Lula com o PP (e contra o PT) na Paraiba

Publicado em 20/09/2012 16:16 e atualizado em 10/06/2013 15:19
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br (com Lauro Jardim)

Lula com o PP (e contra o PT)

Tudo trocado em Campina

Veja como as coisas andam mesmo mudadas para Lula e o PT. Na segunda-feira, Lula foi a estrela do programa de TV de Daniella Ribeiro (PP), a irmã do ministro Aguinaldo Ribeiro, que é candidata em Campina Grande (PB). O apoio de Lula à irmã de um ministro de Dilma Rousseff seria algo normal, não fosse por um detalhe: o próprio PT tem candidato à prefeitura na cidade e é, portanto, adversário da “candidata do Lula”.

Como não poderia ser diferente, a aparição do “deus” petista no horário eleitoral da candidatura adversária fez o PT de Campina Grande pedir (e conseguir) a proibição da propaganda na Justiça Eleitoral. Que fase, Lula...

Por Lauro Jardim

 

Uma anatomia da loucura de Lula

Os deuses primeiro tiram a razão daqueles a quem querem destruir. “Quos volunt di perdere dementant prius.” Já lembrei aqui este adágio latino a Lula, mas ele, claro!, não me ouve. No que, do seu ponto de vista, faz muito bem! Se ouvisse, creio que não teria sido eleito presidente da República, porque eu, por óbvio, teria reprovado, como reprovo, os métodos a que recorreu para construir seu partido, para se eleger e para se manter no poder. E é assim não é de hoje — desde quando, ainda bem jovem, rasguei a minha filiação, apostando que ele chegaria ao poder. Foi quando criei a expressão “burguês do capital alheio” (eu ainda era de esquerda) — e, aí sim, tive uma antevisão: não será bom para as instituições e para a verdade dos fatos.

Em seus oito anos de mandato, Lula já havia depredado a história o bastante. Um dia, creio, a onda estupidificante petista na academia reflui, e se poderá, então, serenamente, narrar o que se deu. De todo modo, o Apedeuta encerrou seus oito anos de poder elegendo sua sucessora, o que é uma conquista e tanto. Uma aposentadoria política digníssima se lhe afigurava, com o mito relativamente preservado. MAS NÃO! O DIABO É QUE, NA CABEÇA DE LULA, SUA OBRA ESTÁ INCOMPLETA.

Ainda há no Brasil, vejam que ousadia!, quem lhe faça oposição intelectual — não me refiro aos partidos, não! — e quem não esteja disposto a se ajoelhar a seus pés. Ainda há no Brasil setores que ele considera recalcitrantes, que merecem a pecha de “golpistas” porque ousam não concordar com ele. Ainda há no Brasil, por exemplo, uma imprensa livre também no espírito, não apenas na letra da lei. Se o PT foi malsucedido no seu esforço de criar um mecanismo de censura, sabe, no entanto, que foi muito bem sucedido em tornar influentes alguns de seus valores, hoje bovinamente repetidos por franjas engajadas também da grande imprensa. Há dias, li em dois grandes jornais textos de “analistas” que afirmavam, por exemplo, literalmente, que “ninguém ganha com a guerra entra bandidos e polícia em São Paulo”. Ainda preciso escrever um texto só sobre esse assunto. Imaginem vocês… Quando alguém escreve essa enormidade, está a igualar os dois lados da suposta “guerra”, vislumbrando, então, a necessidade de uma “pax”; o que se está a pedir é uma solução negociada com os… bandidos!  Mas não quero me desviar do foco.

Lula poderia estar exercendo dignamente o seu papel de ex-presidente — ele prometeu, como sempre, ser muito melhor do FHC nisso também… É o que vemos? Não! Dias antes de encerrar seu mandato, anunciou que ele próprio investigaria essa história de mensalão, sustentando ser uma grande tramoia da oposição. Passou a se articular freneticamente nos bastidores para impedir que o Supremo Tribunal Federal cumprisse seu papel. No encontro com um ministro, falou abertamente a língua da chantagem. Conversas de Marcos Valério, reveladas por reportagem de VEJA, informam que aquele que sempre esteve no controle do mensalão (segundo o publicitário), dava garantias que só poderiam sair da boca de um tirano. O Supremo estaria no bolso.

Em associação com José Dirceu e com outros “duros” do PT, armou a CPI do Cachoeira não para investigar falcatruas — o que seria meritório; mas está aí a Delta, protegida pelos petistas —, mas para intimidar a oposição e, de novo!, a imprensa. Lula apostou tudo na comissão. Era o seu bilhete premiado para as eleições de 2012 e de 2014! Não haveria de sobrar pedra sobre pedra dos oposicionistas, da imprensa livre, da Procuradoria-Geral da República — lembrem-se de que Collor foi o escalado para atacar Roberto Gurgel — e do próprio Supremo.

Dos bastidores, chegavam os ecos trevosos: “Não haverá julgamento! Isso irá para 2013 e, de 2013, para nunca mais!”. Ao mesmo tempo, ainda que a presidente Dilma negue (e ela nega), o seu próprio governo passou a entrar no radar do lulismo. O Apedeuta não concordava com a ideia de uma “faxina ética”, na qual a presidente surfou. Isso fazia parecer que seu governo era condescendente (ora vejam!) com a corrupção.

O Babalorixá de Banânia, como sabem, havia prometido “desencarnar”, para empregar o verbo a que ele próprio recorreu, mas quê… Foi tomado, assim, por uma espécie, se me permitem, de paixão carnal do espírito. A história política de Lula também poderia ser contada a partir dos seus ódios. E poucos são capazes de odiar como ele. Ao longo de sua trajetória política, à diferença do que muitos pensam, não liquidou apenas adversários políticos, não! Também destruiu aliados. Para tanto, bastava-lhe ser contrariado. E, como ninguém, soube, desde os tempos de sindicato, usar as falhas alheias e as circunstâncias em benefício próprio e na construção de sua própria mitologia.

