A nota bucéfala da CNBB sobre a questão indígena e a crítica estúpida à ministra Gleisi Hoffmann

Publicado em 09/05/2013 01:18 e atualizado em 17/05/2013 11:46
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

A nota bucéfala da CNBB sobre a questão indígena e a crítica estúpida à ministra Gleisi Hoffmann

Não! Não pensem que é só Geraldinho Rastafari que fala besteiras. A Igreja Católica também comete os seus pecados nessa área. E como! Sempre que os bispos decidem renunciar à sua missão pastoral — e só são pastores porque pregam uma mensagem cujo conteúdo é definido: o catolicismo — para fazer política, é certo que mergulham na tolice, no achismo e no preconceito.

A Comissão Pastoral da Terra, da CNBB, emitiu ontem uma nota sobre a questão indígena no Brasil que é um formidável apanhado de tolices, de mistificações e, se as palavras fazem sentido, de negação do próprio cristianismo. Segue a nota em vermelho. Comento em azul.

Ministra afronta a Constituição Brasileira
Bobagem. Não houve afronta nenhuma.

A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra vem a público para manifestar sua indignação e repúdio ao que faz o atual governo federal, em defesa da sua visão monocrática de desenvolvimento e de submissão aos interesses do agronegócio.
Nem este governo nem outro qualquer foram submissos ao agronegócio. Antes tivessme sido mais atentos à realidade do setor, que livra o país da bancarrota.

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, no dia 8 de maio, em reunião da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, deixou claro qual é a verdadeira e única visão do atual governo em relação aos sérios e graves conflitos que envolvem os povos indígenas.
A ministra só disse, em relação ao caso, palavras de bom senso, ao defender que a questão não fique subordinada apenas à Funai.

As diversas manifestações indígenas que vêm ocorrendo nos últimos anos, que mostram sua total discordância com projetos que afetam sua vida e seus territórios, são atribuídos pela ministra a grupos que usam o nome dos índios, tentando, com isso, desqualificar suas ações como se eles apenas fossem massa de manobra nas mãos de outros interesses. “Não podemos negar que há grupos que usam os nomes dos índios e são apegados a crenças irrealistas, que levam a contestar e tentar impedir obras essenciais ao desenvolvimento do país, como é o caso da hidrelétrica de Belo Monte”, disse ela textualmente. E acrescentou: “O governo não pode concordar com propostas irrealistas que ameaçam ferir a nossa soberania e comprometer o nosso desenvolvimento”.
É raro que eu possa fazer minhas as palavras de um petista — a menos que ele se posicione a favor da Lei da Gravidade. Nesse caso, no entanto, ocorreu. A ministra está absolutamente certa. Cito o caso evidente de Raposa Serra do Sol. A Igreja Católica no Brasil é uma das responsáveis pela tragédia social que se seguiu à expulsão dos arrozeiros da região. Pelo visto, os trabalhadores não índios que lá estavam não eram filhos de Deus, não é mesmo? A Igreja, reitero, foi uma das artífices daquele absurdo. Resultado: levou para a reserva fome e desemprego. Índias foram se prostituir às margens da rodovia em Boa Vista. Haverá uma “Pastoral das Prostitutas”? Índios estão morando num lixão. Haverá uma “Pastoral do Lixão”?

A ministra deixa patente que o econômico é o único compromisso do atual governo. Nada pode impedir que os propalados “progresso e desenvolvimento” avancem sobre novas áreas, desconhecendo totalmente os direitos dos povos que há séculos ali vivem e convivem, se assim o governo definir como essenciais ao desenvolvimento.
Com essa linguagem, logo a CNBB vai pedir a cassação simbólica de Padre Anchieta, um jesuíta, como o papa Francisco… Afinal, sabem como é?, ele resolveu montar, por exemplo, o “Auto de São Lourenço” para os índios, em que as divindades indígenas aparecem como demônios… Tenham paciência! Que linguagem é essa? Digam-me cá, senhores religiosos: que conversa é essa de “propalados ‘progresso e desenvolvimento’”? Vocês, por acaso, se opõem a ambos?

Eis aí, leitores! Essa é uma das razões do declínio da Igreja Católica no Brasil, que é a minha Igreja, que é a base material e espiritual da minha religião. Certos setores parecem preferir ainda o atraso e a pobreza, desde que igualitários. Não é por acaso que os evangélicos promovem uma verdadeira razia nas áreas periféricas das grandes cidades. Se entrar no mérito da qualidade da pregação deste ou daquele, o fato é que falam em progresso, em crescimento, em anseios. A Igreja Católica ainda prega contra o… progresso. Essa é a pior Igreja, que mistura dois reacionarismos: o viés anticapitalista que vem de muitos séculos somado ao esquerdismo xucro.

Com essa fala, ela acaba por legitimar toda a violência empreendida contra os povos originários no país. E confirma que o atual modelo de “desenvolvimento” é o mesmo que se implantou no Brasil, desde a época do Brasil Colônia, e se repetiu nos diversos períodos de nossa história.
É o trecho mais estúpido da nota. É coisa de esquerdista ginasiano, mixuruca. De resto, quem entende de modelo de Brasil colônia, se formos ser rigorosos, é mesmo a Igreja Católica, né? Isso é um manifesto político, e eu prefiro quando a Igreja faz manifestos religiosos.

Esquece-se ela, porém, que a Constituição, em seu artigo 231 garantiu: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens” e que o Brasil é signatário de acordos internacionais que corroboram estes direitos. As declarações da ministra soam como uma afronta à Constituição brasileira.
É, sim, mas ninguém deu à Funai o direito de ampliar áreas de reservas indígenas, avançando sobre cidades e desalojando milhares de… cristãos!!! A propósito: os companheiros de batina e cocar da CNBB defendem o direito originário de pelo menos 20 comunidades indígenas que matam seus recém-nascidos, ou esses “direitos originários” têm algum limite? A Igreja Católica no Brasil coonesta a estupidez da Funai, que mantém índios tutelados e na miséria. Relembro: 13% do território brasileiro é destinado a reservas indígenas. Toda a comida e toda a carne que se produzem no Brasil — e de onde o país obtém, em ultimo caso, a riqueza que tem servido para minorar a miséria e a pobreza nos últimos 20 anos — ocupam pouco mais do que o dobro dessa área, onde não se produz quase nada.

E não são só palavras. Para garantir que as obras que o governo se propõe realizar não sejam interrompidas, como nos tempos da ditadura militar, militariza-se a questão. Em 12 de março, a Presidente Dilma assinou o Decreto nº 7957/2013, que dá poderes ao próprio governo federal, através de seus ministros de Estado, para convocar a Força Nacional em qualquer situação que avaliarem necessário. E lá está a Força Nacional na região onde se pretende construir o complexo Hidrelétrico do Tapajós. E estava em Belo Monte para retirar os cerca de 200 indígenas de 8 etnias diferentes, que ocupavam o canteiro de obras da usina, depois que o governo conseguiu liminar da justiça para que os mesmos fossem retirados, até mesmo com o uso da força. Pacificamente como entraram, os indígenas deixaram o local.
Sim, eu também acho que é preciso acompanhar de perto a convocação da Força Nacional de Segurança. Houvesse uma oposição mais vigilante no país, essa questão estaria sendo tratada com mais cuidado. Mas os fundamentos sobre os quais se assenta a nota da CNBB são um absoluto despropósito.

