Na VEJA: Lula critica Dilma em encontro com empresários

Publicado em 22/03/2014 15:52 e atualizado em 06/03/2020 12:26
por Lauro Jardim + Augusto Nunes + Reinaldo Azevedo

Governo

Lula critica Dilma

dilma e lula

Críticas à pupila

Impressionou aos empresários presentes ao almoço com Lula, promovido pelo Merrill Lynch na quarta-feira passada, a sem-cerimônia com que o ex-presidente foi crítico ao estilo Dilma. Disse Lula lá pelas tantas:

-Já falei para a Dilma que ela não pode ser chefe da Casa Civil, mas, sim, presidente da República. Tem que delegar. Tem que ser mais líder e menos general.

No mesmo almoço, depois de reclamações sobre a distância que Dilma cultiva com o empresariado, Lula mandou essa:

- Já disse para ela se aproximar. Tem que fazer discussões como essa nos próximos dois meses…  Antes que seja tarde demais.

Alguns dos maiores empresários e investidores do país estavam presentes neste almoço.

Lula arranjou espaço também para censurar a comunicação do governo com a sociedade. Neste quesito, Guido Mantega foi citado nominalmente.

E não se pense que Lula estava em dia de só descer a borduna. Quando um empresário o questionou sobre a Venezuela, fez questão de ser compreensivo com o companheiro Maduro.

Por Lauro Jardim

 

Direto ao Ponto

O caso da refinaria sepulta as invencionices ufanistas do padrinho de Dilma e Gabrielli. O petróleo não é nosso. E a Petrobras é deles

DILMA ROUSSEFF-PLATAFORMA P-56 2

José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, Dilma Rousseff e Paulo Roberto Costa em visita à Plataforma P-56, em Angra dos Reis, em junho de 2011

No comício promovido por Lula para oficializar a saída de José Eduardo Dutra e a chegada de José Sérgio Gabrielli, o Brasil ficou sabendo que a Petrobras seria presidida por um gênio da raça disfarçado de economista baiano. “O companheiro José Sérgio Gabrielli  se transformou num dos mais importantes diretores financeiros que a empresas já teve em toda a sua história”, informou o palanque ambulante em 22 de julho de 2005. Mas nem todos enxergam tão longe, revelou a continuação do palavrório.

“Não faltaram pessoas que me diziam assim: o mercado não vai gostar, o mercado vai reagir, é melhor deixar quem está lá”, foi em frente o recordista brasileiro de bravata & bazófia. ”Como eu não tenho nenhuma relação de amizade com o mercado, resolvi indicar quem eu queria”. Pelo que disse no dia da posse, o que ele queria (e encontrou) era alguém capaz de acumular a presidência da OPEP com a coordenação do carnaval de Salvador. Como até gente assim pode precisar de conselhos, lembrou a Gabrielli que, caso quisesse ajuda, bastaria recorrer à onisciente e onipresente Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Ainda em 2005, a sumidade descoberta por Lula encampou a grande ideia de Nestor Cerveró, diretor da Área Internacional: comprar por US$ 360 milhões metade de uma refinaria no Texas que a empresa belga Astra Oil havia adquirido meses antes por US$ 42,5 milhões. Com a ajuda de outro diretor, Paulo Roberto Costa, Cerveró produziu o “resumo executivo” apreciado em 3 de fevereiro de 2006 pelo Conselho de Administração. Foi uma decisão desastrosa, comprovou o desfecho do negócio: em 2012, para encerrar a disputa judicial iniciada cinco anos antes, a Petrobras pagou mais US$ 820 milhões à Astra Oil e transformou-se na única proprietária de uma refinaria inútil.

Feitas as contas, a aquisição da velharia no Texas, sugerida por Gabrielli e aprovada por Dilma, custou US$ 1,18 bilhão ─ ou 2,8 bilhões de reais, que poderiam ter atendido a angustiantes urgências do viveiro de miseráveis fantasiado de potência emergente. Só nesta semana a supergerente mandona que tudo quer saber, e confere até o custo do cafezinho, resolveu enxergar o monumento à inépcia, à vigarice e à gatunagem. Com a candura de uma Filha de Maria, alegou desconhecer a existência de cláusulas leoninas infiltradas no contrato. Bastaria ter lido os documentos colocados à disposição da presidente do Conselho.