Lula poderia, reitero, estar curtindo a sua aposentadoria, mesmo depois do drama pessoal que viveu com a doença — e até por isso também —, mas ele não se entende fora do poder e da disputa pelo poder. Reparem que passou oito anos demonizando FHC, usando a estrutura do estado para atingir a reputação do antecessor. Como nunca, vimos uma máquina de publicidade oficial dedicada de modo contumaz à mentira. Lula tem menos prazer em vencer do que em derrotar o outro. Isso distingue, devo lembrar, um governante virtuoso de um tirano. E Lula só não é esse tirano porque as instituições que herdou não lhe permitiram. Ele as depredou e infiltrou nelas germens do mal — inclusive no Supremo —, mas não conseguiu subordiná-las a suas vontades.

Enlouquecendo
Tentou fazer da CPI a razia final contra o que resta de oposição e contra a imprensa. Não deu! Tentou destruir a reputação do procurador-geral da República. Não deu. Tentou macular a independência do Supremo. Não deu. Tentou se construir como a alternativa a Dilma (“caso ela não queira disputar a reeleição”, ele sugeriu…). Não deu. Tentou impedir o julgamento dos mensaleiros. Não deu. Tentou criar uma mentira sobre aqueles fatos escabrosos. Não deu. Tenta agora eleger Fernando Haddad em São Paulo para ter como chantagear depois o próprio governo Dilma. O jogo não está jogado, mas está difícil. Sai Brasil afora a vociferar contra candidatos a prefeito de partidos de oposição, numa espécie de guerra santa desesperada contra os dragões da maldade. O resultado, por enquanto ao menos, não é muito animador. Ainda que seu projeto paulistano dê certo — não parece que vá —, o PT pode sair dessa disputa municipal menor do que entrou.

E eu ousaria dizer que o principal culpado pelas dificuldades que o partido passou a enfrentar é Lula. Acostumado a jamais ser contestado — e pobre daquele que a tanto ousar —; incensado como dotado de uma intuição genial, que lhe teria sido transmitida pelo leite materno por mãe nascida analfabeta (a minha já nasceu citando Schopenhauer no original…); aplaudido por gente como Marilena Chaui como aquele que, ao falar, ilumina o mundo; recentemente reverenciado por Marta Suplicy como o próprio “Deus” (nada menos!), Lula foi perdendo a razão, caminho certo para a autodestruição.

É claro que ele não vai acabar. Continuará a ser uma pessoa influente na política e no PT por muito tempo. Mas é o mito que passa — e, nesse particular, sua loucura é um bem para o país — por um processo acelerado de corrosão. Talvez ainda se elegesse presidente no primeiro turno (em São Paulo, quem está na frente é Russomanno, afinal…), mas são as suas virtudes demiúrgicas junto a setores influentes da política que estão se esfarelando.

Lula errou feio. Errou quando decidiu emparedar o Supremo. Errou quando decidiu emparedar a imprensa livre. Errou quando decidiu usar uma CPI como instrumento de vingança. Errou quando decidiu que basta mandar para o eleitor obedecer. Errou quando decidiu ser um condestável da República, disputando influência com a própria presidente da República.

Errou feio, em suma, quando acreditou que, de fato, era Deus. E ele é apenas um homem, mais falível, em muitos aspectos, do que a esmagadora maioria. Afinal, o destino lhe sorriu e lhe foi dado governar um país por oito anos. Poderia ter seguido seu antecessor num particular: entregar instituições mais sólidas do que encontrou. Ele preferiu depredá-las de forma sistemática, contínua e dedicada.

Lula, quem diria?, ainda será o melhor biógrafo de Lula. A ambição desmedida do homem acabará por revelar os pés de barro do mito.

Por Reinaldo Azevedo

 

PT constrange partidos aliados a assinar nota de apelo golpista em favor de Lula e contra a imprensa, contra o STF e contra os fatos!

Circula por aí uma nota de espírito golpista — contra os fatos, contra a imprensa, contra o STF e, pois, contra a democracia — assinada por presidentes de seis partidos políticos. O líder, claro, é Rui Falcão, chefão do PT.  Leiam o texto. Volto em seguida.

À SOCIEDADE BRASILEIRA

O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.
As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula .
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo. 

Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB.

Brasília, 20 de setembro de 2012.

Voltei
Vamos ver. A maioria dos presidentes de partido foi constrangida a assinar a nota. Quem os mobilizou falou pessoalmente em nome de Lula. Ficou claro que era um favor de caráter pessoal.

Quanto ao mérito, dizer o quê? “Fantasiosas” são as convicções democráticas dos que promoveram essa peça patética — mais um desdobramento da loucura que vai tomando conta de Lula.

Golpista é roubar dinheiro do Banco do Brasil para financiar um projeto de poder. Golpista é tentar montar um Congresso paralelo, sustentado por uma propinoduto. Golpista é tentar intimidar o Supremo. Golpista é tentar calar a imprensa livre.

Golpismo, no entanto, inútil. Pela maioria de suas vozes, o Supremo deixa claro que zela por sua independência. A imprensa independente, por sua vez, continuará a fazer o seu trabalho: retratar os fatos, zelar pela verdade e vigiar os Poderes da República, tendo como referência a Constituição.

Golpistas de 1954? Golpistas de 1964? Essa nota é assinada pelo PMDB, de que José Sarney, aliado dileto de Lula, é um dos capas-pretas? Seria aquele mesmo Sarney que foi estrela da UDN, que fez oposição severa a Getúlio, e que presidiu depois o PDS (partido sucedâneo da Arena) e que comandou os votos governistas na rejeição da emenda das Diretas? Trata-se de uma apreciação, também ela, fantasiosa e ridícula.

