Código Florestal: veto de Dilma atingirá médios agricultores

Publicado em 14/10/2012 18:46 e atualizado em 27/05/2013 15:13
do blog www.codigoflorestal.com

Palpite (sobre os vetos de Dilma ao novo C'odigo Florestal)

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Veto pode ser sentença de êxodo rural

Acho que a Presidenta vetará § 4º e o Inciso V do § 13 do Artigo 61-A. Se minhas bolas de cristal estão certas perderão os médios produtores rurais que ficarão sem consolidação de uso agrícola em APP. Quem tem 4,1 módulos fiscais terá que cumprir as mesmas exigências que o Blairo Maggi e os outros megaprodutores rurais capitalizados. Esses médios produtores provavelmente desaparecerão do mapa, como bem previu o Professor Evaristo Miranda no vídeo aí ao lado.

Se a presidente Dilma vetar o § 4º do Artigo 61-A e não oferecer solução aos médios produtores estará decretando sua sentença de êxodo, estará carimbando o passaporte dos médios para a urbe poluída e sem APPs e dando uma belíssima contribuição para a concentração fundiária em nome da preservação ambiental.

O Inciso V do § 13 do Artigo 61-A não fede e nem cheira e tem mais é que ser vetado mesmo.

O Governo deve apresentar amanhã também o decreto que regulamentará o PRA, mas deve ser apenas para criar assunto para que os jornalistas esqueçam do efeito que os vetos terão nos médios produtores rurais. E vai funcionar. A imprensa vai falar bobagens a miúde sobre o decreto e esquecerá de mencionar a segregação da agricultura brasileira entre pequenos sem restrições ambientais e grandes com restrições ambientais.

Essa segregação entretanto é o maior ganho da reforma do Código Florestal. Será ela que nos permitirá no futuro acabar com o ônus privado da preservação ambiental.

Vocês conhecem a piada do executivo que viajava em um avião ao lado de uma mulher bonita? O executivo perguntou à mulher: Você transaria comigo por um milhão de dólares? A mulher pensou, relutou, mas respondeu que sim. Daí o executivo perguntou se a mulher transaria com ele por R$ 300. Ela ficou horrorizada e perguntou: Você acha que eu sou o quê, um prostituta? O executivo respondeu: isso nós já resolvemos, estamos agora apenas negociando.

Nós já resolvemos que as RLs e APPs causam um efeito deletério nos imóveis rurais, certo? Resta agora apenas calibrar que tamanho (ou tipo) de imóvel é inviabilizado por esse efeito deletério.

Ainda tem muita água para passar ao lado dessa área consolidada.

Quem tem medo do Congresso Nacional?

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Ontem o Ministro da Agricultura disse a alguns jornalistas que o governo vetará ao texto original do Executivo. Hoje os jornais apontam o esforço que o governo está fazendo para fugir do Congresso Nacional na reta final da reforma do Código Florestal. Os jornais O Globo, Correio Braziliense e as Agências Estado e Brasil ressaltam que o governo busca formas de alterar o Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória do Código Florestal, aprovado por ampla maioria nas duas casas do Congresso, sem submeter as alterações ao Legislativo. Por que o Executivo tenta fugir do Legislativo nessa matéria?

No último mês de maio as duas casas que compõem o poder Legislativo aprovaram por ampla maioria um Projeto de Lei que dava nova redação ao Código Florestal brasileiro. Por discordar do Legislativo, a Presidente Dilma Rousseff, na condição de chefe do poder Executivo, vetou partes do texto construído no Congresso. Aí começou o imbróglio.

Em democracias as leis são feitas no âmbito do poder Legislativo e executadas pelo poder Executivo. No Brasil é dado, licitamente, ao poder Executivo o direito de vetar partes de textos de leis aprovadas pelo Legislativo. Mas na questão do Código Florestal a coisa foi um pouco diferente.

Veja por exemplo o caso do Artigo 1º do novo Código Florestal. O Artigo 1º com os princípios que regem a lei foi proposto em uma das Comissões do Senado Federal. A proposição foi derrotada no voto no decorrer da tramitação da matéria. O texto final do Novo Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional não tinha princípios porque eles haviam sido formalmente recusados pelo parlamento.

