Escândalo, Baixaria, Ilegalidade – Embaixador cubano no Brasil promove conspirata com petistas para difamar dissidente

Publicado em 14/02/2013 14:28 e atualizado em 10/06/2013 14:54
por Reinaldo Azevedo + Augusto Nunes, de veja.com.br

Escândalo, Baixaria, Ilegalidade – Embaixador cubano no Brasil promove conspirata com petistas para difamar dissidente e confessa que agentes do regime atuam ilegalmente por aqui; assessor de Gilberto Carvalho vai a reunião e depois viaja a Cuba para seminário sobre “ciberguerra”. Eis a casa da mãe Dilmona

Vejam este rapaz com arzinho nerd e aparência meio suarenta?

Ele se diz “cientista político” e técnico em telecomunicações. Segundo afirma a respeito de si mesmo, tem 35 anos e gosta de “problematizar as transformações sociais no contexto das novas tecnologias”. Huuummm… Em português, isso quer dizer que ele curte mexer com a Internet. E como!  É assessor do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. E se meteu numa nojeira, que faz sentido. Já chego lá.

Escrevi ontem um post sobre a viagem que a presidente Dilma Rousseff vai fazer à Guiné Equatorial e a fala estúpida de certa senhora do Itamaraty, uma tal Edileuza, que desqualificou qualquer questionamento que se possa fazer sobre a permanente agressão aos direitos humanos praticada naquele país. Tratei, então, da intimidade dos petistas com ditaduras, citando especificamente o caso de Cuba. Pois é… Reportagem publicada na VEJA desta semana traz informações espantosas. Deveria render, nesta ordem, a) a demissão do ministro Gilberto Carvalho (não vai acontecer); b) a demissão de um assessor de Carvalho (não vai acontecer); c) a convocação, por Dilma, do embaixador cubano no Brasil para prestar esclarecimentos (não vai acontecer); d) a reunião imediata da Comissão de Relações Exteriores do Senado para exigir providências do Itamaraty e para ouvir a Polícia Federal e a Abin sobre a atuação ilegal de espiões cubanos no Brasil (não vai acontecer também). Transcrevo, em azul, o primeiro parágrafo da reportagem de VEJA. Volto em seguida:

A blogueira Yoani Sánchez desembarca no Brasil nesta semana para divulgar o livro De Cuba, com Carinho, uma coletânea de seus textos sobre o triste cotidiano do povo cubano sob a ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro. O trabalho rendeu à dissidente uma perseguição implacável. Ela foi sequestrada, torturada e, durante anos, impedida de deixar o país. É rotulada de mercenária pelos comunistas da ilha e acusada de trair os princípios revolucionários. O que Yoani não sabe é que, apesar da distância que separa o Brasil de Cuba — 5 000 quilômetros —, ela não estará livre dos olhos e muito menos dos tentáculos do regime autoritário. Para os sete dias em que permanecerá no Brasil, o governo cubano escalou um grupo de agentes para vigiá-la e recrutou outro com a missão de desqualificá-la a partir de um patético dossiê. Uma conspirata oficial em território estrangeiro contra quem quer que seja é uma monumental afronta à soberania de qualquer nação. Esse caso, porém, envolve uma inquietante parceria. O plano para espionar e constranger Yoani Sánchez foi elaborado pelo governo cubano, mas será executado com o conhecimento e o apoio do PT, de militantes do partido e de pelo menos um funcionário da Presidência da República.

Voltei
No dia 6 de fevereiro, o embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, reuniu um grupo de militantes do PT e do PC do B na embaixada do seu país, em Brasília, para passar um dossiê — e como os petistas gostam disso, não é? — desqualificando Yoani Sánches, acusada de ser “uma mercenária, financiada pelo governo dos Estados Unidos para trabalhar contra a Revolução Cubana, contra o povo, contra os trabalhadores”. Cada um dos convidados recebeu um disquete contendo o material e uma recomendação: o dossiê tinha de circular na Internet, mas sem divulgar a origem das informações. Um deles, dessas almas caridosas, até sugeriu que os “movimentos sociais” fizessem um abaixo-assinado contra a presença da dissidente cubana no Brasil. O embaixador achou que isso levaria muito tempo. Alguns dos presentes consideraram que era sujeira além do aceitável mesmo para os elásticos padrões morais das esquerdas e caíram fora.

No encontro, Rodríguez passou outra informação estupefaciente: segundo ele, agentes cubanos acompanharão cada passo de Yoani no Brasil, vinte e quatro horas por dia. Atenção! Tudo isso constitui uma afronta à soberania brasileira. Representantes diplomáticos não participam de conspiratas políticas em solo estrangeiro, digam elas respeito ou não a seu país de origem. E o que dizer, então, sobre a ação dos espiões?
NOTA – Essa reunião aconteceu no dia 6. Um dia antes, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maxililien Sánchez, havia participado de um ato promovido por José Dirceu contra o Poder Judiciário brasileiro e as oposições. O Brasil virou a casa da mãe Dilmona!

Agora o meio suarento
O escândalo poderia parar por aqui. Mas a coisa é muito mais grave. E voltamos lá ao suarento que gosta “de problematizar transformações”. Trata-se de Ricardo Augusto Poppi Martins, militante do PT e assessor direto de Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência. É o coordenador-geral de “Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação”. A função de Carvalho no governo é “dialogar com os movimentos sociais”, razão por que a página da pasta na Internet lembra uma federação de ONGs. Os nomes, telefones e e-mails de todos os seus coordenadores estão disponíveis. Se você quiser falar com o Ricardo, o telefone é (61) 3411 5897, e seu e-mail,[email protected]. Talvez ele forneça mais detalhes do encontro. Ouviu os planos de conspiração do embaixador, a confissão da ação ilegal de agentes cubanos no Brasil e saiu de lá levando um CD. E tudo durante o expediente.

Mas não adianta tentar falar com o “problematizador” antes de segunda. Sabem onde ele está? Em Cuba! Viajou no dia 7 para participar de um encontro na ilha sobre “ciberguerra” e “novas formas de comunicação de rede e batalhas políticas”. Informa a VEJA que, na semana passada, o manifesto produzido pelo tal encontro já estava na rede. Reproduzo mais um trecho da reportagem (em azul):
Entre as resoluções finais aprovadas, constam “o apoio às reivindicações de Cuba contra as restrições para acessar serviços de computador e internet, junto a autoridades e empresas nos Estados Unidos”, e “a solidariedade de todos com a Revolução Bolivariana e o presidente Hugo Chávez, diante dcampanhas de mídia e da ação desestabilizadora dos inimigos do processo revolucionário na Venezuela”. Poppi, portanto, foi a Cuba em missão oficial, com as despesas pagas pelo contribuinte, para, segundo a pauta disponibilizada pelos próprios organizadores do evento, apoiar ditaduras e aprender a usar a internet para destruir reputações de quem não pensa como ele, exatamente como planejam fazer com a blogueira Yoani Sánchez.