Os signatários que apenas fazem um favorzinho pessoal a Lula não se dão conta de que põem sua assinatura num documento que tenta, a um só tempo, constranger a imprensa e a Justiça. Uma tentativa, acreditem vocês e os signatários, inútil.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ricardo Lewandowski, a lavagem de dinheiro e por que seu voto, se triunfar, passa a mão na cabeça de políticos corruptos

Ricardo Lewandowski deve absolver todo mundo do crime de lavagem de dinheiro. Segundo o ministro, para que pudesse haver lavagem de dinheiro, seria necessário que aquele que recebeu o dinheiro agisse de modo deliberado para escondê-lo. Sem isso, diz, seria punir alguém duas vezes pelo mesmo crime, o tal “bis in idem”. Diz ainda que o recebedor dos recursos teria de saber que o dinheiro tinha origem ilícita — e não haveria provas disso, diz ele.

É uma consideração que tem consequências. Boa parte dos políticos é acusada de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Três condenações podem levar um réu à cadeia, mas duas não. Lewandowski deu ainda pistas de que pode inocentá-los também de formação de quadrilha.

A tese de que aqueles que recebiam dinheiro não sabiam necessariamente de sua origem ilícita é, para dizer pouco, risível. Diz que se trata de mera ilação. Ora, se o dinheiro não tinha origem ilícita, por que todas aquelas heterodoxias para sacá-lo? Tenham paciência!

Em tempo: Lewandowski condenou Pedro Correa por corrupção passiva, mas inocentou Pedro Henry. Só tratará da lavagem de dinheiro ao fim do seu voto. Seu voto, embora severo na questão da corrupção passiva — mas sempre deixando claro que está seguindo o tribunal, sugerindo que seu entendimento é outro —, se triunfante, passa a mão na cabeça dos políticos.

Por Reinaldo Azevedo

 

Fico feliz ao verificar que este blog e VEJA.com trabalharam direito em benefício do leitor

O revisor, Ricardo Lewandowski, começou a votar. Está tratando do caso de Pedro Correa, do PP, que ele condena por “corrupção passiva”. Ele coligiu os votos e opiniões dos demais ministros, que definem o que é corrupção passiva. E notou que a totalidade dos seus pares entende que basta haver A PERSPECTIVA DO ATO DE OFÍCIO para caracterizar a corrupção passiva. Ter cometido ou não o ato é agravante da pena.

Vocês sabem que tenho insistido nesse aspecto desde o primeiro dia. Tratei literalmente dessa questão no primeiro programa da VEJA.com, no dia 2 de agosto. Produziu-se muita desinformação a respeito. Bastava, no entanto, ler o Artigo 317 do Código Penal, a saber:

Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Voltei
Ora, como se poderia sustentar que o ato efetivo seria necessário se um funcionário pode cometer corrupção passiva antes mesmo de assumir um cargo? Era uma leitura absurda.

Quem acompanhou este blog e os debates que fizemos na VEJA.com sempre esteve com a informação segura.

Por Reinaldo Azevedo

 

A síntese do voto de Joaquim Barbosa

RÉUS LIGADOS AO PP
Condenados por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro:
Pedro Henry (MT), Pedro Corrêa, João Cláudio Genu.

Condenados por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro:
Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg.

RÉUS LIGADOS AO PL
Condenados por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro:
Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas.

Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Bispo Rodrigues.

RÉUS LIGADOS AO PTB
Condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro:
Roberto Jefferson, Romeu Queiroz e Emerson Palmieri.

RÉU LIGADO AO PMDB
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro:
José Borba.

Joaquim Barbosa absolveu Antonio Lamas, irmão de Jacinto Lamas.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula em seu labirinto – PT vai à Justiça, na Paraíba, contra decisão tomada por Lula! É sério!

Como é mesmo? Os deuses primeiro tiram o juízo daqueles a quem querem destruir. Leiam esta nota deliciosa, de Lauro Jardim, na coluna “Radar”:

Veja como as coisas andam mesmo mudadas para Lula e o PT. Na segunda-feira, Lula foi a estrela do programa de TV de Daniella Ribeiro (PP), a irmã do ministro Aguinaldo Ribeiro, que é candidata em Campina Grande (PB). O apoio de Lula à irmã de um ministro de Dilma Rousseff seria algo normal, não fosse por um detalhe: o próprio PT tem candidato à prefeitura na cidade e é, portanto, adversário da “candidata do Lula”.
Como não poderia ser diferente, a aparição do “deus” petista no horário eleitoral da candidatura adversária fez o PT de Campina Grande pedir (e conseguir) a proibição da propaganda na Justiça Eleitoral. Que fase, Lula!

Voltei
O PT é uma máquina gigantesca de assalto — no sentido da “tomada” — ao estado, sob o comando inequívoco de Lula. Dentro dessa estrutura, ele atua como um autocrata: faz e desfaz, manda e desmanda, bota pra quebrar. No Maranhão, por exemplo, pôs o partido a serviço de Sarney, e quem reagiu foi afastado do comando. Em São Paulo, deu uma cotovelada em Marta Suplicy e nomeou Haddad, o Bell’Antonio, candidato à Prefeitura.

E assim vai… Às vezes, acontece isso que se vê: o PT recorrendo à Justiça para tirar do ar um depoimento que Lula gravou espontaneamente.

Por Reinaldo Azevedo

 

CUT adere a retórica golpista em ato público com meia-dúzia de gatos-pingados e ataca o STF e a VEJA… A nação treme de medo!

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) não nega aquilo que é: mero instrumento do PT lulista. Era assim quando o partido estava na oposição; é assim agora.

A central resolveu promover um ato público na Avenida Paulista para “fortalecer” a campanha salarial de cinco categorias, inclusive a dos bancários, que estão em greve, infernizando a vida de milhões de pessoas.

Obedecendo à convocação do PT, o presidente da entidade, Vagner Freitas, não hesitou e atacou o Supremo: “O que querem fazer em Brasília é derrotar a classe trabalhadora. Querem colocar na nossa cabeça que não podemos governar o Brasil porque trouxemos ao país a corrupção”.

