Eis por que o Brasil de Lula tem de acabar para que nasça o Brasil dos brasileiros
Vamos lá! Eu não sei se Fernando Haddad, candidato de Lula (não exatamente do PT) à Prefeitura de São Paulo, vai ou não para o segundo turno. Espero que não! E a razão é simples. O Brasil de Lula tem de acabar se o Brasil dos brasileiros quer nascer. E isso não é só retórica. Ontem, o ex-presidente comandou um ato em defesa do postulante petista com alunos beneficiados pelo ProUni. O palco do encontro foi a UniNove, instituição de ensino que está entre as mais contempladas com bolsas — muito especialmente em cursos que não requerem nada além de saliva e giz. Então vamos ver: beneficiados e beneficiários de um programa federal — financiado pelo estado brasileiro e, portanto, por não petistas também — são mobilizados em apoio ao candidato do partido que está no governo; candidato esse que era o chefe da concessão dessas bolsas.
Isso seria um escândalo em qualquer país democrático do mundo. Tanto Lula como Dilma, quando candidatos, falaram a beneficiários do Bolsa Família, por exemplo. Trata-se de uma espécie de privatização, em favor de um partido, de programas que são financiados pelo estado brasileiro, por dinheiro público. É essencialmente imoral! Ainda que se possa alegar que as pessoas que lá compareceram o fizeram por conta própria, é evidente que a máquina de constrangimento sempre opera nessas horas. Ainda que não operasse, o PT não pode fazer de conta que os recursos que sustentam o programa pertencem ao partido.
Em sua vociferação, Lula, claro!, atacou as oposições, que estariam fazendo jogo rasteiro ao “explorar” o mensalão e se dedicou a seu esporte predileto nos últimos, deixem-me ver, 18 anos: atacar FHC! Leiam isto:
“No nosso governo, as pessoas são julgadas, e as coisas são apuradas. No deles, tripudiam. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer.”
Até outro dia, Lula dizia que o mensalão nunca tinha existido, que se tratava de uma invenção da oposição e que ele, ora vejam!, iria querer apurar o que aconteceu para contar a verdade ao povo. Huuummm… De que erro estaria falando agora?
Mas já que falou em “filho”, noto que as instâncias de investigação da República foram generosas com ele. Nunca se procurou investigar, por exemplo, em que circunstâncias a então Telemar, hoje OI, investiu, no total, R$ 15 milhões na Gamecorp, a empresa de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha. Tratava-se de uma concessionária de serviço público, de que o BNDES é sócio, enfiando dinheiro num empreendimento do filho do presidente, cuja aventura maior no mundo profissional, até então, tinha sido ser monitor de jardim zoológico. Nesse caso, Lula não só passou a mão na cabeça do “nosso filho” como disse ainda que o rapaz era o Ronaldinho dos negócios. As últimas notícias dão conta de que a empresa está em sérias dificuldades.
Lula está se orgulhando do quê? Tentou, por todos os meios — e tenta ainda — intimidar os ministros do Supremo. Buscou falar a linguagem da chantagem com Gilmar Mendes, por exemplo. Deu-se mal porque não havia o que chantagear. Seus porta-vozes, hoje, se dedicam à cotidiana tentativa de desqualificar o Supremo.
O surto teve início quando um estudante, provavelmente do PSOL, ergueu uma faixa com a inscrição: “Renovação com Mensalão? PT do Lula tem o mensalão, PT do Haddad tem paralização na educação”. O Apedeuta, filho de mãe que nasceu analfabeta (coitada!!!), não reclamou da “paralização” com “z”. Ali estava, à sua moda, uma obra de Haddad. O Bell’Antonio de Lula também discursou. Mas farei um post só pra ele.
Texto publicado originalmente às 4h55
Por Reinaldo Azevedo
da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:
O PT suspendeu por excesso de palco a turnê que acabou por falta de plateia
“Nunca fui de abandonar companheiro no meio do caminho”, vive dizendo Lula. A bazófia é reiteradamente desmentida pela biografia. Para chegar ao Planalto, o ex-presidente livrou-se de meio mundo sem choro nem vela. Amigos dos tempos de sindicalista, fundadores do PT descontentes com os rumos impostos ao rebanho pelo pastor genioso, possíveis sucessores, parceiros sem vocação para a vassalagem ─ ficaram para trás todos os que ameaçaram obstruir, dificultar ou retardar a travessia da estrada principal. Desde sempre, Lula só foi incondicionalmente leal a Lula.
Essa marca de nascença nega a seus portadores o cultivo de afetos reais. Confrontados com o risco de naufrágio, caem fora até do barco que pilotam e abandonam à própria sorte os tripulantes que escolheram. É o que Lula acaba de fazer com a arca atulhada de candidatos a prefeito lançados ou apoiados pelo PT nas 20 capitais brasileiras. Todos em apuros nas pesquisas eleitorais, todos estavam à espera da visita do milagreiro das urnas para festejar a mudança dos ventos. O súbito cancelamento da turnê do palanque ambulante, anunciado nesta quarta-feira, recomenda que esperem sentados.
Diretor-geral da excursão, o companheiro Paulo Frateschi explicou que Lula suspendeu as viagens para dedicar-se à campanha de Fernando Haddad na capital paulista ─ e, se sobrar tempo, socorrer devotos em cidades vizinhas. Conversa fiada, corrige o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Alarmado com o fracasso das três primeiras apresentações, o piloto sumiu para escapar do abraço de afogado. Depois da estreia em Belo Horizonte, por exemplo, a situação de Patrus Ananias passou de difícil a desesperadora. Humberto Costa já é o terceiro colocado no Recife. A passagem do palanque ambulante poderia garantir-lhe a lanterninha.
Escalado para camuflar o fiasco, Frateschi caprichou na pose de agente de superpop do voto. “Para ir a uma capital, o presidente Lula teria que ir a seis”, fantasiou. “Então, a decisão foi cancelar todas as viagens”. O país que, embora aceite tudo, já não engole Lula sem engasgos foi apresentado a outro espanto: a turnê que acaba por falta de plateia, mas é suspensa por excesso de palco.
(por Augusto Nunes)
HADDAD ADERE À CAMPANHA SUJA – PT manda “repórter” da CUT para tumultuar entrevista de Serra. Não tem jeito! Eles odeiam a democracia!
Não adianta!
Eles não têm limites!
Eles não reconhecem a ordem democrática!
Eles não reconhecem o estado de direito!
Eles não reconhecem a legitimidade dos adversários!
Eles não reconhecem o valor das urnas, a menos que estas lhes sejam favoráveis.
Em 2010, o PT abusou do expediente de enviar falsos repórteres para entrevistas do tucano José Serra com o fito exclusivo de tumultuar, de fazer perguntas para provocar, de agredir.
Por que chamo de “falsos repórteres”? Porque alguém que trabalha num veículo — jornal, site, revista etc — que sirva a um partido não faz jornalismo, mas militância política. O PT, a CUT e outros esquerdistas menos cotados criaram uma rede de páginas na Internet — algumas delas financiadas com dinheiro público — que se fingem de imprensa séria para atender a propósitos político-partidários.
Isso voltou a acontecer hoje. Leiam a nota divulgada pela campanha do tucano José Serra, que disputa a Prefeitura de São Paulo.
PT envia repórter para tumultuar coletiva de Serra
O PT deu início, nesta sexta-feira (28), a uma nova, e lamentável, estratégia eleitoral em São Paulo. Enviou um repórter da Rede Brasil Atual, grupo de comunicação mantido por sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), para tumultuar a coletiva de imprensa do candidato José Serra, no Bairro da Mooca, zona Leste da cidade.
Após o candidato detalhar sua proposta de ampliar as vagas de ensino técnico na capital, o repórter o questionou em tom agressivo: “Veio agora à cabeça ou é seu projeto de governo?”
Serra quis saber em qual veículo o repórter trabalhava, mas a resposta foi: “Não interessa. O senhor vai responder a minha pergunta ou não?”. Após insistência do candidato, ele admitiu ser funcionário da Rede Brasil Atual, ligada à CUT e ao PT. Serra prosseguiu com a coletiva e já se dirigia ao carro que o levaria embora quando o mesmo repórter o abordou, novamente de forma provocadora: “Você só responde pergunta favorável?”. Antes de entrar no carro, o candidato ainda foi xingado pelo jornalista da CUT.
O uso de supostos repórteres para provocar adversários ou, por outro lado, tentar promover o candidato Fernando Haddad não é inédito nesta eleição. Na última quarta-feira (26), após caminhada de Haddad por Santana, na zona Norte, um rapaz a serviço do PT se misturou aos jornalistas presentes e passou a simular perguntas claramente favoráveis ao candidato. O episódio risível foi registrado pela imprensa.
A Rede Brasil Atual é um órgão de propaganda sindical e partidária, criada em conjunto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicatos dos Bancários de São Paulo. Outros sindicatos menores aderiram. Segundo a própria Rede Brasil Atual, em vídeo que pode ser visto no YouTube, trata-se de um órgão de propaganda controlado por “58 entidades sindicais parceiras”.
A diretora responsável pela publicação é Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de SP e filiada ao PT. O outro responsável é Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A diretora financeira é Ivone Maria da Silva, secretária de Estudos Socioeconômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A rede foi criada dentro de um esforço concentrado do PT para tentar impor sua própria visão de mundo aos meios de comunicação reais. Na época, o PT, sob inspiração de José Dirceu, sonhava criar uma estrutura de imprensa sindical que lhes desse suporte político e eleitoral.