Ao receber o texto do Legislativo o Governo achou por bem vetar o Artigo 1º da forma como fora aprovado pelo Congresso e reenviar ao Legislativo, através da Medida Provisória 571/12, exatamente o mesmo texto que já havia sito expressamente recusado pelo Congresso. Era de se esperar que o Congresso o recusasse novamente, como de fato o fez alterando a MP 574 sob protesto do Executivo.

O Artigo 1º é apenas um exemplo. O texto da Medida Provisória 571 enviado pelo Governo estava impregnado de itens que já haviam sido recusados expressamente pelo Congresso Nacional. Qual foi a postura do Governo ao enviar esse texto ao Congresso? A intransigência. Por reiteradas vezes ao longo da tramitação da MP representantes do Executivo manifestaram o interesse do governo na manutenção do texto original enviado pelo Executivo.

Resumo da ópera bufa: O Legislativo recusou expressamente itens do Novo Código Florestal através do voto da maioria de deputados e senadores; o Executivo, por discordar da recusa do Legislativo, reenviou alguns dos mesmos itens ao Legislativo através da MP e disse que não aceitaria alteração. É um impasse institucional. O Executivo está tentando usurpar o papel do Legislativo por discordar do Congresso Nacional.

O estarrecedor nesse imbróglio é a parcimônia da mídia e da opinião pública. As mesmas pessoas e instituições que lutaram duramente pelo restabelecimento da Democracia representativa, agora assistem impávidas o colosso do fechamento branco do Congresso Nacional. 

Imagine se a ditadura militar tivesse escolhido eleger um presidente por decreto para escapar do Congresso Nacional? Imagine se um governo qualquer tentasse alterar uma lei de imprensa por decreto para escapar do legislativo? Se o Congresso Nacional não é a instância adequada para legislar sobre o Código Florestal, o que faz dele a melhor instância para legislar sobre qualquer outra matéria?

Esse tema suscita vários outros questionamentos. Os jornais compraram barato a ideia de que o Congresso não pode legislar sobre o Código Florestal porque acham que lá, como disse O Globo, "os ruralistas são maioria". O ruralista como vocês sabem é o equivalente contemporâneo das bruxas da idade média. Não importa que o texto do Código Florestal tenha sido relatado por um comunista, não importa que o texto tenha sido aprovado 410 votos na Câmara onde a Bancada da Agropecuária tem cento e vinte e poucos deputados, não importa que tenha sido aprovado por unanimidade numa Comissão Especial da qual o PV fazia parte. Nada disso importa para os jornalistas. Aos jornalistas bastam os clichês e ruralista é um bom clichê.

Falo desse fetiche dos jornalistas por clichês porque esse é um dos grandes temas colaterais que esse debate suscita. Um jornalismo que não consegue ir além dos clichês e do senso comum é um jornalismo medíocre. Qualquer repórter sem talento consegue escrever um texto esmerilhando clichês em ponto e contraponto. Ir além disso exige um mínimo de talento, um mínimo de profissionalismo. As matérias sobre o Código Florestal, em geral, são excelentes exemplos de jornalismo ruim.

A reforma do Código Florestal nos oferece a oportunidade de ver não apenas a necessidade de uma revisão da lei, mas de enxergar a necessidade de uma revisão da cobertura jornalística de temas ligados ao meio ambiente.

Outro tema intrigante que esse imbróglio nos mostra. Por que as demandas ambientais teimam em passar ao largo do Congresso Nacional?

O Código Florestal vigente tinha redação dada por uma Medida Provisória do Executivo que jamais foi apreciada pelo Legislativo. O Decreto 6.514, que jogou na criminalidade mais de 90% da agricultura brasileira e foi o estopim da reforma do Código Florestal, é um decreto do Executivo. Por que as demandas ambientais tentam se impor à sociedade à revelia do Congresso Nacional?

Voltando ao tema do Código Florestal. O fato de o Executivo tentar legislar no lugar do Legislativo, seja vetando e reenviando o texto que acredita ser melhor para sociedade, seja legislando via decreto, é gravíssimo. O que está em jogo aqui não é mais o texto do Código Florestal, é a sanidade das nossas instituições democráticas.