Depois Freitas iniciou uma arenga contra a VEJA, que, em reportagem de capa desta semana, informa que Marcos Valério tem afirmado a seus interlocutores que Lula era o real chefe do mensalão e que o esquema movimentou pelo menos R$ 350 milhões. Os gatos-pingados que acompanhavam o “protesto” não deram muita bola. Uma meia dúzia se limitou a responder “Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexe comigo”.

A nação treme de medo, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

 

Serra se descola de Haddad, mostra Datafolha, e o pânico chega às hostes petistas; a ordem é partir para a baixaria, com o endosso de Lula; Haddad corre o risco de ser o petista com menos votos na cidade em 27 anos!

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, pode se preparar. Vem chumbo grosso do petismo por aí. Lula, como tem sido regra desde que deixou à Presidência, está abraçado a seu rancor. Ele mandou a população de São Paulo votar em Fernando Haddad. O povo está resistindo. Então a ordem é partir para a baixaria contra o adversário do PSDB.  Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta quinta, o petista oscilou dois pontos para baixo em uma semana e tem agora 15% das intenções de voto. Serra oscilou um para cima e foi a 21%. Celso Russomanno, do PRB, passou de 32% para 35%. Desta vez, o instituto entrevistou um maior número de pessoas — 1.802 —, e a margem de erro é dois pontos para mais ou para menos, não de três. Assim, Haddad não está mais tecnicamente empatado com Serra. Se o segundo turno fosse hoje, o petista estaria fora do jogo.

Bateu o desespero na campanha petista, e eles começaram a brigar. Há descontentamento com a campanha. Referindo-se ao porra-louca Marat, um dos jacobinos extremistas da Revolução Francesa, que adorava ver cortar cabeças, um contemporâneo moderado seu cravou uma frase: “Deem um copo de sangue a este canibal que ele está com sede”. Os petistas, Lula especialmente, estão com sede e deram a ordem: é para partir pra cima de Serra e para tentar desconstruir também Russomanno — nesse caso, no entanto, com mais moderação.  O PT tem medo do “bispo” Edir Macedo e da Rede Record. O alvo preferencial será mesmo Serra. Já volto ao assunto.

Os petistas nunca ficaram fora do segundo turno na cidade em São Paulo desde que a eleição é disputada em duas etapas. Ainda falta muito tempo. Uma coisa, no entanto, é fato: Haddad corre o risco de ter o mais baixo desempenho da história do PT na cidade desde que foi restituída a eleição direta nas capitais. Em 1985, Jânio Quadros se elegeu com 39,3%, FHC ficou com 35,3%, e Eduardo Suplicy obteve 20,7%. Em 1988, Luíza Erundina foi eleita com 33% (não havia segundo turno). Em 1992, a esta altura do campeonato, Suplicy, que concorreu outra vez (perdeu para Maluf), tinha 24%. Em 1996, pouco mais de uma semana antes do pleito, Erundina aparecia com 21% (deu Celso Pitta). Em 2000, Marta Suplicy se elegeu no segundo turno e tinha, em 15 de setembro, 32%. Em 2004, contra Serra (eleito), ela aparecia com 33% no dia 11 de setembro. Em 2008, no dia 13 de setembro, a 17 dias do primeiro turno, Marta (de novo!) tinha 37% das intenções de voto. Kassab, que se elegeu, estavam com os mesmos 21% que Serra exibe agora.

Escrevendo o parágrafo acima, ocorre-me uma coisa. Quantos analistas “isentos” vocês já leram a sustentar que o PSDB não se renova, que apresenta sempre os mesmos candidatos e coisa e tal? Com o PT seria diferente… Pois é: desde 1985, apenas quatro petistas disputaram oito eleições na capital: Suplicy (2); Erundina (2), Marta (3) e Haddad (1). Em 1985, FHC disputou pelo PMDB. Três tucanos disputaram sete eleições: Fábio Feldman (1), Serra (4) e Alckmin (2). Neste 2012, Lula, sob o aplauso entusiasmado de alguns analistas isentos como um táxi, decidiu inovar. Eis aí…

Calma lá!
Não! Não faço como os petralhas, que soltam rojão na véspera. Até porque esses 35% de Russomanno — que, hoje, venceria Serra e Haddad no segundo turno, segundo o Datafolha, por, respectivamente, 57% a 31% e 55% a 30% — não é dessas coisas que peçam comemoração. Mas dá para tirar uma conclusão ao menos: Haddad era, com efeito, um notório desconhecido da população paulistana. Para que se tornasse popular, teve de se escorar em duas mulheres, digamos, “fortes”, de personalidade marcante e caráter opiniático (Dilma e Marta), e, claro!, em Lula. Parece que o eleitorado não se convenceu até agora de que ele consegue caminhar pelas próprias pernas.

Baixaria
Vem jogo pesado por aí. O PT já vazou para a imprensa que vai retomar a sua ladainha de sempre contra “as privatizações”. Como se Dilma não tivesse aderido ao programa… É bem possível que tente pegar carona nas sujeiras armadas por delinquentes em 2010, que motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal. Vai funcionar? Não sei! Os petistas estão bravos porque o tema do mensalão foi parar na campanha, como se houvesse nisso algum crime.

É a estratégia do desespero. Em 2006, o PT tentou armar contra Serra o dossiê dos aloprados. Em 2010, o sigilo fiscal de pessoas de sua família foi quebrado por bandidos. Tratava-se de outra conspiração criminosa. Não fará mal nenhum aos tucanos lembrar, no ar, as vezes em que o partido tentou vencer no berro. É bom refrescar a memória do eleitor, por exemplo, com aquela montanha de dinheiro apreendida pela Polícia Federal… Preparam-se! O PT, que soube lavar como ninguém a reputação de figuras notórias da política como José Sarney e Fernando Collor, quer enlamear a do candidato do PSDB.

Quando se é petista, isso faz todo sentido. Afinal de contas, por vários motivos, Lula está mesmo mais próximo de Sarney e Collor do que de Serra.

