"A culpa é da imprensa", diz Mendes Ribeiro

Publicado em 14/06/2012 18:03 e atualizado em 02/09/2013 11:39
por Lauro Jardim e Augusto Nunes, de veja.com.br

Governo

A culpa é da imprensa

Mal entendido

Depois de ser desautorizado por Dilma Rousseff a falar sobre o Código Florestal, Mendes Ribeiro pôs na imprensa a culpa pelo pito presidencial. Diz Mendes:

- Isso foi um grande mal entendido. Eu nasci no jornalismo, eu sei que a notícia quando sai não adianta tentar corrigir. Eu não disse nada, não conversei com Dilma sobre o Código Florestal. O que aconteceu foi que interpretaram mal. O que vai se fazer?

Por Lauro Jardim

 

16:23 \ Governo

Onda de solidariedade

Parlamentares visitam a Esplanada

Depois da trombada com Dilma Rousseff na discussão do Código Florestal, Mendes Ribeiro passou a receber uma verdadeira peregrinação de “vítimas da Dilma” no seu gabinete no Ministério da Agricultura.

São parlamentares da base governista ligados ao movimento ruralista que vive aos trancos e barrancos com o Planalto.

Um desses parlamentares que esteve com Mendes, diz que o excesso de solidariedade chegou até a emocionar Mendes. As orelhas de Dilma é que devem estar derretendo.

Por Lauro Jardim

 

16:22 \ Governo

O encontro de Mendes e Dilma

Plano Safra: anúncio em breve

A propósito de Mendes Ribeiro, o governo deve lançar até o final do mês o Plano Safra em uma grande cerimônia no Planalto. Deve ser o primeiro encontro mais reservado de Dilma Rousseff e Mendes, após o entrevero. Será que vai rolar um desagravo?

Por Lauro Jardim

 

16:21 \ Congresso

“Ela tem que nomear um ministro”

Reinhold: opinião sobre o sucessor

Ao ver esse episódio envolvendo Mendes Ribeiro, o ex-ministro da Agricultura no governo Lula, Reinhold Stephanes aproveita para mandar um recado a Dilma Rousseff:

– Ela não tem que desautorizar. Ela tem é que nomear um ministro, porque a Agricultura hoje não tem ministro.

Por Lauro Jardim

 

Governo

O rei do agronegócio

Aplaudido de pé

Convidado para a posse ontem da nova diretoria da frente parlamentar da agropecuária, Aldo Rebelo, que foi relator do Código Florestal na Câmara, roubou a cena e foi aplaudido de pé pela nata do agribusiness brasileiro.

Gritando ao microfone, disse que as ONG`s ambientais deveriam prestar mais atenção a seus países de origem que ao Brasil.

E que os deputados não deveriam “se intimidar por aqueles que acham que podem dobrar a representação do povo”.

Um colega comunista que acompanhava Aldo disse que a firmeza e os gritos lhe fizeram lembrar o tempo que Rebelo foi presidente da UNE.

Só o conteúdo que teria avançado um pouquinho…

Por Lauro Jardim

 

Direto ao Ponto

Sobral Pinto ensina ao defensor de Cachoeira que um advogado é o juiz inicial da causa. Não pode agir como comparsa

“Serei eu o juiz do meu cliente?”, pergunta Márcio Thomaz Bastos no título do artigo publicado na Folha desta quinta-feira. O cliente em questão é, segundo o doutor, “Carlos Augusto Ramos, chamado Cachoeira”, que contratou em março os serviços do ex-ministro da Justiça capaz de  enxergar inocentes até em serial killers americanos. “Não o conhecia, embora tivesse ouvido falar dele”, informa no quinto parágrafo. Ouvira o suficiente para saber que o candidato a cliente valia R$15 milhões.

Depois de derramar lágrimas imaginárias pelo martírio imposto a um homem de bem por policiais perversos, promotores sanguinários e juízes desalmados, o doutor tenta responder à pergunta do título. “Serei eu então juiz de meu cliente?”, repete. “Por princípio, creio que não. Sou advogado constituído num processo criminal. Como tantos, procuro defender com lealdade e vigor quem confiou a mim tal responsabilidade”.

