A fúria dos petralhas com Ronaldo porque ele declarou voto em Aécio...

Publicado em 26/05/2014 08:32 e atualizado em 27/02/2020 20:27
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

A fúria dos petralhas com Ronaldo porque ele declarou voto em Aécio

Ronaldo: ele levou os petralhas à loucura em razão de duas declarações

Ronaldo: ele levou os petralhas à loucura em razão de duas declarações

O ex-jogador Ronaldo, que é membro do COL (Comitê Organizador Local da Copa), foi alvo, mais uma vez, da fúria da rede petista na Internet. Na sexta, ele já havia dito que sentia “vergonha” dos atrasos nos preparativos para o Mundial. No sábado, tanto o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, como a presidente Dilma reagiram. Mal citando Nelson Rodrigues, a soberana disparou: “Não temos por que nos envergonhar. Não temos complexo de vira-lata”. Ora, o complexo de vira-lata a que se referia Nelson era um sentimento injustificado e atávico de inferioridade. Ronaldo, ao contrário, se referia a problemas que estão aí, à vista de todos. Nesta segunda, a fúria dos petistas atingiu o paroxismo: o Fenômeno declarou seu apoio à candidatura de Aécio Neves, do PSDB, à Presidência.

Indagada se estava brava com o ex-jorador, a presidente se limitou a um monossílabo: “Não!”. Alguns petistas graúdos expressaram um muxoxo de desagrado, mas a fúria mesmo se espalhou nas redes sociais, sob o comando dos patrulheiros de sempre. Que gente curiosa, não é?

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, hoje filiado ao PT, futuro candidato a deputado federal pelo partido, foi diretor de Seleções da CBF em 2011 e 2012. Tornou-se a face da inauguração do Itaquerão, um dos principais, vamos dizer, “legados” da Copa do Mundo, ainda que apenas para uma fatia (imensa) dos brasileiros. Na inauguração do estádio, lá estava ele como uma espécie de grande mentor.

Muito bem! É claro que os petistas não veem nada de errado na atuação de seu provável futuro deputado federal. Ao contrário até: devem considerar até muito natural que ele dispute a eleição e que tenha se filiado ao PT com todo o estardalhaço a que teve direito. Então o petista Sanchez pode ter sua posição política — e ser candidato! —, e Ronaldo não? Só porque este é membro do tal Comitê Organizador Local? Não consta que os que integram essa instância estejam proibidos de se manifestar sobre qualquer assunto.

Chega a ser engraçado: alguns cobram enfaticamente que, depois da declaração de apoio a Aécio, Ronaldo abandone o tal “Comitê Organizador Local”. Ora, e por que ele deveria fazê-lo? Não consta que estivesse lá porque petista, mas porque Ronaldo. E pertencer ao tal grupo não exclui os seus direitos de cidadão, que é dar seu voto a quem quiser, proclamando a sua escolha. Ou será que o tal COL deveria exigir teste de fidelidade ao governismo?

Pertença ou não ao tal comitê, Ronaldo tem o direito de emprestar seu apoio a quem bem entender. Ele não deve nada ao governo, ao estado, aos políticos. O que ele tem foi conquistado com o seu trabalho. Só faltava agora virar alvo de patrulheiros malsucedidos e amargos.

Por Reinaldo Azevedo

 

Aécio: “O crime é crime na Internet, na máquina de escrever, na Petrobras ou num assalto a um carro na rua”

Aécio, pré-candidato do PSDB à Presidência:  descobrindo os difamadores

Aécio, pré-candidato do PSDB à Presidência: descobrindo os difamadores

O PSDB decidiu entrar com uma representação do Tribunal Superior Eleitoral pedindo que o PT seja multado em razão da criação e administração de perfis em redes sociais que têm o objetivo de atacar o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do partido à Presidência. E por que os tucanos resolveram representar contra o PT? Porque servidores e equipamentos da Prefeitura de Guarulhos, que está no 14º ano de gestão petista, foram usados para administrar e alimentar a página difamatória. Os tucanos também pedirão que Nataly Galdino Diniz, servidora citada como administradora do site, seja punida por improbidade administrativa.

Em nota, a Prefeitura de Guarulhos disse desconhecer o uso de seus equipamentos com fins eleitorais e afirmou que, a cada ano eleitoral, cria um grupo de trabalho para orientar seus servidores.

Entrevistei ontem à noite Aécio Neves para o programa os “Os Pingos no Is” (o áudio está aqui, a partir de 16min15s). Afirmou o senador: “Nós já vínhamos denunciado a tentativa, através da Internet, de os nossos adversários criarem denúncias, fantasias e ofensas em relação ao meu nome. Mas essa questão vem tomando uma gravidade maior, vem se avolumando. São robôs utilizados de forma criminosa para criar um falso debate. E agora os nossos advogados conseguiram provar que uma Prefeitura do PT, veja a gravidade disto!, ao invés de estar preparada para o bom debate, para discutir as suas ideias, para debater o que é importante para o Brasil, utiliza a máquina pública, funcionários públicos, para o cometimento de crimes. Porque isso é crime! E nós vamos tomar as medidas devidas para restabelecer o debate que o Brasil precisa ouvir”.