Por Reinaldo Azevedo

 

Olhem lá… O ministro Joaquim Barbosa diz o óbvio, que sustentei aqui e na VEJA.com

O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, destaca uma obviedade, para a qual chamei aqui a atenção de vocês. Não é o parlamentar ter ou não votado com o governo que caracteriza a corrupção passiva, mas o fato de que havia a expectativa do ato de ofício: poder votar. De todo modo, Barbosa afirma que houve, sim, correspondência entre os pagamentos e os votos dados no Congresso.

Atenção! Se o parlamentar praticou, em suma, o ato de ofício em troca de algum benefício, esse debate fica para a hora da dosimetria da pena. Nesse caso, ela é acrescida de um terço.

Chamei a atenção para esse aspecto no primeiro programa realizado na VEJA.com, no dia 2 de agosto.

Por Reinaldo Azevedo

 

Russomanno se irrita ao ser questionado sobre a Universal

Da VEJA.com:
Depois de fugir de dois debates, Celso Russomanno deu nesta quinta-feira a mais clara demonstração do quanto perguntas sobre sua ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus o incomodam. O candidato do PRB bateu boca, ao vivo, com o apresentador do jornal local da Rede Globo, César Tralli, ao ser questionado se seguiria a orientação da entidade para administrar a cidade. Metade da entrevista de oito minutos foi gasta com a discussão.

“De jeito nenhum, eu sou católico. Nós estamos em um estado laico. Não existe interferência da igreja na administração pública. Eu não vou perseguir nenhuma igreja”, disse o candidato, afirmando que há ateus e pessoas de todos as religiões em sua equipe. O apresentador insistiu no assunto e Russomanno perdeu a fleuma. “César, eu posso te pedir um favor? Vamos falar sobre São Paulo? Discutir religião não leva a nada. Eu não me digo católico. Eu sou o que sou.”

O jornalista insistiu que os apoios e a história de um candidato interessam ao eleitor. “Eu quero falar de saúde, educação, deixa eu terminar!”, apelou Russomanno, engatando um discurso ensaiado com suas promessas de campanha. O apresentador então lembrou ao candidato que aquilo não era programa eleitoral, mas uma entrevista, ao que Russomanno reagiu: “Você é tão jornalista quando eu, César. Começamos juntos e trabalhamos juntos.”

O candidato do PRB perdeu a oportunidade ainda de explicar por que fez um acordo com uma funcionária que o acusava de pagar salário com verba da Câmara dos Deputados sem que ela prestasse qualquer serviço em seu gabinete. Irritado, Russomanno disse que a história estava encerrada. “Isso não acrescenta nada. Vamos falar sobre São Paulo.”

Por Reinaldo Azevedo

 

O DEBATE DESTA QUARTA NA VEJA.COM – Sobre o ódio à democracia

Por Reinaldo Azevedo

 

Dirceu pode ser condenado ou absolvido na semana da eleição

Saí para tomar um suco, no fim da tarde, e, na volta, Joaquim Barbosa estava fatiando o Capítulo VI da denúncia. Eu havia entendido que ele deixaria para esta quinta o grupo de réus da corrupção ativa, no qual se incluem José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Mas não! Já corrigi o post em que havia feito essa afirmação. Barbosa conclui amanhã a votação dos réus por corrupção passiva e passa a palavra para o revisor, Ricardo Lewandowski, que deve começar a ler seu voto depois do intervalo. Se os ministros fossem mais rápidos, eu teria menos sede, hehe… Adiante. Lewandowski teria dito ao presidente, Ayres Britto, que pode esgotar essa parte do seu voto amanhã mesmo, coisa de que duvido. Na sequência, votam os demais ministros.

Vamos ver. Se Lewandowski levar as mesmas duas sessões e meia (eles tem empregado sempre o mesmo tempo de Barbosa), vai até quarta da semana que vem. Só na quinta, dia 27, os demais ministros votariam. Na segunda, dia 1º, Barbosa se encarregaria, então, de Dirceu e dos demais acusados de corrupção ativa. Nesse caso, as coisas são mais simples. Quanto tempo? Em tese ao menos, na pior das hipóteses (Lewandowski também consumir duas sessões e meia para os réus de corrupção passiva), será possível saber no dia 4 de outubro a situação de Dirceu, Genoino e Delúbio. O tesoureiro do PT não tem saída — é condenação certa. Nos outros dois casos, existe espaço para firulas retóricas. Dirceu teria, assim, selado seu destino na quinta. No domingo, dia 7, os brasileiros vão às urnas.

Não é um despropósito lógico o fatiamento do fatiamento, mas é uma desnecessidade. E não deveria ter sido feito, especialmente num dia em que o Supremo foi alvo de um ataque bucéfalo, antidemocrático, fascistoide mesmo!, do PT. De todo modo, reitero, há tempo hábil para julgar Dirceu — que, ao lado de Lula, comanda uma verdadeira campanha contra o Supremo — antes que qualquer manobra seja tentada.

De todo modo, teremos emoções interessantes. Se os ministros condenarem a turma da corrupção passiva, isso faz supor que houve alguém praticando a ativa… “Ah, foi tudo coisa do Delúbio”, dirão alguns. Pois é. Vamos ver quantos ministros do Supremo vão aderir à interessante tese de que o tesoureiro é que era o chefe do partido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Para relator, Jefferson também era mensaleiro

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro, na VEJA.com

Denunciante do maior escândalo político do governo Lula, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi colocado nesta quarta-feira no mesmo patamar dos mensaleiros e condenado pelo relator, Joaquim Barbosa, por corrupção passiva. Embora tenha delatado o mensalão, o deputado cassado nunca admitiu ter se valido do esquema de compra de votos de deputados.

Apesar de ter recebido 4 milhões de reais diretamente das mãos do publicitário Marcos Valério, Jefferson afirmou que o montante não era propina, e sim recursos acertados com o PT nas eleições municipais de 2004. Para Joaquim Barbosa, no entanto, Jefferson é tão mensaleiro quanto os políticos do extinto PL (atual PR) e do PP – todos já condenados pelo relator em seu voto.