Conversa fiada, demonstrou o grande Heráclito Fontoura Sobral Pinto numa carta escrita em outubro de 1944. Trecho: “O primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que lhe levam para patrocinar. Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face dos preceitos da justiça. Só depois de que eu me convenço de que a justiça está com a parte que me procura é que me ponho à sua disposição”.

No artigo, Márcio Thomaz Bastos não vê diferenças entre clientes ou causas. Assim, vale tudo para conseguir a absolvição tanto de um ladrocida compulsivo quanto de um sacristão engaiolado por ter bebido o vinho do padre. “Não há exagero na velha máxima: o acusado é sempre um oprimido”, afirma. “Ao zelar pela independência da defesa técnica, cumprimos não só um dever de consciência, mas princípios que garantem a dignidade do ser humano no processo. Assim nos mantemos fieis aos valores que, ao longo da vida, professamos defender. Cremos ser a melhor maneira de servir ao povo brasileiro e à Constituição livre e democrática de nosso país”. Quem colocou o gabinete de ministro a serviço da quadrilha do mensalão não pode disfarçar-se de guardião do Estado Democrático de Direito. Quem procura enterrar em cova rasa as provas contra Cachoeira, colhidas pela Polícia Federal que chefiou, está convidado a dispensar-se de declarações de amor à Justiça.

Na carta, Sobral Pinto desmoraliza as falácias desfiadas por Márcio: “A advocacia não se destina à defesa de quaisquer interesses. Não basta a amizade ou honorários de vulto para que um advogado se sinta justificado diante de sua consciência pelo patrocínio de uma causa. O advogado não é, assim, um técnico às ordens desta ou daquela pessoa que se dispõe a comparecer à Justiça. O advogado é, necessariamente, uma consciência escrupulosa ao serviço tão só dos interesses da justiça, incumbindo-lhe, por isto, aconselhar àquelas partes que o procuram a que não discutam aqueles casos nos quais não lhes assiste nenhuma razão”. 

Na Folha, o advogado de Cachoeira tortura a verdade: “Aconteceu o mais amplo e sistemático vazamento de escutas confidenciais”, fantasia. “A pródiga história brasileira dos abusos de poder jamais conheceu publicidade tão opressiva. Estranhamente, a violação de sigilo não causou indignação. Dia após dia, apareceram diálogos descontextualizados, compondo um quadro que lançou Carlos Augusto na fogueira do ódio generalizado. Trocou-se o valor constitucional da presunção de inocência pela intolerância do apedrejamento moral”.

Na carta, o príncipe dos advogados coloca em frangalhos, com quase 70 anos de antecedência, a tese forjada para justificar a parceria entre márcios e cachoeiras: “É indispensável que os clientes procurem o advogado de suas preferências como um homem de bem a quem se vai pedir conselho.  Orientada neste sentido, a advocacia é, nos países moralizados, um elemento de ordem e um dos mais eficientes instrumentos de realização do bem comum da sociedade”.

Sempre que Márcio Thomaz Bastos ganha uma causa, a Justiça é derrotada e a verdade morre outra vez. Gente com culpa no cartório escapa da cadeia, cresce a multidão de brasileiros convencidos de que aqui o crime compensa e se torna mais consistente a suspeita de que lutar pela aplicação rigorosa da lei é a luta mais vã. É o que ocorrerá se os argumentos invocados pelo ex-ministro na Folha forem acolhidos pelo Judiciário.

Todo acusado tem direito a um advogado de defesa. Doutor nenhum tem o direito de mentir ao defender o acusado de crimes que comprovadamente cometeu. O advogado, resumiu Sobral Pinto,  é o “juiz inicial da causa”. Não pode agir como comparsa.

 

14/06/2012 às 16:00 \ Direto ao Ponto

Uma dose de FHC abranda qualquer surto do portador da Síndrome de Deus

Portadores da Síndrome de Deus não têm cura, confirma o comportamento de Lula desde a invenção do Brasil Maravilha. Mas mesmo surtos agudos podem ser abrandados com o sossega-leão adequado. No caso do maior do Conselheiro do Mundo, por exemplo, nada melhor que uma dose de FHC. A sigla está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem. Nunca falha.

