem filiados ao PT local. Vaccarezza confirmou a indicação à Folha e disse que não pode ser acusado de infração em razão de seu posicionamento político distinto.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

23/02/2012 às 22:25

Senador Suplicy dá mais um exemplo de equilíbrio, bom senso, prudência e responsabilidade

Eduardo Suplicy é aquele senador por São Paulo — petista, claro! — que levou ao Senado a denúncia de supostos estupros praticados por policiais militares durante a desocupação do Pinheirinho. Descobriu-se depois sobre a sua denúncia:
- as pessoas que fizeram a acusação não moram no Pinheirinho;
- os supostos eventos não se deram no dia da desocupação;
- alguns dos denunciantes tinham sido presos com drogas e armas;
- fez-se boletim de ocorrência, e os presos e familiares estavam acompanhados de sua advogada; ninguém falou em estupro nenhum;
- as denúncias foram feitas 10 dias depois da suposta ocorrência;
- a advogada dos presos já atuou na defesa de membros do PCC.

Contei essa história em detalhes. Mas vocês sabem… Suplicy é petista e não desiste nunca. A chamada desocupação do Pinheirinho já é a maior fonte de mentiras produzidas por petralhas e vagabundos de toda espécie. Quem não se lembra das acusações de que teria havido mortes durante a operação de reintegração de posse?

Pois bem! Embora o Pinheirinho estivesse sob o comando do PSTU, os petistas é que passaram a fazer a mais vil exploração política do caso. A Comissão de Direitos Humanos do Senado, presidida pelo petista Paulo Paim (PT-RS), está sendo transformada em mero palco de proselitismo contra o governo de São Paulo e a Polícia Militar.

Nesta quinta, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) resolveu reagir às provocações do Suplicy. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida:

Na audiência pública realizada hoje pela Comissão dos Direitos Humanos do Senado houve bate-boca entre os senadores Eduardo Suplicy (PT) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ambos de São Paulo, por causa da desocupação do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos.

Nunes Ferreira acusou os senadores Suplicy e Paulo Paim (PT-RS) de politizarem o episódio para favorecer o partido nas eleições municipais. Como argumento, o senador tucano disse que nenhuma atitude foi tomada pela CDH quanto a desocupações ocorridas no Distrito Federal e no Acre, cujos governadores são do PT. Paulo Paim, que é presidente da comissão, estava ausente.

“É um procedimento unilateral que visa a instrumentalizar a comissão por partidos políticos, no caso o PT, e outros grupos, como o PSTU, que o usa para terceirizar seu radicalismo”, disse Aloysio Nunes. Ele chamou os líderes comunitários dos que foram desalojados de “parasitas”, atribuindo a eles “a radicalização, o circo”, dias antes da reintegração da posse da área.
(…)
“Tinha gente querendo brincar de insurreição, pseudorrevolucionários prontos para radicalizar”, atacou Aloysio Nunes. Segundo o senador tucano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)), não mandou um representante para a audiência de hoje porque sabia que ali haveria um “teatro” dos que desejam explorar politicamente o episódio.

Voltei
A firmeza de Aloysio, que disse a verdade (já trato desse particular), deixou Suplicy apoplético. Sabem aquele senhor que gosta de posar de maluco beleza, com suas canções e outras momices? Pois é… Ele decidiu reagir aos berros, com a eloqüência habitual. E, como se nota, em sua fala, dá as acusações contra a PM como verdadeiras. Nada como a imunidade parlamentar para incentivar a irresponsabilidade, não é? Vejam. Suplicy parece pertencer àquela categoria que acredita que “falar grosso” é falar a verdade.  O vídeo com o seu chilique está circulando. A resposta de Aloysio não está.

Nunes Ferreira não se intimidou a ironizou a gritaria do outro, dizendo que ela não o assustava.

E só para que vocês não se esqueçam: no dia 7 de fevereiro, escrevi um post cujo título é bastante eloqüente: “Atenção, governo de SP! Os ‘companheiros’ petistas têm de falar primeiro na Comissão do Senado! Questão de cronologia e gravidade! Eles é que têm de explicar três olhos furados!”]

Ações das Polícias Militares de estados governados pelos “companheiros” deixaram três pessoas cegas de um olho (Piauí, Bahia e Acre). Suplicy não quis nem saber. Nem Dilma. Nem Maria do Rosário. Nem José Eduardo Cardozo. Nem Gilberto Carvalho. Tião Viana, aliás, governador do Acre, voltou a recorrer às balas de borracha nesta terça-feira. E Suplicy nem canta nem grita.

O descontrole demonstrado por Suplicy borda com um exagero patético uma farsa política.