E não fica só nisso. Nas regiões, onde os índios depois de decênios de espoliação, tentam reaver pequena parte do território que lhes pertencia, o Palácio do Planalto desqualifica os trabalhos da Funai propondo submeter os estudos de identificação e delimitação de terras indígenas à análise da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), contrariando, mais uma vez a legislação brasileira.
Contrariando a legislação brasileira uma ova! O que os bispos estão chamando de “reaver parte do território que lhes pertencia” corresponde a expandir reservas indígenas na base da canetada, sem enxergar o que há pela frente. Há 896 mil índios no Brasil. Vivendo nas reservas, apenas 517 mil. Com 13% do território brasileiro destinado às reservas, isso significa 214 hectares por índio. Pequena parte??? Os bispos não sabem do que estão falando.

Aliado a isso tudo, a campanha anti-indígena que se desenvolve no Congresso Nacional com a PEC 215, que quer transferir as atribuições constitucionais da Presidência da República em reconhecer territórios indígenas e de outras comunidades tradicionais para o Senado, e a portaria 303 da Advocacia Geral da União que pretendia estender a todo o Brasil as condicionantes definidas para a TI Raposa Serra do Sol nos dão um quadro de como, depois de cinco séculos, os indígenas são vistos e tratados neste país.
Outra soma de despropósitos. As condicionantes citadas pela Comissão Pastoral da Terra foram definidas pelo Supremo Tribunal Federal justamente para impedir conflitos desnecessários. Até porque definidas pelo nosso tribunal constitucional, é evidente que elas se coadunam com os marcos da Constituição. Ou a CNBB também quer cassar as prerrogativas do Judiciário? A ser assim, daqui a pouco, haveremos de chamar parlamentares, juízes e ministros para definir como deve ser a Igreja Católica, certo? Se bispos querem se comportar como estado, devem anuir que o estado se comporte como bispos.

A Coordenação da CPT espera que nossa Constituição seja respeitada em primeiro lugar pelo próprio governo, garantindo “aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”, e também sobre os territórios dos quais foram espoliados. A preocupação da CPT se dá, também, com relação aos quilombolas e outras comunidades tradicionais sobre as quais cresce a pressão do capital, apoiado pelos poderes públicos. É hora de respeitar e de garantir a diversidade presente em nosso país, e o espaço físico para reprodução física e cultural dos povos e comunidades existentes.
Goiânia, 13 de maio de 2013.
Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Que o papa Francisco fique atento. É esse setor que tem nocauteado sistematicamente a Igreja Católica no Brasil. Ou então que a CNBB renuncie aos “povos derivados” — 199,1 milhões de brasileiros e decida ser a igreja dos “povos originários” — os quase 900 mil índios. Quem sabe consiga “corrigir” o mau trabalho feito pelo jesuíta Anchieta, né? A Igreja está vendo contradição e choque de interesses onde tem de haver convergência. Sim, senhores bispos: os interesses dos índios terão de se casar com os do desenvolvimento do Brasil. Até porque eles também são brasileiros. Eu não acho que bispos devam apenas rezar — embora eu acredite que essa ainda seja uma de suas tarefas principais. Podem e devem participar do debate na sociedade. Mas precisam a) se informar sobre a realidade brasileira; b) pôr o catolicismo à frente da ideologia.

A Igreja que fala nessa nota é muito pouco pia e, lamento, bem pouco cristã. Se o Geraldinho Rastafari (ver post) se pronunciar sobre comunidades indígenas, deve sair uma nota mais ou menos assim. Isso está mais para “reasoning” do que para uma expressão de uma visão cristã do mundo. E bispos, que eu saiba, não queimam a erva do capeta…

Será que o papa Francisco dará um jeito nos nossos cultores de Tupã e Jaci, mas que envergam o crucifixo? Infelizmente, duvido. Essa gente trocou o dogma da Cruz pela antropologia da mistificação. Como cristãos, são maus antropólogos. Como antropólogos, são maus cristãos. 

Texto publicado originalmente às 6h57

Por Reinaldo Azevedo

 

50 tons de fascismo – Em evento do PT a que Dilma comparece, Lula ataca e imprensa, e Falcão e Tarso Genro ameaçam o jornalismo livre; a presidente preferiu chutar a oposição e os pessimistas

É… Eles não estão para brincadeira. Se vão conseguir o que pretendem, isso não sei. Ontem foi a vez de Porto Alegre receber a caravana do PT para comemorar os 10 anos do partido no poder. A presidente Dilma Rousseff compareceu, o que é o fim da picada. Coisas assim, que eu saiba, são inéditas no mundo democrático. A razão é simples: como o pressuposto da democracia é a possibilidade de haver alternância no poder, partidos não comemoram a não-alternância, ainda que tenha sido essa a vontade do eleitor. Mas vá lá. Isso é o de menos. Requer certo requinte teórico para ser percebido e um compromisso essencial e, ousaria dizer, ancestral com a democracia. Não era o caso ali de nenhum dos presentes. Lula discursou. E abusou da bobagem e da falta de lógica, mesmo quando se é Lula. Leiam esta fala, segundo transcreve Flávio Ilha, no Globo.

“Eles (a mídia e a oposição) vivem exilados dentro do Brasil. Não estão compreendendo o que está acontecendo no Brasil. Por isso estamos caminhando fortemente para que Vossa Excelência seja presidente por mais quatro anos”.

Lula se refere a Dilma. Leiam de novo. Ele não sabe o que é uma locução conjuntiva conclusiva. Mas as locuções conjuntivas conclusivas continuam a existir, a despeito de sua ignorância. Vejam lá. Para o Apedeuta, a “mídia” e a oposição não compreendem o acontece no Brasil. E então conclui: “por isso” Dilma será reeleita. A constatação inescapável: caso mídia e oposição tivessem, então, a devida compreensão, a presidente estaria enfrentando mais dificuldades… Como expressão da realidade, isso não faz sentido. No terreno da vigarice política, a fala se explica: o chefão do PT quer empurrar a imprensa para o terreno dos “derrotados” eleitorais — exceção feita, é evidente, aos veículos que puxam o saco do partido.

Rui Falcão, presidente nacional do PT, com a graça habitual e o pensamento sofisticado que tão bem o caracteriza, exibiu ao menos uma virtude: não tentou enganar ninguém. Pregou abertamente o controle da imprensa:
“Nossa missão fundamental é a reeleição da presidente Dilma, para que consolidemos nosso segundo grande salto e tornemos determinadas conquistas irreversíveis. Considero que as opiniões não podem ser de pensamento único dos grandes meios (de comunicação) monopolizados. Não é censura, mas não há como aprofundar a democracia com os conceitos dos proprietários e dos acionistas de jornais”.