Perguntei ao senador se uma ação como a do PSDB não poderia ser vista por alguns como tentativa de censurar a Internet. Ele responde: “Absolutamente nenhuma! Aliás, os nossos adversários do PT é que, volta e meia, falam em censura. A Internet é um espaço democrático, transformou a nossa sociedade, e transformou para muito melhor. Agora, o crime é crime na Internet, na máquina de escrever, é crime na Petrobras, é crime quando alguém assalta um carro na rua. E, contra o crime, nós temos de nos levantar. Portanto, nós estamos identificando agora a origem, os instrumentos que são utilizados para o cometimento desses crimes, e não vamos aceitar passivamente a calúnia e a ofensa como arma eleitoral”.

Talleyrand, já citei aqui, afirmou sobre os Bourbons: “Eles não aprenderam nada nem esqueceram nada”. Quando petistas não estão criando dossiês falsos contra adversários — 2002, 2006, 2010… —, aparecem envolvidos nesse tipo de lambança. Fez muito bem Aécio em não deixar barato. E, como se sabe, a prática de recorrer à Internet par o serviço sujo não é estranha ao PT. Há dias, a Polícia Federal descobriu que militantes do partido estavam dirigindo ameaças de morte a Joaquim Barbosa nas redes sociais.

Coisas assim têm tanto a ver com a liberdade de expressão como o assassinato doloso, premeditado e qualificado tem a ver com a legítima defesa. Nada!!! Gente que pratica banditismo não quer se expressar, mas cometer crimes.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo Dilma, sob as barbas de José Eduardo Cardozo, estimula o tráfico de pessoas e a rede “coiotes” no Peru

É do balacobaco! Quando o governo do Acre começou a mandar para São Paulo os haitianos que chegavam àquele estado, acusei, obviamente, a irresponsabilidade do governador Tião Viana (PT) e tentei ouvir, no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele preferiu não falar ao vivo e enviou uma nota em que afirmou, entre outras coisas, o seguinte:
“Durante os últimos três anos, o Ministério da Justiça, por meio da Resolução Normativa, editada pelo Conselho Nacional da Imigração, concede vistos de permanência em caráter humanitário e promove ações de apoio aos haitianos que chegam ao país (…) O Brasil não tem tradição de deportação em massa. Para a recepção dos imigrantes em situação de vulnerabilidade, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome está ampliando em mais de 5 mil vagas a capacidade dos serviços de acolhimento em diversos estados e municípios em todo o país”.

Muito bem! Ponderei, então (o áudio está aqui, a partir de 28min15s), que o visto dito “humanitário”, como estava sendo fornecido pelo Brasil, era uma desumanidade que estava estimulando a indústria da imigração. Respondi ainda que não se estava cobrando deportação em massa coisa nenhuma! O que se pedia era que o governo brasileiro parasse de estimular a imigração ilegal. Mas quê… Os petistas até se orgulhavam, não é? O assunto virou tema de redação do Enem de 2012. Os estudantes eram convidados a exaltar as glórias de um país, o Brasil, que estaria atraindo imigrantes em razão de sua pujança econômica…

Muito bem! Reportagem de Lucas Ferraz e Avener Prado, na Folha desta terça, prova por A mais B que “coiotes” estão promovendo o tráfico de haitianos do Peru para o Brasil. “Coiotes”, como sabem, são pessoas que se especializam em organizar a imigração ilegal.

O tráfico já começa no Haiti ou na República Dominicana. Dali os imigrantes voam para Quito, no Equador. Tem início, então, a jornada terrestre até o Acre. Para tanto, é preciso atravessar o Peru, e é praticamente impossível fazê-lo sem se submeter aos coiotes. Na cidade peruana de Puerto Maldonado, haitianos e africanos são mantidos em albergues pelos coiotes, em regime de cárcere privado — com a porta dos quartos trancadas por fora. A polícia do país é conivente e recebe parte do dinheiro.

Eis no que resultou a dita ação “humanitária” do governo brasileiro. Na prática, a irresponsabilidade gerou no Haiti, na República Dominicana, no Equador, no Peru e, em parte, na Bolívia o mercado de tráfico de gente. A Polícia Federal brasileira nada pode fazer porque, obviamente, não pode atuar em solo peruano. Quando a gente tenta saber por que o governo mantém a política de estímulo à imigração ilegal, é obrigado a ouvir que o governo é contra “deportações em massa”, como se alguém estivesse cobrando tal prática do Ministério da Justiça.

Mais uma contribuição de José Eduardo Cardozo, o Garboso, à civilização.

Por Reinaldo Azevedo

 

Brasil

Passaporte devolvido

paulo roberto

Sem possibilidade de fuga

Paulo Roberto Costa devolveu agora no final da tarde ao STF seu passaporte português. Na semana passada, quando foi posto em liberdade  pelo ministro Teori Zavascki, Costa devolveu seu passaporte brasileiro, como garantia de que não fugiria do país.

Espertamente, guardou (alguém aí imagina o motivo?) o seu passaporte português. Mas o seu providencial esquecimento de nada adiantou: a PF deu por falta do documento.

Por Lauro Jardim

 

Eis aí: uma segurança “Padrão Fifa”. Por que só agora? E depois?