Para encerrar: os esbirros do petismo na grande imprensa costumam falar do Pinheirinho, ilustrando a sua peroração com uma cuidadosa seleção de imagens que provaria a barbárie. É só a verdade parcial — a imagem isolada — sendo usada a serviço de uma farsa político-partidária. Até hoje essa gente não teve a decência de exibir as imagens das três pessoas que ficaram cegas de um olho no Piauí, na Bahia e no Acre.

São os cegos esquecidos por Suplicy, o homem que, quando não canta, fala grosso.

Por Reinaldo Azevedo

 

23/02/2012 às 20:07

Em edital de concurso na Bahia de Wagner, militância sindical e partidária contava mais pontos do que curso universitário; foi cancelado porque a “imprensa burguesa” descobriu!

Vejam esta imagem:

correio-da-bahia

É, como viram, uma manchete do jornal “Correio da Bahia”. Dá para entender por que os petralhas odeiam a imprensa e por que mantêm uma rede de difamação a soldo. Sim, O que está sintetizado aí é absolutamente verdadeiro: o governo do petista Jaques Wagner decidiu fazer um concurso em que os candidatos que fossem sindicalistas e militantes de partido — de qual, hein? — ganhariam pontos adicionais. Como a coisa veio a público, o edital foi suspenso. Ah, sim: essa militância tinha mais peso do que a formação universitária!

Da mulher de César, dizia-se que tinha de ser honesta e de parecer honesta. Naquele caso, ser e não parecer não ficava bem a alguém na sua condição. Mas, vá lá, num regime de aparências ao menos, bastaria parecer, ainda que honesta não fosse. Eu diria que os petralhas estavam nessa fase até outro dia. Nestes tempos, foi-se o último escrúpulo. Não sendo, acham já que nem precisam parecer. Estão de tal sorte convencidos de que nada nem ninguém os ameaça que podem fazer um edital escancaradamente dirigido.

Leiam trecho de reportagem de Carlos Mandeiro, no UOL:
A Secult-BA (Secretaria de Cultura do Estado da Bahia) cancelou o edital para contratação de nove representantes territoriais de cultura na tarde desta quinta (23). A seleção gerou polêmica porque a comprovação de anos de “experiência sindical e partidária” poderia acrescentar até dez pontos aos candidatos. A crítica de especialistas em concursos públicos sugere que esse item poderia favorecer militantes do PT (Partido dos Trabalhadores), que governa o Estado.

Procurada pelo UOL, a Secretaria disse apenas que o edital foi cancelado, que os itens previstos serão revistos e que não há prazo para publicação de um novo documento. Apesar de questionado, o órgão não comentou sobre os motivos que levaram à inclusão dos itens na seleção, nem informou de que forma a experiência sindical ou partidária ajudaria no exercício de um cargo na área cultural.

Tempo no sindicato valeria mais que faculdade
As inscrições deveriam ser iniciadas hoje para o certame. Os técnicos permaneceriam na função até dezembro, com salário mensal de R$ 1.980. O edital que gerou confusão foi publicado no início do mês e previa que um candidato ganhasse até 10 pontos pela atuação em sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil. Para conseguir a pontuação, seria preciso provar que atuou por quatro anos - são 2,5 pontos por ano.

Pelos critérios do edital, o ano de atuação sindical ou política valeria mais que as atividades artísticas (atividade-fim da função), que prevê apenas dois pontos a cada 12 meses de participação. De acordo com o edital, uma pessoa que tenha feito graduação na área teria sete pontos na análise de currículo - três a menos que a atuação em sindicatos ou partidos. Já uma pós-graduação na área vale os mesmos dez pontos da atuação política. Já outras pós-graduações valeriam apenas sete pontos.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Novas considerações sobre o racismo. Ou: Como Heraldo Pereira ousa ser negro e livre? Isso é imperdoável aos racistas de segundo grau

Pô, os

Pô, os "donos do progressismo" queriam o negro Heraldo livre, mas assim já é demais! O que eles fazem de sua "generosa piedade", né?

Por que alguém se considera no direito de tachar um dos jornalistas mais talentosos e mais bem-preparados de sua geração de “negro de alma branca” e de afirmar que ele “não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde”, como fez um senhor chamado Paulo Henrique Amorim com Heraldo Pereira? Minhas caras, meus caros, essa história vem de longe. E será preciso apelar aqui à origem de certas idéias, que acabaram definindo alguns paradigmas. Antes que entre propriamente no aspecto mais perverso e quase invisível do racismo, terei de fazer algumas considerações.