Voltei
Entendi. Se é impossível “aprofundar a democracia com os conceitos dos proprietários e acionistas dos jornais”, entendo que essa consolidação terá de se dar sem eles, certo? Talvez Falcão tenha em mente, assim, uma coisa à moda venezuelana, equatoriana ou argentina…

Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, o poeta do sêmen derramado, não se conteve:
“A oposição está sem rumo e sem projeto. E, quando a direita está sem projeto e se vê perdida, apela para a desconstituição da democracia até com atos de força ou para a manipulação da opinião pública por meio de grandes grupos monopolistas de mídia. Tenho certeza que vamos avançar porque estamos bem liderados”.

Comento
Alguém poderia me reportar algum ato “da direita” de “desconstituição da democracia” nos dias de hoje? Que eu saiba, quem está tentando cassar prerrogativas do Supremo Tribunal Federal é o PT. Quem saiu vociferando contra uma pobre blogueira cubana, impedindo-a de falar, foi o PT.

“Grupos monopolistas”? Onde está o monopólio? De quê? Especialmente em tempos da Internet, quem é dono da opinião? O PT, sim, se esforça par encabrestar a opinião. Todo mundo sabe que o dinheiro público, por meio de estatais e da administração direta, financia uma rede de difamação na Intenet, cuja tarefa é falar bem do partido e de seus aliados e difamar a oposição e a imprensa independente.

Digamos que a imprensa fosse mesmo antipetista… É mentira! Na média, vocaliza o pensamentos da esquerda, vamos dizer, “modernizada”. Insisto na hipótese: ainda que fosse, o PT ficará pelo menos 12 anos no poder, com boas chances de emplacar mais quatro anos. Ora, não é o próprio Lula a dizer que essa imprensa está “exilada”, a sustentar a sua irrelevância, a garantir que ela quer uma coisa, e o povo, outra? Logo, controlar o quê e pra quê?

É aí que bate o velho espírito totalitário, a única herança genuinamente esquerdista que os petistas conservaram: eles não querem crítica nenhuma. Eles querem silenciar os adversários — extingui-los se possível. Mas a imprensa é essa adversária? Ora, o jornalismo que se preza é inimigo não do PT, mas do autoritarismo.

Finalmente, Dilma
A presidente não fez bonito duas vezes: ao comparecer ao evento, absurdo em si, e ao fazer um discurso que ecoa, vejam que curioso!, a antiga linha dura do Regime Militar. Leiam a sua fala:
“Fazem o papel de pessimistas sistemáticos. Ao contrário deles, a visão sobre o Brasil é muito mais realista porque percebe o imenso potencial que temos. Fomos o país que durante a crise mais emprego criou no mundo, fato reconhecido pelo FMI. Um dos pratos prediletos de crítica é a fragilidade da Petrobras. Mas é extraordinário que (a estatal) tenha captado US$ 11 bilhões no mercado internacional a taxas baixas, o que é um reconhecimento à força da Petrobras.”

A presidente se referia às oposições daqui e à suposta visão que os estrangeiros têm do Brasil. Como esquecer o lema com que a linha dura militar tentou desmoralizar “os pessimistas” durante a ditadura? Vai a imagem:

Caminhando para a conclusão
Os petralhas me enviam dezenas de mensagens, todos o dias, me convidado cair fora do Brasil: “Se você não gosta do país, cai fora”.  Sim, sim, Dilma também reclamou da imprensa, com menos contundência.

Não, um evento dessa natureza não seria possível em nenhuma democracia do mundo. Tampouco um presidente se reuniriam com seu antecessor e correligionário, em companhia da cúpula do partido, para demonizar a oposição e a imprensa, tratadas como sabotadoras do país.

É o comportamento desses luminares na democracia que nos dá uma pálida ideia do que teriam feito se tivessem sido bem-sucedidos (eles próprios ou seus antecessores ideológicos), no passado, em seu esforço de instaurar o Brasil uma ditadura comunista.

O fascismo, a exemplo do socialismo, não existe mais como ideia pura. Ambos foram ganhando, com o tempo, novos contornos. Acima, vão alguns dos tons do fascismo — ou do socialismo, tanto faz; eram irmão siameses.

Os donos de jornais que se cuidem. O presidente do PT está tornando a ameaça mais ampla. Se alguém acha que eles se contentariam apenas em dividir as Organizações Globo, eis um ótimo momento para renunciar à inocência. A famigerada Lei Falcão, aquele ministro do regime militar, seria brincadeira de criança perto de uma que seguisse os vôos teóricos do Falcão do PT.

Por Reinaldo Azevedo

 

As mentiras oficiais no leilão bem-sucedido para a exploração de petróleo. Ou: O PT provocou um atraso de seis anos no setor

Oposição faz falta às democracias. Sem aquela, estas vão virando ditaduras do consenso ou da mentira. O governo comemorou com foguetório o sucesso do leilão de novas áreas para a exploração de petróleo. “Recorde”, gritou-se. Sem dúvida! Leiam o que a VEJA.com informou. Volto em seguida.

Após cinco anos sem fazer nenhum leilão, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) começou nesta terça-feira a 11ª Rodada de Licitações. Em seu primeiro dia de licitações, a agência já arrecadou 2,8 bilhões de reais, um novo recorde. O valor supera o recorde anterior, de 2,1 bilhões de reais, da 9ª rodada de concessões realizada em 2007, e superou com um dia de antecedência a meta inicial de que o montante somasse entre 2 bilhões de reais e 2,5 bilhões de reais. A ANP já licitou áreas nas bacias de Parnaíba, Foz do Amazonas, Barreirinhas, Potiguar, Espírito Santo, Ceará e Pará-Maranhão.

Empresas como Petrobras, OGX, Petra Energia, Ouro Preto, Queiroz Galvão e as estrangeiras Total, BP, BHP Billiton, Galp e BG apareceram como as principais vencedoras das disputas. O maior lance na primeira parte do leilão foi feito pelo consórcio formado pela francesa Total, a britânica BP e a Petrobras, por um bloco na Foz do Amazonas: 345,9 milhões de reais. A concessão dos oito blocos ofertados na região custou, no total, mais de 750 milhões de reais.

Na avaliação do governo, o intervalo de cinco anos desde a última licitação de áreas de exploração fez com que houvesse uma valorização das áreas que estão sendo ofertadas. “Nunca vimos nada parecido”, disse o secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, em entrevista à Reuters, durante o leilão.

Voltei
Pois é… E por que o governo ficou cinco anos sem fazer leilão nenhum? Ah, porque a palavra de ordem era substituir o antigo modelo de concessões pelo de partilha, que passou a vigorar no caso do pré-sal. E o país ficou parado, sem fazer leilão nenhum. Agora fez. E, por incrível que pareça, seguiu o mesmo modelo que vigorava no governo FHC: o de concessão. As empresas se interessaram e pagaram um ágio grande. Essas áreas licitadas ontem não têm nada a ver com o pré-sal, mas um modelo contaminou o outro.