Em outubro de 2010, todos no Planalto sabiam da história inverossímil. Menos Lula, reiterou a visita do maior governante desde Tomé de Souza ao campo de Tupi. “Quando a gente quiser ter orgulho de alguma coisa neste país a gente lembra da Petrobrás, de seus engenheiros, de seu geólogos, do pessoal que é a razão maior do orgulho, mais do que o Carnaval, do que o futebol”, recomeçaram as invencionices ufanistas. “A Petrobrás é a certeza e a convicção de que este país será uma grande nação. É a prova mais contundente de que o brasileiro é capaz, é inteligente, não é de segunda classe”.

Na quarta-feira, quando o Estadão incorporou a presidente da República ao espetáculo da indecência, a movimentação dos atores ampliou a afronta ao país que presta. Em campanha no Ceará, Dilma recusou-se a comentar o absurdo: estava lá para não dizer coisa com coisa sobre “mobilidade urbana”. Gabrielli, agora secretário do Planejamento da Bahia, culpou a “crise internacional” pelo negócio suspeitíssimo. Nestor Cerveró, hoje diretor financeiro da BR Distribuidora, saiu de férias. Paulo Roberto Costa ficou algumas horas na cadeia, mas por outro motivo: a polícia descobriu que deixou a Petrobras para continuar enriquecendo numa quadrilha especializada em lavagem de dinheiro.

Afônico de novo, Lula sussurrou a alguns amigos que Dilma não deveria ter confessado o que fez. Daqui a alguns dias vai recuperar a voz para jurar que não sabe de nada. Como os afilhados Dilma e Gabrielli, como os demais sacerdotes da seita lulopetista, o chefe sempre soube de tudo. Recitando que o petróleo é nosso, os donos do poder privatizaram a empresa. A Petrobras agora é deles.

(por Augusto Nunes)

 

Petrobras – A resolução politicamente delinquente do PT; com a companheirada, empresa perde mais de R$ 200 bilhões do seu valor de mercado e despenca do 12º lugar entre as maiores do mundo para o 120º

O PT publicou mais uma daquelas suas resoluções que ainda comporão a História Universal da Infâmia. E resolveu falar da Petrobras, investindo, de novo!, na fraude histórica, na pilantragem ideológica, no raciocínio falacioso, na vigarice intelectual, na impostura… Escolham aí os substantivos e adjetivos que lhes parecem bem degradantes.

Leiam (em vermelho) o trecho da resolução que trata da Petrobras. Volto em seguida.
Mais uma vez estamos presenciando a oposição e os setores conservadores da nossa sociedade fazer ataques para atingir a imagem da Petrobras. É importante relembrarmos que a nossa maior empresa pública foi alvo da política de privatizações no governo liderado pelo PSDB, apoiado pela elite nacional, representado por FHC.
A Petrobras é a mais sólida das empresas brasileiras com um lucro superior a 23 bilhões de Reais, e a sétima empresa de energia do mundo, tornando-se competitiva no mercado internacional e simbolizando o arrojo do nosso projeto de Nação. A tentativa da oposição e do conservadorismo nacional em atacar a Petrobras é mais uma iniciativa daqueles que sucatearam o Estado brasileiro e aprofundaram as desigualdades sociais.
A defesa intransigente da Petrobras é a defesa do nosso projeto de Nação que tem resultado no crescimento econômico e na justiça social. Um projeto que colocou o Brasil “em pé” perante o mundo.
(…)

Retomo
Essa gente mente com um desassombro capaz de impressionar até mesmo os que não esperam que saia dali nada além de mentiras. A direção do partido repete a farsa de 2002, de 2006 e 2010, segundo o qual o PSDB teria tentado privatizar a Petrobras. Caso se cobre que os petistas exibam um só indício ou documento a respeito, eles não serão capazes.

Quem privatizou a Petrobras, como deixa clara a compra da refinaria de Pasadena, foi o PT. Não privatizou apenas. Destruiu também. Em 2009, a empresa estava em 12º lugar entre as maiores do mundo; há um ano, em 48º e, agora, em 2014, em 120º. Perdeu mais da metade de seu valor.