Vocês conhecem bem os ataques de que sou alvo porque me oponho, por exemplo, à política de cotas raciais. Alguns militantes da causa, brancos e negros, acusam-me, por isso, de “racista”. Não vou debater cotas agora porque desviaria este post de seu propósito. Já escrevi muito a respeito. Pretendo abordar um aspecto do racismo que a muitos passa despercebido porque praticado, ou cultivado, por supostos porta-vozes de causas consideradas “progressistas” ou “de esquerda”, como queiram.

Nesta madrugada, publiquei um longo post sobre o livro “Aguanten Los K”, do jornalista argentino Carlos M. Reymundo Roberts. Recomendo o artigo a quem não o tenha lido. Roberts trata justamente das hordas de partidários do “kirchnerismo” que atuam nos blogs, no Twitter e até nas rádios, para reproduzir as verdades eternas do governismo e tentar destruir a reputação daqueles considerados “inimigos”. Na Argentina como no Brasil, esses vagabundos são alimentados por dinheiro público e obedecem a um comando partidário. Lá, são “Los K”; aqui, são “os petralhas”. Tentam dividir o mundo em duas metades: a boa, “progressista e de esquerda” (eles), e a má, “reacionária e de direita” (os outros).

Outra referência bibliográfica importante nesse debate é “O Fascismo de Esquerda”, do jornalista americano Jonah Goldberg. O autor procede a uma breve reconstituição histórica de alguns valores tidos nos EUA como “liberais” (lá, essa palavra quer dizer “à esquerda”) e evidencia o seu parentesco com teses e proposta do fascismo. Nos melhores momentos do livro, demonstra como as propostas mais autoritárias, discriminatórias mesmo!, podem ser consideradas verdadeiros poemas humanistas, desde que abraçadas por “liberais”, e como valores ligados aos direitos fundamentais do homem podem ser tidos como “autoritários” se defendidos por conservadores. A síntese é esta: os ditos “progressistas” serão sempre progressistas, mesmo quando reacionários; e os ditos “reacionários” serão sempre reacionários, mesmo quando progressistas. As esquerdas, em suma, mundo afora, se tornam “donas do humanismo”.

Atenção, meus queridos! Nenhum autoritarismo, por mais deletério e estúpido que seja, é tão estúpido e deletério quanto o das esquerdas e de seus apaniguados. É a história que me dá razão. O despotismo que se instala em nome da liberdade do povo é duplamente perverso porque pratica todas as violências com as quais prometeu acabar e ainda destrói a esperança.

Todas as ditaduras são asquerosas, de direita ou de esquerda. Mas as de esquerda são mais longevas e matam muito mais — incomparavelmente mais — porque seus assassinos falam em nome do bem da humanidade. Hitler era um facínora vagabundo, um recalcado homicida, que falava claramente em nome de um grupo, de uma “raça”. Já o seu antípoda complementar, Stálin, era tido como arauto de uma “nova humanidade”. Com razão e para o bem da civilização, os partidários do bigodinho assassino são reprimidos mundo afora; sem razão e para o mal da civilização, os admiradores do bigodão assassino ainda estão por aí, pautando, muitas vezes, o “debate de resistência”. Não é preciso ir longe. Integrantes dos governos petistas que tentaram instalar uma ditadura stalinista no Brasil, Dilma inclusive, dizem hoje se orgulhar da luta pela “democracia”… É uma mentira grotesca. Muito bem! E o que isso tudo tem a ver com Heraldo Pereira?

Vamos ao centro do racismo
É possível estabelecer a genealogia da discriminação racial nos vários países, inclusive no Brasil. Por razões específicas, na Europa e na Rússia, por exemplo, ela se voltou contra os judeus; no Brasil, contra os negros; na África subsaariana, contra tribos originalmente rivais — já que a cor da pele não tem importância. Combater a cultura e a prática da discriminação é um imperativo moral e ético. É matéria que diz respeito à civilização. A causa não é propriedade privada de uma ideologia, de um partido político ou de ONGs, movimentos sociais e seus associados.

O racismo bronco pode ser enfrentado com clareza porque visível. Os estúpidos, os bucéfalos, que saem por aí a vociferar o seu ódio contra negros, por exemplo, praticam o que costumo chamar de “racismo de primeiro grau”. São crus, desprovidos de qualquer ambição intelectual, mal escondem o seu recalque: ou acham que um negro bem-sucedido está a ocupar um lugar que lhes caberia por direito natural ou entendem que a presença do “outro” ameaça o seu próprio status. Merecem ser duramente enfrentados nas ruas, nas escolas, nas empresas, nos tribunais. Não, não acredito que o caminho sejam as cotas, mas, reitero, não entro nesse mérito agora.