Yoani toma cerveja e come bananas!
O dossiê contra Yoani traz algumas fotos para provar que ela vive uma vida nababesca e evidenciar seus hábitos burgueses, certamente financiados pelos “inimigos da revolução”. Numa delas, ela aparece com amigos tomando cerveja. Em outra, comprando um artigo de luxo chamado “banana”. É isto: no regime liderado pelos assassinos Fidel e Raúl Castro, tomar cerveja e comer banana podem ser privilégios inaceitáveis.

Leiam a íntegra da reportagem. Não é a primeira vez que os petistas aparecem enrolados com o regime cubano.  Já houve o caso dos dólares para a campanha de Lula em 2002, que teriam chegado em caixas de rum. Em 2007,  o então ministro da Justiça, Tarso Genro — aquele que manobrou para que o terrorista Cesare Battisti ficasse no Brasil — devolveu a Fidel Castro os boxeadores  Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que haviam fugido do regime, desertando durante os Jogos Pan-Americanos.

Carlos Zamora Rodríguez, embaixador de Cuba: ele confessou que agentes cubanos atuam ilegalmente no Brasil. E a capa de VEJA sobre os dólares cubanos para Lula

Vemos que eles não têm limites e podem ir sempre mais longe. A campanha que o embaixador cubano arquitetou contra Yoani segue o padrão, não custa lembrar, empregado por aqui pela rede de blogs sujos financiada por estatais. Estamos falando com especialistas em destruir a reputação alheia. Ou alguém vai a um seminário, promovido por uma ditadura,  sobre “ciberguerra” e “novas formas de comunicação de rede e batalhas políticas” com bons propósitos?

Com a palavra, a presidente da República.
Com a palavra, o Ministério da Justiça.
Com a palavra, o Senado Federal.
Com a palavra, a Polícia Federal.
Com a palavra, a Abin.
Com a palavra, o Ministério Público Federal.
Com a palavra, os líderes das oposições.

Por Reinaldo Azevedo

 

A sobrinha de Joaquim Barbosa, um rato morto no Senado, uma mensagem no Facebook e duas demissões

 

Em Banânia, as piadas costumam nascer prontas, as metáforas brotam das coisas, sem que a gente precise fazer grandes voos interpretativos, e a crônica, às vezes, dispensa um narrador. Leiam o que segue. Volto em seguida.

Um rato, ele-mesmo, encontrado morto na Gráfica do Senado: há um erro aí…

Por Gabriela Guerreiro e Andreza Matais, na Folha Online. Volto em seguida.
Uma sobrinha do presidente do STF, Joaquim Barbosa, e uma colega dela foram demitidas do Senado por compartilharem na rede social Facebook foto de um rato encontrado na gráfica da Casa com a legenda: “E a gente achou q o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”. As duas eram estagiárias no Senado. O Senado confirmou a demissão das duas jovens, mas manteve seus nomes em sigilo. Em nota, afirmou: “O Senado agiu de acordo com as normas vigentes ao tomar conhecimento de um ato de indisciplina.”

O Senado também afirma que as duas postaram as fotos no horário de trabalho “usando ferramentas de trabalho”, o que diz ser uma infração às regras de estágio da Casa. O caso foi revelado pelo jornal “Correio Braziliense”. Ariadina Barbosa Gomes Oliveira é filha de uma irmã do ministro Joaquim Barbosa. Ela estagiava na secretaria de Recursos Humanos, que fica nas mesmas dependências da gráfica onde o rato foi encontrado. A Folha não conseguiu localizá-la. A assessoria do ministro disse que ele não irá comentar o assunto.

Segundo Laura Meirelles, a outra estagiária, as fotos foram postadas do celular e não do computador do Senado e no horário de trabalho porque o rato foi encontrado durante o expediente. O Senado tem cerca de 500 estagiários. Uma secretaria para cuidar dos estagiários foi criada na época de Agaciel Maia para acomodar a mulher dele, que não está mais no cargo.
(…)

Comento
Vamos ver. A gráfica do Senado, procurem no Google, já foi sinônimo de empreguismo, ineficiência e desperdício. Confesso que não sei como a coisa anda hoje em dia. Aí aparece o rato morto. Rato? Pois é… O bicho asqueroso é metáfora de sem-vergonhice, de malandragem, de roubalheira. No Senado? O universo simbólico só pode estar de sacanagem.

Aí quem fotografa o bicho e decide pôr no Facebook? A sobrinha de Joaquim Barbosa, presidente do STF e homem odiado por uma boa penca de… ratos.  Em áreas do petismo, Barbosa é considerado um “negão traidor”.

A moça põe a foto na rede social e decide fazer uma espécie de legenda em que evoca o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros — segundo escreveu, o senador não é o único problema na Casa. Há também os ratos… Foi demitida.

Não aprovo nem estimulo esse comportamento de funcionários públicos. Numa empresa privada, é certo, seria igualmente punido. Não há razão para que seja diferente em órgãos do estado. É evidente que a abordagem de Ariadina foi um pouco além do direito à crítica. O presidente do Senado está sendo desqualificado.

Mas não dá para ignorar as qualidades — ou a falta delas — que levaram Renan à Presidência da Casa. Tudo está fora do lugar nessa história, embora, para a tristeza do Brasil, faça um brutal sentido.

A única coisa que não se encaixa no universo dos símbolos é o fato de o rato estar morto.

Por Reinaldo Azevedo

 

Wandercleysson e Valdisnei conversam sobre o novo partido de Marina, que não será nem de situação nem de oposição…

Na madrugada, voltarei a Marina Silva. Este ser “sonhático” sempre me inspira. Neste sábado, seus seguidores, os “marineiros”, realizaram um ato em Brasília para marcar, simbolicamente, a criação do novo partido — que ainda não tem existência legal. Já estão definidos o nome fantasia — “Rede Sustentabilidade” — e aquele de registro na Justiça Eleitoral: “Rede” apenas. É que aquele substantivo soa esquisito e quase etéreo para os não pós-graduados do ciclismo de Ipanema, Leblon, Vila Madalena e Alto de Pinheiros…

Diálogo ouvido na obra:
— Vai votar em quem, Wandercleysson?
— Não voto em “quem”, não, Valdisnei! Eu voto no “quê”, no projeto sonhático. Ou a ação política se deixa transformar pela transversalidade, que rompa com os limites do puramente pragmático, alargando as fronteiras do possível, de modo a que o impossível seja primeiro um devir, depois um horizonte plausível, até que seja realidade, ou não sairemos da crise civilizatória, compreendeu? Pega o cimento.
— Ichi! Não entendi foi nada! Esse tal sonhático é uma coisa, assim, punhética? Ói o cimento aqui.
— É mais do que isso, porque imaginar alguma coisa já é pôr um limite na coisa, entendeu? A política, até agora, foi por demais aristotélica. Precisamos de mais Platão, mas um Platão mudado pelo espírito da floresta. Tá bom de cimento já. Pode mexer.

Certo!