A Rede Brasil Atual, que é mantida pelos sindicatos com o dinheiro dos trabalhadores, poderia, por exemplo, esclarecer o que aconteceu no escândalo CUT-Ministério da Educação. Segundo noticias veiculadas hoje pela imprensa, a CUT recebeu 24 milhões de reais do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão Fernando Haddad para oferecer cursos de alfabetização que jamais foram realizados, segundo ficou comprovado por uma auditoria do TCU. A Central Sindical – que é ligada ao PT e controla a rede Brasil Atual – já foi obrigada a devolver 4,5 milhões de reais aos cofres públicos e, pela decisão, terá que devolver o restante. Além do MEC, a CUT também recebeu valores da Petrobras para o mesmo fim – neste caso, mais 26 milhões de reais. Como também não há nenhuma prova de que os recursos tenham sido empregados em cursos de alfabetização, a CUT também terá de devolver os valores.
Os cursos de alfabetização que a CUT deveria ter feito com o dinheiro público nunca foram vistos por ninguém. A Rede Brasil Atual está aí. Só não vê quem não quer.
Por Reinaldo Azevedo
Seria Haddad “tão idiota quanto parece”? Aécio responde
Por Tiago Décimo, no Estadão Online:
Assim como fez em Maceió (AL), no giro por cidades nordestinas para apoiar candidaturas de partidos aliados e divulgar seu nome tendo em vista a eleição de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu o candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ao chegar a Salvador (BA), no início da tarde desta sexta-feira, 28.
Na noite de quinta-feira, 27, em um discurso para alunos de uma universidade particular em São Paulo, Haddad havia sugerido que Aécio não estaria preparado para disputar a Presidência. “Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho, lê um livro por semana”, disse à plateia.
O tucano mineiro rebateu com vigor. “Como acho que ele (Haddad) não pode ser tão idiota quanto parece às vezes, acho que ele quis, ali, dar uma estocada no presidente (Luiz Inácio Lula da Silva, que também estava no evento e que, além de não ter curso superior, já confessou ler pouco)”, alegou Aécio. “Talvez por não estar satisfeito com a incapacidade que o presidente Lula demonstrou, até agora, de alavancar sua candidatura.”
Para o senador, falta humildade a Haddad. “Acho que vai ficando claro para ele, que é neófito em política, que, para ter sucesso na vida pública, não adianta apenas ter um padrinho político, também é preciso ter humildade e competência”, disse. “Vou sugerir a ele que, nas férias forçadas que provavelmente terá a partir de domingo, leia a biografia de São Francisco de Assis. Um pouco de humildade, se não fizer bem para sua carreira política, que acho que termina de forma precoce, certamente fará dele um homem melhor no futuro.”
Aécio desembarcou na Bahia para participar de eventos de apoio a duas candidaturas do DEM nas duas principais cidades do Estado, Salvador e Feira de Santana – cidades nas quais o DEM começou as campanhas na liderança das pesquisas de intenções de votos, mas que registram crescimento das candidaturas petistas na reta final da propaganda eleitoral.
Em Salvador, a pesquisa Ibope divulgada na noite de quinta-feira mostrou o petista Nelson Pelegrino à frente de ACM Neto (DEM) pela primeira vez na campanha – 34% a 31%. O primeiro levantamento do instituto na cidade, divulgado no início de agosto, mostrava o democrata com 40% de preferência, ante 13% do petista.
Já em Feira de Santana, de acordo com o Ibope, em pesquisa divulgada também na noite de quinta, o democrata José Ronaldo ainda mantém liderança folgada, com 63% das intenções de voto, ante 16% do petista Zé Neto.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Jornalista da Folha não lê o meu livro, engana seus leitores, resolve resenhar Reinaldo, não “O País dos Petralhas II”, e mente sobre mim
Bernardo Mello Franco, jornalista da Folha, escreveu um texto sobre “O País dos Petralhas II – O inimigo agora é o mesmo”. Está publicado hoje no jornal. Não resenhou o livro, mas o autor, de quem ele parece não gostar muito, o que é um direito. Ele não tem é o direito de escrever mentiras sobre mim e sobre o livro.
É claro que eu respondo. Eu sou como Joaquim Barbosa: cedo a provocações. Como não estou no Supremo e meus leitores se divertem, então eu me divirto também. Segue o seu texto em vermelho. Respondo em azul.
*
Azevedo volta a mirar o PT em “O País dos Petralhas II”
Jornalista lança nova coletânea de textos em que ataca o ex-presidente Lula, políticos e artistas que julga simpatizantes do partido.
O País dos Petralhas II reúne 113 artigos. Sabem quantos tratam diretamente de Lula? Apenas 10. Outros 12 se referem ao governo Dilma. Nesse segundo grupo, há críticas muito duras à oposição. Não que eu tenha qualquer receio de ser reconhecido como crítico do petismo. Na era do nariz marrom, eu me orgulho disso. Fui crítico do governo FHC também, inclusive na Folha. Forneço os números porque esses são os fatos.
Na reta final das eleições municipais e do julgamento do mensalão, o jornalista Reinaldo Azevedo volta a mirar o PT em “O País dos Petralhas II”, nova coletânea de textos do seu blog no portal da revista “Veja”.
Mello Franco deve me confundir com algum político da antiga UDN, que ambicionava chegar ao poder com discursos e a eventual ajuda de uns tanques… Qual é a inferência? Que tentei influenciar o processo eleitoral com um livro? Mais: fosse para aproveitar o mensalão, teria esperado o fim do julgamento.
“Volta a mirar o PT”??? Além daqueles 22 textos a que me referi, “O País dos Petralhas II” é composto de:
– 2 textos sobre princípios;
– 5 textos sobre aborto;
– 8 textos sobre religião;
– 8 textos sobre cotas raciais;
– 7 textos sobre “ecologismo”;
– 7 textos sobre embates envolvendo alguns artistas (que nada têm a ver com o PT) por conta de Prêmio Jabuti e Lei Rouanet;
- 6 textos sobre o que chamei “sindicalismo gay”;
- 5 textos sobre descriminação das drogas;
- 11 textos sobre política internacional (4 sobre os EUA, 3 sobre América Latina; 4 sobre Oriente Médio);
- 8 textos sobre a Comissão da Verdade;
- 5 textos sobre o Poder Judiciário;
- 7 textos sobre educação;
- 9 textos sobre ideologia;
- 3 textos sobre os falsos liberais brasileiros.
Ou por outra: dos 113 artigos, 77,8% versam sobre outros assuntos. Os leitores que ficarem com a sua versão jamais saberão disso. É claro que o PT aparece aqui e ali porque, afinal, é o partido que está no poder. “País dos petralhas”, como está claro desde o volume I, de 2008, é o espírito de um tempo — tempo que gera resenhas como essa…
Desta vez, o trocadilho de petistas com metralhas, dos irmãos Metralha, vem acompanhado de um subtítulo: “O Inimigo Agora É o Mesmo”, paródia da continuação do filme “Tropa de Elite”.
Das duas uma: ou explica a referência ou não cita (mas aí ele perderia a chance de fazer um gracejo raso no parágrafo seguinte). Inverti o subtítulo do filme “Tropa de Elite II – O inimigo agora é outro” porque, como está claro num dos textos do livro, critiquei a subordinação do segundo filme de José Padilha à sociologia do pé quebrado, que resolveu culpar “o sistema” pela violência no Rio. Como eu acredito em responsabilidades de indivíduos, não de entes abstratos, fiz a brincadeira.
Nota – “Petralha” não é um “trocadilho”, mas um neologismo, que já integra um dos três grandes dicionários da língua portuguesa produzidos no Brasil.
Azevedo, um ex-trotskista arrependido, é uma espécie de Capitão Nascimento da direita. Da sua tribuna na internet, aponta o fuzil sem piedade para o ex-presidente Lula e para políticos, artistas ou intelectuais que julga simpatizantes ou aliados do PT.
Sou tão “ex-trotskista arrependido” quanto Mello Franco é um pós-udenista culpado! É uma tolice e uma mentira! Como ele não leu o livro, não chegou à página 364, em que está escrito, com todas as letras:
“Fui trotskista dos 14 aos 21 anos mais ou menos. Posso não me orgulhar, mas também não cabe ficar falando de arrependimentos. Havia as circunstâncias e as escolhas que fiz com o entendimento que tinha do mundo à época. Mas acho que bem cedo percebi o mau cheiro que exalava daquele pântano moral. Curiosamente, o livro que me tirou daquela bagaceira também ética foi escrito por um deles — ainda hoje considero o mais inteligente entre eles. Refiro-me a Moral e Revolução, escrito por Leon Trotski.”
E essa é apenas uma das vezes em que escrevi que não me arrependo de coisa nenhuma! Já disse que foram anos importantes na minha formação porque li boa parte da literatura de esquerda, que é hoje utilíssima às minhas análises. Quem é esse Mello Franco para dizer que sou “ex-trotskista arrependido”??? É meu confessor? Meu terapeuta? Sabe sobre mim mais do que eu? E não tenho fuzil, rapaz! Nem metafórico. Eu trabalho com palavras. “Capitão Nascimento da direita”??? Por quê? O original era de esquerda? E não! Eu não critico esse ou aquele porque petistas. Um dos textos mais longos do livro é um embate entre mim e um economista claramente liberal.
No novo livro, sobram balas para Chico Buarque (“mau romancista” e “propagandista do petismo”), para Caetano Veloso (“pensador amador”) e até para o apresentador Silvio Santos (“puxa-saco de sucessivos governos”).