O racismo de segundo grau
Já o racismo de segundo grau é coisa mais complicada. Embora seus cultivadores se digam inimigos da discriminação e aliados de todos os grupos que lutam pelos direitos das minorias, não compreendem — e, no fundo, não aceitam — que um negro possa ser bem-sucedido em sua profissão A MENOS QUE CARREGUE AS MESMAS BANDEIRAS QUE ELES DIZEM CARREGAR!

Eis, então, que um profissional com as qualidades de Heraldo Pereira os ofende gravemente. Sim, ele é negro. Sim, ele tem “uma origem humilde”. Ocorre que ele chega ao topo de sua profissão mesmo no país em que há muitos racistas broncos e em que a maior discriminação ainda é a de origem social. E chegou lá sem fazer o gênero do oprimido reivindicador, sem achar que o lugar lhe pertencia por justiça histórica, porque, afinal, seus avós teriam sido escravos dos avós dos brancos com os quais ele competiu ou que a luta de classes lhe roubou oportunidades.

Sabem o que queriam os “racistas de segundo grau”, essas almas caridosas que adoram defender minorias? Que Heraldo Pereira estivesse na Globo, sim, mas com o esfregão na mão e muito discurso contra o racismo na cabeça. Aí, então, eles poderiam dizer: “Vejam, senhores!, aquele negro! Por que ele não está na bancada do Jornal Nacional?” Ocorre que Heraldo ESTÁ na bancada do Jornal Nacional. E sem pedir licença a ninguém. Enquanto alguns negros, brancos, amarelos ou vermelhos choramingavam, o jornalista Heraldo Pereira foi estudar direito na Universidade de Brasília. Enquanto alguns se encarregavam de medir o seu “teor de negritude militante”, ele foi fazer mestrado — a sua dissertação: “Direito Constitucional: Desvios do Constituinte Derivado na Alteração da Norma Constitucional”.

Quando se classifica alguém como Heraldo de “negro de alma branca” — e já ouvi cretinos a dizer a mesma coisa sobre Barack Obama porque também insatisfeitos com a sua pouca disposição para o ódio racial —, o que se pretende, na verdade, é lhe impor uma pauta. Atenção para isto:
- por ser negro, ele seria menos livre do que um branco, por exemplo, porque estaria obrigado a aderir a uma determinada pauta;
- por ser negro, ele teria menos escolhas, estando condenado a fazer um determinado discurso que os “donos das causas” consideram progressista;
- ao nascer, portanto, negro ele já nasceria escravo de uma causa.

Heraldo os ofende porque diz, com todas as letras e com sua brilhante trajetória profissional: “Sou o que quero ser, o que decidi ser, o que estudei para ser, o que lutei para ser. Eu escolho, não sou escolhido! Sou senhor da minha vida, não um serviçal daqueles que dizem querer me libertar”. Heraldo os ofende porque não precisa que brancos bem-pensantes pensem por ele. E há ainda uma ofensa adicional: não é reconhecido como um “progressista com carteirinha do partido”.

Que pena os racistas de segundo grau não poderem passar a mão na cabeça de Heraldo Pereira, condoídos com a sua condição de vítima não é!? Em vez disso, quem está no topo é Heraldo. Os que gostariam de sentir dele aquela pena militante só caminham para a lata de lixo do racismo de segundo grau.

Ladrões de alma
Caminhando para o encerramento, noto ainda que a expressão “negro de alma branca” pretende roubar do alvo da ofensa a sua individualidade, de modo a transformá-lo numa monstruosidade moral, sem lugar. Por negro, Heraldo seria sempre um estranho entre os brancos. Por ter a alma branca, sendo negro, tentaria forjar uma identidade que não é a sua. Não é difícil concluir que este ser, então, não teria lugar nem entre os brancos nem entre os negros.

Esse caso, meus caros, expõe as entranhas do pior lixo racista, que é aquele praticado pelos ditos “progressistas”. Como é mesmo?
“Nenhum autoritarismo, por mais deletério e estúpido que seja, é tão estúpido e deletério quanto o das esquerdas e de seus apaniguados. É a história que me dá razão. O despotismo que se instala em nome da liberdade do povo é duplamente perverso porque pratica todas as violências com as quais prometeu acabar e ainda destrói a esperança.”

Heraldo Pereira é um homem livre — livre, inclusive, da agenda que queriam lhe impor. E isso lhes parece imperdoável.

PS - Ah, sim! Prestem atenção ao silêncio ensurdecedor dos ditos “progressistas”…

Por Reinaldo Azevedo

 

Blogueiro que terá de se retratar de ofensa racial tenta debochar da Justiça. É inútil! Os fatos são os fatos. Ou: A lógica elementar é implacável!