O Poder Público em qualquer país do mundo, por mais avançado que seja, está sempre um pouco aquém das aspirações da população, por mais avançado que seja o país. Isso não é um mal em si. Melhor que seja assim; melhor o inconformismo do que a desesperança. No Brasil, no entanto, o estado oferece serviços tão precários que se pode falar mesmo num divórcio entre o povo e o poder público. Vamos ver.

Está sendo montado em São Paulo, sob a coordenação do governo federal, o chamado QG da Copa em São Paulo — a exemplo do que vai acontecer nas outras capitais que receberão o Mundial. O chamado Centro Integrado de Comando e Controle Regional, informa a Folha, vai reunir várias instâncias da segurança pública: polícias Civil, Militar, Técnico-Científica e Federal, funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), do Corpo de Bombeiros, do Metrô, da CPTM, da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e das Forças Armadas. Todos trabalharão em conjunto, numa sala de operações com 60 terminais de monitoramento. Um delegado da PF estará no comando. O governo federal investiu R$ 66 milhões na iniciativa, por meio da Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos), do Ministério da Justiça. Haverá ainda seis unidades móveis.

Em si, é uma boa notícia. Mas vejam aí um caso em que o “mais” pode ser recebido pela população como o “menos”. Por que só agora, na Copa do Mundo, tentam, então, oferecer uma segurança ou um monitoramento “Padrão Fifa”? Atenção! São Paulo, saibam, é a capital menos violenta do país; a que registra o menor número de homicídios por 100 mil habitantes. Imaginem como é a situação nas demais, algumas delas com o triplo ou quádruplo de mortos. Então um país que registra mais de 50 mil assassinatos por ano — nem a guerra civil da Síria mata tanto — não faz por merecer esse monitoramento de ponta desde sempre?

Sim, essa estrutura vai permanecer depois da Copa e passará a ser gerenciada, em São Paulo, pela Secretaria de Segurança Pública, mas com uma estrutura reduzida — já aí sem a participação do governo federal, por exemplo. O dia a dia no Brasil tem sido de tal sorte insuportável, especialmente nas grandes cidades, que um esquema especial de monitoramento acaba gerando mais críticas do que contentamento. Porque se sabe, e sabemos, que, tão logo a turistada vá embora, a coisa tende a voltar à normalidade da anormalidade: ou é razoável que um país perca 100 mil pessoas por ano, metade assassinada e a outra metade em acidentes de automóvel? É a barbárie brasileira se retoques.

É bom que os governos se preparem. Depois da Copa do Mundo, é possível que as ruas se tornem ainda mais exigentes. E não há mal nenhum nisso. Desde que as reivindicações sejam feitas dentro da lei e da ordem, trata-se da melhor parte da democracia.

Por Reinaldo Azevedo

 

Atraso em seis obras do PAC provoca perda de R$ 28 bilhões

Por Lu Aiko Otta, no Estadão:

A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa. O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

Em todos os casos foi considerado também o custo de oportunidade – o custo do dinheiro público aportado nas obras que ainda não gerou benefícios. “Se o programa deveria ficar pronto em três anos e sai em seis, isso reduz a produtividade global da economia”, diz o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes. Ele explica que a dificuldade em administrar megaprojetos não é exclusiva do Brasil. Porém, os prazos estourados tornaram-se praticamente uma regra, o que merece atenção.

A CNI propõe que o próximo governo, seja qual for, intensifique o programa de concessões em infraestrutura. Para Coelho, esse é um campo em que a economia pode aumentar sua produtividade, visto que as reformas trabalhista e tributária demorarão a sair e gerar efeitos. Sugere, também, iniciativas para melhorar a qualidade dos projetos e para facilitar o licenciamento ambiental. O estudo faz parte de um conjunto de 43 documentos-propostas que serão entregues aos presidenciáveis em junho, quando a entidade pretende fazer um debate dos candidatos com os industriais.

 Foram analisados o aeroporto de Vitória, o principal projeto de esgotamento sanitário em Fortaleza (Bacia do Cocó), a transposição do São Francisco, a Fiol, a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e as linhas de transmissão das usinas do Madeira. A maioria dos projetos ainda está em andamento.

Atraso
Das obras selecionadas, a que causou maior prejuízo foi a transposição do São Francisco. Originalmente estava prevista para terminar em junho de 2010 (eixo Leste) e dezembro de 2012 (eixo Norte).
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Futebol

Estádios da Copa: falta de pisos, azulejos, pias e até privadas nos banheiros; paredes sem pinturas, entulhos de obras…

arena das dunas

Arenas inacabadas

Não tem mais jeito. A pouco mais de duas semanas para o início da Copa, a Fifa já não tem mais esperanças: vários estádios serão palco de jogos sem estar totalmente prontos.

Eis a lista de abacaxis que o torcedor que pagou caro pelo ingresso verá nas arenas, além das partidas: falta de pisos, azulejos, pias e até privadas nos banheiros; paredes sem pinturas, entulhos de obras etc.

A própria Fifa está tocando a obra em alguns estádios mais problemáticos, como o de Curitiba e Natal.

Por Lauro Jardim

 

No sufoco

arena da baixada

Overlay bancado pela Fifa

Acabou o dinheiro para a conclusão dos acabamentos da Arena da Baixada, em Curitiba. A Fifa teve que se coçar e está bancando parte das estruturas provisórias do estádio. Assim, como está fazendo em outros.