Marina falou e definiu assim a “Rede”: “Nem oposição nem situação, precisamos de posição”. Wandercleysson concorda. Valdisnei está pensando no assunto. Leiam o que informam Laryssa Borges e Marcela Mattos na VEJA.com.

Na madrugada, volto a Marina e à tal “Rede”. Antes, preciso tirar algumas dúvidas com Wandercleysson.
*
Por aclamação, o novo partido político da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi oficializado neste sábado como o nome de Rede Sustentabilidade. Na justiça eleitoral, no entanto, a legenda apresentará registro apenas com o nome de Rede.

Ao anunciar a escolha, Marina explicou a preferência por adotar a denominação e voltou a criticar as conveniências políticas e o que ela classifica como alianças partidárias espúrias. “É insustentável sermos tomados por uma ética de circunstância, em que não se faz aquilo que precisa ser feito, se faz aquilo que é conveniente”, disse após sacramentar o nome do partido.

A ex-ministra, que busca com a nova legenda mecanismo para se lançar como candidata a presidente nas eleições de 2014, defendeu a mobilização de simpatizantes como forma de angariar votos e de demonstrar a força política do grupo. Ela citou os cerca de 20 milhões de votos que teve na corrida presidencial de 2010 e lembrou as dificuldades de construir uma campanha sem uma larga base de sustentação parlamentar e administrativa.

“Tivemos quase 20 milhões de votos com um minuto e 20 segundos de tempo de televisão, sem comunicação e sem uma base política de prefeitos, governadores, deputados federais. [Não teríamos todos os votos] Sem a rede das Casas de Marina [comitês domiciliares na campanha de 2010], sem os sonhadores e sonhadoras que resolveram canalizar tantos sonhos capazes de se transformar em realidade”, disse ela.

“Estamos dizendo que somos aquilo que nós já somos. Somos uma rede. Se não fôssemos uma rede, não teríamos aqui hoje mais de mil pessoas que se organizaram nesse país para chegar aqui pagando sua própria passagem”, completou Marina.

Mais cedo, na abertura da plenária que debate a criação do novo partido, a ex-ministra informou que a futura agremiação não será “nem de oposição nem de situação”, admitiu que a sigla fará “alianças pontuais” e que o apoio e a rejeição às políticas do governo federal serão analisados caso a caso.

Coreografia
Logo após a oficialização do nome Rede, simpatizantes de Marina Silva estenderam tiras coloridas de tecido e ensaiaram o entrelaçamento dessas tiras para simbolizar a nova legenda. Na celebração do partido, uma imensa bola em formato de planeta Terra foi jogada de um lado para outro ao som da música A Rede, do cantor Lenine. Um pequeno grupo presente ao Encontro Nacional da Rede Pró-Partido ensaiou gritos de “Marina presidente”.

Por Reinaldo Azevedo

Acusação de Valério contra Lula já está com MP de Minas. Isso explica por que PT passou a combater a delação premiada

Como vocês viram, as hostes petistas agora deram para atacar o estatuto da delação premiada. O contexto explica muita coisa. Pela primeira vez, há a possibilidade real de Luiz Inácio Lula da Silva se tornar réu em um, ou mais de um, dos processos do mensalão que estão na primeira instância da Procuradoria-Geral da República ou da Justiça Federal. O expediente, que serviu em passado recente para fulminar um dos adversários do petismo, o DEM, agora seria uma coisa nefasta para o estado de direito, juram alguns advogados de mensaleiros, convertidos em “fontes” isentas…

Pois é… As acusações que Marcos Valério fez a Lula já estão com a seção mineira do Ministério Público Federal. Leiam o que informa Paulo Peixoto na Folha Online:
*
Já está em poder do Ministério Público Federal de Minas Gerais o depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no qual ele acusa o ex-presidente Lula de envolvimento no mensalão. Segundo a assessoria da Procuradoria, o setor do órgão encarregado de analisar o documento afirma que são muitas as informações a serem investigadas.

Em Minas, existem pelo menos seis processos decorrentes de desmembramentos do mensalão, segundo a Procuradoria. Valério foi condenado em duas delas. Por não ser um trabalho simples, argumenta o órgão, será uma análise demorada. Não foi marcado prazo para que o Ministério Público decida sobre uma investigação. O processo pode ir para um procurador por sorteio ou, havendo relação com uma outra ação específica, ficar com o procurador responsável por esse caso. 
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Um tóxico perigoso chamado “demagogia”. Ou: 

Marina já começou a fazer a fotossíntese e a se 

alimentar de luz?

O novo “não partido” de Marina Silva — que muitos gostariam de ver como papa, não fosse impossível haver no Trono de Pedro uma papisa evangélica —, chamado, por ora, apenas de “A Rede”, havia pensado, inicialmente, em recusar doações de empresas privadas, aceitando apenas as feitas por pessoas físicas. Mas sabem como é… A coisa poderia se complicar um pouco. Leio na Folha, em reportagem de Paulo Gama, que houve uma ligeira correção de rumo. A turma decidiu agora que a legenda — caso venha mesmo a ser criada — não aceitará doações de empresas que vendem bebida alcoólica, cigarros, armas e agrotóxicos.

Marina está se transformando numa das mais influentes “empresas” de vender uma droga que faz um mal imenso à saúde democrática: demagogia. Fiz aqui uma rápida pesquisa e não encontrei, vejam que curioso!, empresas de nenhum desses setores envolvidas com roubalheira de dinheiro púbico. Pode até ser que haja uma ou outra como exceção. Uma coisa é certa: esses não são os setores organizados para enfiar as mãos nos cofres do estado.

Quero ver Marina dizer, isto sim, que não aceita doações de empresas que fazem negócios com o estado brasileiro, que sejam suas concessionárias ou que atuem segundo cartas de concessão — e isso inclui os bancos, por exemplo. No caso das empreiteiras, as restrições teriam de valer também para as suas subsidiárias, que, muitas vezes, não aparecem como fornecedoras ao estado ou prestadoras de serviço.

Marina aceitará, por exemplo, doação de empresas de telefonia, que dependem fortemente da regulação? Depois do mensalão, como sabem, os petistas deram para atacar tudo aquilo que consideram “moralismo” — por “moralismo”, os valentes entendem, por exemplo, a censura à canalha que rouba dinheiro do Banco do Brasil, que corrompe e que se deixa corromper. Para os petistas, toda moralidade será sempre de fachada.

Temos aí com a tal “Rede” um caso escancarado, este sim, do tal “moralismo de fachada”. Vende-se uma ideia de pureza no trato da coisa pública que, infelizmente, não corresponde à verdade. Não porque a ex-senadora ou a sua turma façam exatamente o contrário (é bem verdade que tenho enorme curiosidade de saber quem financia a “rede”, mas isso, parece, é um segredo “da rede”), mas porque a restrição é irrelevante e apela tão-somente ao marketing.