- Paulo Henrique Amorim terá de pagar uma indenização de R$ 30 mil a uma entidade indicada pelo jornalista Heraldo Pereira.
- Paulo Henrique Amorim terá de eliminar de seu blog os posts em que ofende Pereira com expressões de cunho racista.
- Paulo Henrique Amorim terá de publicar em seu blog uma retratação.
- Paulo Henrique Amorim terá de publicar a mesma retratação em dois jornais: Folha de S.Paulo e Correio Braziliense.
E, no entanto, fiel a seu estilo e a seu proverbial amor pela verdade, Paulo Henrique Amorim se diz vitorioso.

- Não tivesse havido a ofensa, por que a retratação?
- Não tivesse havido a ofensa, por que a indenização?
- Não tivesse havido a ofensa, por que a exclusão dos tais posts?
- Não tivesse havido a ofensa, por que o anúncio obrigatório nos jornais?

Que tipo de leitor acreditará na sua pantomima?
Que tipo de leitor, diante desta imagem, duvidará, lembrando Groucho Marx, do que seus olhos vêem para acreditar em Paulo Henrique Amorim? Grocho era um humorista profissional.
Ele e seus amigos debocham uma vez mais da Justiça, mas o que vai aqui é insofismável.

sentenca-heraldo-paulo-henrique

Leitores me enviaram ontem um texto de um certo Leandro Fortes. Parece que trabalha na Carta Capital. Não sei porque não leio “blogueiros progressistas” — enviam-me links de vez em quando, mas quase sempre estou muito ocupado. O rapaz sai em defesa daquele que vai ter de se retratar nos seguintes termos:
“Paulo Henrique Amorim, assim como eu e muitos blogueiros e jornalistas brasileiros, nos empenhamos há muito tempo numa guerra sem trégua a combater o racismo, a homofobia e a injustiça social no Brasil. Fazemos isso com as poderosas armas que nos couberam, a internet, a blogosfera, as redes sociais.”

Bem, meus caros, terei de relembrar ainda uma vez como Amorim decidiu “combater o racismo” no caso de Heraldo Pereira. Assim:
“Heraldo é negro de alma branca”;
“[Heraldo] não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde.”

Fortes tenta emprestar um sentido “progressista” à expressão “negro de alma branca”. Leiam.
O termo é pejorativo, disso não há dúvida. Mas nada tem a ver com racismo. A expressão “negro de alma branca”, por mais cruel que possa ser, é a expressão, justamente, do anti-racismo, é a expressão angustiada de muitos que militam nos movimentos negros contra aqueles pares que, ao longo dos séculos, têm abaixado a cabeça aos desmandos das elites brancas que os espancaram, violentaram e humilharam. O “negro de alma branca” é o negro que renega sua cor, sua raça, em nome dessa falsa democracia racial tão cara a quem dela usufrui. É o negro que se finge de branco para branco ser, mas que nunca será, não neste Brasil de agora, não nesta nação ainda dominada por essa elite abominável, iletrada e predatória - e branca. O “negro de alma branca” é o negro que foge de si mesmo na esperança de ser aceito onde jamais será.

Que graça! Fortes acredita que o “anti-racismo” pode recorrer, às vezes, a “expressões cruéis” e “pejorativas”. Isso poderia render um tratado sobre a delicadeza dessa gente “progressista”. O título do artigo, aliás, é um mimo da elegância: “Racista é a PQP, não PHA”. Ele deve ter achado uma sacada e tanto esse jogo de maiúsculas sobre coisas tão minúsculas: “PQP-PHA”. Quem sou eu para censurá-lo?

Esse vôo condoreiro do rapaz, essa linguagem inflamada, levou-me a supor, sei lá, que talvez fosse negro, um militante da causa, que conhecesse de perto a discriminação. Não é, não! Fui ver sua foto no Google. É branco. Ele só é mais um daqueles esquerdistas que AMAM MAIS AS CAUSAS DO QUE OS HOMENS. No post de ontem em que caracterizei o que chamo de racismo de segundo grau, acho que captei a alma profunda de Fortes e de seus amigos. Cumpre relembrar (em azul):