No total, a Fifa estima gastar 30 milhões de reais em obras que, pelos contratos, não seriam bancados pela entidade.

Por Lauro Jardim

 

Eleições 2014

Em obras

dilma

À espera do fim das obras

O governo Dilma aposta que em setembro uma montanha de obras ficará pronta, justamente a tempo de impressionar o eleitor na campanha.

Por Lauro Jardim

 

Eleições 2014

80 milhões a menos

Santana: popularidade da presidente em análise

A ameaça da TV paga

Assim como a turma de Aécio Neves e Eduardo Campos, até o entorno de Dilma Rousseff diz que a presidente só subirá nas pesquisas a partir de agosto, com a propaganda gratuita. Como sempre, todos apostam na força da TV.

Mas os marqueteiros terão que enfrentar uma nova realidade nesta eleição: os 18,5 milhões de domicílios que possuem TV paga, o que dá uns 80 milhões de espectadores com chance de mudar de canal e não assistir aos programas eleitorais, obrigatórios só na TV aberta.

Há quatro anos, eram apenas 9,8 milhões de assinantes de TV paga; há oito anos, 4,7 milhões. Portanto, agora o impacto da propaganda gratuita será muito menor, ainda que relevante.

João Santana tem dito a interlocutores que para minorar o problema a solução será os programas de TV interagirem mais com a internet.

Por Lauro Jardim

 

Dilma Rousseff, a que vai se esconder do Itaquerão, repete discurso terrorista de campanha da TV e fala bobagem sobre o presente e sobre o passado

Diilma Rousseff: presidente repete discurso terrorista de campanha da TV

Dilma e o dedo na cabeça: do outro lado, mundo quase desabitado

A presidente Dilma Rousseff participou, neste sábado, de um evento da UJS, a União da Juventude Socialista, do PCdoB. Com aquela pouca destreza para as sutilezas do idioma com que Deus nos dotou a todos (nascemos idiotas, como sabem) — e que, no caso de Dilma, nem o tempo nem a escola conseguiram corrigir —, a presidente anunciou que não vai permitir a volta de “espectros fantasmagóricos”. Ao optar por construção tão especiosa, ela só demonstra que não sabe o que quer dizer a palavra, “espectro”, que vem a ser justamente sinônimo de… “fantasma”! Logo, Dilma promete que vai impedir a volta de “fantasmas fantasmagóricos”. Contra o pleonasmo e a bobagem, ela não fez promessa nenhuma. Pretende deixar tudo como está.

Coitada da Dilma! E coitados de nós, também, caso ela obtenha sucesso na sua empreitada! Entendo esta senhora. Ela é uma ex-comunista (é ex?) e falava num encontro do PCdoB. É natural que seu cérebro estivesse numa espécie de convulsão, não é?, ainda que, ao pensar no assunto, eu imagine, assim, a mente presidencial como um lugar bem pouco habitado. Como esquecer as nove palavras iniciais do “Manifesto Comunista”, de Marx? A elas: “Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo”. Só que o barbudo furunculoso não usava a imagem para assustar o “povo”.

Dilma meteu o pé na jaca, informa a Folha. Segundo a petista, seus adversários, se eleitos, vão promover “desemprego, recessão e arrocho salarial”. E avançou: “Eu não fui eleita para colocar o país de novo de joelhos, para acabar com a política industrial, privatizar empresas. Não fui eleita para varrer a corrupção para debaixo do tapete, como era a prática anterior”.

É tanta bobagem que mal se sabe por onde começar. “Política industrial”??? Segundo um estudo da Fiesp, entre 2004 e 2012, na gestão petista, a participação industrial na atividade econômica totalizou uma perda de 30,8%. A fatia de contribuição do setor manufatureiro para o PIB caiu de 19,2% em 2004 para 13,3% no ano passado. A taxa já é a menor desde 1955, quando a participação chegou a 13,1%. Se cair mais um pouco, o país chegará ao número de 1947 — 11,3% —, tempo em que o Brasil era uma economia rural, primário-exportadora.

Eis aí o resultado da genial “política industrial” do petismo. E por que a indústria precisa ser forte? Ora, perguntem aos países ricos ou à gigante China. Indústria em declínio significa exportação de emprego — e dos melhores empregos. Isso para começo de conversa. De qual “país de joelhos” fala Dilma? Aquele da hiperinflação, ao qual o PT se agarrava com patas e dentes — daí que tenha tentado sabotar o Plano Real de todas as formas possíveis? Quanto à privatização, dizer o quê? Dilma só não privatizou mais porque foi incompetente. Sua menção à corrupção só pode ser humor involuntário.

O discurso do medo, como resta óbvio, é o discurso de quem está com… medo. Estivesse ela flanando nas alturas, como há pouco mais de um ano, a conversa, obviamente, seria outra. A presidente que tenta botar terror nas eleições é aquela que decidiu silenciar na abertura da Copa do Mundo porque sabe bem o que o Itaquerão tinha reservado para ela.

Falar para os engajados da Juventude Socialista é fácil. Vá lá, Dilma, no Itaquerão, enfrentar o povo, cara a cara. Vamos ver se ele também aplaude.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo Federal agora atua para ter uma segurança “padrão Fifa”. Mas só na Copa!