Ora, se nada de errado foi feito na Petrobras, então a senhora Dilma Rousseff cometeu uma arbitrariedade quando mandou demitir Nestor Cerveró da diretoria financeira da BR Distribuidora. Nem esperou o homem, que está em férias no exterior, chegar ao Brasil. Foi demissão à distância, num gesto também de execração pública.

Não, senhores! O que o Brasil precisa é salvar a Petrobras das mãos dos petistas. Eles já torraram mais de R$ 200 bilhões do valor da empresa.

(Reinaldo Azevedo)

 

A Petrobras já foi solução para Dilma. Hoje é fonte de problemas

O uso ruinoso da estatal para segurar a inflação se soma, agora, a negócios nebulosos e denúncias de corrupção

Robson Bonin, Rodrigo Rangel e Daniel Pereira

FESTA: Desde o início do governo Lula, em 2003, a Petrobras foi loteada por partidos políticos

FESTA: Desde o início do governo Lula, em 2003, a Petrobras foi loteada por partidos políticos (Ricardo Stuckert/PR)

O PT sempre usou a Petrobras como arma política. Nas duas últimas campanhas, seus candidatos diziam que o PSDB privatizaria a empresa se reconquistasse o poder. Acusados de mercadores do patrimônio nacional, os tucanos não tiveram repertório para responder aos ataques. A Petrobras foi usada como vitrine para alardear a competência administrativa de Dilma Rousseff — e, antes, a sorte de Lula pela descoberta em seu governo do “bilhete premiado” do pré-sal. Lula proclamou a autossuficiência do petróleo, sonho geopolítico histórico do Brasil. Em 2010, Lula defendeu a eleição da desconhecida ministra Dilma, apresentando-a como a responsável pelo novo modelo energético brasileiro, em que predominariam a oferta abundante de energia e a cobrança de tarifas cada vez menores dos consumidores. No palanque, ela foi a “Mãe do PAC”, gestora hábil, eficiente, a contraposição perfeita ao apagão de 2001, que foi vendido ao eleitorado como clara inépcia do governo Fernando Henrique. A estratégia funcionou em 2002, 2006 e 2010. Em 2014 pode funcionar, mas para os adversários. “A Petrobras virou a OGX da Dilma”, ironizou Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB.

A área de energia se tornou um poço de piche de problemas. O Brasil importa petróleo. Antes de os poços do pré-sal renderem um centavo sequer, deles parecem jorrar apenas alcatrão e terebintina política. O risco de racionamento de eletricidade, antes inexistente no discurso oficial, foi reclassificado para “baixo” — mas é alto. As tarifas, comprimidas por ímpeto populista e estatizante, em breve vão obedecer às implacáveis leis econômicas, buscar seu patamar realista, e os brasileiros vão pagar a conta — seja pelo aumento de impostos para recompor as finanças públicas, seja pelos dígitos a mais nas contas de luz e na bomba de gasolina. Dilma e sua equipe econômica acreditam ter um dique capaz de segurar essas pressões inflacionárias e empurrar a encrenca para 2015. Pode até ser. Mas um desses problemas já escapou. É justamente o que vinha sendo a solução: a Petrobras.

A empresa de petróleo tem um e­­x-diretor preso pela Polícia Federal. O loteamento político já dá sinais de que minou sua eficiência. O uso da Petrobras para pagar o bilionário subsídio no preço da gasolina fez com que secassem recursos para áreas e atividades vitais — entre elas, a manutenção das plataformas marítimas, as quais, segundo os próprios responsáveis, que não conseguem se calar diante do descalabro, estão quase todas sucateadas.

Visto de fora, o quadro apresentado pela Petrobras também é horroroso. Ela perdeu 30 bilhões de dólares em valor de mercado, a maior queda entre as empresas brasileiras. A Petrobras vale hoje a metade do que valia antes de Dilma subir a rampa do Planalto. A estatal passou de pedra a vidraça, e os rivais já farejaram a fraqueza. A presidente acusou o golpe e, na semana passada, deflagrou uma operação de contenção de danos.