Dada a sequência do texto, parece que os três são… petistas! Ora.. Esqueceu-se de informar que, no caso de Caetano, respondi a dois artigos seus no Globo, em que fui citado. No caso de Chico, omite o fato de que expliquei por que o considero “mau romancista”. E não é porque ele seja prosélito do PT — no Rio, do PSOL… Aliás, afirmei também que ele é um bom letrista. O PT nada tem a ver nem com uma coisa nem com outra. Ou Chico seria ruim nas duas coisas. Entendeu, Mello Franco, ou quer agora um desenho?
Lula, alvo principal do blog, é chamado de “O Apedeuta”. No verbete de dicionário transcrito pelo próprio Azevedo: “quem não tem instrução, ignorante”.
É mentira! Eu teria muito prazer em fazer um livro em que Lula fosse o alvo principal. Talvez ainda faça. A lista de textos vai acima. Mello Franco pode ser eventualmente doloso no terreno intelectual. A definição completa de “Apedeuta”, que está na página 431 do livro, é esta: “O termo está dicionarizado: ‘Que ou quem não tem instrução, ignorante’. Neste livro e no blog, ‘O Apedeuta’, com artigo, designa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando faz a apologia da ignorância ou fala alguma batatada teórica”. Ele reproduz só parte da definição porque, se sou um “Capitão Nascimento da direita”, então tenho de parecer também preconceituoso. Sabem como é… Por que haverão eles de ser ao menos honestos com “direitistas e reacionários”, essa gente tão maléfica?!
O primeiro volume dos “petralhas” vendeu mais de 50 mil exemplares. O sucesso de público é alimentado por um ritmo frenético de atualizações -ele costuma varar a madrugada comentando o noticiário político.
É…
Algumas das polêmicas se arrastam em posts muito longos e recheados de insultos, um problema que a edição não quis eliminar. O texto flui melhor quando o autor investe na ironia.
Entendi. Aí você ficou com preguiça e não leu! Resenhou o que não leu! Poderia ter detestado, sim! Mas, se quer escrever sobre o meu livro, não sobre mim, tenha a decência de ler. “Recheados de insultos” uma ova! Quais são os insultos? Onde estão? Não que eu ache o insulto sempre descabido, não! Nem eu nem gente muito melhor do que eu. Ocorre que, de novo!, isso é mentira!
Em tempo: meu blog e meus livros fazem sucesso, sim, Melo Franco, como você mesmo admite. E com meus textos longos! Escrevo para quem gosta de ler e para quem não é fulminado por orações subordinadas.
O livro faz ataques ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, chamado de “teórico do homicídio em massa” por uma frase sobre Stálin. O post em que Azevedo declarou voto em José Serra (PSDB) ficou fora da coletânea.
Quando escrevi o texto sobre Fernando Haddad, ele não era candidato à Prefeitura de São Paulo. Ocorre que Mello Franco, desde a primeira linha, quer transformar “O País dos Petralhas II” numa peça da guerrilha eleitoral — ele pode não gostar de mim e me achar bobo, mas não o bastante para atrelar um livro a uma disputa que estará decidida daqui a um mês…
E por que chamei Haddad de “teórico do homicídio em massa”? Por causa destas palavras DO ENTÃO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, que o resenhista também omite, por ocasião da polêmica sobre aquele livro do “nós pega o peixe”:
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.
Quem acredita que matar pessoas depois de ler livros é superior a matar antes de lê-los é o quê? Fui generoso com o mais recente aliado de Paulo Maluf. O fim do texto de Mello Franco esbarra na delinquência intelectual mesmo. Diz ele que já declarei voto em Serra, o que é verdade, mas que isso “ficou fora da coletânea”. Só ficou porque o livro não reúne textos sobre a disputa municipal em São Paulo.
Qual é a inferência do rapaz? Então eu vou lhe contar uma coisinha: meu blog deve fechar este mês de setembro com 3.070.000 visitas (para arredondar). Se digo aqui em quem vou votar, por que tentaria omitir a informação num livro? Qual é a sua hipótese?
Encerro
Não é, acreditem, a resenha negativa que me desagrada. Ela pode, inclusive, ajudar a vender livros. Podem espalhar por aí, por favor, que um jornalista da Folha detestou! Se eu tivesse a pretensão de ser amado por essa gente, não escreveria o que escrevo, não diria o que digo, não compraria as brigas que compro. Nem diria que Chico Buarque é “mau escritor”… Se esse rapaz ou qualquer outro quiserem dizer o que não vai bem no meu livro, ok. Se eu achar que devo responder ou polemizar, faço-o. E pronto! Como sempre.
Já a mentira me incomoda. A pauta do meu livro não é eleitoral — só me faltava acreditar que livros interferem no resultado das urnas… Chalita está descobrindo que não! A esmagadora maioria dos textos trata, é claro!, de temas políticos e personagens da política — e Lula é apenas uma delas. Eu não me arrependo de coisa nenhuma do meu passado — nem do que não fiz! Ocorre que o rapaz não leu o livro. Como, no momento, cobre a campanha eleitoral, em especial o candidato Fernando Haddad, do PT, resolveu não fugir da pauta.
Finalmente, Mello Franco, eu digo no blog, em livro, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé em quem vou votar e já votei. Pior é o gato escondido com o rabo de fora. Não é insulto. É só uma metáfora carinhosa!
*
Se vocês quiserem ir ao lançamento do livro do Reinaldo Azevedo, resenhado — o Reinaldo, não livro — pelo jornalista da Folha, não esqueçam: dia 2 em São Paulo e dia 4 no Rio.
Texto originalmente publicado às 5h19
Por Reinaldo Azevedo
Cuidado! Vai que a nova comissão de Sarney meta você na cadeia e solte o Fernandinho Beira-Mar…
Ai, ai…
O senador José Sarney (PMDB-AP) decidiu entrar para a história. Acha que fez pouco até agora. Agora deu para formar comissões para reformar códigos. A sua última iniciativa estupidamente malsucedida foi criar uma para reformar o Código Penal. E deu naquela estrovenga que considera o abandono de um cachorro ou de uma tartaruga mais grave do que o de uma criança. Deu naquela estrovenga que legaliza o aborto, contrariando a Constituição — segundo o coordenador do grupo, a turma propôs isso “com muito orgulho”. Deu naquela estrovenga que legaliza, na prática, a eutanásia — contrariando a Constituição de novo. Deu naquela estrovenga que, de fato, legaliza o tráfico de drogas à medida que não considera mais crime portar substâncias consideradas ilícita para, no máximo, cinco dias de consumo…
Esse foi o produto da comissão criada por Sarney. O grupo não ouviu ninguém, não quis falar com ninguém, não debateu com ninguém, nada! Nem mesmo se encarregou de nomear um revisor para harmonizar as propostas. Há erros grosseiros de conceituação, de nomenclatura, de tudo. Um lixo!
Sarney, o Nosferatu da política brasileira, nunca está contente! Paulo Francis perguntava há mais de 20 anos se ninguém enfiaria uma estaca — metafórica, claro! — no coração dele. Ninguém enfiou. Lula, ao contrário, o que fez foi lhe franquear o pescoço de milhões de brasileiros, dando-lhe vida nova. A parceria foi tão longe que o Babalorixá de Banânia transformou o PT do Maranhão num empregadinho de Roseana Sarney. Mas volto ao ponto.
O presidente do Senado decidiu agora ter outra ideia, dar mais uma contribuição à história do Brasil. Apresentou um requerimento em que pede a criação de uma comissão especial de juristas para atualizar a Lei de Execução Penal, que é de 1984. O requerimento deve ser votado no dia 16 de outubro. A Lei de Execução Penal decide como os condenados pela Justiça cumprem pena. Cuida, entre outros assuntos, do regime de progressão, quando o regime é fechado, semiaberto etc.
Há algum mal em propor mudanças etc e tal? Não! Mas pergunto: essa nova “comissão” de Sarney será tão responsável quanto a outra? Será tão democrática quanto a outra? Será tecnicamente tão competente quanto a outra.
Se for, temo pelo resultado. Se, no Código Penal proposto por aquele outro grupo, abandonar um iguana (escolho um animal de sangue frio porque os bichos homeotérmicos tendem a nos comover) é mais grave do que abandonar um bebê humano, numa inversão absoluta de valores, a nova Lei de Execução Penal de Sarney poderia propor soltar os bandidos e meter na cadeia os homens de bem.
Texto publicado originalmente às 22h09 desta sexta.
Por Reinaldo Azevedo
Código Florestal e a busca da perfeição
Leia trecho do artigo da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), também presidente da CNA, na Folha de hoje:
As duas casas do Congresso Nacional, em votações praticamente unânimes, aprovaram a versão final da medida provisória editada pela presidente da República para eliminar as lacunas que decorreram do veto presidencial a alguns dispositivos do Código Florestal.
Chega-se ao fim de um longo processo de discussão e votação democrática, que durou mais de uma década e que, sem dúvida, faz da nossa lei florestal a mais debatida de nossos estatutos legais.
Os temas foram objeto de amplo e transparente contraditório, refletido em larga escala pelos meios de comunicação.
É hora de darmos por findo esse debate e nos prepararmos para por em prática a nova lei. A busca interminável pela perfeição em matéria de questões humanas é a maior inimiga dos bons resultados.
Há, no entanto, quem ainda sugira novos vetos e novas rodadas de discussões e conflitos parlamentares, como se quase 15 anos não fossem ainda o bastante. Como se as indiscutíveis maiorias manifestadas nas casas legislativas representassem menos a vontade da sociedade do que a de algumas minorias organizadas de ativistas.
