O milagre anticapitalista de Dilma – Em dois meses, MP do governo faz com que 27 elétricas percam R$ 31 bilhões na Bovespa

Publicado em 11/11/2012 19:16 e atualizado em 10/06/2013 14:56
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Por Naiara Infante Bertão, na VEJA.com. Comentarei mais tarde.

Vinte e sete empresas de energia elétrica com capital aberto na BM&F Bovespa perderam valor de mercado desde a divulgação, por parte do governo federal, da nova proposta para renovação das concessões. Segundo levantamento realizado pela consultoria Economática para o site de VEJA, o valor somado das ações dessas companhias diminuiu 31,11 bilhões de reais desde 10 de setembro – um dia antes do anúncio – até o fechamento do pregão desta segunda-feira. Das 33 empresas do setor na bolsa, apenas seis viram seu valor de mercado aumentar no período.

Em 11 de setembro, o Palácio do Planalto anunciou oficialmente a nova proposta para concessões do ramo, contida na Medida Provisória (MP) nº 579, que dá a opção para as atuais concessionárias renovarem antecipadamente seus contratos (já em 2013), mas sob tarifas mais baixas que as praticadas hoje. A maioria delas venceria apenas entre 2015 e 2017. As companhias argumentam que, com a redução das tarifas, terão perdas expressivas de faturamento e que as compensações prometidas pelo governo serão insuficientes para se contrapor a elas.

Destaques
De acordo com a Economática, as empresas que mais perderam valor nos últimos dois meses foram a Cemig, que amargou queda de 8,45 bilhões de reais no total de suas ações; a Eletrobras, com redução de 4,98 bilhões de reais; a Cesp, com declínio de 4,20 bilhões de reais; a Copel, com recuo de 2,65 bilhões de reais; e a Cteep, com variação negativa de 2 bilhões de reais. Nesta segunda-feira, o Conselho de Administração da Cteep, controlada pela colombiana ISA, recomendou que seus acionistas votem pela não renovação da concessão da empresa, o que implica manutenção dos termos do contrato atual até seu vencimento, em julho de 2015. Três usinas da Cemig também já estão fora da renovação.

Apenas seis companhias tiveram aumento de valor de mercado no período analisado, com alta de 1,28 bilhão de reais no período. São elas a Rede Energia (com acréscimo de 443,52 milhões de reais a mais no período), a Energisa (391,86 milhões de reais), Equatorial (191,82 milhões de reais), Cemat (180,79 milhões de reais), Renova (134,64 milhões de reais) e Redentor (10,84 milhões de reais). 

Tensão
Os números levantados pela Economática refletem a apreensão geral que dominou o setor nos últimos meses. De um lado, o governo federal quer renovar as concessões sob tarifas inferiores às atuais, como forma de reduzir a conta de energia e melhorar o custo Brasil. Por outro lado, empresários reclamam que a maneira como tem sido conduzida a reforma setorial é apressada e sem transparência.

Segundo cálculos preliminares do setor privado, as 81 usinas que poderão renovar seus contratos de concessão perderão aproximadamente 70% de suas receitas.Segundo Mário Menel, presidente da Associação Brasileira de Investidores em Auto Produção de Energia (Abiape), o resultado é uma “devastação tarifária”. A grande perda de receita, segundo as companhias elétricas, vai impedir que sejam realizados todos os investimentos necessários para manter e operar os ativos. 

As emendas da MP nº 579 estão ainda em trâmite no Congresso e a expectativa do setor é de que o texto só será finalizado ano que vem.

Por Reinaldo Azevedo

 

Secretário de Segurança de SC vê “efeito Fantástico” em onda de ataques de bandidos

Por Giovana Perine, na Folha:
O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Grubba, afirmou nesta terça-feira (13) que a série de atentados ocorridos em Florianópolis contra unidades da polícia e ônibus pode ter sido uma imitação dos ataques ocorridos em São Paulo.

“O que existe é uma imitação, uma cópia. No domingo passou no Fantástico uma matéria sobre esses ataques em São Paulo, criminosos assistem e fazem igual. A motivação para isso é que está sendo investigada”, disse Grubba.

Desde a tarde de segunda-feira, criminosos da Grande Florianópolis incendiaram três ônibus, um carro da Polícia Civil e um carro particular de um policial e atiraram contra uma base da Polícia Militar. Em Blumenau, outro ônibus foi incendiado e houve um ataque ao Presídio Regional de Blumenau durante a madrugada.