Produtor rural de Minas Gerais nega coerção do Ministério Público

Caros, recebi hoje com pesar um comentário do Sr. Romeu Borges de Araújo que é produtor rural em Minas Gerais. O Sr. Araújo foi citado aqui no blog no post: A rebelião dos ecólatras como tendo sofrido coerção por parte do Ministério Público de Minas Gerais para assinar um Termo de Ajuste de Conduta com o MP.

Na mensagem que recebi o Sr. Araújo nega ter sofrido qualquer tipo de coerção por arte de qualquer promotor público, procurador federal ou coisa que o valha.

REITERO: O Senhor Romeu Borges de Araújo, citado nesse blog como tendo sofrido coerção por parte do MP de MG, nega qualquer tipo de coerção por parte do MP.

Reproduzo abaixo a íntegra da carta enviada pelo produtor:

Caro Ciro,

Fui informado por alguns amigos de que meu nome foi citado em seu blog, no texto “A Rebelião dos Ecólatras”, e desta forma, acessei o link para ver o que tinha sido escrito.

Lamento ter constatado que foram colocadas situações, ligadas à minha pessoa, que não correspondem à realidade. Eu realmente tenho um TAC assinado, e pedi a adequação ao novo Código Florestal, o que me foi negado, mas jamais, em tempo algum, eu disse ou me senti coagido a assinar o Termo de Ajuste.

À época, a Promotoria apresentou as opções de fazer o ajuste ou a defesa pela via judicial, sendo que, por opção pessoal minha, decidi pela primeira opção, que julguei mais adequada ao momento.

Quanto à cláusula inserida no TAC, de que ele se ajusta automaticamente às novas legislações, meu advogado esclareceu que a sua inclusão foi uma conquista do Sindicato Rural de Uberaba em defesa do produtor, já que em uma eventual execução contra mim, esta será umas das bases de minha defesa.

Por fim, também fui orientado pelo meu advogado, que essa publicação pode vir a me atrapalhar em eventual defesa judicial, e que esta citação que você coloca foi dada a outro veículo de comunicação, o Canal Rural, em outro contexto, e que, portanto, citada em partes está comprometendo o sentido original, o que fere a lei.

Gostaria então que estes esclarecimentos fossem publicados, e que não fossem feitas mais citações de meu nome sem minha autorização expressa, principalmente em situações sem contexto, e que jamais foram ditas ou ao menos cogitadas pela minha pessoa.

Atenciosamente,

Romeu Borges de Araújo

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De fato, a informação usada por mim para escrever o post foi retirada de uma reportagem do Canal Rural: Produtores mineiros são obrigados a cumprir legislação anterior ao Código Florestal, mas não há na matéria qualquer menção ao fato do Sr. Araújo ser sido coagido pelo Ministério Público.

REITERO: O Sr. Romeu Borges de Araújo, em carta reproduzida integralmente neste post, nega qualquer tipo de coerção por parte do Ministério Público de Minas Gerais para que assinasse qualquer TAC com aquele órgão.

Portanto:

A informação publicada aqui no blog no post A rebelião dos ecólatras está ERRADA. O texto original do Canal Rural não permite inferir que o Sr. Araújo sofreu coerção.

O Sr. Romeu Borges de Araújo nega, expressa e formalmente, que tenha sofrido coerção do Ministério Público de Minas Gerais para assinar o TAC;


Gostaria de reiterar também que esse blog existe única e exclusivamente para tentar defender os produtores rurais de toda sorte de canalhas que perseguem e dificultam a vida no campo. Jamais tive a intenção de causar qualquer problema a qualquer produtor rural que seja. Sei entretanto que os canalhas têm várias formas de constranger e afligir os produtores e aqueles que os defendem, inclusive a mim.

A minha opinião pessoal, como cidadão, é a de que os produtores rurais de Minas Gerais foram constrangidos a optar pelo TAC. Porque se um promotor público me oferece a opção de assinar um TAC ou ser processado, eu vou assinar o TAC seja qual for seu conteúdo.

Mas se eu tiver que me calar e for proibido de manifestar minha opinião sobre os ecotalibãs do Ministério Público de Minas Gerais sob pena de ser processado, eu calarei a minha boca... E não será coerção... ou não...