“A partir de dezembro de 2003, o próprio Jefferson aceitou receber recursos pagos pelo PT para conduzir o apoio de seus correligionários em projetos de interesse do governo”, disse o ministro. Em voto, deixou claro: assim como os demais partidos, o PTB acertou sua participação no esquema criminoso em troca de propina.

“Os repasses e as promessas de pagamento feito pelo PT exerceram forte influência sobre a fidelidade dos deputados do PTB, tendo em vista a importância das somas envolvidas e o consequente desejo de receber o dinheiro em troca de apoio político”, disse o ministro. A “soma elevadíssima” – foi acertado repasse total de 20 milhões de reais, embora nem tudo tenha sido pago – acarretou, conforme explicou Barbosa, no crescimento exponencial de deputados filiados ao PTB.

Em seu voto, Joaquim Barbosa fez um relato histórico dos apoios políticos do PTB nas últimas eleições – em 2002, os petebistas se aliaram ao então candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes. E lembrou que, com a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, a legenda foi uma das primeiras a aceitar o mensalão.

“Embora em 2002 o PTB tenha apoiado o candidato do PPS às eleições presidenciais, Ciro Gomes, concorrente do candidato do PT, o presidente do PTB foi em 2003 um dos primeiros beneficiários de pagamentos periódicos em espécie”, disse o ministro. “Quando passou ele próprio a ser beneficiário, Jefferson tinha consciência de que os pagamentos eram feitos em troca da consolidação da base parlamentar”, completou.

Conforme o ministro, Roberto Jefferson tinha conhecimento de longa data da distribuição de recursos por vias criminosas – prática acertada, em um primeiro momento, pelo então presidente petebista, José Carlos Martinez, já morto, e sabia da sistemática de corrupção para o pagamento de mesadas a congressistas.

A denúncia do Ministério Público Federal aponta que Jefferson e o tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, receberam 4 milhões de reais pessoalmente de Valério em duas parcelas. Os pacotes de dinheiro, envoltos em fitas do Banco Rural e do Banco do Brasil, seriam parte de uma promessa de 20 milhões de reais do mensalão. Ainda conforme a Procuradoria-Geral da República, Palmieri foi incumbido de negociar o pagamento dos 16 milhões de reais restantes e acompanhou Marcos Valério em uma viagem a Portugal para reuniões com executivos da Portugal Telecom. Palmieri foi condenado hoje por Barbosa por corrupção passiva.

“Trata-se de recursos com claro potencial para determinar a continuidade do apoio do PTB na Câmara e juntamente o apoio da maior parte dos parlamentares do partido. Impensável admitir-se que repasses efetuados dessa forma, por meio da estrutura criminosa, seriam harmonizáveis com o sério exercício da função parlamentar pelos beneficiários”, disse o relator.

Romeu Queiroz – Ao analisar a participação do PTB no mensalão, o ministro Joaquim Barbosa também considerou o ex-deputado Romeu Queiroz culpado por corrupção passiva. O ex-parlamentar, que conseguiu se livrar da cassação ao auge do escândalo, admitiu ter recebido pouco mais de 100 000 reais, mas alegou tratar-se de doação da empresa Usiminas à campanha de 2004 “para repasse segundo os interesses partidários”.

Para Barbosa, no entanto, existem provas contundentes de que Queiroz vendeu seu apoio político no Congresso Nacional “em troca dos recursos que o PT vinha oferecendo aos aliados”.  

Na hierarquia do mensalão, o Ministério Público diz que coube a Romeu Queiroz indicar o assessor José Hertz, do PTB mineiro, para sacar dinheiro do valerioduto e negociar a continuidade da distribuição de propina após a morte de José Carlos Martinez.

Por Reinaldo Azevedo

 

Barbosa vota o caso de Roberto Jefferson. Deve condená-lo; daqui a pouco, debate na VEJA.com

Joaquim Barbosa condenou o núcleo do PL por corrupção passiva. Agora vota o núcleo do PTB, de que a estrela é Roberto Jefferson. Daqui a pouco, debate na VEJA.com. Procurem o link aqui.

Por Reinaldo Azevedo

 

E tudo segue a toque de caixa para nomeação de novo ministro do Supremo

Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:
O Senado vai votar na semana que vem a indicação do ministro Teori Zavascki para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Como a Casa vai realizar votações na terça e quarta-feira para análise da MP do Código Florestal, também será incluída na pauta a votação da indicação de Zavascki.

O ministro será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na terça-feira. No mesmo dia, a comissão vota a sua indicação. Em seguida, é a vez do plenário da Casa votar o nome de Zavascki, o que vai ocorrer até quarta.

“Eu tinha feito o compromisso de que, se houvesse a convocação do Senado para a votação do Código Florestal, eu iria fazer a sabatina do ministro. Falei com ele por telefone e confirmamos a sabatina na terça-feira”, disse à Folha o presidente da CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

A votação abre caminho para que Zavascki participe do julgamento do mensalão no STF, embora o ministro tenha declarado que ainda vai “decidir o assunto”. A análise do processo deve acabar só em novembro.

Questionado na semana passada se é comum a participação de juízes em julgamentos já iniciados nos tribunais superiores, ele disse que existem casos. “Nós temos muitos casos em que em tese é possível, mas não conheço o regimento interno do Supremo”, disse.

O artigo 134 do Regimento do STF determina que não pode participar da votação ministros que não acompanharam a leitura do relatório e os debates, mas abre uma brecha ao permitir a participação daqueles que se acharem “esclarecidos” sobre o tema.

“Não participarão do julgamento os ministros que não tenham assistido ao relatório ou aos debates, salvo quando se derem por esclarecidos”, afirma o texto do regimento.

PRESSA

A orientação do Palácio do Planalto aos governistas é acelerar a votação da indicação no Senado para evitar que o STF fique com apenas 10 ministros durante o julgamento – o que permite casos de empate.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relator da indicação de Zavascki na CCJ, apresentou em tempo recorde o seu parecer na semana passada recomendando a aprovação do nome do ministro.