A Secretaria de Segurança Pública afirmou ainda que seu Serviço de Inteligência interceptou mensagens trocadas entre presos da Penitenciária São Pedro de Alcântara (região metropolitana de Florianópolis) em que relatavam a intenção de promover “ataques a busão”, em resposta a supostas torturas sofridas pelos detentos na unidade

A Secretária de Justiça e Cidadania afirmou que “não existe queda de braço entre direção e detentos”. O diretor do Departamento Prisional de SC (DEAP), Leandro Lima, negou as denúncias de tortura e greve de fome na penitenciária. O secretário de Segurança não descartou que os ataques tenham sido ordenados por organizações criminosas. “Mas temos que diferenciar essas facções de ações de quadrilhas que agem separadamente. Acreditamos que aqui sejam ações separadas”, afirma.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, afirma que nenhum indício é desconsiderado, mas acredita que está havendo “uma supervalorização quando se quer dar aos criminosos uma grife”. Grubba e a secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Lucca, afirmam que há alguns meses recebem informações sobre possíveis ataques e o assunto estava sendo discutido em reuniões com Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Exército. Pouco antes dos ataques, foi emitido um alerta para os postos do Corpo de Bombeiros sobre possíveis ataques a ônibus do sistema de transporte coletivo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Cardozo, que jamais deveria ter sido nomeado para a Justiça, deveria agora ser demitido, mas vai ficar — a menos que aconteça coisa ainda pior…

Fiquei um tempo ausente. Fui ao médico. Tudo nos conformes. A marcha da irracionalidade prossegue, inclusive a da imprensa na cobertura dos atos violentos ocorridos em São Paulo. A bandidagem entendeu: “Barbarize que a imprensa garante a assinatura do evento”. Ainda voltarei a esse tema, mais delicado do que se supõe. Eu defendo que o jornalismo mostre tudo. Mas há como fazê-lo sem jogar ao lado dos bandidos, como está acontecendo. Mas deixo para a madrugada.

Como também deixo para a madrugada a explicações de por que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi mais irresponsável nesta terça do que se percebe à primeira vista. Jamais deveria ter sido nomeado para o cargo. Mas foi. Nomeado, não deveria permanecer no cargo, mas vai — a menos que a presidente Dilma cometa a sandice de indicá-lo para o Supremo, como querem alguns.

Cardozo, nesta terça, passou da medida. Leiam o que vai na VEJA.com e reflitam a respeito. Voltarei ao assunto mais tarde.

Ministro da Justiça critica sistema prisional brasileiro

Por Kamila Hage:
Responsável por parte das prisões do país, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, qualificou como “medieval” o sistema prisional brasileiro. “Se fosse para eu cumprir uma longa pena em um presídio brasileiro, preferia morrer”, afirmou, durante uma palestra com empresários em um hotel na Zona Sul de São Paulo. 

Para Cardozo, a situação dos presídios é uma das razões para o aumento da criminalidade. Segundo o ministro, o sistema prisional brasileiro é capaz de transformar um pequeno infrator em um criminoso de alta periculosidade. “O sistema prisional é dotado de artifícios que o transforma em uma verdadeira escola do crime.”

Jogo de empurra
O ministro também condenou o embate entre União e governos estaduais para assumir a responsabilidade pela falta de segurança. “Temos que parar com o jogo do empurra. Governo estadual e federal têm responsabilidade, sim”, afirmou durante o encontro.

Apesar de agora defender uma ação efetiva do governo federal, o Ministério da Justiça levou quatro meses para responder a um pedido de recursos do governo de São Paulo para reforçar o aparato de segurança do estado, como revelou o colunista Reinaldo Azevedo.

A ajuda acabou chegando por ação da presidente Dilma Rousseff, que telefonou para o governador Geraldo Alckmin e fechou uma parceria para o combate à criminalidade na Região Metropolitana de São Paulo – crimes recentes na área já fizeram centenas de vítimas entre a população e levou à morte de 90 policiais.

Nesta semana, estado e União oficializaram o plano de segurança, que terá como uma das primeiras ações a criação de uma agência integrada de inteligência para combater o crime organizado e a transferência de presos envolvidos na morte de policiais para presídios federais de segurança máxima.

Por Reinaldo Azevedo

 

O “Deus seja louvado” da cédula e a fala tonta de Sarney

Eu não digo “sim” à tolice mesmo quando, circunstancialmente, ela concorra para a escolha que fiz. Prefiro, aliás, uma boa tese adversária a uma ruim que se queira minha parceira. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) criticou — e eu também, como sabem — a iniciativa de um procurador, que tenta eliminar das cédulas do real a expressão “Deus seja louvado”. Está lá desde 1986, quando o presidente da República era o próprio Sarney.