Já o racismo de segundo grau é coisa mais complicada. Embora seus cultivadores se digam inimigos da discriminação e aliados de todos os grupos que lutam pelos direitos das minorias, não compreendem - e, no fundo, não aceitam - que um negro possa ser bem-sucedido em sua profissão A MENOS QUE CARREGUE AS MESMAS BANDEIRAS QUE ELES DIZEM CARREGAR!
Eis, então, que um profissional com as qualidades de Heraldo Pereira os ofende gravemente. Sim, ele é negro. Sim, ele tem “uma origem humilde”. Ocorre que ele chega ao topo de sua profissão mesmo no país em que há muitos racistas broncos e em que a maior discriminação ainda é a de origem social. E chegou lá sem fazer o gênero do oprimido reivindicador, sem achar que o lugar lhe pertencia por justiça histórica, porque, afinal, seus avós teriam sido escravos dos avós dos brancos com os quais ele competiu ou que a luta de classes lhe roubou oportunidades.
Sabem o que queriam os “racistas de segundo grau”, essas almas caridosas que adoram defender minorias? Que Heraldo Pereira estivesse na Globo, sim, mas com o esfregão na mão e muito discurso contra o racismo na cabeça. Aí, então, eles poderiam dizer: “Vejam, senhores!, aquele negro! Por que ele não está na bancada do Jornal Nacional?” Ocorre que Heraldo ESTÁ na bancada do Jornal Nacional. E sem pedir licença a ninguém. Enquanto alguns negros, brancos, amarelos ou vermelhos choramingavam, o jornalista Heraldo Pereira foi estudar direito na Universidade de Brasília. Enquanto alguns se encarregavam de medir o seu “teor de negritude militante”, ele foi fazer mestrado - a sua dissertação: “Direito Constitucional: Desvios do Constituinte Derivado na Alteração da Norma Constitucional”.

Fortes, a gente nota, se mostra disposto a ensinar a Heraldo Pereira como se combate o racismo. Releiam o seu texto. Parece que ele não considera Heraldo um negro de verdade, pra valer. Afinal, se fosse, teria sobre o racismo as mesmas idéias do branco Leandro Fortes, certo?

Estou cada vez mais convencido de que fui ontem de uma precisão cirúrgica ao definir esses “progressistas” (em azul):
Quando se classifica alguém como Heraldo de “negro de alma branca” - e já ouvi cretinos a dizer a mesma coisa sobre Barack Obama porque também insatisfeitos com a sua pouca disposição para o ódio racial -, o que se pretende, na verdade, é lhe impor uma agenda. Atenção para isto:
- por ser negro, ele seria menos livre do que um branco, por exemplo, porque estaria obrigado a aderir a uma determinada pauta;
- por ser negro, ele teria menos escolhas, estando condenado a fazer um determinado discurso que os “donos das causas” consideram progressista;
- ao nascer, portanto, negro ele já nasceria escravo de uma causa.
Heraldo os ofende porque diz, com todas as letras e com sua brilhante trajetória profissional: “Sou o que quero ser, o que decidi ser, o que estudei para ser, o que lutei para ser. Eu escolho, não sou escolhido! Sou senhor da minha vida, não um serviçal daqueles que dizem querer me libertar”. Heraldo os ofende porque não precisa que brancos bem-pensantes pensem por ele.

Em tempo — Um conselho a Fortes, que deve ser uma das crias de Mino Carta: no patrão, tinha certo charme — discriminatório, diga-se —  essa história de atacar as “elites iletradas” do Brasil. Italiano, Mino sempre olhou para os brasileiros como, sei lá, um florentino encarando a bugrada, embora seja indisfarçável o tempero siciliano de seu caráter. Fortes, ora vejam, além de pretender ensinar a Heraldo como ser um negro de verdade, também quer ser as luzes da elite iletrada à qual ele necessariamente pertence.

Lógica implacável
Vivemos tempos, alertei ontem, em que os ditos “progressistas” serão sempre progressistas, mesmo quando reacionários, e em que os ditos “reacionários” serão sempre reacionários, mesmo quando progressistas. Afinal, os esquerdistas decidiram privatizar o humanismo, embora a morte em massa como fator de progresso social seja uma tese… de esquerda!

A lógica desconstrói os joguinhos de baixa retórica de Amorim e de seus amigos de forma simples e definitiva. Digamos que aquele senhor só estivesse querendo criticar as idéias e o trabalho do jornalista Heraldo Pereira. Digamos ainda que Heraldo fosse branco e de origem abastada. Seu crítico teria de recorrer a outros expedientes para desqualificar o seu trabalho que não “negro de alma branca”. Também não teria escrito que “[Heraldo] não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde.”

Mas quê… Resolveu se fixar justamente em características do outro que nada têm a ver com o seu trabalho e com a sua trajetória profissional, como a cor da pele e a origem social — um duplo preconceito! Se Heraldo só pôde ser atacado naqueles termos porque negro, então o atacado foi, antes de tudo, o negro. Não há escapatória.

O deboche de Amorim não muda os fatos. Só nos leva a supor que fez o acordo para não se complicar, mas que não se emendou. Que se cumpram as leis do país!  Nem mesmo os “blogueiros progressistas” têm licença para praticar racismo e injúria racial contra “indivíduos negros” porque se dizem defensores da “categoria dos negros”.