E como a governo justifica esses cinco anos sem fazer contrato nenhum? Ah, diz que foi até bom porque, assim, as áreas de valorizaram. É embromação! O sucesso do leilão de ontem esconde cinco anos de atraso.

Por Reinaldo Azevedo

 

Evidências jogam o escândalo no colo dos irmãos Viana, imperadores do Acre há 14 anos

Desde 1999, o Acre é governado por um mesmo grupo, liderado pelos irmãos Viana — Jorge e Tião —, com o apoio dos fiéis de Marina Silva. Atenção! Eu não estou dando relevo ao fato de que o estado é governado pelo mesmo partido, o PT. Eu estou me referindo é ao grupo. Ao fim da gestão de Tião Viana, em 2014 (e ele poderá concorrer à reeleição), serão 16 anos de poder absoluto exercido pela dupla. Jorge ficou no comando entre 1999 e 2006. Houve, é verdade, um interregno. Em 2007, quando se elegeu o também petista Binho Marques. Sempre foi um, como chamarei?, fiel servidor da fraternidade. Por alguma razão jamais esclarecida, considerou-se que não poderia concorrer à reeleição. Afinal, era a hora de passar a guarda para o outro irmão, o Tião. A eleição foi apertada, quase no olho eletrônico: ele obteve 50,51% dos votos. Há um descontentamento nada latente com a turminha…

Muito bem! Uma operação da Polícia Federal desbaratou um pesado esquema de corrupção no estado. Um sobrinho dos irmãos Viana é um dos 14 presos. Os petistas costumam ser hábeis, não é? Vamos ver como será desta vez. Duas reportagens vindas a público nesta terça indicam que a situação começa a ficar desconfortável para o governador. Leiam trecho da reportagem de Ricardo Brandt e Itaan Arruda, no Estadão. Volto depois.
*
Grampos da Operação G7 da Polícia Federal interceptaram um telefonema do governador Tião Viana (PT) para o empreiteiro e ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) João Francisco Salomão, preso ao lado de outras 14 pessoas suspeitas de fraudar licitações de obras no Estado. Entre os presos na sexta-feira passada está um sobrinho do governador. Na conversa gravada pela PF com autorização judicial, o governador — que não é alvo das investigações — avisa o investigado sobre uma linha de crédito bancário em Sergipe “sem garantia da obra” e “sem amarras”. Segundo o inquérito da PF, a conversa descrita no tópico “Linhas de crédito para capital de giro para as empresas do cartel” evidencia que os empreiteiros presos “tinham proximidade com o poder público”.

Além do sobrinho do governador, Tiago Viana, que é diretor de Análises Clínicas da Secretaria do Estado de Saúde, foram presos na operação o secretário de Obras, Wolvenar Camargo, o diretor-presidente do Departamento de Pavimentação e Saneamento, Gildo César (que tem status de secretário), o ex-secretário de Habitação, Aurélio Cruz, exonerado no início do ano, e o secretário adjunto de Desenvolvimento e Gestão Urbana da prefeitura de Rio Branco, Assuranipal de Mesquita. Dos 15 presos na operação, pelo menos nove são homens de confiança do governador e do ex-governador e atual senador Jorge Viana (PT-AC) — que também não figura entre os investigados.
(…)

Voltei
Há mais presos próximos de Tião Viana do que mensaleiros e aloprados próximos de Lula, não é mesmo?, aquele que nunca sabe de nada. POR QUE DIABOS UM GOVERNADOR DE ESTADO LIGARIA PARA UM EMPREITEIRO PARA AVISAR SOBRE UM CRÉDITO DISPONÍVEL NUM BANCO PÚBLICO SEM EXIGÊNCIA DE OBRAS E CONDICIONANTES? Não tenho a menor ideia. Procurei a explicação de Tião Viana e não encontrei.

Na Folha, forma Fernando Mello:
O governo do Acre, comandado por Tião Viana (PT), era “leniente” com as empresas que participaram de suposta fraudes em licitações no Estado, segundo relatório da Polícia Federal entregue à Justiça. A Folha teve acesso ao documento de 400 páginas. Na sexta-feira passada (10), a PF deflagrou a operação G-7, que prendeu funcionários públicos e empresários. Entre os detidos estavam o secretário de Obras do governo estadual, Wolvenar Camargo, e um sobrinho do governador, Tiago Viana Paiva, diretor de Análises Clínicas da Secretaria Estadual de Saúde.

Em diálogo gravado pela PF em 05 de dezembro de 2012, às 15h19, Wolvenar fala da obra de um hospital orçada em R$ 51 milhões e cobra que os empresários se organizassem para escolher o vencedor antes da licitação. A maior preocupação do secretário, de acordo com o diálogo, era terminar a obra antes da eleição de 2014. A PF escreveu que a “existência do cartel é reconhecida pelo próprio secretário de Obras do governo do Estado do Acre”. O relatório da PF descreve que empresas de fora do Acre foram inabilitadas na licitação. Apenas duas empresas ligadas ao cartel, segundo a polícia, foram puderam disputar. Ainda segundo a PF, o edital previa originariamente a participação de consórcios, mas o governo alterou a regra para proibir a participação desses consórcios. Para os policiais responsáveis pelo relatório, essa foi uma “forma de restringir a concorrência”.
(…)

Retomo
Convenham: tem aparência de gato, mia como gato, comporta-se como gato… O conjunto das evidências sugere que estamos diante de um… gato! Os petistas vão tentar demonstrar que não, que se trata de pavão, jaguatirica, tucano, sei lá eu.

O escândalo, é inegável, estoura no colo dos irmãos Viana, que são, há 14 anos já, os novos imperadores do Acre.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo Obama viola sigilo telefônico de jornalistas, e porta-voz é obrigado a reforçar crença do presidente dos EUA na liberdade de imprensa. Um vexame!

Eita! Tivesse acontecido este outro escândalo no governo de George W. Bush, a esta altura o mundo estaria inundado de análises demonstrando que os EUA haviam se transformado numa ditadura, que não respeitam a liberdade de imprensa etc. Como, no entanto, o absurdo se dá na gestão Obama, tudo é visto como um deslize, que, claro!, não atinge a imagem do presidente. A que me refiro? O governo americano andou espionando o trabalho de jornalistas. É isso mesmo, sem tirar nem pôr. Leiam o que vai na VEJA.com.
*
Um país como os Estados Unidos, com democracia estabilizada, não deveria passar por uma situação na qual o presidente é obrigado a reforçar sua crença na liberdade de imprensa – o que deveria ser óbvio. Mas, nesta terça-feira, os EUA tiveram um momento de Brasil. E o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, teve de ressaltar que Barack Obama segue acreditando firmemente na proteção aos direitos dos jornalistas e os apoia em sua “irrestrita liberdade” para a realização do jornalismo investigativo. Quando uma declaração desse tipo se faz necessária, é indício de que algo grave está em curso. Ela veio em resposta a mais um escândalo que atingiu o governo americano: a informação de que o governo se apropriou de registros telefônicos de jornalistas da agência de notícias Associated Press como parte de uma investigação sobre vazamento de informações.