P.S.:

A carta do produtor foi envidada via comentário ao post que fez referência ao seu nome. O comentário foi aprovado e faz parte da postagem original. Também publicarei no post original uma referência à negativa do produtor. Caso o ilustre advogado do produtor considere que eu deva apagar alguma informação, ou me eximir de opinar sobre alguma outra coisa, ou tomar outra atitude no sentido de corrigir a "transgressão à lei" que cometi ao citar seu cliente fora de contexto, faça a gentileza de me informar. Para evitar um processo eu faço qualquer coisa, assino TAC, censuro o blog, paro de emitir minha opinar, qualquer coisa.... e não considerarei ser ameaça ou coerção... ou não...

Desejo muito boa sorte aos produtores rurais de Minas entregues que estão aos escrúpulos do Ministério Público e de seus advogados.

Produção que sobe, desmatamento que cai

O novo ano da agricultura
Editorial do Estadão de 15 de outubro de 2012

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Produção subindo e desmatamento caindo. O fim do discurso dos ecobalibãs.


Um novo recorde na safra de grãos e oleaginosas poderá ser obtido em 2012-2013, segundo a primeira estimativa de plantio divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os cálculos iniciais indicam uma produção na faixa de 177,7 milhões a 182,3 milhões de toneladas de algodão, amendoim, arroz, feijão, milho, soja, trigo e umas poucas lavouras menos importantes. O aumento ficará entre 7,2% e 10%. O governo divulgará levantamentos atualizados nos próximos meses. Por enquanto, as perspectivas são de boas condições de abastecimento no próximo ano e de resultados satisfatórios nas exportações do agronegócio. No entanto, quase todo o aumento de área, estimado entre 0,2% e 2,7%, dependerá de uma única lavoura - a da soja - com variação prevista entre 5,5% e 9,1%. A decisão dos produtores é obviamente uma resposta às condições do mercado internacional. Em outras circunstâncias, essa decisão poderia ser um indício de problemas no mercado interno.

Embora com expansão de área menor que a da soja, ou mesmo com redução, a oferta de produtos essenciais ao consumidor brasileiro deverá ser satisfatória. A produção de soja deve aumentar entre 13,7 milhões e 16,4 milhões de toneladas. Na primeira safra, o acréscimo na colheita de milho ficará entre 653 mil e 2 milhões de toneladas - uma boa notícia para os produtores e exportadores de frangos e suínos e para os consumidores internos. O feijão da primeira safra deve resultar entre 45,9 mil e 84,5 mil toneladas mais volumoso que o de um ano antes. A colheita de arroz poderá ser mais ou menos igual à de 2011-2012 - em qualquer caso, sem risco para o abastecimento.

Alguns fatores permitem uma avaliação tranquila do cenário. Uma produtividade maior poderá garantir boas colheitas em áreas menores. De janeiro a agosto as entregas de fertilizantes foram 4,8% maiores que as de igual período de 2011. Projeções da Conab indicam entregas de 30,2 milhões de toneladas até o fim do ano, com acréscimo de 6,7% sobre o volume do ano anterior. A venda de máquinas agrícolas - 44 mil unidades até agosto - foi 0,2% inferior à de um ano antes, mas até dezembro o total projetado - 66 mil - poderá superar o de 2011.

Outro fator é a fluidez do comércio. Amplamente integrado no mercado global, o agronegócio tanto aproveita as oportunidades de exportação quanto garante, pela importação, condições adequadas de abastecimento, quando necessário. Fatores incontroláveis, como a seca deste ano nos EUA e o aumento de demanda em grandes mercados, podem forçar aumentos de preços, mas com efeitos geralmente passageiros.

O governo tomou uma excelente decisão para os consumidores brasileiros, há mais de duas décadas, quando resolveu deixar de protegê-lo por meio de controles de preços e de intervenções, quase sempre desastradas, no comércio internacional de produtos agrícolas. O aumento da produtividade e o superávit crescente do agronegócio foram acompanhados de condições estáveis de suprimento e de preços melhores para os consumidores nacionais.

O governo manteve, no entanto, esquemas perfeitamente justificáveis de intervenção, por meio das políticas de preços mínimos, de financiamento e de manutenção de estoques públicos. Além disso, as estimativas da Conab indicam aumento dos estoques finais de algodão, feijão, milho, soja e derivados e trigo e uma pequena diminuição do de arroz.