Marina recebeu R$ 400 mil da Ambev em sua campanha de 2010. Vai agora cuspir no copo em que bebeu? Há pouco mais de dois anos, a empresa lhe parecia idônea para participar do financiamento de campanha. Agora não mais? Não serei eu a defender aqui as virtudes terapêuticas do cigarro — não contem com isso. Mas, enquanto o produto estiver sendo legalmente vendido (e se diga o mesmo sobre a indústria de armas), criar uma zona de interdição que tornaria intrinsecamente imoral a doação corresponde, vejam que curioso, a denunciar um vínculo posterior entre financiador e financiado. Se esse vínculo, então, permanece para além do simples financiamento, como sugere a “Rede”, cumpre indagar: Marina admite que, se eleita presidente, será especialmente benevolente com os setores “limpinhos” que a financiassem? O moralismo, quando de fachada, tem dessas coisas: gera contradições que não pode sanar.

E quanto aos defensivos agrícolas, chamados de “agrotóxicos”? O mau uso do produto é certamente condenável — como é condenável o mau uso, sei lá, de um creme antirrugas. Mas todo defensivo é maléfico e faz mal à humanidade? Todo defensivo é “agrotóxico”? Digam-me cá: se a Bayer ou a Basf, que fabricam defensivos e remédios, quiserem colaborar com Marina, ela faz o quê? “Gente que fabrica aspirina e ibuprofeno tá fora desse meu partido de puros!” A Natura, diga-se, é cliente da Basf, viu, Marina?

O chato é que já dá para saber aonde vai dar o fluxo dessa conversa mole: no “financiamento público de campanha”, que vai ganhando cada vez mais a adesão de espertalhões. Mais dinheiro, leitor, acabará saindo do seu bolso, sem que haja um miserável entrave ao financiamento privado e ilegal.

Encerro

Revelei curiosidade em saber quem financia Marina Silva e a “Rede” não por maldade, que sou um homem bom, mas por curiosidade jornalística e intelectual. Afinal, ainda que possa, às vezes, parecer o contrário, Marina ainda não transforma luz em alimento, ainda não faz a fotossíntese, né? Alguém dá o pão para que se garanta o circo. Ou isso só vale para “partidos tradicionais”, mas não para “A Rede”?

Por Reinaldo Azevedo

 

Agora as falanges do PT querem acabar com a 

delação premiada; ela só era boa quando punia 

seus adversários!

Que país exótico!

A delação premiada fez uma bomba explodir no DEM. Foi a concessão do benefício, com redução da pena, que transformou Durval Barbosa — lembram-se dele? — no algoz do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Barbosa, como se sabe, também cometeu uma penca de crimes. Nem eu nem você, leitor amigo, o queremos como professor de Educação Moral e Cívica. Eu mesmo já escrevi aqui sobre inconvenientes desse expediente, especialmente quando o delator continua, como Durval continuou durante algum tempo, a fazer política. Mas daí a tentar declarar a prática ilegal ou inconstitucional? Ora, tenham a santa paciência!

Sigamos. Enquanto a delação premiada servia para fazer picadinho de um partido político da oposição, a “consciência jurídica” da nação se calou, não é? Agora, advogados de mensaleiros, como Antônio Carlos de Almeida Castro e José Luiz de Oliveira Lima, defensores, respectivamente, de Duda Mendonça e José Dirceu, decidiram atestar a sua suposta amoralidade. Dizem que nem mesmo aceitariam advogar para clientes que a ela recorressem.

Entendi

A concessão de um benefício como esse a Marcos Valério, então, nem pensar, certo? Ainda que ele pudesse revelar tudo o que ainda não sabemos sobre a tramoia do mensalão. Enquanto a delação serviu para quase destruir o DEM, com seus óbvios efeitos eleitorais, tudo parecia um grande movimento de moralização da nação. Agora, passou-se a considerar a prática o sumo da amoralidade.

O próprio presidente da OAB,  informa a Folha, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirma que vai propor que a Ordem discuta se o expediente é ou não constitucional.  Huuummm… É… Se dois advogados de mensaleiros demonstram seu inconformismo tardio, é mesmo o caso de debater, né? Ai, ai… Perguntem no que teria dado a Operação Mãos Limpas, na Itália, que tirou de circulação um bando de bandidos, sem a prática. Como a Constituição não são cartas de tarô, cujo sentido depende bastante de quem as lê, o presidente da OAB poderia dar uma dica de quais artigos da Carta alimentam a sua dúvida.

Esse debate é ridículo. É claro que nem toda delação é aceitável e que é preciso que venha acompanhada de algumas exigências: a) que o delator já tenha parado de delinquir; b) que seja necessariamente punido, porque também criminoso, ainda que com pena menor do que se não tivesse colaborado; c) que preste informações fidedignas e relevantes ao esclarecimento do caso, sem selecionar alvos, o que poderia concorrer para encobrir crimes, não para solucioná-los.

Satisfeitas essas condições, é evidente que se deve considerar a delação premiada entre os instrumentos para investigar e punir crimes. Os juízes, diga-se, na fase da dosimetria, já fazem, à sua maneira, uma espécie de “delação premiada”: a colaboração do réu é contada entre os elementos que minimizam a pena.

Situação das cadeias

Os petistas e seus prepostos são mesmo pessoas notáveis. As três gestões do PT (duas de Lula e a de Dilma, em curso) jamais deram bola para a situação dos presídios brasileiros, por exemplo. Nada! Bastou que surgisse a possibilidade de alguns companheiros irem em cana, e então os patriotas se lembraram das agruras em que vivem os presos. Num rompante, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, chegou a dizer que preferiria o suicídio a ficar numa cadeia no país. Ele se tranquilize. Dirceu certamente ficará numa cela confortável e não é do tipo que possa tirar a própria vida, constrangido pela vergonha.

Se um petista vier a cometer matricídio, aparecerá um “jurista” para dizer que a gente não deve se meter na sagrada relação entre mãe e filho…

Por Reinaldo Azevedo

 

PT fará festa comemorando os 10 anos de poder. Ou: Oposição precisa mais de Chacrinha do que de Maquiavel: “Quem não se comunica se trumbica”

O PT vai realizar um ato em São Paulo, no próximo dia 20, para comemorar os 10 anos do partido no poder. A Folha informa que os convites já começaram a ser distribuídos. Os petistas devem contar com pelo menos mil convidados, numa festa que contará com as presenças da presidente Dilma Rousseff e, claro!, de Luiz Inácio Lula da Silva. Em seguida, o Apedeuta dará início a uma série de viagens Brasil afora para, como se diz por lá, “defender o seu legado”.

Prestem atenção a esta fala de Paulo Frateschi, secretário de Organização do partido: “O objetivo é construir uma narrativa própria do PT, juntamente com seus militantes, sobre a chegada à Presidência da República”. Vamos ver.

Exceção feita ao ano do mensalão (2005), que foi uma crise política gerada pelo banditismo, o partido enfrenta o seu momento mais difícil no poder. A economia brasileira cresce pouco e mal; o Ministério da Fazenda tem recorrido cada vez mais à contabilidade criativa para fechar as contas públicas; a inflação insiste em ficar fora da meta; a taxa de investimento está bem abaixo do desejável; está em curso — e constatá-lo não depende de ideologia, mas de reconhecimento dos números — um claro processo de desindustrialização; as interferências do governo na economia não têm surtido os efeitos esperados.