O procurador-geral Eric Holder negou ter ordenado ao Departamento de Justiça a realização da interceptação e disse que a decisão foi tomada pelo vice-procurador-geral, James Cole. Holder também tentou defender a administração Obama, dizendo que o vazamento de informações que levou à interceptação estava relacionado a um assunto “muito grave”, que “põe os americanos em risco”. “Sou procurador desde 1976 e tenho de dizer que essa está entre as mais graves que eu já vi. Esse foi um vazamento muito, muito sério, e isso não é um exagero. Põe o povo americano em perigo. E tentar determinar quem é responsável por isso, na minha opinião, requer uma ação muito agressiva”.

As duras críticas feitas à violação da liberdade de imprensa pelo governo americano vieram de organizações da sociedade civil, grupos que representam jornalistas, congressistas republicanos e democratas. Todas se referiam à acusação feita pela AP nesta segunda-feira, afirmando que o Departamento de Justiça reuniu registros de mais de 20 linhas telefônicas usadas em sucursais da agência e também diretamente por repórteres. Buscavam saber como os jornalistas conseguiram informações para uma reportagem de 7 de maio do ano passado, que tratava de uma operação da CIA no Iêmen que impediu uma atentado da Al Qaeda, que pretendia explodir um avião com destino aos EUA. Cinco repórteres e um editor envolvidos com a reportagem tiveram seus registros telefônicos acessados.

Depois de enfatizar que Obama acredita na liberdade de imprensa, Carney acrescentou que o governo precisa garantir a confidencialidade de algumas informações. “Ele também está comprometido, como presidente e cidadão, com a questão de que nós não podemos permitir que vazem informações confidenciais que podem prejudicar a segurança nacional ou indivíduos”. Carney negou ainda que a Casa Branca estivesse envolvida na decisão de se apoderar dos registros da AP.

O escândalo é o terceiro a atingir a administração do democrata nos últimos dias. O governo também está envolvido com a ocultação de informações sobre ameaças terroristas que antecederam o atentado ao consulado em Bengasi, na Turquia, e com a perseguição do Fisco a grupos conservadores que se opõem às políticas de Obama.

Por Reinaldo Azevedo

O Brasil precisa de mais Lobão, o roqueiro, e de menos Chico Buarque, o propagandista do regime

Não li o livro do cantor e compositor Lobão. Chama-se “Manifesto do Nada na Terra do Nunca”. Talvez não o lesse em outras circunstâncias. E não vai aqui juízo de valor nenhum. É que já cheguei à fase das releituras. “Arrogante! Reinaldo quer dizer que leu tudo ou que leu o bastante e que já está na segunda rodada…” Errado! Essa ambição, eu tinha aos 20 anos… Aos 51, a gente descobre a absoluta incapacidade não de ler tudo o que há (isso, desde sempre, esteve fora do horizonte); a gente descobre que não terá vida o bastante para ler tudo o que quer. A menos que se seja, como Rousseau, na definição de Fernando Pessoa, um “suíço, castelão e vagabundo”, que entrega os filhos para a assistência pública. Assim, é raro, sim, que eu leia coisa nova. Prefiro voltar às  que me escaparam nos livros que já conheço. Só por isso, então, talvez eu deixasse Lobão de lado. AGORA EU VOU LER. Chegam-me links de críticas de tal sorte cretinas a seu livro, com tal dose de violência, de preconceito, de burrice, de vigarice, de fascismo mesmo, que vou ler, sim! Não sei o que ele diz lá. Talvez eu discorde de um monte de coisa. É provável que sim! O que eu sei é que alguns patrulheiros — muitos deles compõem a súcia de vagabundos e preguiçosos sustentada por estatais — resolveram deixar o livro de lado para atacar o autor.

“Ah, mas também, onde já se viu falar aquilo de Chico Buarque?…” Pois é. Eu defendo que as pessoas façam uma livre apreciação até sobre Jesus Cristo. O Chico Jabuti estaria um degrau acima do Salvador? Eu sei a patrulha de que fui alvo quando afirmei que Niemeyer era metade gênio (o arquiteto) e metade idiota (o comunista de butique). E olhem que alguns amigos meus protestaram. Há quem considere o arquiteto ainda pior do que o “pensador” porque preso a uma visão stalinista do homem, da cultura e da arquitetura. Parecia que eu tinha roubado o pirulito da boca de uma criança pobre… Assim, vou ler o livro de Lobão. Agora eu considero que isso é um ato de resistência aos fascistas do estatismo.

Hoje, no Globo, o economista Rodrigo Constantino, que também não tem medo de comprar briga, escreve um artigo intitulado “Mais Lobão e menos Chico Buarque”. Assino embaixo. Segue a íntegra. Não se trata de uma apreciação estética, de uma valoração da obra de cada um — porque aí se mergulha nas dissensões de gosto. Esse é outro debate. Trata-se de reconhecer que o Brasil contemporâneo é carente de vozes que contestem o poder e o establishment. Já há artistas demais na fila para tocar instrumentos de sopro para o governo. Falta quem toque guitarra, violino, violoncelo… Segue o artigo de Constantino.

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A bundamolice comportamental, a flacidez filosófica e a mediocridade nacionalista se espraiam hegemônicas. Todo mundo aqui almeja ser funcionário público, militante de partido, intelectual subvencionado pelo governo ou celebridade de televisão, amigo. É o músico Lobão com livro novo na área. Trata-se de Manifesto do Nada na Terra do Nunca, e sua metralhadora giratória não poupa quase ninguém.

Polêmico, sim. Irreverente, sem dúvida. Mas necessário. As críticas de Lobão merecem ser debatidas com atenção e, de preferência, isenção. O próprio cantor sabia que a patrulha de esquerda viria com tudo. Não deu outra: fizeram o que sabem fazer, que é desqualificar o mensageiro com ataques pessoais chulos, com rótulos como reacionário ou roqueiro decadente. Fogem do debate.

Lobão tem coragem de remar contra a maré vermelha, ao contrário da esquerda caviar, a turma radical chic descrita por Tom Wolfe, que vive em coberturas caríssimas, enxerga-se como moralmente superior, e defende o que há de pior na humanidade. No tempo de Wolfe eram os criminosos racistas dos Panteras Negras os alvos de elogios; hoje são os invasores do MST, os corruptos do PT ou ditadores sanguinários comunistas.

O roqueiro rejeita essa típica visão brasileira de vitimização das minorias, de culpar o sistema por crimes individuais, de olhar para o governo como um messias salvador para todos os males. A ideia romântica do Bom Selvagem de Rousseau, tão encantadora para uma elite culpada, é totalmente rechaçada por Lobão.

Compare isso às letras de Chico Buarque, ícone dessa esquerda festiva, sempre enaltecendo os humildes: o pivete, a prostituta, os sem-terra. A retórica sensacionalista, a preocupação com a imagem perante o grande público, a sensação de pertencer ao seleto grupo da Beautiful People são mais importantes, para essas pessoas, do que os resultados concretos de suas ideias.