O cenário, portanto, é em geral favorável, embora a evolução do mercado internacional possa favorecer a elevação de preços de alguns produtos. Segundo avaliação do Banco Mundial, a combinação de instabilidade e cotações elevadas deve ser a nova condição dos mercados. Se essa avaliação for correta, o governo terá mais um forte motivo para reforçar e aperfeiçoar a política de estoques reguladores. Esse é mais um motivo para se tratar com mais cuidado da política agrícola do governo, área também atingida, como comprovaram os escândalos do ano passado, pelos males do loteamento e do aparelhamento.

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Em tempo, o texto é do Estado. O Gráfico é meu, feito com dados do Inpe e da Conab. Reparem na falsidade do discurso dos ecotalibãs e da Madre Tereza de Xapurí que vivem repetindo que o desmatamento está subindo por causa do Código Florestal. Nada é mais falso. O Brasil vem batendo recordes de aumento de produção agrícola concomitantes com recordes de queda no desmatamento da Amazônia.

É mais um dos sofismas do ambientalismo bocó que cai por terra. Creio que esse fato deveria ser melhor explorado.

Código Florestal: "Voltamos à MP da presidente", diz Mendes Ribeiro

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Careca de saber: Ministro da Agricultura
anuncia veto à MP do Código Florestal

O pior ministro da Agricultura da história do Brasil, Mendes Ribeiro Filho, disse nesta segunda, em entrevista coletiva após a posse do novo presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que os vetos da presidente Dilma Rousseff ao texto do Código Florestal aprovado no final do mês passado pelo Congresso Nacional "estão encaminhados".

"Voltamos praticamente à Medida Provisória da presidente Dilma", disse Mendes Ribeiro.

Segundo Mendes Ribeiro, as lacunas deixadas pelos vetos serão solucionadas através de decretos que evitam o crivo do Poder Legislativo. “O decreto tira a discussão sobre a matéria”, disse o Ministro. Os decretos redigidos no âmbito do Poder Executivo devem ser apresentados nos próximos dias.

Sem ser específico o ministro Mendes Ribeiro sinalizou que a presidente Dilma vetará o item do Artigo 61-A que viabilizou a votação no Senado e que trata da consolidação de uso agrícola em APPs agricultadas antes de 2008. Segundo Ribeiro, as questões referentes às APPs em margens de rios e de nascentes, alteradas no Congresso Nacional, devem ser revistas com o decreto do Executivo. “A 'escadinha' foi uma coisa que o governo discutiu e que entendia como necessário”, disse Mendes Ribeiro à Agência Brasil.

Ribeiro participou de reunião nesta segunda pela manhã sobre o Código Florestal com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Advocacia-Geral da União. O Ministro não quis detalhar quais serão os vetos, mas acrecentou que um decreto irá regulamentar a matéria tanto em relação ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) como Cadastro Ambiental Rural (CAR).  Os vetos devem ser anunciados até a próxima quarta-feira.

As informações são da Agência Estado e da Agência Brasil. A foto é de Fábio Rodrigues Pozzebom, da Agência Brasil.

Em tempo, é impressionante o despreparo dos jornalistas que cobrem essa matéria. O ministro diz que voltou o texto da MP original e a machete da Agência Estado é: Ministro diz que Dilma fará poucos vetos ao Código. Exatamente o contrário do que o Ministro disse.

 

Os médios serão extintos

Pequenos foram contemplados, os grandes podem arcar com ônus, mas os médios ficaram de fora da reforma do Código Florestal.

 

Só os verdes são capazes de fazer o que os ruralistas não conseguem: Justiça proíbe novos assentamentos do Incra no Pará

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Proibido assentar.

A Justiça Federal proibiu o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de criar novos assentamentos sem regularização ambiental no estado do Pará. A ação judicial, que culminou na decisão, apontou o Incra como responsável por um terço do desmatamento na Amazônia.

"Os procedimentos irregulares adotados pelo Incra na criação e instalação dos assentamentos vêm promovendo a destruição da fauna, flora, recursos hídricos e patrimônio genético, provocando danos irreversíveis ao bioma da Amazônia", registrou a ação, aberta pelo Ministério Público Federal (MPF).