Essa é a narrativa, vamos dizer assim, ditada pelos fatos. Mas, atenção!, partidos e organizações políticas podem e devem “construir uma narrativa própria”, como diz Frateschi, para disputar a atenção e, eventualmente, o coração das pessoas.

Pois é… Não é que, nesse particular ao menos, Reinaldo Azevedo e Paulo Frateschi concordam? Explico-me. No dia 3 de setembro do ano passado, escrevi aqui um post em que criticava o alheamento das oposições em relação ao julgamento do mensalão. Leiam trecho (em azul):

O Supremo Tribunal Federal está dizendo com todas as letras o que foi aquele imbróglio a que se chamou “mensalão” — e o nome poderia ser qualquer outro; isso é irrelevante. Ainda que todos os réus, doravante, fossem considerados inocentes — o que é improvável —, o mensalão (ou “roubalheira”, se alguns preferirem) já está comprovado de maneira acachapante. ESSA É A REALIDADE JURÍDICA, do mundo das leis. MAS É PRECISO QUE O EPISÓDIO SE TORNE TAMBÉM UMA REALIDADE POLÍTICA. Para tanto, alguém precisa se apossar dessa narrativa. OU POR OUTRA: FORÇAS POLÍTICAS TÊM DE FAZER DA VERDADE DOS AUTOS, DA VERDADE DOS FATOS, UMA VERDADE ATIVA, COM FACE POLÍTICA. Mas quê… Ninguém se oferece!
Ora, se inexistem forças políticas relevantes que deem o devido tratamento à verdade que vai se tornando clara no tribunal, há o risco, por incrível que pareça, de a farsa petista deitar sua sombra sobre os fatos.

Voltei
Como se vê, eu e o dirigente petista empregamos até o mesmo vocabulário, embora com entendimentos certamente opostos do que foi o mensalão. Frateschi quer que o PT permaneça no poder eternidade afora; eu acho bom para a democracia que o partido seja derrotado já em 2014. O fato é que os petistas se organizam para, então, contar a sua versão da história, o que, no ambiente democrático, é legítimo. A DISPUTA POLÍTICA, NO FIM DAS CONTAS, É MESMO UMA DISPUTA ENTRE NARRATIVAS.

É nesse sentido mais profundo que as oposições, na esfera federal, não têm feito política, entenderam? Os petistas se tornaram, por incrível que pareça, os autores da própria história, mas também da história alheia.

Não duvidem: nesse encontro do dia 20, que vai acontecer num hotel em São Paulo, não se falará do mensalão a não ser para negá-lo — e ainda de  modo oblíquo. Os mensaleiros estarão lá, recebidos como heróis, e as forças da “reação” e da “direita” serão, uma vez mais, esconjuradas. A militância será conclamada a reagir àqueles que supostamente pretendem destruir o partido e coisa e tal, enquanto as “grandes conquistas” dos dez anos de governo serão exaltadas.

Assim se faz política. E é bom deixar claro: o PT não está no poder por causa da vocação para a delinquência de alguns de seus líderes. Isso é bobagem. A rigor, a sem-vergonhice seria desnecessária para tanto. Ocorre que eles não conseguem se livrar de certos atavismos. O partido chegou ao topo e lá se mantém porque, no que concerne à disputa (não é uma avaliação de conteúdo), faz a coisa certa — tanto quanto as oposições insistem nas erradas.

Na sexta que antecedeu o Carnaval, escrevi aqui sobre a atuação das oposições em Brasília. Elas tinham antecipado o feriadão, e não havia sobrado vivalma em Brasília que pudesse ao menos puxar a orelha do governo pela disparada da inflação em janeiro.

Convenham. Os que se opõem ao PT podem até se dispensar de ler Maquiavel. Mas não podem ignorar o Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Venezuela divulga primeiras imagens de Chávez em dois meses

Na VEJA.com. Comento no próximo post.

O governo venezuelano divulgou nesta sexta-feira as primeiras imagens do coronel Hugo Chávez em mais de dois meses. Desde o início de dezembro ele está internado em Havana, se recuperando da quarta cirurgia para combater um câncer. A cirurgia foi realizada no dia 11 de dezembro.

Nas fotos, o mandatário aparece ao lado das filhas Rosa Virginia e María Gabriela. Ele também aparece lendo uma edição do jornal Granma, de Cuba. O jornal seria do dia 14 de fevereiro de 2013.

Em um comunicado oficial divulgado em rede nacional de rádio e TV, o ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Ernesto Villegas, afirmou que Chávez respira com o auxílio de uma cânula traqueal – sem especificar desde quando. Segundo ele, a respiração assistida é necessária uma vez que “a insuficiência respiratória persiste”. A cânula dificulta a fala do presidente venezuelano.

O comunicado acrescenta que Chávez está “consciente, com integridade de suas funções intelectuais, em estreita comunicação com sua equipe de governo e à frente das tarefas fundamentais inerentes a seu cargo”. As fotos também foram divulgadas em rede nacional, logo depois da leitura do comunicado. Coube ao ministro de Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza, que é genro de Chávez, mostrar as fotos dele com as filhas.

Tratamento complexo
Na última quarta, o vice-presidente Nicolás Maduro disse que o coronel está sendo submetido a “tratamentos complementares, complexos e duros”. “Vocês sabem que passamos por momentos extremamente complexos em dezembro, em janeiro, foi cumprido todo o ciclo pós-operatório e hoje o comandante está sendo submetido a tratamentos complementares, extremamente complexos e duros”, disse Maduro, durante evento no estado de Lara, no centro-oeste do país.

Confira o trecho do comunicado que fala sobre o estado de saúde de Hugo Chávez:

“Depois de dois meses de um complicado processo pós-operatório, o paciente se mantém consciente, com integridade das funções intelectuais, em estreita comunicação com sua equipe de governo e à frente das tarefas fundamentais inerentes ao seu cargo.

Como se informou oportunamente, a infecção respiratória surgida no curso do pós-operatório foi controlada, embora ainda persista certo grau de insuficiência.

Dada esta circunstância, que está sendo devidamente tratada, atualmente o comandante Chávez apresenta respiração através da cânula traqueal, o que lhe dificulta temporariamente a fala.

A equipe médica aplica tratamento enérgico para a enfermidade de base, que não está isento de complicações.

O paciente coopera com o tratamento e reabilitação em estreita coordenação com a equipe médica de trabalho”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Fotos e farsas

A foto divulgada pelo governo da Venezuela, em que o “comandante” Hugo Chávez aparece, dadas as circunstâncias, mais ou menos bem é uma farsa política. O Brasil conhece algo parecido, mas com outro sinal político. Vale lembrar.

Eis o então presidente eleito Tancredo Neves, em março de 1985, junto com  a equipe médica que o atendia no Hospital de Base, de Brasília. Tancredo, soube-se não muito tempo depois, já era um paciente condenado. A morte do presidente eleito alimenta ainda hoje as mais variadas teorias conspiratórias.