Excitado com o início da temporada eleitoral, o chefe da seita acha que pode eleger qualquer um, em qualquer cidade, com meio comício, duas aparições na TV e um retrato ao lado do candidato. Antes que comece a intrometer-se em eleições na Europa em crise, convém ministrar-lhe a dose de FHC receitada pela seção História em Imagens. A lembrança das duas derrotas retumbantes, ambas no 1º turno, costuma emudecer o palanque ambulante por algumas horas. Não é pouca coisa.

 

13/06/2012 às 15:59 \ Direto ao Ponto

O método de Tom Jobim, a CPI do Cachoeira e o olhar inconfundível de quem mente

Tom Jobim garantia que alguns segundos bastavam para descobrir o caráter e o estado de espírito de qualquer pessoa. “Os olhos contam tudo”, ouvi do grande músico no dia em que o entrevistei pela primeira vez. “Há o olhar furtivo, o apaixonado, o honesto, o pusilânime, o solidário, o desconfiado, o esquivo, o sincero; são mais de trinta. Conheço todos. Nem o Marlon Brando é capaz de me enganar”.

No comentário de 1 minuto para o site de VEJA, lembrei o método aperfeiçoado por Tom Jobim e fiz a sugestão que agora repasso aos leitores da coluna. Desliguem o som do aparelho de TV e acompanhem por dois ou três minutos a sessão da CPI do Cachoeira. Contemplem com muita atenção os olhares tanto dos depoentes quanto dos que fazem perguntas. E saibam como é o olhar de quem mente.

 

13/06/2012 às 14:06 \ Direto ao Ponto

O governador de Goiás resolveu abrir mão do sigilo. Falta agora revelar dois segredos

Depois de saber que o governador Agnelo Queiroz, durante o depoimento na CPI do Cachoeira, abrira mão do sigilo bancário, telefônico e fiscal, o governador Marconi Perillo corrigiu nesta quarta-feira o erro da véspera e reprisou o gesto do colega. Menos mal. Falta agora homenagear o Brasil decente com a quebra de mais dois segredos.

O primeiro encobre a conversa com Lula em que Perillo alertou o então presidente Lula para a roubalheira do mensalão. Um diálogo desse calibre é eternizado na memória com todos os substantivos, adjetivos, verbos, pontos de interrogação ou de exclamação, vírgulas, reticências e pausas. O governador de Goiás tem o dever de reconstituir publicamente a conversa antes que comece o julgamento dos mensaleiros.

A existência de um segundo segredo acaba de ser divulgada pelo blog de Lauro Jardim: Perillo reuniu um acervo considerável de informações sobre maracutaias que envolvem o ex-governador goiano Iris Rezende, do PMDB, e o companheiro Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e da quadrilha do mensalão. Se a temperatura subisse na sessão da CPI, o depoente diria o que sabe. Como petistas e peemedebistas o trataram com muita civilidade, dispensou-se de tirar a carta guardada na manga.

A verdade merece respeito. Não pode ser transformada em instrumento de coerção, nem tratada como mercadoria a barganhar. Se Perillo não revelar o que esconde, estará confessando que um governador do PSDB age como comparsa da bandidagem suprapartidária.

 

12/06/2012 às 21:49 \ Direto ao Ponto

Para mostrar a força da tropa, Dirceu planeja a Marcha pela Impunidade dos Bandidos

Vencido pelo padeiro de Ibiúna em 1968, paralisado pelo medo nos anos 70, debilitado pela arrogância crescente nas décadas seguintes, José Dirceu foi definitivamente derrotado pelo tamanho do prontuário em 2005, quando se descobriu que o chefe da Casa Civil do governo Lula também chefiava a quadrilha do mensalão. Mas o revolucionário de araque está sempre pronto para perder mais uma, constatou o post publicado neste espaço em junho de 2010.