A democracia somente funciona quando a vontade da maioria é devidamente respeitada. Em caso contrário, não há estabilidade nem segurança jurídica. É disso que se trata agora.
Tenta-se, insistentemente, propagar a versão que o texto final da medida provisória e até mesmo o próprio Código, sancionado pelo Poder Executivo, é uma vitória dos produtores rurais. Nada pode estar mais longe da verdade.
A lei que temos agora é a mais rigorosa e restritiva legislação existente no mundo, sob o ponto de vista da utilização da terra para a produção agrícola, sem falar nas restrições severíssimas ao aproveitamento dos recursos naturais em geral.
Em nenhum país do mundo, os proprietários rurais têm a obrigação de deixar sem uso de 20% a 80% de suas terras. Em nenhum país relevante, como os Estados Unidos, a China e mesmo a União Europeia, os produtores têm de manter preservada a vegetação nativa ao longo das margens dos seus rios.
O Mississipi, o Colorado, o Reno, o Danúbio, o rio Amarelo, ou qualquer grande corrente fluvial no mundo têm suas margens ocupadas economicamente sem restrição e servem, também, irrestritamente como vias navegáveis e fontes de energia.
Tenta-se no momento criar um falso impasse: se além dos 15 metros que serão obrigatoriamente reflorestados, às margens dos rios com até dez metros de largura, devemos recompor cinco metros adicionais.
Cálculos que realizamos na CNA indicam que esses cinco metros a mais representam, em números médios, em torno de 1,8 milhão de hectares, o que elevará a cobertura vegetal do Brasil dos atuais 517 milhões de hectares para 518,8 milhões de hectares.
Esse aumento de apenas 0,3% da área preservada poderá custar cerca de R$ 10 bilhões, a serem pagos em mudas e insumos por mais de 200 mil médios produtores. E outros R$ 6 bilhões serão perdidos em produção agrícola, a cada ano.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Jefferson diz que é “vítima de si mesmo”
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, tem alta do hospital Samaritano no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro na manhã deste domingo (05/08/2012)(Marcelo Fonseca/Brazil Photo Press/Folhapress)
Na VEJA.com:
O delator do esquema do mensalão e deputado federal cassado, Roberto Jefferson (PTB-RJ), usou seu blog na manhã desta sexta para se manifestar pela primeira vez sobre a decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de condená-lo por corrupção passiva. Ele afirma não ser vítima de ninguém, a não ser de si próprio, e diz que não tem nada a reclamar.
O ex-parlamentar ainda responde por lavagem de dinheiro. Neste caso, cinco ministros já se manifestaram em favor da condenação e apenas o revisor, Ricardo Lewandowski, propôs sua absolvição. Jefferson diz que não concorda com as condenações, mas que recebe com “serenidade a decisão dos ministros”.
O presidente licenciado do PTB volta a afirmar que não vendeu seu partido para o PT e que também não fez uso para fins pessoais dos recursos que os petistas repassaram a ele – o próprio Jefferson confirma em depoimentos ter recebido R$ 4,5 milhões em 2004 para viabilizar candidaturas de seu partido às eleições municipais daquele ano. Por fim, ele nega ser um delator.
“A maioria da Corte Suprema do meu País já me condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora não concorde com as imputações, recebo com serenidade a decisão dos ministros. E reafirmo: não vendi o meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer do dinheiro que a mim chegou para financiar campanhas eleitorais. Muito menos sou delator, alcunha com que tentam à força me marcar”, escrever o ex-deputado do PTB, que conclui seu pequeno texto com uma citação em latim: “Dura lex, sed lex” (a lei é dura, porém é a lei).
Recluso na pequena cidade de Comendador Levy Gasparian, na divisa entre os estados do Rio e Minas Gerais, Jefferson está se recuperando de uma cirurgia para extração de um tumor no pâncreas. Realizado em julho, o procedimento também afetou outros órgãos.
Ele levou mais de 500 pontos internos na operação. No dia 12, o ex-deputado voltou a ser internado com problemas gastrointestinais e desidratação. Ficou uma semana no hospital e saiu 9 quilos mais magro. Nos próximos dias, o delator do mensalão começa o tratamento com quimioterapia.
A doença o obrigou a se licenciar da presidência nacional do PTB, na versão oficial divulgada pelo partido no dia seguinte à manifestação de Lewandowski em favor de sua condenação por corrupção. Jefferson deixará oficialmente o comando do partido por pelo menos seis meses. Em seu lugar, ficará o vice-presidente da legenda e ex-deputado federal Benito Gama.
Ao longo do dia de hoje, o blog do ex-parlamentar recebeu muitas manifestações sobre o texto publicado. Algumas o criticavam, outras davam apoio. Havia várias manifestações de repúdio ao PT, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministro da Casa Civil e também deputado federal cassado, José Dirceu – este também réu do processo em análise do STF.
(Com Agência Estado)
Por Reinaldo Azevedo
CUT, que tentou tumultuar entrevista de Serra, já foi multada em julho deste ano por fazer campanha eleitoral petista. É vergonhoso!
A CUT, como vocês leem no post abaixo, mandou um “repórter” com o fito exclusivo de tumultuar uma entrevista coletiva do tucano José Serra, candidato à Prefeitura de São Paulo. Eles são novos nisso??? Não!!! Como escrevo ali, são useiros e vezeiros do expediente. E posso provar o que digo.
Leiam trecho de uma informação publicada no site do Tribunal Superior Eleitoral no dia 30 de julho deste ano:
TSE multa CUT e Editora Atitude por propaganda ilegal em favor de Dilma
O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou na noite desta terça-feira (10) multas de R$ 15 mil à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Editora Gráfica Atitude Ltda. por fazerem propaganda eleitoral ilícita em favor da então candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência da República, Dilma Rousseff, e contrária a José Serra, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) ao cargo em 2010. Os ministros do Tribunal entenderam que tanto a CUT como a gráfica desrespeitaram a legislação eleitoral ao promoverem a candidatura de Dilma em jornal bancado pela central e em revista produzida pela editora, respectivamente em setembro e outubro de 2010.
Dispositivo do artigo 24 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) proíbe que sindicatos contribuam direta ou indiretamente com recursos para campanhas de candidatos ou partidos.
Na condição de relatora, a ministra Nancy Andrighi considerou que o Jornal da CUT, de setembro de 2010, e a Revista do Brasil, da Editora Atitude, de outubro de 2010, divulgados inclusive pelo site da central sindical, enalteceram a candidatura de Dilma Rousseff em manchetes, textos e editoriais, como se a candidata fosse a mais apta a ocupar o cargo público pretendido. Além disso, segundo a ministra, as publicações fizeram propaganda negativa de José Serra, então candidato do PSDB a presidente. Segundo os autos do processo, a revista, mantida por dois sindicatos, é distribuída a 360 mil trabalhadores.
“Os elementos probatórios dos autos não deixam dúvida quanto à realização da propaganda eleitoral. Os textos fazem menção direta às eleições presidenciais e suscitam a ideia de que a candidata representada seria a mais apta ao exercício do cargo em disputa, além de fazer propaganda negativa contra o seu principal adversário nas eleições de 2010”, disse a ministra relatora.
A ministra lembrou em seu voto que o ministro Joelson Dias, que não integra mais a Corte, deferiu em outubro de 2010 parte de pedido de liminar, apresentado pela coligação “O Brasil Pode Mais”, do candidato José Serra, determinando que a CUT e a Editora Atitude se abstivessem de distribuir, respectivamente, o Jornal da CUT, ano 3, nº 28, e a Revista do Brasil, edição nº 52. O ministro determinou ainda que a central sindical se eximisse de reproduzir os textos que enalteciam Dilma em seu site.
Os ministros Marcelo Ribeiro e Marco Aurélio acompanharam o voto da relatora, mas divergiram quanto ao valor da multa. Os ministros votaram pela aplicação do valor máximo de R$ 30 mil, previsto para o caso. O ministro Marco Aurélio foi além, e estendeu a multa também a Dilma Rousseff e à coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, da candidata, por entender que “seria extravagante e extraordinário” pensar que ambas não tinham conhecimento da propaganda irregular feita pela CUT e pela editora.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Desesperado da Silva pressiona, e Dilma Acuada Rousseff participa de comício pró-Haddad. Espero que presidente não adote a linguagem da chantagem
Voltei
Tinha ido ao médico. Rotina, petralhas! Podem sossegar o facho! Adiante.
Luiz Inácio Desesperado da Silva pressionou, e a presidente Dilma Acuada Roussseff cedeu. Vai participar, na segunda-feira, de um comício em favor da candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O evento acontecerá em um conjunto habitacional de Itaquera.
O Desesperado anda com saudade do povo. Por onde passa, tem reunido entre 1.000 e 3.000 pessoas no máximo. Agora recorre à sua ex-criatura, Dilma, para salvar o criador, que está em franca decadência política.
Desta vez, é provável que reúna mais gente. O poder do cargo atrai, quando menos, a curiosidade. O comício é feito numa área pobre da cidade porque o candidato e o partido que têm mais contribuição do grande capital que brincar de luta de classes: os pobres contra os ricos.
O PT armou algumas arapucas para passar a ideia de ascensão irresistível de Haddad. O coroamento deveria ter vindo com a pesquisa Datafolha de ontem, que, no entanto, continuou a registrar o petista em terceiro lugar. É preciso considerar os extremos da margem de erro (de dois pontos para mais ou para menos) para afirmar que está empatado com Serra (18% a 22%). Chega a ser quase uma licença poética.
Pode mudar? Claro que sim! Mas a realidade hoje é essa. E Lula tem que pedir socorro a Dilma. Vamos ver qual será o discurso da presidente.