Vide Cuba. Como alguém ainda pode elogiar a mais longa e assassina ditadura do continente, que espalhou apenas miséria, sangue e escravidão pela ilha caribenha? Lobão, sem medo de ofender os intelectuais influentes, coloca os pingos nos is e chama Che Guevara pelos nomes adequados: facínora, racista, homofóbico e psicopata. Quem pode negar? Ninguém. Por isso preferem desqualificar quem diz a verdade.

Lobão, que já foi cabo eleitoral do PT, não esconde seu passado negro, não opta pelo silêncio constrangedor após o mensalão e tantos outros escândalos. Prefere assumir sua imbecilidade, como ele mesmo diz, e mudar. A fraude que é o PT, outrora visto como bastião da ética por muitos ingênuos, já ficou evidente demais para ser ignorada ou negada. Compare essa postura com a cumplicidade dos intelectuais e artistas, cuja indignação sempre foi bastante seletiva.

Outra área sensível ao autor é a Lei Rouanet, totalmente deturpada. Se a intenção era ajudar gente no começo da carreira, hoje ela se transformou em bolsa artista para músicos já famosos e estabelecidos, muitos engajados na política. Lobão relata que recusou um projeto aprovado para uma turnê sua, pois ele já é conhecido e não precisava da ajuda do governo. Compare isso aos ícones da MPB que recebem polpudas verbas estatais, ou que colocam parentes em ministérios, em uma nefasta simbiose prejudicial à independência artística.

O nacionalismo, o ufanismo boboca, que une gente da direita e da esquerda no Brasil, também é duramente condenado pelo escritor. Quem pode esquecer a patética passeata contra a guitarra elétrica que os dinossauros da MPB realizaram no passado? Complexo de vira-latas, que baba de inveja do império estadunidense. Dessa patologia antiamericana, tão comum na classe artística nacional, Lobão não sofre. O rock, tal como o conhecimento, é universal. Multiculturalismo é coisa de segregacionista arrogante.

No país do carnaval, futebol e novelas, onde reina a paralisia cerebral, a mesmice, o conformismo com a mediocridade, a voz rebelde de Lobão é uma rajada de ar fresco que respiramos na asfixia do politicamente correto, sob a patrulha de esquerdistas que idolatram Chico Buarque e companhia não só pela música.

Em um país de sonâmbulos, anestesiados com uma prosperidade ilusória e insustentável; em um país repleto de gente em busca de esmolas e privilégios estatais; em um país sem oposição, onde até mesmo Guilherme Afif Domingos, que já foi ícone da alternativa liberal, rendeu-se aos encantos do poder; o protesto de Lobão é mais do que bem-vindo: ele é necessário. Precisamos de mais Lobão, e menos Chico Buarque.

Por Reinaldo Azevedo

Xiii… Os apocalípticos estão de volta e nos ameaçam de novo com o derretimento do planeta

Ai, meu Jesus Cristinho! Era fatal! Eles estavam na moita, mas voltaram para anunciar, uma vez mais, o Apocalipse de São João, revisado por Al Gore. Refiro-me aos fanáticos do aquecimento global. Quanto mais o mundo apresenta evidências contrárias às suas previsões, mais fanáticos eles se tornam. Assim são as seitas extremistas. Elas se alimentam de um mal que está sempre por vir. A VEJA da semana passada trouxe uma longa reportagem com os erros clamorosos dos apocalípticos. O aquecimento não compareceu ao encontro. A temperatura do planeta está estável já há alguns anos. E fez um frio de rachar no Hemisfério Norte. “Mas o mundo vai acabar se continuar assim”, eles gritam. Como ninguém viverá o bastante para constatar se estão certos ou errados, eles podem fazer predições livres de qualquer responsabilidade. A questão da hora é a emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Antes que os sectários berrem, digo eu mesmo. Não entendo zorra nenhuma de clima. Não sou especialista em nada dessas coisas. Mas gosto de lógica. Reproduzo texto publicado na VEJA.com, que traz as informações necessárias para entender o alarmismo da hora. Volto depois.
*
Nesta quinta-feira, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera medida diariamente pelo Observatório Mauna Loa, no Havaí, ultrapassou a marca de 400 partes por milhão pela primeira vez desde o início das medições, em 1958. Segundo os pesquisadores, o valor é simbólico, pois nunca foi atingido durante toda a história da humanidade — pesquisas mostram que a última vez em que a concentração do gás na atmosfera chegou a um nível tão alto foi há mais de três milhões de anos.

O dióxido de carbono emitido para a atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas é o principal gás do efeito estufa, contribuindo com grande parte do aquecimento global. Assim que é emitido, o gás se espalha pela atmosfera — onde permanece por milhares de anos —, aprisionando a radiação do Sol e impedindo que o calor seja dissipado do planeta. Desde que os cientistas começaram a acompanhar sua concentração na atmosfera, ela vem crescendo a taxas cada vez maiores. Antes da Revolução Industrial, no século 19, a concentração média de CO2 era de cerca de 280 partes por milhão.

Os primeiros dados obtidos pelo Observatório Mauna Loa, em 1958, mostravam que a concentração de CO2 já estava na faixa de 316 partes por milhão. A partir daí, o nível só aumentou. Durante os primeiros anos de medição, a concentração crescia a uma taxa de 0,7 partes por milhão por ano. Na última década, esse crescimento acelerou e chegou a 2,1 partes por milhão por ano.

Observações realizadas no Observatório pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos e pelo Instituto Scripps de Oceanografia durante as últimas semanas já mostravam que a marca estava para ser atingida. “Esse crescimento não é uma surpresa para os cientistas. Isso é uma evidência conclusiva de que o forte crescimento nas emissões globais de CO2 vindas da queima de carvão, petróleo e gás natural está levando a essa aceleração”, diz Pieter Tans, pesquisador do Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.

NOAA
Tanto a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos e o Instituto Scripps de Oceanografia, realizam mediçõe periódicas no Observatório Mauna Loa, localizado perto de um vulcão extinto no Havaí

Marco pré-histórico
Durante os últimos 800.000 anos, a concentração de CO2 na atmosfera ficou entre 180 partes por milhão — durante as eras glaciais — e 280 partes por milhão, nos períodos mais quentes. A taxa atual de crescimento na concentração do gás é mais de 100 vezes mais rápida do que o aumento que houve no final da última Era Glacial.

Os cientistas estimam que a última vez e que a concentração de CO2 chegou ao nível atual foi há mais de três milhões de anos, durante o Plioceno, época geológica em que as temperaturas na Terra eram cerca de três graus mais quentes do que hoje. “Não há como impedir que o dióxido de carbono ultrapasse a marca das 400 partes por milhão. Isso já aconteceu. Mas o que acontecer daqui para frente ainda vai influenciar no clima e pode ser controlado”, disse Ralph Keeling, pesquisador do Instituto Scripps de Oceanografia.