Um indicador infalível de que a coisa não está boa para um político é o fato de ele apanhar até quando faz a coisa certa. Dilma ficou em péssima luz durante toda a semana passada por uma avaliação equivocada de seu comportamento em 2006, quando presidia o conselho de administração da Petrobras e o órgão autorizou por unanimidade a compra de uma refinaria em Pasadena, Texas. O caso, revelado por uma reportagem de VEJA em 2012, tem contornos suspeitos — mas não por causa de Dilma e, tudo indica, até mesmo apesar dela. O episódio ressurgiu no noticiário depois que a presidente respondeu a uma indagação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre seu papel na aprovação do negócio. Dilma convocou Graça Foster, presidente da Petrobras, que já chegou ao Planalto com uma nota explicativa pronta. Dilma considerou o texto vago e protocolar. Rasgou o papel e pôs-se a escrever de próprio punho a resposta.

Pôs um ponto-final e determinou que a nota fosse enviada ao jornal, que a publicou, e, assim, começou um vendaval de versões e interpretações, quase todas contra a presidente.

Com reportagem de Hugo Marques e Malu Gaspar     

Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet, no iPhone ou nas bancas.

 

No ESTADÃO: 

A desmoralização e a sangria da Petrobrás

POR ROLF KUNTZ, 

Produzir petróleo, vejam só, é prioridade da Petrobrás, segundo garantiu a presidente da companhia, Graça Foster. Essa declaração, em linguagem típica de negócios, deve ter soado como heresia em relação aos padrões da gestão petista, famosa internacionalmente por seus projetos de baixa qualidade, pela falta de foco empresarial e por um prejuízo superior a US$ 1 bilhão num único investimento. Seu valor de mercado, o 12.º maior do mundo há cinco anos, caiu para a 120.ª posição, segundo lista divulgada na internet pelo jornal Financial Times.

Qualquer sinal de seriedade, nesta altura, pode favorecer pelo menos uma recuperação de imagem. Sem renegar abertamente a preferência aos fornecedores nacionais, a presidente de certa forma redefiniu as regras do jogo. Prometeu continuar comprando da indústria local, mas com duas ressalvas. As encomendas serão de acordo com a capacidade da indústria e os preços terão de ser competitivos "em relação a outras oportunidades fora do Brasil". Se continuar no posto e insistir nessa orientação, talvez consiga reconverter a Petrobrás numa empresa - uma organização de negócios com foco razoavelmente definido, metas de rentabilidade e padrões profissionais de administração.

A mudança, nesse caso, envolverá a adoção de alguns critérios vitais tanto para a Boeing quanto para a mais modesta padaria do bairro. Esses critérios foram pisoteados durante os últimos dez anos. Nesse período, a maior empresa brasileira foi subordinada a objetivos políticos e pessoais do grupo instalado no Palácio do Planalto e às conveniências de seus companheiros e aliados. Antes disso, a Petrobrás pode ter sido mal orientada em algumas fases, mas quase sempre funcionou com critérios empresariais, empenhada em procurar e extrair petróleo e gás, produzir e distribuir combustíveis e contribuir para a segurança energética do Brasil.

Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, os interesses empresariais da Petrobrás foram postos em segundo ou terceiro plano. Isso levou a desperdícios, comprometeu a geração de caixa e reduziu as possibilidades de investimento exatamente quando a companhia, depois da descoberta do pré-sal, teria de cumprir um programa excepcionalmente difícil e custoso.

Investimentos de US$ 220,6 bilhões estão previstos para o período entre 2014 e 2018 no recém-divulgado plano de negócios. A maior parte desse dinheiro, US$ 153,9 bilhões, deverá ser destinada a exploração e produção. Levantar esses bilhões dependerá da melhora de vários indicadores. O documento enumera os "pressupostos da financiabilidade". Será preciso manter o grau de investimento, elevar os preços de derivados até os níveis internacionais e promover parcerias e reestruturação do modelo de negócios, tudo isso sem a emissão de novas ações.

Para manter o grau de investimento e continuar atraente para os financiadores, a empresa terá de melhorar seus indicadores de endividamento e de alavancagem no prazo de 24 meses. Em outras palavras, terá de reduzir a proporção entre recursos de terceiros e recursos próprios e precisará diminuir para menos de 2,5 vezes a relação entre a dívida líquida e os ganhos antes do pagamento de juros, impostos e dividendos (Ebitda).