Segundo informa a Folha Online, o presidente do Senado se expressou nestes termos:
“Precisamos cada vez mais ter a consciência da nossa gratidão a Deus por tudo o que ele fez por todos nós, humanos, e pela criação do universo. De maneira que não podemos jamais perder o dado espiritual (…)”

Sarney disse ainda sentir “pena” do homem que, “na face da Terra, não acredita em Deus”.

Vamos ver. Fosse por esses motivos, eu também cobraria que se eliminasse a expressão da nota. O ponto é rigorosamente outro. A questão não diz respeito à fé de cada um, mas à tolerância com a fé alheia, especialmente à da esmagadora maioria dos brasileiros.

Eu não tenho pena nenhuma dos ateus. Também não acho que sejam aleijões morais. Ele têm as suas convicções, e eu as respeito, embora delas não compartilhe. Também não saio pregando que as pessoas tenham “consciência da gratidão” porque as coisas, ditas desse modo, soam estranhas. Faz supor que possa existir uma gratidão inconsciente.

O ponto é definitivamente outro. Entendam: não seremos uma nação mais cristã ou menos, mais bondosa ou menos, mais justa ou menos a depender de estar lá na cédula a mensagem “Deus seja louvado”. Nada impede, ademais, como é sabido, que em nome de Deus ou da Razão, se cometam as piores atrocidades. Nem a fé nem a racionalidade são garantias de um mundo civilizado, justo e honesto. Não estamos no terreno dos valores absolutos.

O ponto é outro. A expressão consta hoje das notas, e não há ninguém — a não ser o tal procurador em sua, tudo indica, desocupação — que se incomode com ela. Fala-se ali de um “Deus” genérico, no qual acreditam cristãos, judeus, muçulmanos, espíritas e outras tantas convicções religiosas. Algumas religiões de origem africana não são monoteístas, mas não são hostis a existência do divino. Notem: se aqueles “Deus” da cédula fosse explicitamente o Deus cristão, isso já estaria a falar a mais de 90% dos brasileiros. Não havendo essa especificação, aproximamo-nos dos 100%.

“Mas e os ateus? E os que não creem em nada?” Ora, não estão tendo nenhum prejuízo objetivo ou subjetivo, mormente porque as pessoas não costumam fazer das cédulas uma fonte de leitura. Louvar um Deus — mesmo que só o Deus cristão — significa louvar também a tolerância, EIS O PONTO!, com quem pensa de modo diferente.

“Deus seja louvado” é nada mais do que a expressão calma e serena da convicção da maioria, sem discriminar a minoria. Intolerante, isto sim, é criar um caso em torno disso, tentando impor à maioria, aí sim, os valores da minoria.

Por Reinaldo Azevedo

 

João Paulo prepara uma “plenária do PT” para responder ao STF

Que bom!

O mensaleiro José Dirceu, com um pé na cadeia, divulgou ontem uma espécie de nota oficial sobre a condenação e a pena a que será submetido. Leio agora nos jornais que o mensaleiro João Paulo Cunha também vai falar a respeito, mas será de outro modo.

Ele organiza, para o dia 23, uma “plenária” do partido em Osasco. É dali que pretende se pronunciar urbi et orbi sobre a condenação, anunciando os passos da resistência.

Não pensem que será um evento magrinho, não. Já confirmaram presença o presidente nacional do PT, Rui Falcão; o presidente estadual (SP), Edinho Silva, e o deputado federal Jilmar Tatto (SP), líder do partido na Câmara. Se duvidar, o Apedeuta comparece por lá, o que seria justo.

Eventos dessa natureza não podem dispensar, entendo, a presença do chefe.

Por Reinaldo Azevedo

 

Kassab experimenta a delícia, inclusive junto à imprensa, de ser, oficialmente, um homem do regime

Que espetáculo!

Vocês leem no post anterior que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o mais novo e querido aliado do PT, jantou com a presidente Dilma. Ele já garantiu seu apoio pessoal à reeleição da presidente. O partido ainda não se reuniu e deliberou, mas não tem importância. O pagamento também não foi feito, mas sabem como é política… O que importa são as relações de confiança. E isso estava dado desde sempre, mesmo durante a campanha eleitoral. Fernando Haddad, hoje parceirão do ainda prefeito, fez picadinho — injusto, viu, Kassab? — de sua gestão, mas o chefão do PSD não liga pra essas besteiras.