Brasil afora, o PT tem usado explicitamente a linguagem da chantagem: se os eleitores votarem no candidato do partido, haverá mais dinheiro do governo federal. Logo, entende-se que, se não votarem, haverá menos. Em síntese: o petismo só promete dar aos pobres aquilo que já lhes pertence e que foi gerado por eles, com o seu trabalho, só se forem obedientes.
Espero que Dilma Acuada Rousseff resista a se comportar como Dilma Chantagista Rousseff.
Por Reinaldo Azevedo
Aécio Neves diz que Lula age como chefe de facção
Na VEJA.com:
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta sexta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva age “como líder de facção” e mancha a própria biografia ao defender os réus do mensalão. Para Aécio, Lula ataca a oposição “de forma extremamente agressiva” nos palanques eleitorais. “O lulismo, da forma que existia, quase messiânico, que apontava o dedo e tudo seguia na mesma direção, não existe mais”, afirmou o senador.
Em entrevista concedida nesta sexta-feira em um hotel na orla de Maceió, Aécio respondeu às declarações de Lula contra os tucanos nos palanques eleitorais, principalmente em São Paulo. Segundo Aécio, os ataques mostram o desespero do ex-presidente. “O lulismo sempre terá avaliações positivas em algumas regiões de sua influência, mas, da forma como existia no passado, não existe mais”, disse. “Lula está abdicando da condição de ex-presidente de todos os brasileiros para ser um líder de facção. Não é bom para ele, nem para sua história.”
O senador afirmou que o julgamento do mensalão será como virar uma página na história do Brasil. “O julgamento fortalece a ética na política. Teremos um Brasil melhor.”
Para Aécio, a tática virulenta de Lula tem surtido efeito inverso, como no caso de Belo Horizonte, onde o ex-presidente fez ataques a Fernando Henrique Cardoso. “Parece que o incomoda ainda bastante a figura de Fernando Henrique, mas sua ida a Minas não alterou em nada as pesquisas eleitorais”, disse.
Aécio disparou também na direção do candidato petista à prefeitura de São Paulo. Fernando Haddad o chamou de despreparado para ser presidente da República e o aconselhou a ler mais – um livro por semana, ao menos. “Acho que ele passou ali um recado ao presidente Lula. Ele não me parece satisfeito com o apoio do ex-presidente”, disse o tucano, lembrando que, apesar do “tsunami de recursos financeiros investidos”, a campanha de Haddad não deslanchou.
O senador disse que preferia ser lembrado por Haddad com mais gentileza. “Achei que ele fosse me cumprimentar, por ter levado Minas Gerais a ser o estado que tem a melhor educação fundamental do Brasil”, disse. “Se ele me perguntasse a receita, eu lhe diria: é humildade e competência, duas características que ele não demonstrou ter ao longo da sua vida pública. É uma oportunidade de ele perceber que, para avançar na vida pública, não basta apenas um padrinho político.”
Eleições presidenciais
Questionado sobre as eleições presidenciais de 2014, o senador disse que não quer “colocar o carro na frente dos bois”. “Agora nós vamos nos dedicar a sair bem das eleições municipais, principalmente no Nordeste e, em 2013, vamos discutir com a sociedade qual a nova agenda do país”, disse. “A partir daí, vai surgir uma candidatura. Se recair sobre mim essa responsabilidade, obviamente eu estarei preparado.”
De olho na eleição de 2014, Aécio realiza um périplo por cidades nordestinas, como Maceió, onde candidatos tucanos disputam a prefeitura. O objetivo tem mão dupla: de um lado, ele dá impulso nessas candidaturas na reta final e de outro, fortalece seus laços políticos com lideranças regionais para uma eventual candidatura presidencial. Na passagem por Alagoas, ele fez uma carreata pelas principais ruas de Maceió ao lado do candidato tucano Rui Palmeira, líder disparado nas pesquisas, e depois seguiu para Arapiraca, onde o candidato do partido, Rogério Teófilo, encontra dificuldades. De Alagoas, Aécio seguirá para a Bahia.
(Com Agência Estado)
Por Reinaldo Azevedo
Mantega acertou o crescimento do Brasil! Com margem de erro de 3 pontos para… menos!
O Banco central baixou ontem a expectativa de crescimento da economia em 2012 para 1,6%. Certo. Transcrevo, em vermelho, trecho de um texto publicado numa página oficial, a “Brasil.gov”… É de 6 de março. Vejam que maravilha:
PIB brasileiro crescerá entre 4% e 4,5% em 2012, estima Mantega
Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País, ter sido menor do que o esperado pelo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve o tom otimista e prevê, para 2012, um crescimento médio próximo a 4,5%.
“O importante é que começamos 2012 com a economia se aquecendo. Isso pode ser visto pelo desempenho de novembro e dezembro. Essa trajetória continuará no primeiro e no segundo semestre de 2012, e [o crescimento do PIB] será maior do que o do ano passado, atingindo o ápice no segundo semestre de 2012, quando a economia estará crescendo mais de 5%. A média deverá ficar entre 4% e 4,5%”, disse Mantega nesta terça-feira (6), durante coletiva de imprensa.
(…)
Voltei
O melhor ironia é do jornalista Sandro Vaia, no Twitter: “Está dentro da margem de erro”. É isto: Mantega agora trabalha com as certezas dos institutos de pesquisa. Com uma ligeira diferença: no seu caso, a verdade está sempre na margem inferior: três para menos!
No dia 20 de julho, sugeri trocar Mantega por uma cartomante. Ela tem mais chances de acertar.
Por Reinaldo Azevedo
Superávit primário tem o pior agosto desde 2002
Na VEJA.com:
A economia do governo para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário, ficou em 2,997 bilhões de reais em agosto, informou nesta sexta-feira o Banco Central. Este é o pior agosto desde 2002. No mesmo período do ano passado, o valor registrado foi de 4,6 bilhões de reais. O resultado consolidado no mês passado ficou abaixo do piso das estimativas de analistas, que estavam entre 3,2 bilhões de reais e 7,8 bilhões de reais.
Segundo o BC, a maior parte do superávit de agosto foi gerada pelos governos regionais, que terminaram o período com saldo positivo de 1,483 bilhão de reais. O governo central contribuiu com 1,173 bilhão de reais e as estatais, com 341 milhões de reais.
Desaceleração
O BC informou também que, no acumulado do ano até agosto, o superávit primário do setor público foi de 74,225 bilhões de reais, equivalente a 2,56% do Produto Interno Bruto (PIB), mas menor do que o visto no mesmo período do ano passado, de 3,56%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em agosto, o superávit primário recuou para 106,395 bilhões de reais, o que representa 2,46% do PIB. Até julho, o primário somava 107,960 bilhões de reais ou 2,51% do PIB.
Por Reinaldo Azevedo
À mentira contada por Haddad, eu oponho a verdade. E com provas! Lula dizia que bolsas eram “esmolas” e deixavam o pobre vagabundo, sem vontade de “plantar macaxeira”
Fernando Haddad, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, tentou demonstrar ontem seu lado, vamos dizer assim, viril. No absurdo ato em que alunos beneficiados por um programa federal foram reunidos numa universidade privada, beneficiária desse programa (ver post), o homem resolveu falar. Com que energia! Transcrevo abaixo um trecho de reportagem do Estadão Online. Volto em seguida para dar uma aulinha rápida ao professor Haddad.
(…)
O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do “bolsa-esmola” e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. “Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário”, afirmou. Ao chamar a oposição de “xarope” por “torcer para que as coisas deem erradas”, o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). “Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana.”
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
Voltei
Por que Haddad atacou Aécio Neves num ato em favor de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo? Não tenho a menor ideia! Pelo que entendi, para ser presidente, é preciso ler um livro por semana. Numa entrevista célebre, Lula confessou que, se livro fosse veneno, desse mal ele não morreria. Dormiu, confessou, com um romance de Chico Buarque nas mãos. Tá… Nesse caso, não foi culpa dele. É melhor do que Stilnox. Adiante.
Haddad conta uma mentira quando diz que a oposição chamou o Bolsa Família de “bolsa esmola”. Até porque os programas de bolsas foram criados por FHC. Quem chamava os programas de bolsa de “esmola” era Lula. O candidato do PT não pode provar o que diz. Eu posso. Vejam o vídeo. Lula se refere ao Bolsa Família em dois momentos: em 2009 e em 2000.
Lula achava que programas de bolsa deixavam os beneficiários vagabundos porque não iriam querer “plantar macaxeira”. Haddad não pode provar o que diz, eu posso, como evidencia este discurso que o Apedeuta fez em 9 de abril de 2003, em companhia de Ciro Gomes, no agreste nordestino. Leiam (em vermelho).
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Como o Fome Zero deu com os burros n’água, o Babalorixá de Banânica editou, no dia 20 de outubro de 2003, uma medida provisória e surrupiou todos os programas de FHC e os juntou no Bolsa Família. Haddad não pode provar o que diz. Eu posso. Segue o texto da lei.
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás,instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Encerro
Eu desminto Haddad. Mas ele não tem como negar o que escrevo. Se tem, quero ver.