José Sarney havia assumido a Presidência da República. Havia dúvidas razoáveis sobre a constitucionalidade da saída encontrada. Temia-se um eventual retrocesso político. A foto como farsa tinha ao menos a intenção meritória de esconjurar as forças do atraso. Com Chávez, é diferente. A mentira serve para dar sobrevida a uma ditadura.

Por Reinaldo Azevedo

 

DA COLUNA DIRETO AO PONTO, DE AUGUSTO NUNES:

A Petrobras especializada na fabricação de 

prodígios só existiu enquanto durou a quermesse 

dos patriotas de galinheiro

“Quando a gente quiser ter orgulho de alguma coisa neste país, a gente lembra da Petrobras mais do que o Carnaval, mais do que o futebol”, comunicou em 29 de outubro de 2010 o ainda presidente Lula. “A Petrobras é a certeza e a convicção de que este país será uma grande nação”. Nem sempre fora assim, ressalvou o palanque ambulante. Fundada em 3 de outubro de 1953, a empresa nasceu de novo quando a Divina Providência presenteou o grotão sul-americano com o maior dos governantes desde Tomé de Souza.

Entre tantas ideias luminosas, foi Lula quem descobriu que a estatal merecia ser comandada pelos companheiros José Eduardo Dutra e José Sérgio Gabrielli. Em dois anos e meio no cargo, o Zé geólogo ajudou o chefe a desmatar a trilha que conduz à autossuficiência em petróleo. Nos seis anos seguintes, o Zé economista ajudou o chefe a localizar a rota que leva às jazidas do pré-sal ─ um colosso nas funduras do Atlântico que antecipou a inauguração do Brasil Maravilha.

“Vamos usar esse petróleo para resolver um problema crônico de investimento na educação e para tirar esse atraso”, anunciou Lula em agosto de 2008. “Vamos usar parte desse dinheiro para resolver o problema dos miseráveis desse país, das pessoas que ainda não conquistaram cidadania”. Já de olho no gabinete presidencial, Dilma Rousseff achou essencial explicar que “o pré-sal é um recurso tão importante para a nossa geração e próximas que é de fato um conjunto da população brasileira”.

Enquanto tentavam entender a primeira frase, os ouvintes foram apresentados pela Mãe do PAC a outras preciosidades em dilmês primitivo. “Isso define o princípio que vai nortear o governo sobre seu uso, que é tomar todas as medidas para transformar esse grande recurso em fonte que vai permitir que os brasileiros tenham melhoria da educação, das condições que permitirão que avancemos em direção à sociedade do conhecimento, que inova e faz pesquisa, e pela forma que chegamos ao pré-sal”.

Em setembro de 2009, no discurso transmitido por uma cadeia nacional de rádio e TV, Lula concedeu ao pré-sal o título de “Dádiva de Deus”, reduziu a traidores da pátria os que ousaram duvidar da eficácia da Petrobras, condenou à danação eterna os pessimistas de ofício e, caprichando na pose de Pedro III, proclamou a Segunda Independência. Terminado o palavrório, milhões de crédulos sem cura foram dormir na OPEP. E só neste começo de 2013 deixaram de sonhar com o litro de gasolina abaixo de 10 centavos.

Um ano depois da substituição de Gabrielli por Graça Foster, despertadas pelo desabamento dos lucros e dos investimentos, as vítimas da tapeação enfim começam a enxergar o que a fantasia em frangalhos procurou esconder. A autossuficiência em petróleo nunca existiu. A aventura do pré-sal não desceu do palanque. As jazidas de dimensões colossais jamais foram vistas fora da imaginação dos engarrafadores de nuvens. A festa acabou. E agora, Josés? O que tem a dizer a dupla de nulidades? E o Primeiro Farsante, tem algum álibi a apresentar?

A estatal de matar de inveja qualquer similar estrangeira é tão real quanto a transposição das águas do São Francisco, o trem-bala, a erradicação da miséria, o terceiro aeroporto de São Paulo, a inocência de Lula ou a competência de Dilma Rousseff. A Petrobras especializada na fabricação de prodígios só existiu enquanto durou a quermesse dos patriotas de galinheiro.

(por Augusto Nunes)

 

Direto ao Ponto

No 11° ano da Era da Mediocridade, os idiotas que estão por toda parte sonham com a erradicação da vida inteligente

Os cretinos fundamentais de antigamente se limitavam a babar na gravata, lembrou Nelson Rodrigues numa crônica de maio de 1969. “O primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota”, escreveu. “Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar. Nunca um idiota tentou questionar os valores da vida”. Antes que se desse “a ascensão fulminante e espantosa do idiota”, decidia por ele gente que tinha cabeça para pensar e sabia o que fazia.

Nestes trêfegos trópicos, as coisas mudaram dramaticamente quando a espécie se tornou hegemônica. E alcançaram dimensões siderais depois que os imbecis de nascença perderam primeiro o constrangimento e depois a vergonha, constatei num post de janeiro de 2011. No 11° ano da Era da Mediocridade, elegem e são eleitos, escolhem e são escolhidos, nomeiam e são nomeados, mandam e obedecem.

Em suas infinitas ramificações ─ o vigarista e o otário, o fanático e o abúlico, o cafajeste e o bobo alegre, o arrogante e o submisso, o eleito e o eleitor, o assaltante e o assaltado ─, a tribo tem representantes na cúpula do Poder Executivo,  no Ministério, no segundo e no terceiro escalões, no Congresso e nas Assembleias Legislativas, nos tribunais, na imprensa, na universidade, no mundo artístico ou na Academia Brasileira de Letras. Os idiotas estão por toda parte.

E agem em qualquer palco como se a estupidez epidêmica não tivesse ninguém na plateia, informam estes primeiros dias de fevereiro. O cortejo de cretinices foi aberto em Washington, durante a discurseira de Lula para sindicalistas americanos. “O Obama precisa ouvir vocês”, descobriu o consultor-geral do planeta. “Peço a Deus que ele saiba que não pode errar porque, senão, nenhum outro negro será eleito no país porque o preconceito é muito forte”.

No mesmo dia, Renan Calheiros garantiu em Brasília que está regenerado: “Serei o guardião da ética no Senado”, avisou. Nesta segunda-feira, Dilma Rousseff aproveitou a mensagem anual ao Congresso para dedilhar a lira do delírio. “Nesse momento em que a atividade política é tão vilipendiada, faço questão de registrar o meu sincero reconhecimento ao imprescindível papel do Congresso Nacional na construção de um Brasil mais democrático, justo e soberano”, diz um trecho do papelório.

Numa única frase, a chefe do Executivo conseguiu repreender quem acha que gente corrupta merece cadeia, festejar a promoção de Renan Calheiros a síndico da Casa do Espanto, comemorar a entrega da gerência do Feirão da Bandidagem a Henrique Alves e louvar o patriotismo dos companheiros que prestam serviços à pátria no Carandiru sem grades. Foi prontamente endossada pelos destinatários da idiotice.