Renan levou apenas um dia para elaborar e apresentar seu relatório à comissão. Como o relatório foi apresentado na última quarta-feira (12), os senadores não podem mais pedir o adiamento da votação quando entrar em pauta.

A agilidade na apresentação do relatório é incomum na Casa. Última ministra indicada pelo governo, Rosa Weber teve que aguardar 23 dias da sua indicação até a leitura do relatório favorável ao seu nome na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado).

No caso de Zavascki, a presidente Dilma Rousseff levou onze dias para fazer a indicação em substituição a Cezar Peluso, que deixou o STF ao completar 70 anos.

Na semana passada, Zavascki visitou senadores no tradicional corpo a corpo para a sabatina. Ele é ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), conhecido por colegas pela discrição e rigor no respeito aos ritos processuais 

Por Reinaldo Azevedo

 

Andrea Matarazzo tentou remover a favela do Moinho; os petistas e parte da imprensa resolveram sufocar os pobres com seu amor. E com a fumaça dos incêndios! São os responsáveis morais pela tragédia!

Espalhem esta história. Nada é mais exemplar do bem que as esquerdas do miolo mole fazem aos pobres

Andrea Matarazzo, meu candidato a vereador (PSDB), quando secretário de Subprefeituras, tentou remover a Favela do Moinho, que sofreu o segundo incêndio em menos de um ano nesta semana. Um rapaz brigou com o namorado e decidiu botar fogo no objeto do seu desejo e do seu rancor. Segundo reportagem da Folha, o sinistro só aconteceu porque o programa da Prefeitura de combate a incêndios teria falhado (já trato disso). Antes, algumas outras considerações.

Por que Matarazzo queria remover a favela de lá? Em razão do risco a que estão submetidos os moradores — inclusive de incêndio. Mas esse nem é o maior. Uma linha de trem passa no meio da favela, a meio metro das casas, onde brincam crianças. Há ainda problemas de contaminação do solo.

Foi um Deus nos acuda! Todos os supostos “amigos do povo” se mobilizaram em favor do “direito” que as pessoas teriam de morar no local. Esquerdistas da PUC-São Paulo montaram um núcleo de estudantes de direito e sociologia para se organizar contra a remoção. Seguiram todos pra lá, para ver de perto a pobreza redentora e fazer o estágio Massinha I do curso do bom burguês que reconhece que a luta de classes move a história. Abaixo, há dois vídeos espantosos. O primeiro retrata aquela mobilização contra a remoção. Notem quanta poesia há no olhar desses patriotas. Seguem, depois, para seus lares confortáveis, pouco se  importando que crianças tenham como quintal a linha de trem. A redenção do povo supõe a existência de alguns mártires, certo?

O segundo já foi feito depois do incêndio desta semana.

O primeiro
 

O segundo
Muito bem! Ocorrida uma nova tragédia, os valentes não se dão por achado. No vídeo abaixo, a gente vê uma suposta “especialista” a atribuir o incêndio à “especulação imobiliária” — já se sabe o nome do incendiário. Na raiz do seu gesto, uma questão passional. A moça não quer nem saber. Aproveita, claro!, para acusar também a “mídia”. A ideologia a impede de ver a realidade. Eis o resultado do trabalho de doutrinação das nossas escolas. Assistam. Volto depois.

Voltei
Isso é uma tentativa de jornalismo?
– NÃO HÁ UM SÓ INDÍCIO DE INCÊNDIO CRIMINOSO! É MENTIRA!
– A PREFEITURA ESTÁ PAGANDO O ALUGUEL SOCIAL ÀS VÍTIMAS!  

“Nada de remoção! Isso é higienismo social”, gritavam e gritam os discípulos morais do padre Júlio Lancelotti, um homem que não pode ver um carente que logo cai de joelhos. Por ocasião do primeiro incêndio, sabem quem foi à favela dar a sua contribuição solidária aos moradores? Ele! O senador Suplicy. Vejam. 

 

A favela não foi e não será removida. Os poetas da miséria alheia não deixam. Os petistas, por óbvio, compraram a causa. Assim, os que impediram a remoção daquela favela é que são, por óbvio, responsáveis morais pelas tragédias havidas e por haver. A “responsabilidade moral” não está prevista no Código Penal. Ela é, antes de mais nada, uma questão ética. E política!

Os incêndios
Já escrevi aqui umas 500 vezes e repito. Acho que os jornalistas e o jornalismo podem ter opinião. Mas ela há de ser instruída pelos fatos e por um compromisso com a verdade. O incêndio na favela do Moinho, vejam que coisa!, acabou caindo nas costas da Prefeitura. Pois é… A Prefeitura tem desenvolvido um trabalho de prevenção a incêndio nessas áreas, e isso não quer dizer que consiga evitá-los sempre. Mais: prevenção não é combate.

O programa tem funcionado? Isso, sim, não é matéria de opinião, mas de fato. Vamos os números de incêndios desde 2001:
Gestão Marta
2001 – 224
2002 – 169
2003 – 200
2004 – 185

Gestão Serra
2005 – 151
2006 – 156

Gestão Kassab
2007 – 120
2008 – 130
2009 – 129
2010 – 31
2011 – 79
2012 – 69

Voltei
São dados objetivos, factuais. Como se verifica, desde a gestão da petista Marta Suplicy, que pertence ao partido desses notórios humanistas, o número de ocorrências caiu espantosamente. Parece haver aí um indício de que os programas de prevenção estão dando resultado, além, claro!, do trabalho de urbanização de favelas e regularização das instalações elétricas.

Mas e daí? Esses são apenas os fatos. E eles são favoráveis a uma gestão que a média da imprensa paulistana decidiu detestar. Ah, sim: ela também comprou a causa dos “amigos do povo”. Não se enganem: onde houver um pobre, um miserável, haverá sempre um progressista por perto disposto a sufocá-lo com o seu amor — ou com a fumaça de incêndios.