Afinal, quem são esses defensores dos negros incapazes de respeitar um negro?

Por Reinaldo Azevedo

 

Paulo Henrique é o jornalista mais corajoso do Brasil para atacar a reputação da oposição. De qualquer oposição, como sabe Lula. Um pouco de história

Os petralhas — na Argentina, essa espécie se chama “Los K” — tentam invadir o post em que trato das ofensas raciais dirigidas por Paulo Henrique Amorim contra o jornalista Heraldo Pereira, o que o levou a ter de se retratar, desdizendo o dito. E a turma vem com a delicadeza de sempre, com aquela valentia do anonimato, com seus falsos e-mails, a ignorância tão característica, aquele analfabetismo moral agressivo… Não há surpresa nisso.

Este post, na verdade, é dirigido a alguns bobalhões desavisados que pretendem me enredar no seu tatibitate de suposta isenção. Uma parcela da corrente decidiu escolher o caminho do nem-nem. Sintetizo a sua linha de intervenção:
“Gosto muito de você e do Paulo Henrique Amorim, acho que os dois têm uma parcela de razão…”

Como diria Tereza Cristina, a doida do Aguinaldo Silva, “Pode parar, bebê!” Se gosta muito de mim e daquele outro, das duas, uma — ou as duas: ou não entende o que eu escrevo, ou não entende o que ele escreve, ou não entende o que ambos escrevemos. Impossível! Como diria Padre Quevedo no Fantástico, no tempo de eu ser menino, “Isso non ecziste”. É um delírio da mente — e demente.

Essa é só uma tentativa de emplacar delinqüências intelectuais na área de comentários do meu blog, o que não vai acontecer. Há uma suposição estupidamente falsa nessa iniciativa: a de que sejamos pólos opostos de uma contenda. Ele seria o Reinaldo Azevedo do lado de lá, e eu, o Paulo Henrique do lado de cá! Não poderia haver nada de mais errado. EU PROVO!

Poucos se lembram de que Paulo Henrique Amorim já foi delirantemente antilulista. Depois se tornou delirantemente lulista. Por que se entregou de corpo e alma (qual será a cor da sua?) tanto a uma coisa como a seu contrário? Eis um homem que sabe ser feroz, implacável mesmo, com quem está na oposição. A coragem de Paulo Henrique Amorim para dizer “verdades” na cara de QUEM ESTÁ FORA DO PODER é assombrosa!

Não! Não somos iguais, só que em pólos opostos. Eu fui crítico do governo FHC — os veículos que eu dirigia, então, o provam — e continuei crítico dos governos Lula e Dilma. Há mais: opino, sim, mas sobre fatos. A mentira não pode ser confundida com opinião. E Paulo Henrique? Em 2006, o jornalista Alberto Dines — com quem não tenho intimidade e de quem já discordei com dureza — escreveu um artigo sobre este monumento à coerência. Dines se refere ao comportamento de Paulo Henrique Amorim na véspera da eleição de 1998, quando Lula era a sua vítima. Leiam um trecho:

Paco, o linchador - Em seu site Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim publicou na noite de sexta-feira (3/11) a seguinte manchete: “Internautas criticam artigo de Alberto Dines”. Clica-se e aparece a foto deste observador e um pequeno texto: “A favor da mídia. Internautas criticam artigo em que Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, se manifesta a favor da mídia”. Os curiosos então clicam para saber o que Paulo Henrique Amorim, porventura, tem a dizer sobre o assunto e descobrem que Paulo Henrique Amorim, como sempre, nada tem a dizer: escafedeu-se. Mas como precisa fazer jus ao cachê de linchador, remete para os comentários dos internautas furiosos com este observador. Convém registrar que o afiadíssimo site é completamente cego em matéria de interatividade e democracia: não recebe comentários dos leitores. Paulo Henrique Amorim - Paco, para os íntimos - é o protótipo do linchador. Paradigma do empastelador. Agente provocador de quebra-quebras. Tem longa experiência nesta matéria. Paco agora anda camuflado de militante petista. O disfarce vai durar pouco. Em setembro de 1998, véspera da segunda disputa Lula-FHC, ele comandou na TV Bandeirantes uma viciosa cruzada contra Lula com os mais torpes argumentos. Pretendia denunciar a operação financeira que permitira ao então líder sindical a compra de um apartamento em São Bernardo do Campo. Não foi um ataque político, foi um golpe baixo. Não foi um surto pontual, foi uma cruzada contínua, demorada, persistente. Em todas as edições do principal telejornal da Band, durante longos minutos, com todos os recursos de edição, depoimentos, documentos e aquela vozinha histérica, nasalada, tentando levantar os ânimos para derrotar Lula logo no primeiro turno. Paco, o linchador, era o âncora do telejornal e conseguiu ser ouvido por alguns veículos. (…).”