Leiam o que informa Natuza Nery, na Folha. Volto em seguida.
Com receio de que greves na área de segurança criem problemas internos durante a Copa e arranhem a imagem do Brasil no exterior, o governo decidiu atacar os movimentos com ações na Justiça Federal e medidas que atingem o bolso dos grevistas. São duas as principais frentes que serão adotadas na Copa: o governo vai entrar com ações judiciais contra as paralisações, medida que hoje cabe aos Estados, e quer cobrar de líderes de greve que arquem com os custos de eventual emprego da Força Nacional para garantir a ordem pública. Recentemente, uma onda de greves de policiais militares afetou Estados como a Bahia e Pernambuco, e a violência explodiu no período com cenas de saques e depredações. Há indicativos de que novas paralisações de policiais militares, civis e até da Polícia Federal ocorram no período da Copa.
(…)
À Folha o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, revelou o conjunto de medidas contra greves dessas categorias durante o Mundial. “Quem é responsável pela segurança, policial militar ou policial civil, não pode fazer greve, é ilegal.” A União decidiu que irá intervir e não vai deixar só com os municípios e Estados a competência para acionar a Justiça em caso de ameaça de paralisação. “Podemos entrar como assistente do município ou do Estado. Mas, no caso de segurança –e os eventos recentes mostraram isso–, a União adquire legitimidade para tomar iniciativa de buscar coibir práticas ilegais, seja com a Força Nacional, seja por meio da Justiça, proibindo e impedindo a greve. Isso é uma novidade”, disse Adams.
(…)

Comento
Penso o que penso, não é?, e não vou mudar mesmo quando, episodicamente, acabo concordando com uma decisão do governo. Sou contra greve de servidores. E tanto mais quando se trata da área de segurança. É evidente que existem outras formas de protesto.

A única coisa que lamento, no caso, é que o governo federal não se organize para  oferecer uma segurança “Padrão Fifa” o ano inteiro, não é? Chega a ser um pouco acintosa essa preocupação específica com a Copa do Mundo quando o país vive um apagão na área há muitos anos.

E quando não houver mais disputa, presidente Dilma? Tudo volta ao normal — ou melhor, ao anormal?

Por Reinaldo Azevedo

 

PP, PMDB, PSD, PR… Fatias de partidos da base aliada começam a abandonar Dilma Rousseff

Aécio na coletiva de imprensa, ao lado de Ana Amélia, no Rio Grande do Sul (Foto: Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS)

Aécio na coletiva de imprensa, ao lado de Ana Amélia, no Rio Grande do Sul (Foto: Tadeu Vilani/Agência RBS)

No papel e no horário eleitoral, por enquanto ao menos, a presidente Dilma Rousseff dispõe de um latifúndio. Na prática, como diria aquele, é “menas verdade”. O tucano Aécio Neves esteve neste sábado em Porto Alegre para o pré-lançamento da candidatura da senadora Ana Amélia (PP) ao governo do Rio Grande do Sul. Embora o partido da senadora, oficialmente, faça parte da base aliada a Dilma, PP, PSDB e Solidariedade (SDD) gaúchos estarão juntos na disputa local e na nacional. O evento ocorreu na Assembleia Legislativa.

Segundo a última pesquisa Ibope, o governador Tarso Genro (PT), que concorre à reeleição, tem 31% das intenções de voto, contra 38% de Ana Amélia. O PP, um dos partidos mais bem estruturados do Rio Grande do Sul — conta 136 das 497 Prefeituras —, tinha pouco mais de um minuto de tempo de TV. Com o apoio das duas legendas de oposição, ganhará quase quatro minutos a mais. Para o senador tucano, o apoio é importantíssimo: o PSDB tem apenas um deputado federal do estado e 21 prefeituras.

Aezão
No Rio, será lançado no dia 5, informou o Globo, o “Movimento Aezão”, composto de fatias do PMDB e de partidos da base aliada ao governo do Rio que aderiram à campanha de Aécio Neves à Presidência. Além de peemedebistas, estarão presentes representantes do PP, do PSD (que já anunciou apoio a Dilma) e do PPS (que está com Eduardo Campos). O evento foi anunciando anteontem pelo próprio Aécio: “Vamos reunir centenas de lideranças políticas, prefeitos, deputados; esses partidos vão reunir suas bases. Eu diria que é realmente o start da nossa campanha no Rio. É a nossa grande largada”.

Oficialmente,  Pezão apoia a reeleição da presidente. Indagado se convidaria o governador para o encontro, respondeu o tucano: “Pezão é o anfitrião não desse ato, mas do Rio. Esse conjunto de partidos, pelo menos uma parte importante deles, apoia o Pezão. É um movimento de apoio à nossa candidatura e à do Pezão”.

Dissidências
O Planalto está preocupado com as dissidências. A resposta a esse tipo de movimento é sempre muito difícil. Se o partido se deliga da base e passa a apoiar um candidato adversário, a reação é a óbvia: cortam-se os cargos e pronto, e a legenda passa para ao campo adversário. Sem o rompimento formal, não há muito o que fazer. Se o Planalto decide endurecer, a coisa pode piorar.