A decisão da Justiça Federal, publicada na terça-feira, determina ainda que o Incra deverá apresentar, no prazo de 90 dias, um plano de recuperação de todas as áreas degradadas apontadas na ação e obrigou o Incra a interromper qualquer desmatamento que esteja em andamento nos projetos de assentamento.

A autarquia terá ainda que apresentar todo mês à Justiça imagens de satélite que comprovem o cumprimento da determinação. O instituto também está obrigado a fazer a averbação da reserva legal dos assentamentos já implementados no Pará e a apresentar à Justiça informações detalhadas sobre a localização de todos esses assentamentos.

A decisão ainda define que em 30 dias o Incra deverá apresentar um plano de trabalho para a conclusão dos cadastros ambientais rurais e licenciamentos ambientais de todos os assentamentos no Pará. Em caso de descumprimento de qualquer das decisões, o Incra será multado em R$ 10 mil por dia.

Em nota, o Incra informa que desde 2007 não cria assentamentos sem licença ambiental prévia, em cumprimento à Resolução Conama 387, de 2006. A autarquia declara ainda que, desde a primeira quinzena de agosto, vem construindo junto ao MPF caminhos para enfrentar os ilícitos ambientais nas áreas de assentamento, bem como propor soluções para as questões sociais nessas áreas.

A nota diz ainda que o órgão apresentou às Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF e aos Procuradores da República da Amazônia, em agosto, o Plano de Prevenção, Combate e Alternativas ao Desmatamento Ilegal (PPCADI). O plano faz parte de uma agenda de atuação baseada na regularização ambiental via Cadastro Ambiental Rural (CAR), por unidade familiar, na recuperação ambiental com renda e segurança alimentar para as famílias, na valorização do ativo florestal e no monitoramento e controle dos assentamentos.

A Procuradoria Federal Especializada junto ao Incra (PFE/Incra) aguarda intimação de juízo e início do prazo para interpor recurso à decisão.

O texto é de Aline Leal e a foto é de Antônio Cruz, da Agência Brasil.

Em tempo, a decisão da Justiça Federal, publicada na terça-feira, determinando que o Incra não estabeleça novos assentamentos na Amazônia sem licença ambiental prévia trás uma decisão curiosa.

Entre imposições ao Incra impostas pela Justiça Federal a pedido do Ministério Público do Pará está a averbação da Reserva Legal dos assentamentos. Isso é ilegal. Não há mais lei que obrigue ninguém, nem o Incra, a averbar RL. O novo Código Florestal, Lei 12.651, revoga inclusive o dispositivo da lei de registros públicos que discrimina a averbação em cartórios.

Nova quebra de safra reforça temor de fome mundial

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Fiscal do Ibama embarga safra de soja
no Estado do Mato Grosso

Depois de uma grave seca nos EUA que derrubou a produção de soja e milho e elevou os preços desses produtos, agora foi a vez da Rússia. A produção de trigo da Rússia em 2012 deve cair 30% em relação ao ano anterior destacou Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A quebra da safra americana não afetou o preço dos alimentos porque soja e milhão não são consumidos diretamente pelas pessoas. Dessa fez é diferente. A quebra da safra russa pode ter impacto direto na mesa das pessoas.

O secretário do Grupo Intergovernamental de Grãos da Organização da FAO, Abdolreza Abbassian, se apressou hoje em desfazer rumores que pudessem lever a uma espiral de especulação sobre uma nova fome mundial. Em entrevista ao jornal Wall Street Journal, Abbassian disse que há trigo suficiente para atender à demanda dos seus importadores russos tradicionais apesar da queda expressiva da produção devido à seca. 


Os estoques de cereais da Rússia, incluindo trigo, no começo deste ano comercial, em 1º de julho, somavam aproximadamente 12,4 milhões de toneladas. Até 30 de junho de 2013 devem cair pela metade. Abbassian ressaltou ainda que o governo russo não tem intenção de restringir as exportações de grãos. A Rússia foi o segundo maior país exportador de trigo, respondendo por cerca de 25% do comércio global do cereal.

De acordo com a Agência Reuters, os preços globais dos alimentos registraram alta em setembro e são vistos perto dos níveis atingidos durante a crise alimentar de 2008. Os preços dos grãos recuaram nas últimas semanas, devido a fraca demanda em uma economia global em desaceleração. Porém, o índice de preço dos alimentos da FAO, que mede as alterações mensais dos preços de uma série de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, subiu para média de 216 pontos em setembro, depois de ficar estável em 213 pontos em agosto.