Texto publicado originalmente às 5h25
Por Reinaldo Azevedo
Pesquisa Datafolha – Imprensa paulistana tenta omitir o óbvio: o PT esperava que esta sexta fosse o dia da grande comemoração. E, no entanto, não tem o que comemorar
O Folha comparou a pesquisa Datafolha que foi ao ar ontem no SP-TV, da Globo, e que está hoje no jornal com o levantamento da semana passada e se saiu com a seguinte formulação: “Russomanno cai, e Haddad volta a empatar com Serra”. É tecnicamente justificável? No limite extremo da margem de erro, é. Uma colher de chá e tanto para o petista! Afinal, segundo os números do instituto, ele passou de 15% para 18%, e Serra de 21% para 22%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Para que pudessem estar empatados, seria preciso considerar a margem inferior de Serra e a superior de Haddad. Os comandantes do Datafolha sabem que é bem pouco provável que assim seja. Como, no entanto, na pesquisa anterior, a diferença era de 6 pontos e é, agora, de 4, então se fala no empate. Nesse levantamento, Russomanno aparece com 30%, cinco pontos a menos do que na semana passada.
Muito bem! É uma forma de dar um ânimo para os petistas, mas eles sabem que a situação não é boa. O Datafolha vai na contramão da expectativa do partido. Vocês acompanharam aqueles estranhos movimentos que envolveram as pesquisas Vox Pupuli e Ibope. O instituto que serve ao PT divulgou um empate do tucano e do petista em 17%. Em seguida, pesquisa Ibope vaza um dia antes da divulgação e anuncia Haddad um ponto na frente. O Datafolha deveria vir para consagrar a ultrapassagem. E lá continua Fernando Haddad em terceiro, com 18%, o mais baixo desempenho do PT nessa fase da eleição.
NÃO, EU NÃO SEI QUEM VAI PARA O SEGUNDO TURNO. E VOU VOTAR EM SERRA, É CLARO! Quem lê habitualmente o meu blog não tem por que duvidar disso. Mas me parece bastante clara — em muitos casos, escancarada! — a torcida de amplos setores da imprensa paulistana pelo candidato petista, embora isso venha vazado numa aparência de isenção. O melhor seria haver transparência na expressão do gosto e honestidade na análise — esta, sim, tem de ser isenta. O que chamo de “isenção”? Não confundir a torcida com os fatos.
Procuro seguir esse caminho. De todo modo, como sabem qual é a minha preferência, os leitores podem — e devem fazer isso com qualquer um — ligar o espírito crítico: “Opa! Aqui o Reinaldo está falando como torcedor…”. O que lhes sugiro é que sejam rigorosos sempre, com qualquer um.
É evidente que a situação de Serra não é confortável. Uma diferença de quatro pontos percentuais — na hipótese de a pesquisa estar certa — não é coisa que deva tranquilizar ninguém. Mas também é fato que as pesquisas, já demonstrei isso aqui, parecem ter uma certa predileção, ao longo da história, por dar ao PT mais do que tem e aos não petistas, tucanos especialmente, menos do que têm.
Expectativa
A candidatura de Haddad já viveu duas expectativas – uma delas ainda em curso. Nos primeiros dias, a da disparada irresistível. Quantos textos foram publicados sustentando que a ascensão seria meteórica quando ficasse claro que ele era o homem de Lula e Dilma? Faltam oito dias inteiros para a eleição. Isso, até agora, não aconteceu. E, por óbvio, aquela disparada imaginada já está descartada.
A segundo expectativa foi a da ultrapassagem. O primeiro anúncio foi feito há quase três semanas. Quem espalhou o boato foi a turma que faz a campanha de Gabriel Chalita (PMDB-SP), que já começou a atuar como linha auxiliar do PT. Alguma intervenção deve ter acontecido por lá — trato disso em outro post. Até agora, não se deu aquela ultrapassagem. Esta sexta-feira deveria ser usada para a grande comemoração. O Datafolha frustrou as expectativas. E, creio, em nome do bom jornalismo, mais do que o empate improvável, convenham, notícia é a frustração petista.
Reitero: eu não estou aqui juntando variáveis para concluir — leio isso é nas análises dos “isentos” pró-Haddad — que o candidato em que vou votar certamente passará para o seguindo turno. Não sei se vai. O que parece evidente é que Haddad está se mostrando um peso muito maior do que o PT imaginava. E com uma imprensa de tal sorte a favor como, acredito, nunca vi! Se há candidato que foi poupado de sua própria biografia na eleição, esse candidato é Haddad. Tem-se, às vezes, a impressão de que esse gênio da administração realmente poderia promover uma revolução na cidade. Com a qualidade da “revolução” que ele promoveu no Ministério da Educação? Ora…
Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem de um ato em São Paulo, numa universidade que está entre as maiores beneficiárias de bolsas do ProUni, justamente um programa que ficava sob os cuidados de… Haddad… Pensando bem, por que não? Os petistas aparelham as universidades públicas e mantêm boas relações comerciais com as privadas. Entre o aparelhamento e o negócio, quem vai para o brejo é a República.
O ex-presidente deitou a sua falação, eivada de ódio e história contada pelo avesso. Talvez não tenha percebido que Haddad, com efeito, pode estar com 18% só por causa dele. Mas tem dificuldades para passar dessa marca também por causa dele. Alguém, como o petista, que parece menos dono de si mesmo e das próprias ideias do que Russomanno, que não tem nenhuma, está com problema.
Quem vai para o segundo turno? Não sei! Sei que os petistas ainda não têm o que comemorar nem em São Paulo nem em outras capitais, com a provável exceção de Goiânia.
Texto publicado originalmente às 4h15
Por Reinaldo Azevedo
Crivella defende Edir Macedo em “ato com oração” na presença de Russomanno. É o fim da picada!
Por Diógenes Campanha, na Folha Online. Volto depois:
Em compromisso não-divulgado por sua campanha, o candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, recebeu ontem uma oração do apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. Também ouviu o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, dizer que os evangélicos não dependem do governo e defender o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal. Senador licenciado pelo PRB, Crivella é sobrinho de Macedo e um dos bispos da Universal no alto escalão da sigla de Russomanno. O ministro sugeriu que Macedo e Hernandes são perseguidos por liderar suas igrejas. “Perguntem ao apóstolo ou ao bispo Macedo o preço que eles pagam.”
Crivella pregou em um café da manhã promovido pela Confederação das Igrejas Evangélicas Apostólicas do Brasil em uma feira cristã no Anhembi (zona norte). Russomanno foi ao evento para receber o apoio da Renascer. No palco também estavam seu vice, Luiz Flávio Borges D’Urso, e o coordenador político de sua coligação, Campos Machado, ambos do PTB. D’Urso foi advogado de Estevam e Sonia Hernandes quando eles foram detidos ao tentar entrar nos EUA, em 2007, com dinheiro não declarado, parte dele escondido em uma Bíblia. Campos Machado advogou para Macedo quando o bispo foi preso, em 1992, acusado de curandeirismo, charlatanismo e estelionato.
(…)
Comento
Uma observação curta e necessária: Renascer e Universal estão muito longe de representar a maioria dos evangélicos de São Paulo ou do Brasil. Aliás, há certamente fiéis nas duas igrejas que o são por bons motivos e por boa-fé. É preciso aprender a distinguir os motivos que as pessoas têm para crer da moralidade dos líderes religiosos de suas respectivas igrejas, nem sempre à altura desses bons propósitos. E isso vale também para os católicos, é bom deixar claro.
Texto publicado originalmente às 5h36
Por Reinaldo Azevedo
Bate-boca absurdo – Marco Aurélio diz que Barbosa pode não ter condições de presidir tribunal; Barbosa diz que Marco Aurélio só é ministro porque parente de Collor
Lamentável, sob qualquer aspecto que se queira, o bate-boca que vem a público entre os ministros do STF Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão. O erro primeiro, sem dúvida, é de Mello, que, não tem jeito, não resiste a um jornalista. Com ele, repórter jamais volta para a redação sem um texto. E, quase sempre, com declarações impróprias sobre os colegas. Por que um homem inteligente e capaz — e ele é essas duas coisas — não se contém? Perguntem à vaidade. Ontem, ele afirmou que Joaquim Barbosa pode não ter condições de presidir o Supremo em razão de seu temperamento. É um despropósito total!
Não lhe cabe fazer uma afirmação como essa! Está muito além do aceitável. Barbosa reagiu. E, para não variar também, exagerou. O ministro deveria ter claro que faz um grande trabalho como relator do mensalão, que tem tudo para entrar para a história. Por isso mesmo, deveria ser mais contido — mormente porque, com efeito, está a pouco mais de um mês de assumir a presidência do tribunal. Leiam trecho de reportagem do Globo Online:
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira à crítica do ministro Marco Aurélio Mello de que ele não teria condições de ser presidente da Corte devido aos constantes bate-bocas protagonizado com os colegas. Barbosa insinuou que Marco Aurélio não tinha estudado o suficiente para chegar ao cargo, mas se valido do parentesco com o ex-presidente Fernando Collor, que o nomeou.
“Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar”, afirmou.
Barbosa também disse que Marco Aurélio costuma ser um problema para todos os presidentes do STF. E ressaltou que obedece às regras de convivência aprendidas não apenas nos livros, mas na vida.
“Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a Presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10 ou 12 anos. O apego ferrenho que tenho às regras de convivência democrática e de justiça me vem não apenas da cultura livresca, mas da experiência concreta da vida cotidiana, da observância empírica da enorme riqueza que o progresso e a modernidade trouxeram à sociedade em que vivemos, especialmente nos espaços verdadeiramente democráticos”, disse.
O ministro ainda ressaltou que, quando ocupar a presidência do STF, a partir de novembro, não tomará decisões ilegais e “chocantes para a sociedade”, e tampouco fará intervenções inapropriadas, apenas para se exibir, afirmando que as atitudes eram típicas de seu desafeto.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Mais um absurdo em Banânia – Justiça determina que YouTube saia do ar em Mato Grosso do Sul
Nem o AI-5 tinha tanto poder no Brasil quanto a Justiça Eleitoral. Daqui a pouco, estaremos fazendo inveja ao Taleban. Leiam o que informa o Globo Online. Volto em seguida.
O juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Flávio Saad Peron, determinou que as empresas Embratel e OI, que dão acesso à internet em Mato Grosso do Sul, bloqueiem o site YouTube no estado durante 24 horas. Segundo ele, trata-se de uma punição à empresa Google, dona do site, por ter descumprido ordem judicial de retirar do ar imagens de supostas denúncias contra Alcides Bernal (PP), candidato a prefeito de Campo Grande. O descumprimento fez com que fosse detido e liberado anteontem o diretor da Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, que em nota informou que bloqueará o acesso ao vídeo.
Segundo Peron, a Embratel e a OI pediram prazo para cumprir a determinação, alegando que seriam necessários alguns procedimentos técnicos e por isso foi concedida às empresas prazo de três dias, a contar de ontem, quando foi elaborado novo ofício do juiz. Peron, no entanto, avalia que a decisão da Google de retirar o vídeo não deve ser uma solução imediata:
— Juridicamente não há o que fazer, os vídeos foram replicados. Não tem como fazer um controle.
O executivo da Google lamentou a decisão da Justiça. “Estamos desapontados por não termos tido a oportunidade de debater plenamente na Justiça Eleitoral nossos argumentos de que tais vídeos eram manifestações legítimas da liberdade de expressão e deveriam continuar disponíveis”, argumentou Coelho. Segundo ele, a empresa continuará com uma “campanha global pela liberdade de expressão”.
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Fedeal Marco Aurélio Mello criticou ontem o Congresso, pela demora em disciplinar questões eleitorais relacionadas à internet: “É um tema que está precisando de uma disciplina maior.” Questionado se o TSE já tem um entendimento de quem deve assumir a responsabilidade por um vídeo em sites como o YouTube, Marco Aurélio disse que isso é assunto para o Congresso: “É o Congresso que tarda em disciplinar essa matéria.”
Voltei
Se o tal Alcides Bernal não queria que o vídeo fosse visto, deu um tiro no próprio pé. Até eu, que nunca tinha ouvido falar dele, estou quase curioso para saber o que há no tal vídeo. O Brasil é motivo de chacota mundial.
Por Reinaldo Azevedo
Veja a situação de todos os réus: já há 19 condenados; 11 ainda não começaram a ser julgados; falta votar apenas uns 30% das imputações
Abaixo, há a situação de todos os réus do mensalão. Já há 19 condenados por ao menos um crime. Dois outros estão bem perto da condenação; um dele tem uma chance razoável de se livrar.
O tribunal já inocentou completamente dois réus — Luiz Gushiken e Antonio Lamas — e parcialmente Geiza Dias e Ayanna Tenório, que ainda respondem por outras imputações. É alta a chance de absolvição. Outro, Carlos Alberto Quaglia, migrou para a primeira instância.
Ainda há 11 réus que nem começaram a ser julgados. O número de imputações, no entanto, é bem menor. Ocorre que, na segunda, deve começar a ser votado o núcleo mais explosivo do processo: aquele que inclui José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Do ponto de vista quantitativo, tão logo se conclua a votação do Capítulo VI, uns 70% das imputações já terão sido votados. Ocorre que o potencial de confusão dos 30% que faltam é elevadíssimo. Abaixo, a situação de todos os réus.
TODOS OS CONDENADOS ATÉ AGORA E SEUS CRIMES
Marcos Valério
– Corrupção ativa, lavagem e peculato.
Será julgado ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
Ramon Hollerbach
– Corrupção ativa, lavagem e peculato.
Será julgado ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
Cristiano Paz
– Corrupção ativa, lavagem e peculato.
Será julgado ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
Rogério Tolentino
- Lavagem de dinheiro
Será julgado ainda por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Simone Vasconcelos
– Lavagem de dinheiro
Será julgada ainda por evasão de divisas, corrupção ativa e formação de quadrilha.
Kátia Rabello
– Gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
Será julgada ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
José Roberto Salgado
- Gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
Será julgada ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
Vinicius Samarane
- Gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
Será julgada ainda por evasão de divisas e formação de quadrilha.
João Paulo Cunha
- Corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro
Henrique Pizzolato
- Corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro
Pedro Correa
- Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Falta concluir julgamento de formação de quadrilha.
João Cláudio Genu
- Corrupção passiva
Faltam dois votos para ser condenado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Ainda há quatro ministros para votar esse item.
Enivaldo Quadrado
- Lavagem de dinheiro
Faltam dois votos para formação de quadrilha. Há quatro ministros para votar esse item.
Valdemar Costa Neto
- Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Tem quatro votos para formação de quadrilha, e há quatro ministros para votar.
Jacinto Lamas
– Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Tem quatro votos para lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
Bispo Rodrigues
- Corrupção passiva
Tem quatro votos para lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
Roberto Jefferson
– Corrupção passiva
Já tem cinco votos para lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
Romeu Queiroz
- Corrupção passiva
Já tem cinco votos para lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
José Borba
– Corrupção passiva
Tem dois votos para lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
COM ALTO RISCO DE CONDENAÇÃO
Emerson Palmieri
- Recebeu cinco condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e há quatro ministros para votar.
Pedro Henri
- Com mais um voto, será condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Tem apenas dois votos por lavagem. Como há quatro ministros para votar esse item, ainda pode ser condenado também por esse crime.
COM RISCO MÉDIO DE CONDENAÇÃO
Breno Fischberg
- Recebeu apenas duas condenações por formação de quadrilha. Ainda há quatro ministros para votar esse item.
- Lavagem de dinheiro – Quatro votos pela condenação. Há ainda outros quatro possíveis.
AINDA NÃO FORAM JULGADOS POR CRIME NENHUM
José Dirceu
- Corrupção ativa e formação de quadrilha
José Genoino
- Corrupção ativa e formação de quadrilha
Delúbio Soares
- Corrupção ativa e formação de quadrilha
Paulo Rocha
- Lavagem de dinheiro
Anita Leocádia
- Lavagem de dinheiro
Professor Luizinho
- Lavagem de dinheiro
João Magno
- Lavagem de dinheiro
Anderson Adauto
- Corrupção ativa e lavagem de dinheiro
José Luiz Alves
- Lavagem de dinheiro
Duda Mendonça
- Evasão de divisas e lavagem de dinheiro
Zilmar Fernandes
- Evasão de divisas e lavagem de dinheiro
FORAM PARCIALMENTE ABSOLVIDAS
Geiza Dias
- Lavagem de dinheiro
Será julgada ainda por evasão de divisas, corrupção ativa e formação de quadrilha. Deve ser inocentada.
Ayanna Tennório
- Gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro
Será julgada por formação de quadrilha
FORAM ABSOLVIDOS
Luiz Gushiken
- Peculato
Antonio Lamas
– Formação de quadrilha e lavagem
PROCESSO MIGROU PARA A PRIMEIRA INSTÂNCIA
Carlos Alberto Quaglia
- Formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Por Reinaldo Azevedo
Abaixo, a síntese dos votos desta quinta. Nove foram condenados; três ainda podem ser
Vamos a uma síntese do que foi votado até agora no Capítulo 6. Na VEJA.com, há um quadro com o placar de todo o julgamento. Nesse capítulo, votaram até agora os ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Dias Toffoli (parcialmente) e Gilmar Mendes. Abaixo, segue a situação de cada um dos réus que já foram julgados e o placar. Em alguns casos, a condenação já está definida. Os ministros Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto ainda não votaram. Dias Toffoli votou apenas parcialmente.
OS NOVE CONDENADOS POR PELO MENOS DOIS CRIMES
Pedro Correa
Corrupção passiva – 7 votos pela condenação – CONDENADO
Formação de Quadrilha – 4 votos pela condenação. Absolveram-no Rosa Weber e Carmen Lúcia. Toffoli pediu para votar depois. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 6 votos pela condenação. Só Lewandowski o absolveu.CONDENADO
João Cláudio Genu
Corrupção passiva – 6 pela condenação e 1 contra, de Lewandowski.CONDENADO.
Formação de quadrilha – 4 votos pela condenação, um em suspenso (de Toffoli) e dois pela absolvição: de Rosa e Carmen. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 4 votos pela condenação, um em suspenso (Toffoli) e dois pela absolvição: de Lewandowski e Rosa. Ainda pode ser condenado.
Enivaldo Quadrado
Formação de quadrilha – 4 votos pela condenação, um em suspenso (Toffoli) e dois pela absolvição, de Rosa e Carmen. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 7 votos pela condenação. CONDENADO.
Valdemar Costa Neto
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação. Toffoli ainda não votou.CONDENADO.
Formação de quadrilha – 4 votos pela condenação, um em suspenso, dois pela absolvição, de Rosa e Carmen. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Jacinto Lamas
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Formação de quadrilha – 4 votos pela condenação, dois pela absolvição, um em suspenso. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Bispo Rodrigues
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Lavagem de dinheiro – 4 votos pela condenação, um em suspenso, duas pela absolvição: Lewandowski e Rosa.
Roberto Jefferson
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Lavagem de dinheiro – 5 votos pela condenação, um em suspenso e um pela absolvição, de Lewandowski. Ainda pode ser condenado.
Romeu Queiroz
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Lavagem de dinheiro – 5 votos pela condenação, um em suspenso e um pela absolvição: de Lewandowski.
José Borba
Corrupção passiva – 6 votos pela condenação, um em suspenso.CONDENADO.