Nas três últimas eleições presidenciais, o PSDB é que via aliados seus se desgarrando e indo para o campo adversário; o PT, ao contrário, só recebia adesões. Hoje, a situação é inversa. Antes dado como certo, o apoio do PR à reeleição de Dilma também é considerado incerto pelo Planalto.

Por Reinaldo Azevedo

 

Assessora do filho de Zé Dirceu é presa por tentativa de golpe na CEF

Por Maria Lima, no Globo:
A assessora do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), Lucy Mary Silvestre Esteves, foi presa em flagrante neste sexta-feira ao usar um alvará com assinatura falsa do juiz Márcio Augusto Perroni, para sacar R$ 30 mil reais de um suposto pagamento de ordem judicial na Caixa Econômica Federal. O delegado Rogério Lopes, chefe da Divisão Policial do Interior, da Polícia Civil, disse que não encontrou indícios comprovando o envolvimento do deputado e filho do ex-ministro José Dirceu no caso.

Após a prisão, Zeca Dirceu divulgou uma nota anunciando a exoneração da assessora.“Lucy Steves, que exercia a função de telefonista há um ano, já foi exonerada. Se a funcionária cometeu ilegalidades, fez fora do escritório e sem o conhecimento da equipe”, disse o deputado na nota, afirmando desconhecer o suposto esquema para fraudar os saques na Caixa Econômica.

As investigações estão a cargo das polícias Civil e Federal, mas a a acusada está detida nas dependências da Polícia Civil de Umuarama, interior do Paraná. Ao ser presa, a assessora revelou ser contratada pela Câmara Federal, mas prestar serviços ao escritório de Zeca Dirceu de Umuarama.

Segundo o delegado Rogério Lopes, Lucy Mary compareceu a uma agência da CEF, na última quinta, para fazer a retirada dos R$ 30 mil, apresentando uma ordem judicial do fórum de Alto Piquiri, o mesmo onde trabalham sua filha Daniele e atua o juiz Perroni. O gerente da agência, no entanto, duvidou do documento apresentado, adiou o saque para ontem. Nesse tempo, ligou para o juiz, que confirmou a fraude de sua assinatura, e chamou a polícia para preparar o flagrante.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Moura assinou em 2005 atestado de pobreza para obter perdão judicial; cinco anos depois, já era milionário

O Brasil é mesmo uma terra de oportunidades. A maior prova é o deputado estadual petista Luiz Moura (SP), aquele que foi flagrado pela polícia numa reunião com membros do PCC que buscava organizar ataques a ônibus. Ele é amigão do secretário dos Transportes da cidade de São Paulo, Jilmar Tatto, e de Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo (leia post).

Então… Moura foi condenado a 12 anos de prisão por vários assaltos. Também confessou que se envolveu com drogas. Não cumpriu pena, não! Fugiu. Ficou mais de 10 anos foragido.

Vieram a público os documentos de seu perdão judicial (íntegra aqui). O leitor tem de ler. Revela tanta coisa de Banânia!!! Dou destaque a um dos documentos: o atestado de pobreza!!! Vejam.

declaração de pobreza

Retomo
Sim, leitor, o amigão de Tatto e Padilha assinou, no dia 5 de janeiro de 2005, um atestado de pobreza. Para obter o perdão judicial, faz sentido: afinal, cumpre demonstrar que o sujeito foragido não viveu do produto dos crimes cometidos.

Mas sabem como é o Brasil… Lembra o Velho Oeste dos filmes de bangue-bangue. É uma terra de oportunidades… Quatro anos depois, o homem pobre já era sócio da empresa Happy Play Tour — em 2010, segundo sua própria declaração, sua cota valia R$ 4 milhões.

Suas declarações de bens são controversas — a de 2012 é bem inferior à de 2010. Ambas, no entanto, são robustas. O coitadinho que assinou o atestado de pobreza em 2005 já estava assim em 2010:

 declaração de bens moura 2010

Para encerrar este post
E que se note: ele obteve o perdão em 2005. Já era então, um “líder” dos perueiros e já “colaborava” com a gestão petista de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo, em parceria com Jilmar Tatto.

Nunca antes na história de São Paulo!

Nunca antes na história deste país!

Post publicado originalmente às 19h52 desta sexta

Por Reinaldo Azevedo

 

Secretário de Haddad doou R$ 200 mil a petista que participou de reunião com membros do PCC

Por Rogério Pagnan e Gustavo Uribe, na Folha:
O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, bancou quase um terço da campanha a deputado estadual de Luiz Moura (PT) em 2010. O parlamentar, que explora o serviço de transporte na capital, foi flagrado pela polícia num encontro com integrantes da facção criminosa PCC na sede da cooperativa da qual faz parte, a Transcooper. Sozinho, o secretário de Fernando Haddad (PT) fez 23 doações à campanha de Moura, totalizando R$ 201 mil –ou 29% de tudo o que a candidatura arrecadou. O petista elegeu-se com 104.705 votos. Procurado ontem, Tatto se limitou a dizer que sua resposta era a mesma enviada na quinta-feira (22) pela Secretaria de Transportes.