"Os preços estão se mantendo altos... os preços estão sustentados, é altamente improvável ver uma normalização dos preços em qualquer momento no curto prazo", disse o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, à Reuters.

Em tempo, enquanto o mundo saracoteia na iminência de uma crise global de alimentos, os ambientalistas no Brasil, que já não queriam a reforma do velho Código Florestal que reduzia drasticamente a área agrícola brasileira, continuam brigando para que o Governo obrigue os produtores brasileiros a destruírem 20 metros de agricultura nas beiras de rios, ao invés de SÓ 15 metros.

O mundo precisando de mais comida e o zambientalistas no Brasil querendo plantar mais floresta nos campos agrícolas do país mais florestado do globo. Quando eu digo aqui no blog que Marina Silva tem titica de galinha no lugar do cérebro, vocês me acusam de ser radical.

Caiu a americana, caiu a russa, agora é a vez da britânica

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Mais molhado do que mão de
mensaleiro.

O The Guardian de hoje reporta mais uma quebra de safra mundial. Depois da quebra da safra americana de milho e soja e da safra russa de trigo, os produtores ingleses estão amargando perdas pelo excesso de chuva no verão. A situação "Destrói a alma dos produtores disse ao The Guardian, Peter Kendall, presidente da National Farmers Union (NFU), a CNA deles. 

A NFU que alerta que o segundo verão mais chuvoso já registrado nos Reino Unido levará a uma elevação no preço dos alimentos. A quebra da safra inglesa já chega a 15% em relação à média dos últimos 5 anos. Estimativas recentes mostram que os preços do internacionais do trigo que subir 29% em relação aos preços do ano passado.

"There is no food price explosion going on but there are pressures in the system that will work through."

Peter Kendall, da NFU, estima que a elevação nos preços dos grão estão também pressionando o preço das carnes de porco e frango que dependem dos grãos para alimentar seus animais.

Em entrevista à radio BBC, Tim Lang, professor de politica alimentar na London's City University, disse que os políticos não estão levando à sério os problemas estruturais profundos que causam a elevação dos preços internacionais dos alimentos e que isso afetará os mais pobres de forma desproporcional.

Lang disse que os 10% dos ingleses mais pobres experimentaram uma queda na acessibilidade de alimentos de 20% nos últimos oito anos. "Nós estamos em um novo mundo, um mundo com outros fundamentos, não é apenas uma questão de climas ruins contingenciais, mas uma aperto de longo prazo", alertou Lang. 

Veja a matéria original, em inglês, no The Guardian: Food prices expected to rise after second wettest summer on record.

 

Depois da queda, o coice: Seca nos EUA agora ameaça produção de carne

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Mais seco do que língua de papagaio.

Nearly two thirds of the contiguous United States was experiencing some level of drought by the end of August 2012, according to the U.S. Drought Monitor. 39 percent of the nation suffered from severe to extreme drought. Though the numbers changed a bit in mid-September, the drought parched much of the interior United States and left both domestic and wild animals scrounging for food.

The browning and withering of vegetation in the United States and northern Mexico is clear in this vegetation anomaly map based on data from the Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) on NASA’s Terra and Aqua satellites. The map contrasts plant health in August 2012 (the most recent full month available) against the average conditions between 2002 and 2012. Brown areas show where plant growth, or “greenness,” was below normal; greens indicate vegetation that is more widespread or abundant than normal for the time of year. Grays depict areas where data was not available.

The map is based on the Normalized Difference Vegetation Index (NDVI), a measure of how plant leaves absorb visible light and reflect infrared light. Drought-stressed vegetation reflects more visible light and less infrared than healthy vegetation.

“By far, this is the driest year we have seen since the launch of MODIS,” said Molly Brown, a vegetation and food security researcher at NASA’s Goddard Space Flight Center. “I am struck by the extraordinary depth and spatial scale of this drought. There is very little fodder out there for animals to eat.” Farmers and ranchers across the country are expecting losses, and nearly two dozen states have been made eligible for drought aid.