Segundo me contam — não vi porque tudo tem limite… —, em entrevista recente, Kassab atribui a derrota de Serra a alguns fatores, a saber: a) não teria convencido o eleitor de que pretendia mesmo ficar na Prefeitura de eleito; não teria defendido o suficiente a sua gestão… O sistemático trabalho de desmonte de sua administração, exercido ao longo de quatro anos por correntes influentes do petismo, e a agressividade da campanha de Haddad não teriam, então, peso relevante no resultado das urnas.

O adesismo é sempre capaz de juízos muito singulares.

Vejo agora que o atual prefeito de São Paulo, imaginem!, foi homenageado na Câmara por causa da transparência da administração. Não conheço, confesso, a coisa no detalhe, mas há uma grande possibilidade de ser um prêmio justo, já que a Prefeitura torna públicos dados da gestão que costumam ser amoitados por outros. Essa divulgação, aliás, ajudou a fazer a campanha do PT. Já escrevi diversos textos aqui a respeito e não mudei de ideia: a gestão de Kassab foi muito melhor do que se alardeou. É que critérios intelectualmente delinquentes foram usados por ONGs petistas para medir a administração. Entre outras delicadezas do espírito, obras com 80% de execução ou com 0% entravam na lista das promessas não-cumpridas. Não há quem resista a uma critério assim. Dilma não vai entregar, no que diz respeito à quantidade, as casas prometidas, as creches prometidas, as UPAs prometidas, as quadras prometidas… Quanto lhe atribuiremos de promessas cumpridas? Zero por cento??? 

O fato de Kassab estar no colo de Dilma, a despeito da forma como foi tratada a sua administração, não me faz mudar de ideia a respeito. Eu tinha sobre a sua passagem pela Prefeitura um juízo bem mais benigno do que o da larga maioria dos coleguinhas da imprensa paulistana. Pelo visto, a se considerar o andar da carruagem, os petistas concordavam comigo, não é?? Só não diziam isso alto porque, para o projeto de poder, era preciso fazer tabula rasa da gestão — afinal, Kassab já estava na rede, o que ficou claro menos de 24 horas depois do desligamento das urnas eletrônicas.

As delícias
Kassab viveu nesta terça um dia de grande vitorioso. Já está, na prática, na base do governo. Se quiser um ministério, terá. Os petistas vão, digamos, respeitar a sua herança na Prefeitura. O que importa é o futuro. Também aquelas franjas extensíssimas do jornalismo companheiro o deixam, agora, em paz. Atacá-lo não é mais uma prioridade porque, agora, ele se mudou para a hostes do bem. Se está com a presidente Dilma, se está com o PT, se está com os companheiros, há de ter qualidades.

Nem será preciso fazer mea-culpa a respeito de nada. O que importa agora é o porvir. Kassab, finalmente, se bandeou para o bem, numa era em que, tudo indica, o único pecado que um político pode realmente cometer é fazer oposição. É assim aqui, nos EUA ou em qualquer lugar — fazer oposição, entenda-se, às forças consideradas “progressistas”…

O atual prefeito de São Paulo é, agora, mais um progressista. Os petistas e o jornalismo companheiro já podem até começar a reescrever o seu passado.

Por Reinaldo Azevedo

 

Kassab declara apoio “pessoal” à reeleição de Dilma

Leiam o que informa Marcela Mattos na VEJA.com. Volto no próximo post:

No dia seguinte a um jantar com a presidente Dilma Roussef no Palácio da Alvorada, o prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, anunciou seu apoio pessoal à campanha de reeleição da presidente em 2014. Em Brasília nesta terça-feira para receber homenagem em sessão solene da Câmara dos Deputados, Kassab ressaltou, porém, que o apoio do partido será decidido pela bancada. “Ontem, eu tomei a iniciativa de cumprimentá-la por seu governo e transmitir meu sentimento de que o Brasil merece sua reeleição”, contou o prefeito. “Disse que, do ponto de vista pessoal, eu iria defendê-la dentro do partido.” 

Kassab afirmou que a questão entrará em discussão ao longo do próximo ano dentro do PSD. Segundo o prefeito, a decisão será tomada somente após uma análise entre todos os integrantes da legenda. “Todos sabem que o partido hoje tem alguns que vieram do apoio à candidatura do PSDB em 2010, como eu, e outros que vieram do apoio à candidatura do PT. Nós vamos construir uma unidade onde todos vamos seguir a vontade da maioria”, ponderou.