“A relação política que o secretário Jilmar Tatto tem com o deputado Luiz Moura ocorre no âmbito institucional e democrático, da mesma forma que com os demais parlamentares do PT e de outras legendas”, diz a nota. O deputado participou de uma reunião, em março, em que estavam presentes ao menos 13 membros da facção criminosa PCC, segundo investigações da Polícia Civil.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

PT acha grave denúncia contra Moura, mas não pensa em punição

Na Folha:
O presidente estadual do PT em São Paulo, Emídio de Souza, cobrará explicações do deputado estadual Luiz Moura (PT) sobre sua presença em encontro com integrantes da facção criminosa PCC. Segundo informações da cúpula da polícia, ao menos 13 membros do PCC participaram da reunião com o parlamentar, em março deste ano, na sede da cooperativa Transcooper.
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Segundo a Folha apurou, o diagnóstico do partido é o de que a denúncia é grave, mas que os fatos revelados até agora não são suficientes para que se aplique uma punição ao petista. Na segunda-feira (26), o tema deverá ser tratado em reunião da Executiva Estadual do PT em São Paulo.
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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na sexta-feira (23) que só poderá avaliar a possibilidade do contrato com a cooperativa ser cancelado caso o teor da investigação da Polícia Civil seja enviado à prefeitura de São Paulo. “Nós não recebemos nada oficialmente da polícia a esse respeito. Então, se há alguma informação relevante para a prefeitura, quem tem a informação tem de tomar a iniciativa de nos encaminhar”, afirmou.
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Por Reinaldo Azevedo

 

Deputado petista Luiz Moura: um dia reunido com membros do PCC; no outro, com Alexandre Padilha, o homem das amizades complicadas

Vejam esta foto:

Luiz Moura - Padilha

Então… Como diz aquela música, “amigo é coisa pra se guardar/ debaixo de sete chaves…” E Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, é homem de muitos amigos. Um deles é o deputado estadual Luiz Moura.

Quem é mesmo Luiz Moura? É aquele senhor que foi flagrado pela polícia numa reunião que tinha o objetivo de combinar novos ataques a ônibus na cidade de São Paulo. E quem estava presente ao encontro? Justamente… o deputado! Havia nada menos de que 13 membros do PCC no local. Um assaltante de banco então foragido, que integrava a turma, tem condenações que somam SETENTA ANOS. O encontro acontecia da sede Transcooper, uma cooperativa de vans da qual o deputado é presidente de honra. Ele também é integrante da diretoria da Confetrans – Confederação Nacional das Cooperativas de Transporte – e da Fecotrans, que é a federação. Moura é um ex-presidiário condenado a 12 anos de cadeia por assaltos à mão armada. Não cumpriu a pena porque fugiu. Permaneceu 10 anos foragido e surgiu reabilitado, obtendo perdão judicial. No período em que permaneceu clandestino, juntou um patrimônio de R$ 5 milhões na área de transporte e postos de gasolina. Um empreendedor nato!

Padilha foi à festa de aniversário de Moura, que serviu ainda como uma espécie de pré-lançamento de sua candidatura ao governo do Estado. Acho superbacana esse trânsito todo do deputado petista, né? Num dia, ele está numa reunião com membros do PCC; no outro, com o candidato do PT ao governo do Estado, ex-ministro da Saúde e um dos principais nomes do partido. Convenham: as circunstâncias, não eu, acabam aproximando duas siglas: PT e PCC — este segundo se assume oficialmente como o partido do crime.

Mais algumas fotos da festança. Volto em seguida.

A partir da esquerda, Luiz Moura, Senival Moura e Padilha: tudo positivo, moçada!!!

A partir da esquerda, Luiz Moura, Senival Moura e Padilha: tudo positivo, moçada!!!

Padilha não se contentou em comparecer: ele discursou com entusiasmo na festança

Padilha não se contentou em comparecer: ele discursou com entusiasmo na festança

Amigo de fé, irmão, camarada: o abraço amigo e palavras ao pé do ouvido

Amigo de fé, irmão camarada: o abraço amigo e palavras ao pé do ouvido

Tratou-se de um festão mesmo, coisa podre de chique, como se diz por aí

Tratou-se de um festão mesmo, coisa podre de chique, como se diz por aí

Amigos problemáticos
Padilha tem amigos esquisitos no PT. Como esquecer este vídeo, não é?

Encerro
As fotos estão na página do Facebook do fotógrafo do evento. Ele informa que, entre os petistas ilustres, estava o vereador Jair Tatto, irmão do deputado federal licenciado Jilmar Tatto, hoje secretário de Transportes da cidade de São Paulo. A família Tatto é ligada a isso que chamam “transporte alternativo” — cooperativas de vans e de ônibus. Um dos principais aliados dos Tatto é justamente Luiz Moura, que vem a ser o cara que estava na tal reunião com membros do PCC, onde se planejavam ataques a ônibus. Não obstante, na terça, Jilmar preferiu atribuir à PM parte do caos que tomou conta de São Paulo.

E isso tudo é apenas… fato!

Por Reinaldo Azevedo

 

Ronaldo critica atrasos na Copa: “Me sinto envergonhado”

Na VEJA.com:
Integrante do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, Ronaldo disse estar envergonhado pelos atrasos e problemas enfrentados pelo Brasil às vésperas do início do Mundial. Em entrevista à agência Reuters na sexta-feira, o ex-jogador culpou os governantes pelos projetos envolvendo a organização do Mundial que só ficaram no papel e defendeu que o torneio não é o “grande vilão” do país.