Limite
Os dados do IPCC ( o painel de mudanças climáticas da ONU) sugerem que a concentração de 450 ppm representa o limite a partir do qual o aquecimento ganharia uma dinâmica que poderia prejudicar a existência humana sobre o planeta. O ideal, ainda de acordo com o IPCC, seria manter a concentração abaixo de 450 ppm para evitar que a temperatura subisse acima dos 2 graus Celsius, limite capaz de provocar danos no ecossistema. Segundo estimativas do órgão, no pior cenário acabariam as geleiras do planeta.

É significativo o fato de a concentração de CO2 ter ultrapassado o limite de 400 ppm. Mas ainda é impossível precisar de forma definitiva quais serão os efeitos dessa concentração sobre o planeta.

Além disso, as medições do IPCC têm sido alvo de várias críticas. Como afirmou o climatologista inglês Nicholas Lewis em reportagem de VEJA, publicada em 8 de maio, que usou dados do próprio IPCC para prever o aumento da temperatura global até o ano 2100, não existe o risco de se concretizarem a maioria das previsões catastróficas que são propaladas pelos alarmistas, como a de que cidades à beira-mar vão ficar submersas.

Voltei
Eu confesso que não sei direito que diabos quer dizer uma concentração de dióxido de carbono de “400 partes por milhão”. Mas entendi que isso não é bom. Segundo as informações disponíveis, antes da Revolução Industrial, era de 280 partes, índice também da Era Glacial. Então pego daí. O planeta, sozinho, só com alguns dinossauros soltando uns puns, chegou a 280 partes por milhão. Aí vieram mais de sete bilhões de pessoas e chegamos a “apenas” 400 partes por milhão? Como eu sempre desconfiei, perversa mesmo é a natureza! Imaginem o quanto o homem transformou o mundo nesse período, e a gente não conseguiu produzir nem metade do que o planeta fez por sua própria conta?

“Seu ridículo! Mas isso é muito!” É mesmo? As previsões feitas com base nos tão supostamente rigorosos modelos matemáticos não estão se cumprindo. Digam-me cá: para que não ultrapasse o tal limite dos 450, é preciso fazer o quê? Mandar o mundo parar para a gente descer? Desacelerar a economia da China — pedir para a Europa crescer menos é sacanagem, né? Os EUA não estão aquilo tudo. Com o Guido Mantega, ninguém precisa se preocupar. Ele cumpre a sua parte. A indústria brasileira já está indo para o vinagre. Produz pouco carbono…

Em 1650, a população mundial era de 500 milhões de habitantes. E havia, então, 280 partes de dióxido de carbono por milhão. Em 2012, o mundo superou a marca dos sete bilhões de pessoas — cresceu 13 vezes! Sim, claro, encanta-me que saibam com tanta precisão a concentração de dióxido de carbono de há 3 milhões de anos ou dos séculos 17 ou 18… Mas dou crédito aos tais “modelos”. É bem verdade que, nessas coisas, um errinho de interpretação pode fazer uma diferença danada.

Então tá… Os “especialistas” em clima, mesmo com os erros clamorosos que cometeram (não custa lembrar: as geleiras andaram crescendo ultimamente…), continuam a vender seu apocalipse. São pessimistas. Aliás, esse deve ser o pessimismo que mais rendeu dinheiro na história da humanidade. Eu decidi ser otimista. Se a população cresceu 13 vezes, e a emissão de dióxido de carbono não cresceu nem a metade do que já havia em 1650, acho que a gente tem salvação.

Uma coisa, eu sei. Não vai dar para eliminar 6,5 bilhões de pessoas para voltar às 280 partes do gás, né? O planeta vai ter de nos aguentar!

Que saudade do tempo em que as pessoas que odiavam a humanidade optavam pela literatura, pela filosofia, pela escatologia religiosa… A misantropia produziu uma literatura bem interessante. Mas não se viam poetas tentando direcionar os investimentos públicos. Hoje em dia, os misantropos são “cientistas do futuro”. Quanto mais erram, mais alarmistas e sedentos de verba se tornam. Por que não fundam logo uma religião? Eu já sugeri a Igreja dos Apóstolos do Aquecimento Global dos Últimos Dias.
Por Reinaldo Azevedo

Energia barata nos EUA já afeta indústrias no Brasil

Por Sabrina Valle, no Estadão
A concorrência com o baixo custo do gás de xisto americano, que em três anos passou a custar 20% do preço do gás natural no Brasil, está fazendo o País perder ou adiar bilhões de dólares em investimentos. Indústrias que têm até 35% de seus custos no gás, como fabricantes de cerâmica e vidro, petroquímica e química, perderam competitividade, elevaram importações e migram investimentos para o exterior. Até setores tradicionais, como o de brinquedos, sentem os efeitos. ”Uma fatia importante do setor está com forno desligado. Estamos perdendo competitividade. O risco é a produção nacional ser substituída pela importada”, diz o superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), Antonio Carlos Kieling.

Kieling diz que as importações do setor estouraram 9.000% em sete anos, para US$ 220 milhões ao ano, num movimento crescente, já que 25% dos custos de produção vêm do gás. A avaliação sobre perda de competitividade é a mesma em vários setores, mas atinge com maior peso a indústria química e petroquímica. Empresas como Braskem, Unigel e Dow Chemical estão entre as que paralisaram decisões de investimento de bilhões de dólares. A multinacional de vidros AGC decidiu há pouco mais de três anos investir numa fábrica de R$ 800 milhões. Será inaugurada em Guaratinguetá (SP) neste ano para produção de vidro plano, espelhos e vidro automotivo. “De lá para cá, o preço do gás dobrou, mudou totalmente o cenário e a rentabilidade”, disse o CEO da AGC Vidros do Brasil, Davide Cappellino.

 A decisão de dobrar a capacidade, com mais R$ 800 milhões, foi suspensa por tempo indeterminado. Unidades da multinacional nos Estados Unidos, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito, onde o preço do gás é 20% do cobrado no Brasil, ganharam preferência na destinação de recursos. “Com certeza, o preço do gás tornou a decisão de investir no Brasil muito mais difícil.”
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Indústria brasileira tem o pior desempenho entre emergentes

Por Érica Fraga e Mariana Carneiro, na Folha:
A queda de 2,6% na produção industrial do país foi, de longe, a mais acentuada do grupo. O Egito, segundo pior colocado, registrou contração de 1,9%. A indústria brasileira como componente do PIB (Produto Interno Bruto) -que, além da produção de manufaturados, inclui setores como construção civil e energia elétrica- também amargou a maior contração no mundo emergente. A queda desse indicador foi de 0,8%. Os dados são da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit) e mostram que o retrato de crise no setor é renitente. Em 2011, o resultado da produção industrial brasileira já figurava entre os três piores do grupo analisado.