Por Reinaldo Azevedo

 

É o conteúdo do voto dos mensaleiros que determina se houve corrupção passiva? A resposta é “não!” Mensaleiro pode ter sido corrupto até votando contra o governo; esse debate é ridículo e ignora a lei

O deputado Odair Cunha (PT-MG), hoje relator da CPI do Cachoeira, é coautor de um estudo demonstrando não haver correspondência entre o recebimento de dinheiro e o voto dos mensaleiros. A síntese é a seguinte: os petistas não se alinhavam com o governo por dinheiro, uma vez que era o partido do poder. As demais legendas ora votavam, ora não, e é impossível estabelecer uma correspondência entre a dinheirama e o voto.

Reitero: isso é absolutamente irrelevante! Todos os parlamentares tinham a expectativa do ato de ofício. A rigor, o ponto terminal da atividade representativa é mesmo esta: o voto. O recebimento de qualquer vantagem, especialmente por meios ilícitos, como foi o caso, se dá em razão da expectativa desse ato de ofício. Se o deputado ou senador que levou a grana cumpriu ou não a expectativa de quem pagou, isso é, no que diz respeito à essência do crime, irrelevante. Só tem importância para se definir se a pena terá ou não agravante. No caso de o voto ter sido efetivamente dado, então a punição tem de ser aumentada.

Nunca será demais lembrar o Artigo 317 do Código Penal, que define e pune a corrupção passiva:
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Como se nota, todos os parlamentares mensaleiros podem e devem ser punidos pelo caput do Artigo 317. Todos estão sujeitos a penas de 2 a 12 anos. Caso fique evidente que eles efetivamente deram um voto — praticaram, além da expectativa, o ato de ofício — em troca de dinheiro, aí a pena de tem de ser aumentada em um terço.

Assim, é pura pilantragem teórica e exercício de direito criativo essa história de que é preciso provar que o parlamentar votou em troca de dinheiro. Não é! A única coisa que precisa ser provada — e está provadíssimo! — é que aquela turma recebeu benefícios ilegais. Afinal, quando o fez, estava investida da expectativa do ato de ofício. Ponto final!

Absolver os então parlamentares de corrupção passiva nesse caso significa uma coisa só: aposta na impunidade. Até porque, relembro, um parlamentar pode receber o dinheiro ilegal e até trair o seu financiador. E daí? O fato de ser infiel e enganar o seu patrono não faz dele um homem decente, não é mesmo? O que o caput do Artigo 317 pune não é o larápio fiel. Pune o larápio. Sem adjetivo.

A propósito: um parlamentar eleito que não tenha nem mesmo tomado posse pode praticar corrupção passiva, como deixa claro o Artigo 317. Logo, essa conversa — se votou ou não votou em razão do dinheiro — é puro diversionismo. Ministro que levar a sério aquele levantamento do PT estará apostando na impunidade.

Por Reinaldo Azevedo

 

Barbosa condena Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas por corrupção passiva; todo o núcleo do ex-PL deve segui-los

O ministro Joaquim Barbosa trata, neste momento, dos réus então ligados ao PL, acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Nesse ritmo e dadas as minudências, sabe-se lá quando isso vai acabar. A expectativa é que chegue aos acusados de corrupção ativa — José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, além da turma do núcleo de Valério  — só amanhã, quando se espera que conclua seu voto sobre o Capítulo VI. Ricardo Lewandowski certamente ocupará as três sessões da semana que vem.

Barbosa vota pela condenação de Valdemar Costa Neto, hoje no PR, por corrupção passiva (e o mesmo deve ocorrer em relação à lavagem). Condena também Jacinto Lamas, então tesoureiro do PL, e o deve fazer o mesmo nos casos de Antônio Lamas e Bispo Rodrigues. Rodrigues era bispo da… Universal do Reino de Deus!

Por Reinaldo Azevedo

 

Ainda o celibato de Jesus e a clareza

Esse meu ofício é mesmo interessante. Eu pago um pato considerável por jamais ser ambíguo. Ali onde muitos dos meus coleguinhas jogam aquele tatibitate gostoso, nem isso nem aquilo, eu mando brasa. Mesmo quando me refiro ao futuro, deixo claro que não tenho bola de cristal, mas digo para onde aponta a lógica. Não obstante esse esforço, há ainda quem insista em ler coisas que eu não escrevi.

É o caso do tal fragmento de papiro. Afirmei um fato e uma opinião até óbvia. O fato: a historiadora em questão é chegadita a uma, como posso dizer?, leitura feminista do cristianismo. Nenhum problema! Eu também sou. Já escrevi aqui, com base em bibliografia específica, que as mulheres foram as primeiras propagadoras da religião em razão da interdição do aborto e da proibição da poligamia. A opinião óbvia: eu acho que tal fragmento é muito pouco para mudar o que se tem firmado a respeito. Aliás, ela própria acha isso.

Eu nem disse se achava bom ou mau Jesus ter tido ou não mulher. Também não tratei da minha fé. Alguns leitores podem achar, como escreveram, que ela é incompatível com o meu pensamento ou sei lá o quê. Mas não pelo post que escrevi, ora. Não entrei no mérito.

E trouxe, adicionalmente, uma informação objetiva e uma interpretação da história. A informação objetiva: o celibato de Jesus não é um dogma da Igreja Católica, como se tem escrito por aí. A interpretação histórica: considerando que a esterilidade era vista como uma maldição e que a prole era uma bênção — vejam o caso de Abraão, Sara e Isaac —, o celibato, especialmente dos primeiros fundadores da Igreja, era certamente visto como uma grande renúncia em nome da causa, valor que permanece hoje. Mas Paulo advertia, como sabem: “Melhor casar do que abrasar-se”.

Em tempo: está nos arquivos, podem procurar: eu sou contra o celibato sacerdotal. Como ele não cai tão cedo, é melhor abrasar-se fora da hierarquia da Igreja do que ferir a reputação da instituição.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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