Lavagem de dinheiro – 2 votos pela condenação, um em suspenso e quatro pela absolvição: Lewandowski, Rosa, Carmen e Mendes. Ainda pode ser condenado.
AINDA PODEM SER CONDENADOS
Pedro Henry
Corrupção passiva – 5 votos pela condenação e 2 pela absolvição, de Lewandowski e Mendes. Ainda pode ser condenado.
Formação de quadrilha – 2 votos pela condenação. Absolveram-no Lewandowski, Rosa, Carmen e Mendes. Toffoli não votou. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 5 pela condenação e dois pela absolvição, de Lewandowski e Mendes. Ainda pode ser condenado.
Breno Fischberg
Formação de quadrilha – 2 votos pela condenação, um em suspenso (Toffoli) e quatro pela absolvição: de Lewandowski, Rosa, Carmen e Mendes. Ainda pode ser condenado.
Lavagem de dinheiro – 4 votos pela condenação, um em suspenso (Toffoli) e dois pela absolvição (Lewandowski e Mendes). Ainda pode ser condenado.
Emerson Palmieri
Corrupção passiva – 5 votos pela condenação, um em suspenso e um pela absolvição: de Lewandowski
Lavagem de dinheiro – 5 votos pela condenação, um em suspenso e um pela absolvição: de Lewandowski.
Por Reinaldo Azevedo
O DEBATE NA VEJA.COM NESTA QUINTA
Por Reinaldo Azevedo
Segundo o Datafolha, Russomanno cai 5 pontos, e Serra aparece 4 à frente de Haddad
Xiii… Vai bater o desespero nas hostes petistas em São Paulo. O contentamento com a estranha pesquisa do Ibope durou pouco. Leiam o que informa o Blog do Josias:
O Datafolha fechou nova pesquisa sobre a corrida pela prefeitura de São Paulo. Revela que o líder Celso Russomanno caiu cinco pontos percentuais. Em sondagem divulgada no dia 20, tinha 35%. Agora, amealha 30%.
José Serra (PSDB) oscilou um ponto para cima. Foi de 21% para 22%. Aparece à frente de Fernando Haddad (PT), que oscilou dois pontos percentuais para o alto, de 16% para 18%.
O blog apurou que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Significa dizer que Serra e Haddad continuam disputando o segundo lugar estatisticamente empatados.
O empate se dá nos dois extremos da margem de erro. No seu melhor cenário, Haddad teria, no topo da margem, 20%. No seu pior cenário, Serra teria, no piso da margem, idênticos 20%.
Os dados do Datafolha diferem dos números expostos na última sondagem do Ibope, divulgada há dois dias. Nessa pesquisa, Russomanno apareceu com 34% das intenções de voto. Verificou-se um empate técnico entre Serra e Haddad. Porém, o candidato do PT, com 18%, foi acomodado pela primeira vez em posição numericamente superior à de Serra, com 17%.
Por Reinaldo Azevedo
Do núcleo do PP, Toffoli absolve de corrupção passiva só Genu
Dias Toffoli condena Pedro Correa e Pedro Henry por corrupção passiva, mas absolveu do crime João Cláudio Genu. Vai agora votar a acusação de lavagem de dinheiro desse núcleo.
Por Reinaldo Azevedo
Conforme queríamos demonstrar: a questão do voto e do ato de ofício
Com muita satisfação, vejo que os ministros do Supremo, até agora por unanimidade, manifestam o entendimento de que é dispensável comprovar que o parlamentar votou com o governo para configurar a corrupção passiva. Hoje, com todas as letras, Celso de Mello, o decano, afirmou que esse parlamentar pode até se abster ou não votar de acordo, digamos, com a “encomenda”. Vou lembrar aqui o que escrevi no dia 16 deste mês:
19/09/2012 às 16:11
É o conteúdo do voto dos mensaleiros que determina se houve corrupção passiva? A resposta é “não!” Mensaleiro pode ter sido corrupto até votando contra o governo; esse debate é ridículo e ignora a lei
O deputado Odair Cunha (PT-MG), hoje relator da CPI do Cachoeira, é coautor de um estudo demonstrando não haver correspondência entre o recebimento de dinheiro e o voto dos mensaleiros. A síntese é a seguinte: os petistas não se alinhavam com o governo por dinheiro, uma vez que era o partido do poder. As demais legendas ora votavam, ora não, e é impossível estabelecer uma correspondência entre a dinheirama e o voto.
Reitero: isso é absolutamente irrelevante! Todos os parlamentares tinham a expectativa do ato de ofício. A rigor, o ponto terminal da atividade representativa é mesmo esta: o voto. O recebimento de qualquer vantagem, especialmente por meios ilícitos, como foi o caso, se dá em razão da expectativa desse ato de ofício. Se o deputado ou senador que levou a grana cumpriu ou não a expectativa de quem pagou, isso é, no que diz respeito à essência do crime, irrelevante. Só tem importância para se definir se a pena terá ou não agravante. No caso de o voto ter sido efetivamente dado, então a punição tem de ser aumentada.
Nunca será demais lembrar o Artigo 317 do Código Penal, que define e pune a corrupção passiva:
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Como se nota, todos os parlamentares mensaleiros podem e devem ser punidos pelo caput do Artigo 317. Todos estão sujeitos a penas de 2 a 12 anos. Caso fique evidente que eles efetivamente deram um voto — praticaram, além da expectativa, o ato de ofício — em troca de dinheiro, aí a pena de tem de ser aumentada em um terço.
Assim, é pura pilantragem teórica e exercício de direito criativo essa história de que é preciso provar que o parlamentar votou em troca de dinheiro. Não é! A única coisa que precisa ser provada — e está provadíssimo! — é que aquela turma recebeu benefícios ilegais. Afinal, quando o fez, estava investida da expectativa do ato de ofício. Ponto final!
Absolver os então parlamentares de corrupção passiva nesse caso significa uma coisa só: aposta na impunidade. Até porque, relembro, um parlamentar pode receber o dinheiro ilegal e até trair o seu financiador. E daí? O fato de ser infiel e enganar o seu patrono não faz dele um homem decente, não é mesmo? O que o caput do Artigo 317 pune não é o larápio fiel. Pune o larápio. Sem adjetivo.
A propósito: um parlamentar eleito que não tenha nem mesmo tomado posse pode praticar corrupção passiva, como deixa claro o Artigo 317. Logo, essa conversa — se votou ou não votou em razão do dinheiro — é puro diversionismo. Ministro que levar a sério aquele levantamento do PT estará apostando na impunidade.
Por Reinaldo Azevedo
Toffoli começou a votar e dá pistas de que deve condenar núcleo do PP por corrupção passiva. Ou: Da comprovação “despicienda”…
Começa a votar José Antonio Dias Toffoli. Inicia pelo núcleo do PP. Dá pistas de que vai condenar os réus por corrupção passiva. São eles: Pedro Correa, Pedro Henry e João Cláudio Genu. Vamos ver.
Nota – Em suas considerações, Toffoli afirma, “dado que este tribunal decidiu que é despicienda a comprovação do ato de ofício…” Opa! “Despicienda”, leitor amigo, quer dizer “irrelevante”. E o tribunal não decidiu isso, não. Decidiu, isto sim, que ato de ofício compreende o conjunto das atribuições do servidor público. Aliás, não é o tribunal que decidiu, mas a lei.
A comprovação do ato de ofício rende agravante da pena. E não há novidade nenhuma nisso. Portanto, não há nova jurisprudência da corte. Como voto é ato de ofício, por si (diz respeito a atribuições do parlamentar), o recebimento de dinheiro ilegal caracteriza, por si, corrupção passiva. Ponto!
No desenvolvimento de seu voto, Toffoli afirma que a própria defesa dos membros do PP comprometeu seus clientes.
Por Reinaldo Azevedo
Carmen Lúcia condena a todos por corrupção, absolve a todos de formação de quadrilha e só livra José Borba da lavagem
O próximo a votar seria José Antonio Dias Tóffoli, mas Carmen Lúcia pediu para antecipar o seu porque precisa resolver problemas no TSE.
Carmen Lúcia acompanhou o relator em todas as acusações de corrupção passiva. Mas inocentou a todos da imputação de formação de quadrilha. No que concerne à lavagem de dinheiro, acompanhou o relator em quase tudo: absolveu apenas Jose Borba.
Por Reinaldo Azevedo
Luiz Fux, ao fim de um voto brilhante, defende redução de pena ou perdão judicial a Roberto Jefferson
O ministro Luiz Fux defende, em seu voto, que o tribunal debata, no caso de Roberto Jefferson, a redução de pena ou o perdão judicial, já que ele foi fundamental para e elucidação da rede criminosa do mensalão. Todos os que participamos dos debates na VEJA.com defendemos essa mesma opinião.
Fux, com brilhantismo, acompanhou plenamente o voto do relator.
Por Reinaldo Azevedo
Voto de Fux desmoraliza considerações de Lewandowski
Luiz Fux faz uma observação que deveria levar Ricardo Lewandowski a se esconder debaixo da mesa. Ontem, o revisor sugeriu mais de uma vez que não acreditava na compra de votos e que a dinheirama que circulou era, afinal, caixa dois de campanha.
Fux lembra que não existe o crime de “caixa dois” — esse dinheiro é sempre fruto de outras transgressões. Ao que emendou Ayres Britto: “Nunca se viu caixa dois com dinheiro público!” E, sim!, o dinheiro do mensalão, como já admitiu o próprio tribunal, era PÚBLICO!
Por Reinaldo Azevedo
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