“É com profunda indignação e repulsa que ainda vemos setores da sociedade e da grande imprensa questionarem a existência e a própria finalidade do Poder Legislativo”, recitou Marco Maia, caprichando na pose de virgem difamada. Henrique Alves prometeu dispensar aos prontuários homiziados nos gabinetes o carinho que negou ao bode Galeguinho. “O Poder que representa o povo brasileiro é esta Casa”, declamou. “Não se esqueçam que aqui nesta Casa só tem parlamentar abençoado pelo voto popular deste imenso Brasil”.

Tradução: como foram autorizados pelas urnas a estuprar a lei impunemente, os mandatos dos quadrilheiros do mensalão condenados pelo STF não serão cassados. Mesmo depois de encarcerados, continuarão representando o povo.O Congresso do País do Carnaval não enxerga diferenças entre uma cela e a tribuna, ou entre o pátio de um presídio e o plenário.

Os parlamentares supostamente oposicionistas tampouco enxergam diferenças entre governo e oposição. Uns silenciosamente, outros sem disfarces,  vários deputados e senadores do PSDB e do DEM se renderam aos candidatos apadrinhados pelo Planalto. Aécio Neves, que jura ter votado contra Renan Calheiros, descobriu só no dia seguinte que deveria ter discursado na véspera. O fenômeno diagnosticado por Nelson Rodrigues é suprapartidário.  Os idiotas infestam o governo e abundam na oposição.

Fossem outros os tempos, como registrou o grande cronista, nenhum dos declarantes estaria onde está, nenhum teria ocupado cargos relevantes. Caso driblasse a vigilância dos sensatos e dissesse o que disse, já no minuto seguinte estaria amarrado numa árvore no quintal da casa. No imenso viveiro de cérebros baldios, todos seguem à solta Continuam em ação, estão em todos os lugares e sonham com o completo sumiço dos sinais de vida inteligente

(por Augusto Nunes)

 

Brasil na lista dos 10 países em que a liberdade de imprensa mais regrediu em 2012. Ou: Dinheiro público para financiar imprensa a favor é forma velada e sutil de censura

O Brasil está numa lista de 10 países em que a liberdade de imprensa mais sofreu retrocessos em 2012. A avaliação é do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês). Além de Banânia, integram o grupo o Equador, a Síria, a Somália, o Irã, o Vietnã,  a Etiópia, a Turquia, o Paquistão e a Rússia. Atenção! A lista tem um registro específico, reitere-se: são países em que mais houve retrocessos no ano passado; não quer dizer que sejam os piores lugares do mundo para o exercício da profissão.

Para elaborar a lista, a CPJ levou em conta seis critérios:
- mortes;
- prisões;
- legislação restritiva;
- censura estatal;
- impunidade em ataques contra a imprensa;
- jornalistas levados ao exílio.

Eles explicam por que o Brasil está entre os dez, mas não a Argentina, por exemplo, apesar da cruzada movida por Cristina Kirchner contra a liberdade de imprensa. Quatro jornalistas foram assassinados em nosso país no ano passado, e os crimes continuam impunes — nenhuma das mortes se deu em um grande centro. Também ganhamos destaque quando o assunto é “legislação restritiva”. Por aqui, é fato, pululam determinações judiciais para que conteúdos sejam retirados da Internet, por exemplo — 191 só no ano passado.

A íntegra do texto da entidade, em português, que explica os critérios e fornece alguns detalhes sobre as ameaças à liberdade de imprensa, está aqui. Publico um trecho relativamente longo — vale a pena ler — e volto em seguida.

Por Karen Phillips:
As leis equatorianas proíbem que a família presidencial se beneficie com contratos estatais. Mas, após o livro “El gran Hermano”, escrito por Christian Zurita e Juan Carlos Calderón, revelar que o irmão do presidente Rafael Correa obteve U$600 milhões em contratos governamentais, os autores foram os únicos que tiveram problemas com a lei. Zurita e Calderón foram declarados culpados de difamar o presidente, e cada um foi condenado a pagar US$ 1 milhão em indenização. Ambos posteriormente receberam indulto presidencial, depois que Correa atingiu o objetivo de intimidar a imprensa do país. “Ficou claro que nenhum meio de comunicação de pequeno ou médio porte se engajaria em grandes reportagens críticas contra o governo”, declarou Zurita ao CPJ.

O uso feito por Correa de disposições penais de difamação para silenciar dissidentes é uma das várias táticas repressivas do governo que levaram o CPJ a incluir o Equador na lista de Países em Risco, que identifica os 10 Estados do mundo onde a liberdade de imprensa mais sofreu em 2012. O CPJ, que está publicando sua lista de Países em Risco pela primeira vez, também identificou a Síria e a Somália, países assolados por conflitos, junto com o Irã, o Vietnã e a Etiópia, nações governadas por domínios autoritários. Mas a metade das nações que estão nesta lista — Brasil, Turquia, Paquistão e Rússia, assim como Equador — pratica alguma forma de democracia e exerce influência significativa em escala regional ou internacional.

Para elaborar a relação, a equipe do CPJ examinou seis indicadores de liberdade de imprensa: mortes, prisões, legislação restritiva, censura estatal, impunidade em ataques contra a imprensa e jornalistas levados ao exílio. Os países designados não são, necessariamente, os piores lugares do mundo para a imprensa; tal cenário incluiria nações como Coreia do Norte e Eritreia, onde a liberdade de expressão é sufocada há muito tempo. Em vez disso, a lista global identifica os 10 países onde o CPJ documentou as mais significativas tendências de retrocesso em matéria de liberdade de imprensa durante 2012, que incluíam:

As ameaças à liberdade de imprensa não se restringiram às fronteiras dessas nações. Quatro Estados da lista de Países em Risco procuraram minar iniciativas internacionais ou regionais de liberdade de imprensa durante o ano. A Rússia pressionou pelo controle centralizado da Internet antes da Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais. O Equador liderou um esforço, apoiado pelo Brasil, para enfraquecer a capacidade da Comissão Interamericana de Direitos Humanos de intervir em casos de abusos sistêmicos ou graves da liberdade de imprensa. O Brasil e o Paquistão participaram de um pequeno grupo de países que tentou frustrar um plano da ONU para melhorar a segurança de jornalistas e combater a impunidade em todo o mundo.

Retrocessos no Brasil são particularmente alarmantes, dado seu status de liderança regional e sede de um conjunto diversificado de meios de comunicação. O CPJ constatou que o aumento de assassinatos de jornalistas, a falha no combate à impunidade e um padrão de censura judicial colocaram a liberdade de imprensa em risco no Brasil. A Turquia também tem projetado uma imagem de modelo regional de liberdade e democracia. Porém, enquanto o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdo?an tem expressado um compromisso com a liberdade de imprensa, seu governo tem utilizado uma lei antiterror como ferramenta para prender e intimidar jornalistas.