Continua o mesmo, avisa a discurseira beligerante no congresso nacional de uma certa União da Juventude Socialista. Assustado com a aproximação de 1° de agosto, quando o Supremo Tribunal Federal começará a decidir o destino dos mensaleiros, Dirceu pediu à plateia, como Fernando Collor às vésperas da queda, que não o deixe só. “Todos sabem que este julgamento é uma batalha política”, fantasiou o réu soterrado por provas que permitem condená-lo por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Depois de tirar do armário o trabuco imaginário, declarou-se pronto para a guerra. “Essa batalha deve ser travada nas ruas também, porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas”, caprichou Dirceu na pose de inocente injustiçado. “É a voz do monopólio da mídia. Eu preciso do apoio de vocês”. O combatente que nunca lidou com balas de chumbo não se emenda.  Ele vive reprisando o blefe que inaugurou em 2005, logo depois de perder o emprego por excesso de patifarias.

”Vou percorrer o país para mobilizar militantes do PT, dos sindicatos e dos movimentos sociais”, preveniu o então deputado federal num encontro do partido em São Paulo. ”Temos de defender o governo de esquerda do presidente Lula do golpe branco tramado pela elite e por conservadores do PSDB e do PFL”. Passou as semanas seguintes mendigando socorro até aos contínuos da Câmara, teve o mandato cassado em dezembro e deixou o Congresso chamando o porteiro de “Vossa Excelência”.

Passados sete anos, o sessentão que finge perseguir o socialismo enquanto caça capitalistas com negócios a facilitar assumiu formalmente o comando do regimento de mensaleiros que luta para livrar-se da cadeia. Sempre dedilhando a lira do delírio, promete liderar mais uma ofensiva do que chama de “forças progressistas e movimentos populares”, expressões da novilíngua lulista que abrangem os pelegos da União Nacional dos Estudantes Amestrados, os vigaristas das centrais sindicais, os blogueiros estatizados e outras aberrações que só esbanjam competência no assalto aos cofres públicos.

E que ninguém se atreva a acionar os instrumentos de defesa do Estado de Direito, determina o manual do stalinismo farofeiro. Usar a polícia para conter badernas é “repressão política”. Lembrar que, por determinação constitucional, figura entre as atribuições das Forças Armadas a neutralização de ameaças à ordem democrática é coisa de golpista. No país que Lula inventou, a corrupção institucionalizada só existe na imaginação da mídia golpista.

Nesse Brasil Maravilha, Erenice Guerra é uma dama de reputação ilibada, Antonio Palocci prosperou honestamente, Dilma Rousseff é uma pensadora, Lula é o gênio da raça e o partido segue honrando a frase que Dirceu declamava fantasiado de vestal: “O PT não róba nem deixa robá”. O  mensalão, claro, é uma farsa montada pela imprensa. E os que ousam defender o Código Penal não sabem com quem estão falando.

“Como se trata de uma batalha política, mostraremos nossa força”, avisou aos velhacos da Juventude Socialista. O mais recente surto reafirma que, para o mitômano sem cura, o País do Carnaval não consegue enxergar diferenças entre fato e fantasia. Como Dirceu não para de repetir-se, faço questão de repetir-me: um ataque de tropas comandadas pelo guerrilheiro de festim só consegue matar de rir.

Qualquer torcida organizada de time de futebol mobiliza mais militantes que o PT. As assembleias sindicais são tão concorridas quanto uma reunião de condomínio. Sem as duplas sertanejas, os brindes e a comida de graça, as comemorações do 1° de Maio juntariam menos gente que quermesse de lugarejo. Os movimentos sociais morreriam de inanição uma semana depois de suprimida a mesada federal.

“Dirceu, guerreiro do povo brasileiro!”, berram os milicianos durante os palavrórios do general da banda podre. Estão todos convidados a exibir seu poder de fogo com um desfile paramilitar na Avenida Paulista. Puxada pelo revolucionário de festim e engrossada por todos os alistados no exército fora-da-lei, seria a primeira Marcha pela Impunidade dos Bandidos desde a chegada das caravelas em 1500.

(por Augusto Nunes)

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