“The vegetation index helps us see how much or how little live plant material is out there,” said Brown. Regardless of how much rainfall an area gets or needs in a certain time period—and regardless of whether it is a forest, plains, mountain, or desert ecosystem—NDVI allows researchers to compare how green the landscape is with how green it has been in previous years. It allows researchers to see how the landscape is being affected by the scarcity of water or by other environmental stresses.

In August 2012, the NDVI was strongly negative from the Rocky Mountains, across the Great Plains to the Mississippi and Ohio River valleys. Much of northern Mexico appeared to be drought-stricken as well. A few patches of above-normal growth appear in Canada’s Alberta and Saskatchewan provinces;, in Arizona and Nevada; and along the shores of the Gulf of California in Mexico.

The 2012 drought is the worst observed since the U.S. Drought Monitor began operating in 2000. The program is a collaboration between the University of Nebraska-Lincoln, the National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), the U.S. Department of Agriculture (USDA), and about 350 drought observers across the country. The group has recently started incorporating data from NASA’s GRACE satellites into its drought assessments.

For its part, NASA has been working with the USDA Foreign Agricultural Service to develop the Global Agricultural Monitoring system (GLAM). The idea is to translate the satellite measurements of NDVI and other vegetation indices into tools that can be used to assess the stability and security of food supplies in the United States and globally. Agricultural monitors combine integrate vegetation indices with measurements of precipitation, estimates of soil moisture, and other variables to anticipate gains or losses in agricultural production. You can view the GLAM global map of NDVI anomalies by clicking here.

 

Cai a produção brasileira de arroz

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Arroz de várzea no Rio Grande do Sul: De acordo com os ecotalibãs da Marina Silva isso é um crime ambiental.

A safra brasileira de arroz 11/12 registrou oficialmente um decréscimo de 14% em área e 15% em produção, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu relatório mensal de safra divulgado em setembro. 

Conforme a estatal, o recuo na produção resultou da queda significativa de áreas em relação à safra passada, verificada praticamente em todos os estados do país. Ao todo, foram colhidas 11,6 milhões de toneladas, resultado 15% inferior frente ao verificado em 2010/11, quando somou 13,6 milhões de toneladas. 

De acordo com a Conab, o resultado não foi pior porque a produtividade tem se mantido estável, em especial na região Sul, onde se concentram 51% da área cultivada e contribui com 77,4% da produção nacional de arroz. A região Sul se destacou na redução de área cultivada com 122,6 mil hectares a menos nesta safra1, sendo que o estado do Rio Grande do Sul, que possui 43,4% de toda a área cultivada no Brasil, contribui com 66,7% da produção, experimentou uma queda de 11,4% na área e a redução de 13,1% na produção.

As demais regiões, que também tiveram reduções expressivas de área, completam os 270,6 mil hectares restantes, dos 393,2 mil hectares que não foram cultivados nesta safra. Embora essa área represente 68,8% da redução total de área, a redução de produção por conta disso foi de apenas 13,0% devido à produtividade média ser menor ou em torno de 28,7% do volume obtido por hectare na região Sul.

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Arroz de várzea na China: Não existe Marina Silva, em ecotalibãs por lá.

Não foi desta vez. Evaristo Miranda não assumirá Presidência da Embrapa

O pior Ministro da Agricultura que o Brasil já teve depois de Wagner Rossi nomeou Maurício Antônio Lopes para exercer o cargo de presidente da Embrapa, segundo decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta, dia 10. Lopes ocupava o cargo de diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da estatal e substituirá Pedro Arraes.

Lopes é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa-MG, tem mestrado em Genética pela Purdue University (EUA), doutorado em Genética Molecular pela University of Arizona (EUA) e pós-doutorado pelo Departamento de Agricultura da FAO-ONU (Roma-Itália). Atuou como pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, como gerente de agricultura da Kieppe Agropecuária, na Bahia, e como gerente de território da Purina Alimentos, no rio de Janeiro.

Ele é pesquisador da Embrapa desde 1989. Entre a principais funções que desempenhou na empresa estão a atuação como pesquisador em genética e melhoramento de plantas, líder do programa de melhoramento de milho e chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), além de articulador internacional da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, e chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, também na capital federal.

Boa sorte ao Dr. Lopes.

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Fonte:
blog codigoflorestal.com

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