Não são números e objetivos escolhidos de forma arbitrária. A Petrobrás ganhou destaque na imprensa internacional, em outubro, como a empresa mais endividada do mundo, de acordo com levantamento do Bank of America Merrill Lynch. Quanto ao risco de ser rebaixada pelas agências de avaliação de crédito e perder o grau de investimento, está longe de ser imaginário.

No ano passado a Standard & Poor's alterou a perspectiva da empresa de estável para negativa. Poucos meses depois, a Moody's baixou a classificação da Petrobrás de A3 para Baa1 com perspectiva negativa, preservando o nível de investimento. Para justificar a revisão a agência citou o nível de alavancagem e a perspectiva ruim de geração de caixa nos anos seguintes.

A perda de valor de mercado afetou tanto a Petrobrás quanto a Eletrobrás, prejudicadas principalmente pela interferência política na administração das maiores estatais, convertidas em casas da mãe Joana. O loteamento de postos e o desprezo aos critérios técnicos tem sido uma das marcas principais da gestão petista. Dirigentes de grandes companhias controladas pelo governo - para nem falar da maioria dos ministros - são identificados mais pelo nome de seus padrinhos do que pela reputação profissional. Parte do noticiário sobre a prisão do ex-diretor de Refino e Abastecimento Paulo Roberto Costa tratou de suas relações com políticos do PP, do PMDB e de sua livre circulação no Congresso.

O desprezo aos padrões empresariais foi evidenciado nos fracassados projetos de associação com a PDVSA, no controle de preços de combustíveis, na baixa qualidade de vários investimentos, na desastrosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e na conversão da Petrobrás em instrumento de uma política industrial com validade vencida e injustificável no século 21.

O grotesco episódio do petroleiro João Cândido, lançado ao mar em 2010 com palavrório de Lula e nenhuma condição de navegar, foi uma boa demonstração de um estilo de governo e de administração. A aprovação da compra da refinaria texana com base num sumário executivo, como confessou a presidente da República, foi perfeitamente compatível com esse estilo gerencial. Sua fama de administradora jamais foi merecida. Essa trapalhada confirma a opinião de quem nunca aceitou a lenda. Estranha, mesmo, era a presença no Conselho de Administração, então chefiado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de grandes empresários. Sua função, para o governo, seria legitimar os desmandos cometidos na empresa. Como podem ter ignorado esse detalhe?

*JORNALISTA

 

Por CPI, Aécio tenta unir siglas do bloco de oposição

Por Daniela Lima e Gabriela Terenzi, na Folha:
Pré-candidato à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai convidar líderes de todos os partidos de oposição a discutir uma estratégia de atuação em bloco para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras. Aécio quer articular a reunião até terça-feira. O senador pretende envolver siglas como o PSOL, que não se alinha com PT ou PSDB. e o PSB, que tem seu próprio candidato ao Planalto, o governador Eduardo Campos (PE).

Em conversa com a Folha ontem, Aécio defendeu a investigação –a presidente Dilma Rousseff, que era chefe do conselho da Petrobras na época da compra, disse ter decidido pela aquisição da refinaria com base em um relatório “falho”. O negócio resultou em prejuízo de US$ 1,18 bilhão para a estatal.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Eduardo Campos: políticas de Dilma são para privatizar Petrobras

O governador de Pernambuco e possível candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse estar preocupado com a situação da Petrobras após as denúncias a respeito de supostas irregularidades na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. De acordo com ele, as políticas do governo federal para a estatal o faz desconfiar que existe um plano para privatizar a empresa. "Estou desconfiado de que seja um plano para levar a Petrobras para a privatização, o que o partido não concorda", disse, em conversa no Twitter com internautas. 

Campos disse que o partido exige explicações sobre a compra da refinaria do Estado do Texas. Ele citou pedidos do partido no Congresso Nacional e ao Ministério Público (MP) para a apuração das supostas irregularidades. "Estou preocupado com situação da Petrobras", disse. "Nos últimos três anos ela perdeu metade do valor que tinha", completou. 

O governador mencionou também o leilão do pré-sal ao reclamar que o valor arrecadado foi destinado para sanar contas públicas e não para financiar a educação do País e as políticas de preços que afetam, também, a indústria alcooleira. "Mas não queremos colocar a Petrobras no jogo eleitoral. Por isso queremos esclarecimentos", afirmou. 