Sobre um possível convite da presidente para alguma secretaria ou ministério, o prefeito diz que neste momento não há sentido para conversar sobre isso. Antes, tem de haver uma definição do PSD sobre o posicionamento de 2014. Fugindo tratar da suposta vontade de fisgar um ministério, ele apontou apenas que essa seria uma honra muito grande ao partido.

Homenagem
No plenário Ulysses Guimarães para receber o Prêmio Transparência e Fiscalização Pública da Câmara, Gilberto Kassab não apenas destacou-se como o homenageado do dia, mas também como o mais cotado. Durante as duas horas da sessão solene, ele não parou de tirar fotos — pedidos que partiam, inclusive, de outros parlamentares. Os integrantes da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados o elegeram, na categoria governamental, pela divulgação online dos dados da administração paulista em 2009.

Por Reinaldo Azevedo

 

da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

Alvo da sexta ação indenizatória de Collor, o colunista inclui Lula no rol das testemunhas de defesa para ganhar outra medalha

Informei em 14 de agosto que o senador Fernando Collor, invocando o desgosto que lhe causaram três textos aqui publicados, havia ajuizado mais uma ação indenizatória contra o colunista.”Para jornalistas sérios, processos movidos por casos de polícia são medalhas”, registrou o post. “A  gradação é determinada pelo prontuário de quem, em vez de dar trabalho a oficiais de Justiça e magistrados, deveria estar recolhido a uma cela. Um Fernando Collor, por exemplo, vale medalha de ouro. Só ele já me garantiu quatro. Vem aí a quinta”.

Veio na quarta-feira passada, quando a ação foi considerada improcedente ao ser julgada em primeira instância. “O exercício da liberdade de imprensa não se sobrepôs à honra do político”, entendeu o magistrado encarregado do caso. Nesta segunda-feira, antes que eu tivesse tempo de festejar a quinta, soube que a sexta medalha está a caminho: agora mirando num texto publicado em 14 de maio, Collor acionou de novo a garrucha de ações indenizatórias.

O título do post faz o resumo da ópera: O farsante escorraçado da presidência acha que o bandido vai prender o xerife. Como sempre, o ex-presidente despejado do gabinete que desonrou reivindica uma indenização em dinheiro por danos morais e a publicação da sentença no site de VEJA. Como sempre, faz de conta que tem uma imagem a preservar. Mas desta vez será surpreendido com uma novidade no rol das testemunhas de defesa: o depoente Luiz Inácio Lula da Silva.

Estava à espera de uma chance para arrolar o palanque ambulante num processo do gênero depois do comício promovido em Diadema há pouco menos de um mês. Para ensinar à plateia que votar no que parece novo é um perigo, Lula amparou-se na figura que o derrotou na primeira tentativa de chegar ao Palácio do Planalto. “Em 1989, o nosso país teve uma eleição presidencial e se estabeleceu neste país a ideia de que havia um candidato novo. E o povo votou no tal do novo para dirigir o país. O novo era o Collor e vocês sabem o que aconteceu”.

Lula contou o que aconteceu em 1993, pouco depois da queda do então adversário. “Você tem pena de Fernando Affonso Collor de Mello?”, perguntou-lhe o radialista Milton Neves. Ouça a resposta no áudio e leia a transcrição do parecer emitido pelo entrevistado.

“Tenho. Não é que eu tenho pena. Como ser humano eu acho que uma pessoa que teve uma oportunidade que aquele cidadão teve de fazer alguma coisa de bem para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro, ou seja. E ao invés de construir um governo, construir uma quadrilha como ele construiu, me dá pena, porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor. Efetivamente eu fico com pena, porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa pudesse pelo menos conduzir o país, se não a uma solução definitiva, pelo menos a indícios de soluções para os velhos problemas que nós vivemos.Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra. Mas de qualquer forma eu acho que foi uma grande lição que o povo brasileiro aprendeu e eu espero que o povo brasileiro, em outras eleições, escolha pessoas que pelo menos eles conheçam o passado político”.

No tribunal, minha testemunha nem precisará repetir o diagnóstico. Basta confirmar que é dele a voz no áudio. Collor acha que é perseguido por jornalistas rancorosos. Perto do que disse Lula, que virou seu amigo de infância, o que escrevi parece elogio.

(por Augusto Nunes)

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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