Segundo especialistas, os números confirmam que problemas domésticos têm exercido maior influência sobre a trajetória da indústria do que a crise externa. ”Esses dados causam muita preocupação. A crise externa existe e afetou todos, mas fomos piores do que os demais”, afirma Flávio Castelo Branco, gerente de política econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Orçado em R$ 16 bilhões, custo da Usina de Belo Monte já supera os R$ 30 bilhões

Por Renée Pereira, no Estadão
A Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi orçada em R$ 16 bilhões, leiloada por R$ 19 bilhões e financiada por R$ 28 bilhões. Quase dois anos depois do início das obras, o valor não para de subir. Já supera R$ 30 bilhões e pode aumentar ainda mais com as dificuldades para levar a construção adiante. Com a sequência de paralisações provocadas por índios e trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada. Se continuar nesse ritmo, além dos investimentos aumentarem, a concessionária poderá perder R$ 4 bilhões em receita.

O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos já apontam um retorno real de 6,5% ao ano. A Norte Energia, concessionária responsável pela construção da usina de 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, evita falar de indicadores financeiros e afirma apenas que os valores (de R$ 25 bilhões) foram corrigidos para R$ 28,9 bilhões.

Leiloada em abril de 2010, a usina foi arrematada por um grupo de empresas reunidas pelo governo para que a disputa tivesse concorrência. Desde então, o projeto tem sido pressionado por uma série de fatores em áreas distintas. A montagem eletromecânica dos equipamentos, por exemplo, até hoje não foi contratada, e um dos motivos seria a elevação dos preços dos serviços, de R$ 1 bilhão para cerca de R$ 1,6 bilhão. Custos ambientais e gastos administrativos também estão bem acima das previsões iniciais.

Junta-se a essa lista as despesas indiretas com mão de obra, como cesta básica e tempo para visitar a família. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) mostram que, em apenas um ano e meio, o valor da cesta básica dos trabalhadores de Belo Monte subiu 110% e o intervalo entre as visitas das famílias, pagas pela empresa, recuou de 180 dias para 90 dias. Vale destacar que a obra tem 22 mil trabalhadores, e a maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios – mesmo que pequena – tem impacto relevante no orçamento.

As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e greves também são fatores que explicam o aumento dos custos. Até quinta-feira, cerca de 7 mil trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no local. A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica, foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram a atrasar o cronograma em cerca de um ano.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Esquema de fraudes no Acre, que envolve sobrinho de Tião Viana, mirava verba do SUS
 

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Gildo Cesar (camisa rosa), diretor do Depasa preso pela PF e casado com uma prima do governador, é o responsável pelo programa Ruas do Povo, um dos carros-chefes do governo do Acre (Agência de Notícias do Acre)

Por Kalleo Coura, na VEJA.com:
Dentre as fraudes identificadas pela Polícia Federal na Operação G-7, que desmontou um esquema de desvios no governo do Acre, chama especial atenção uma na área da saúde, envolvendo o sobrinho do governador Tião Viana (PT), Thiago Paiva, diretor de análises clínicas da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo a polícia, contratos estavam sendo fraudados para desviar recursos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das empresas contratadas pelo governo teve o atestado de capacidade técnica assinado por um de seus próprios sócios.

Além de Thiago Paiva, também foi preso o secretário estadual de Obras do Acre, Wolvenar Camargo Filho. Os dois e outras treze pessoas presas, entre elas empreiteiros e funcionários públicos, são acusados de cometer fraudes em licitação de diversas obras públicas, inclusive casas populares. Cento e cinquenta agentes da polícia cumprem ainda 34 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Tarauacá e Rio Branco.

Também foram presos João Francisco Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre, o empresário Sergio Nakamura, afilhado político do senador Jorge Viana (PT-AC), irmão do governador, e Gildo Cesar Rocha, diretor do Departamento de Pavimentação e Saneamento do estado, que é casado com uma prima de Tião Viana.

Fraudes
A operação foi batizada de G-7 porque era assim que o grupo de sete empreiteiras se autodenominava, já que sempre vencia as licitações que concorriam. A descoberta dos 4 milhões de reais desviados até o momento é apenas a ponta do iceberg. Com as buscas e apreensões, a polícia irá se debruçar sobre dezenas de outros contratos firmados com essas empresas.

A maior parte das fraudes foi detectada em obras de pavimentação. Há casos em que a empresa recebeu todo o valor do contrato, mas só realizou a terraplanagem, outros em que a pavimentação teve início, mas ficou inacabada e há até mesmo locais em que o asfalto se encontra em péssimo estado de conservação três meses depois da conclusão da obra. Segundo a polícia, um pavimento deve durar em torno de vinte anos. Algumas das obras investigadas fazem parte do programa Ruas do Povo, um dos carros-chefes publicitários do governo Viana, que anunciou em abril a pavimentação de mais de 600 quilômetros de ruas em todo estado, ao custo de 370 milhões de reais.

Segundo a polícia, os presos são acusados de cometer os crimes de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de recursos públicos.

O governador Tião Viana divulgou nota de apoio à operação policial, mas fez questão de dizer que “enquanto não houver um juízo condenatório, quer seja na esfera judicial, quer seja na esfera administrativa, é justo fazer, com absoluta consciência, a defesa à integridade moral de secretários e técnicos de governo supostamente envolvidos em fatos tornados públicos”.
Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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5 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    No texto tem, citado o caso evidente de Raposa Serra do Sol. A Igreja Católica no Brasil é uma das responsáveis pela tragédia social que se seguiu à expulsão dos arrozeiros da região. Pelo visto, os trabalhadores não índios que lá estavam não eram filhos de Deus, não é mesmo? A Igreja, reitero, foi uma das artífices daquele absurdo. Resultado: levou para a reserva fome e desemprego. Índias foram se prostituir às margens da rodovia em Boa Vista. Haverá uma “Pastoral das Prostitutas”? Índios estão morando num lixão. Haverá uma “Pastoral do Lixão”?

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  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    o povo tem que ver que o maduro esta sem alimentos na venezuela o brasil vai ajudar com alimentos dos agricultores mas se não parar essa loucura da FUNAI LOGO O BRASIL VAI ESTAR NESSA SITUASÃO com o comunismo implantado não podemos deixar

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  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    que presente em dona dilma um quadro de um ditador eu não aceitaria e os deputados tem que tirar esse pais comunista do merco sul

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  • cornelio haroldo dijkstra lagoa da confusao - TO

    Temos q acabar com a funai e criar um novo sistema ,terra p indio pra que?primeiro tem que trabalhar eproduzir nas que tem e se quer ter direitos como ja tem a mais que qualquer outro brasileiro de revindicar por mais terras,temque valer a pena,e nao sairem por ai matando produtores de comida ,e o pt é outro partido que nao esta ajudando em nada o pais,apenas roubando e sem vergonha...isso tem que parar...brasil esta sendo uma vergonha p os brasileiros q realmente trabalham..

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  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    QUE MINISTRO DA INJUSTIÇA VAI FAZER CONTRA OS INDIOS NADA VAI FAZER COM QUEM TA LA TRABALHANDO ISTO QUE MINISTRO DA INJUSTIÇA UM VIVA PRA ELE;

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