Voltei
Lula processou Paulo Henrique Amorim e a Band, que pediu desculpas públicas ao petista. Entenderam por que, entre muitas razões — e a capacidade de empregar orações subordinadas está entre elas —, não somos faces opostas da mesma moeda ou, sei lá, pólos opostos de uma contenda? Isso até pode ter algo de verdadeiro num único aspecto: como é a oposição que define um regime democrático, não o governo (que existe, e como!, em todas as ditaduras), eu confesso ter uma ligeira simpatia, em princípio, por oposicionistas. Gosto da idéia de que lhes cabe vigiar o poder. Paulo Henrique, como resta comprovado, gosta mesmo é de governo.

Quando o PT era oposição, Lula era a sua anta. Quando o PT ganhou a eleição, Lula passou a ser o seu Schopenhauer.  E sempre com a mesma convicção. Nunca antes na história destepaiz houve um jornalista tão corajoso com aqueles que estão fora do poder!

Se eu achar algum texto de Paulo Henrique Amorim atacando as privatizações enquanto FHC era presidente, publico aqui, junto com a foto de uma cabeça de bacalhau e do enterro de um anão.

Por Reinaldo Azevedo

 

Petralhas, tirem as duas mãos do chão! Coragem! Ou: Quase sinto pena de assistir ao esperneio de Paulo Henrique e seus amigos amestrados

Não é o caso, claro!, mas, sabem vocês, sou um homem bom. E estou quase com pena de Paulo Henrique Amorim. Os seus esforços e os de sua turma para transformar manifestações de preconceito racial em pensamento progressista são patéticos. Agora, a rede petralha pôs para circular este post meu, escrito no dia 27 de março de 2009, para tentar provar que eu já havia empregado a expressão racista de Paulo Henrique Amorim para definir Heraldo Pereira: “negro de alma branca”. Pois é. Assim seria se assim fosse. Vejam a imagem (o post original está aqui). Volto em seguida.

frank-raines

Voltei
Transcrevo o texto:
Pode não estar na cara, mas esse sujeito tem uma alma branca e de olhos azuis. Trata-se de Frank Raines, ex-presidente da Fannie Mae, uma das agências hipotecárias que estão na origem da atual crise americana. Foi demitido sob a suspeita de fraude. É considerado uma dos responsáveis pela disseminação de crédito a quem não podia pagar. A revista Time promoveu uma votação popular para saber os nomes dos 25 responsáveis pela hecatombe econômica. Raines está entre eles, com 94 mil votos. Para ver a galeria completa, cliqueaqui.

Qualquer pessoa que não tenha os dois pés no chão e as duas mãos também percebeu que eu estava ironizando Luiz Inácio Apedeuta da Silva, segundo quem a crise econômica deflagrada em 2009 tinha matriz racial: seria coisa de “brancos de olhos azuis”. Vejam o vídeo. Volto em seguida.

Errado, petralhas!
O ponto de vista do meu texto é justamente o OPOSTO do de Paulo Henrique Amorim. ELE ACREDITA QUE HERALDO PEREIRA, PORQUE É NEGRO, ESTÁ OBRIGADO A SEGUIR UMA PAUTA, UMA AGENDA. EU ACREDITO QUE OS HOMENS — BRANCOS, NEGROS, AMARELOS OU VERMELHOS — são livres para aderir à agenda que lhes der na telha, segundo os parâmetros da democracia e do estado de direito. PAULO HENRIQUE AMORIM E SEUS AMIGOS AMESTRADOS ACREDITAM QUE PODEM ENSINAR HERALDO PEREIRA A SER NEGRO. Eu acredito que Heraldo Pereira é que pode lhes dar aula de decência.

Eles acham que negros nascem presos a uma militância necessária. Eu acho que os homens nascem livres para acertar ou errar, como eu, como você, como Frank Raines.

A minha ironia é anti-racista.
A de Paulo Henrique Amorim é racista.
A minha foi escrita para demonstrar que não existem erros típicos de brancos ou negros.
A de Paulo Henrique Amorim foi escrita para condenar os negros a uma determinada prática e circunscrevê-los a um círculo específico de relações.
Eu sustento que um negro que chega ao topo, como Heraldo Pereira, lá chegou por seus méritos.
Paulo Henrique Amorim e sua grei sustentam, na prática, que um negro como Heraldo só chegou lá porque fez concessões, o que embute a idéia de que méritos não tinha.

Afinal, não nos esqueçamos, são de Paulo Henrique Amorim estas belas palavras:
“[Heraldo] não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde.”

Tentem outra. Falhou!

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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