 

Compra de outra refinaria (japonesa) como a de Pasadena agrava situação de Dilma, diz oposição 

Líderes de partidos de oposição afirmaram neste sábado que a situação da presidente Dilma Rousseff se "agrava" com a revelação, publicada neste sábado, 22, pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a então presidente do Conselho de Administração da Petrobras tinha conhecimento de uma das cláusulas na compra de parte de uma refinaria no Japão em 2007. 

Ao contrário do caso japonês, Dilma disse que desconhecia a existência da cláusula Put Option, que obriga uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desentendimento, quando aprovou a aquisição de parte da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), um ano antes. 

Em texto assinado pela Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto e encaminhado ao jornal, Dilma disse ter autorizado a compra da refinaria japonesa Nansei Sekiyu com base num "resumo" elaborado pela diretoria internacional da Petrobras, na época comandada por Nestor Cerveró, no qual "está referida a existência de cláusulas contratuais que materializaram o Put Option, bem como as informações técnicas correspondentes". 

No caso da refinaria de Pasadena, a presidente havia informado ao Estado que o resumo que recebeu do mesmo Cerveró, demitido ontem de um cargo de diretor na BR Distribuidora, era "falho" e omitia condições do contrato como as cláusulas de Put Option e Marlim (que garantia à sócia da Petrobras um lucro mínimo independentemente da situação do mercado). Ela informou que, se soubesse das cláusulas, não apoiaria o negócio. 

Em 2012, a estatal pagou US$ 1,18 bilhão por toda a refinaria de Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga. A compra da unidade está sob investigação do Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e Ministério Público Federal. A oposição vai se reunir na próxima semana para decidir se apoia a criação de uma CPI para investigar a transação.

"Eu acho que, diante do fato posto, qualquer tentativa de explicação só agrava a situação", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR). "Falar que não sabia dos detalhes, compromete. Falar que sabia, compromete também. Não tem alternativa para o governo não ter tomado nenhuma providência para apurar os fatos desde o final de 2012 e demitir os responsáveis", completou o tucano, referindo-se à falta de respostas ao pedido de explicações que apresentou sobre a operação de Pasadena.

Para o presidente e líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), a revelação de que um ano depois, em uma operação semelhante, Dilma avalizou uma operação com a cláusula Put Option só reforça a necessidade de se apurar o caso da refinaria comprada pela estatal nos Estados Unidos.

"Em jogo, está a palavra da presidente da República. É um jogo gravíssimo", afirmou Agripino. "É um assunto grave e impõe esclarecimentos sob pena de alguém estar mentindo. A coisa está a cada dia que passa mais enrolada, mais cheia de mistério", completou.

(No Estadão). 

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Fonte:
veja.com.br + ESTADÃO

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2 comentários

  • HAROLDO FAGANELLO Dourados - MS

    Parabens colega Anilton Manzano de Amambai pela radiografia da política e capacidade petista. Esse é exatamente o sentimento de quem trabalha e produz nesse Brasil já hoje totalmente desfigurado pelo bando que o administra....

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  • Anilton Souza Rodrigues Manzano Amambai - MS

    Prezados, A Petrobras ja existia quando apareceram os Petistas. O que eles fizeram foi pensar que sabiam ou entendiam de alguma coisa de administração ou gerenciamento e resultou nesse desastre. A vocação do PT sempre foi baderna, arruaça, piquetes em porta de fabrica, em porta de bancos, trambiques, tramoias, maracutaias e outros adjetivos mais. Existe um ditado que diz: MUITO AJUDA, QUEM MENOS ATRAPALHA. Os Petistas não se enxergam, veem as coisas com os olhos da cara e não com os olhos da mente. Doze anos de Petista no Governo são, no minimo meio século de retrocesso. Isso para um País com dimensão continental como o Brasil é um desastre. No Brasil perde-se muito tempo com PESSOAS ERRADAS DENTRO DA POLITICA. É preciso critério para se eleger candidatos. No Brasil elege-se ANALFABETOS,TIRIRICAS e outras comicidades. Nos Tribunais de Contas, de Justiça e outros. Ao invés de contratar Auditorias Independentes, nomeia-se "Raposas cuidando Galinheiro", basta ser do mesmo time.

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