Menos surpreendente, mas não menos preocupante, são os retrocessos no Vietnã, Etiópia e Irã. Ainda que a Etiópia e o Vietnã tenham sido aplaudidos por seus avanços econômicos, ambos os países apresentaram atrasos no que se refere à abertura e liberdade da imprensa. As condições pioraram em 2012, quando autoridades etíopes e vietnamitas aumentaram consideravelmente os esforços para reprimir a dissidência por meio da prisão de jornalistas com base em acusações de agir contra o Estado. O Irã, ignorando as críticas internacionais ao seu histórico em matéria de  liberdade de imprensa, intensificou seu ataque às vozes críticas iniciado depois da disputada eleição presidencial de 2009.

Na Síria e na Somália, onde os jornalistas enfrentaram riscos vindos de diversas direções, o número de mortes aumentou. A pesquisa do CPJ mostrou que o fogo cruzado foi a principal causa de morte para jornalistas na Síria, ainda que pelo menos três profissionais tenham sido assassinados. Tanto os rebeldes quanto as forças leais ao presidente Bashar al-Assad foram implicados em atos de violência contra a imprensa. Todos os 11 jornalistas mortos na Somália em 2012, o ano mais sangrento para a imprensa no país, foram alvo de represália direta por seu trabalho. Insurgentes e funcionários do governo são suspeitos de envolvimento. Nos dois países, as fileiras de jovens jornalistas, muitos com pouco treinamento e experiência, foram particularmente atingidas.

BRASIL
Quatro jornalistas foram assassinados no Brasil em 2012, superando a cifra registrada no ano anterior e convertendo o país no quarto mais letal do mundo para a imprensa durante o período, revelou a pesquisa do CPJ. Seis dos sete jornalistas mortos nos últimos dois anos haviam noticiado a respeito de corrupção oficial ou crime e todos, com exceção de um, trabalhavam em áreas interioranas. O sistema judiciário brasileiro não conseguiu acompanhar o ritmo.

“A falta de investigações sérias desses crimes deu aos agressores a noção de que não serão identificados e punidos”, disse Mauri König, veterano repórter investigativo veterano homenageado pelo CPJ em 2012 com o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa. O Brasil ficou em 11º lugar no Índice de Impunidade 2012 do CPJ, que calcula os assassinatos não resolvidos de jornalistas como uma porcentagem da população de cada país.

A censura judicial permaneceu um problema no Brasil, onde empresários, políticos e funcionários públicos entraram com centenas de ações judiciais alegando que jornalistas críticos ofenderam sua honra ou invadiram sua privacidade, mostrou a pesquisa do CPJ. Os querelantes tipicamente procuram ordens judiciais para impedir que jornalistas publiquem qualquer outra informação sobre eles e para retirar do ar materiais disponíveis online. No primeiro semestre de 2012, de acordo com o Google, os tribunais brasileiros e outras autoridades enviaram à empresa 191 ordens judiciais para a remoção de conteúdo.

“Tais ações judiciais minam a democracia e a imprensa do país, e criam um clima de insegurança legal que, de certa forma, se reflete na qualidade da cobertura de questões de interesse público”, declarou König ao CPJ.

O Brasil também não apoiou a liberdade de imprensa no cenário global. Em março, as objeções levantadas pelo país e um pequeno número de outras nações quase frustraram um plano da ONU para melhorar a segurança de jornalistas e combater a impunidade em todo o mundo. Três meses depois, o Brasil apoiou uma ofensiva liderada pelo Equador para enfraquecer a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e sua relatoria especial sobre liberdade de expressão.
(…)
TURQUIA
Com 49 jornalistas presos por seu trabalho em 1º de dezembro, a Turquia emergiu como o país com o maior número de jornalistas encarcerados em todo o mundo, de acordo com a pesquisa do CPJ. Um relatório especial do CPJ, de outubro de 2012, constatou a existência de leis extremamente repressivas, particularmente no Código Penal e na lei antiterror; um código processual penal que em larga medida favorece o Estado; e um ríspido tom contra a imprensa nos mais altos níveis do governo.

Jornalistas curdos, acusados de apoio ao terrorismo por cobrir as opiniões e atividades do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão, representam a maioria dos jornalistas presos. Eles foram acusados sob uma lei antiterror redigida em termos amplos que permite às autoridades relacionar atividades de reportagem com o engajamento em organizações terroristas. Mais de três quartos dos jornalistas presos não foram condenados por um crime, mas estavam detidos enquanto aguardavam a resolução de seus casos.

Erdogan tornou um hábito impetrar ações judiciais por difamação e fazer ataques públicos aos que são críticos na imprensa, instando os donos dos meios de comunicação e editores a controlá-los. “Estamos à mercê do governo”, disse um jornalista, que falou em condição de anonimato. “Se escrevo algo que enfurece [Erdo?an], ele pode pedir minha demissão no dia seguinte.” Neste contexto, a autocensura é a chave para permanecer empregado e fora da prisão. 
(…)

Voltei
Fico, vamos dizer assim, intelectualmente satisfeito ao ver a Turquia nesse grupo. Escrevi aqui há alguns dias que considerava absurda essa história de considerar aquele país um exemplo de “democracia islâmica”. De “sociedade islâmica onde há eleições”, isso até pode ser. Exemplo de democracia? Nunca!

Convite à CPJ
No que diz respeito ao Brasil, a CPJ pode afinar ainda mais os seus critérios. As entidades empenhadas na defesa da liberdade de expressão têm de começar a se preocupar cada vez mais com o assédio estatal à imprensa. Há que ser considerado um índice também negativo o uso de dinheiro público para intimidar líderes da oposição e o jornalismo independente, como se tornou corriqueiro por aqui.

Hoje, como é de conhecimento público, recursos de empresas estatais e da administração direta são fartamente empregados para financiar veículos de comunicação e jornalistas cuja tarefa é defender a versão do partido que lidera a coalizão que está no poder e tentar desmoralizar seus críticos ou adversários. Trata-se de mais um retrocesso, uma vez que o dinheiro público, que a todos pertence, é empregado em defesa de uma facção. Convido a CPJ a considerar que essa é das mais capciosas e sutis formas de intimidar o jornalismo livre.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Maurício Carvalho Pinheiro São Paulo - SP

    É meu caro Nunes !!! Se quisermos ter o petroleo do pré-sal temos que gastar US$ 600 bi na frente, para saber se é comercialmente viável !!! E resolver problemas tecnológicos gigantescos !!! Isso venho falando desde a canequinha mentirosa do pré-sal nas costas de idiotas inclusive da Dilma. Depois disso fizeram um navio que não pode ir ao alto mar, apesar de 3 anos de remendos; um tatuzão de 51 milhões enterrado no gasoduto Caraguá - São Jose (nem cobraram multas da Schahain !!!) e outros bichos que não vieram à tona. Mentiras e promessas que nunca vão conseguir cumprir ou em vários séculos !!! E a oposição naquela tranquilidade que só a ignorancia dá !!! É o país invertebrado que temos, onde valem pão e circo, agora copas e olimpiadas !!!

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