Ronaldo acredita que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil pelo não cumprimento de prazos são justas, já que o país sabia desde 2007 das exigências da entidade. “De repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, lamentou.

Apesar dos atrasos, Ronaldo confia que todos os estádios estarão prontos para a Copa. O ex-jogador, no entanto, criticou os governantes do país, que ele apontou como responsáveis pelos problemas enfrentados nos preparativos para o torneio. “A Copa do Mundo é uma ferramenta que trouxe uma série de investimentos para o nosso país. Poderia ter sido perfeito, se fizessem tudo o que prometeram, mas isso não tem a ver com Copa do Mundo, tem a ver com os governos que prometeram e não cumpriram.”

Protestos
Para Ronaldo, a realização do torneio no Brasil não deveria ser alvo de protestos. Desde junho do ano passado, manifestantes criticam os gastos do país com a organização do Mundial. A possibilidade de protestos violentos durante a Copa é uma das maiores preocupações da Fifa e do governo. “As pessoas olham o Mundial como o grande vilão do nosso país e não é. A gente não pode esquecer que o nosso Brasil não era essa maravilha toda antes da Copa do Mundo. Era igual ou pior”, afirmou Ronaldo.

Por Reinaldo Azevedo

Aldo Rebelo e Dilma rebatem Ronaldo

Na VEJA.com:
O Ministro do Esporte Aldo Rebelo respondeu, na tarde deste sábado, às críticas do ex-jogador Ronaldo à organização da Copa do Mundo. Rebelo afirmou que, como integrante do Comitê Organizador Local (COL), Ronaldo dava um “chute contra o próprio gol” ao se dizer envergonhado com os problemas enfrentados pelo Brasil nos preparativos para a competição. A presidente Dilma Rousseff defendeu a organização do mundial no Brasil e disse, durante discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, que o país não tem do que se envergonhar. Em entrevista à agência Reuters, Ronaldo afirmou que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil pelo não cumprimento de prazos são justas, já que o país sabia desde 2007 das exigências da entidade. “De repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, lamentou. A entrevista teve ampla repercussão internacional.

 Além de se contrapor a Ronaldo, o ministro repetiu o mantra de que não há motivo para aflição. “Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais”, disse ele. “Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha.” Para Rebelo, o governo cumpriu seu papel no “esforço de construção e de desenvolvimento do Brasil”.

 Também no sábado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista ao jornal suíço Le Temps apontou uma das razões pelas quais um país que tem notórias deficiências de gestão e mão de obra especializada, e um igualmente notório excesso de burocracia, acabou se enredando no cipoal em que se encontra dias antes do início da Copa. Segundo Blatter, o Brasil chegou a propor a construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014, duas vezes mais que a exigência da entidade. No final, as sedes foram 12 — e Blatter fez questão de ressaltar que a decisão de levar a Copa para lugares como Manaus foi do governo brasileiro, e não da Fifa.

Por Reinaldo Azevedo

 

Colômbia: candidato contra acordo com narcoterroristas sai na frente; Santos pode pagar caro por traição política

Óscar Iván Zuluaga, o candidato de Álvaro Uribe, sai na frente e se torna o favorito

Óscar Iván Zuluaga, o candidato de Álvaro Uribe, sai na frente e se torna o favorito

A eleição colombiana será decidida em segundo turno, no dia 15 de junho, entre o candidato do Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, que obteve 29,26% dos votos, e o atual presidente, Juan Manual Santos, que chegou em segundo, com 25,68%. A conservadora Marta Lúcia Ramirez ficou em terceiro, com 15,53%, e a esquerdista Clara Lópes, em quarto, com 15,23%. A chance de Santos ser derrotado é enorme — tomara que aconteça! Quem olhasse para a Colômbia de quatro anos atrás jamais apostaria no cenário que aí está. Explico.

Álvaro Uribe foi eleito pela primeira vez em 2002 e se reelegeu em 2006. É o homem que tirou a Colômbia do caos. Foi ele quem organizou o embate contra as Farc — que nunca foi tão pequena, embora reúna ainda alguns milhares: estima-se que o contingente esteja entre 6 mil e 8 mil cabeças. Seus principais líderes foram mortos pelo Exército colombiano, e só por isso o país conseguiu respirar, embora ainda tenha pedaços da selva sob o controle dos narcoterroristas e narcotraficantes. Um país que estava à beira da desconstituição passará a ter, segundo o FMI, o segundo PIB nominal da América do Sul no ano que vem, superando a Argentina, e o terceiro da América Latina, atrás apenas do Brasil e do México.

Muito bem! Quem pôs a Colômbia nessa rota? O nome dele é Álvaro Uribe, o presidente que quebrou a espinha das Farc e que tentou uma manobra para ser candidato a reeleição uma segunda vez, em 2010, mas a Corte Constitucional do país o impediu. Ele lançou, então, seu ministro da Defesa como o nome para sucedê-lo, uma eleição que era uma barbada. E esse ministro era justamente Juan Manuel Santos, o atual presidente, que faz uma gestão tecnicamente virtuosa. A Colômbia legal é um país razoavelmente arrumado.

Acontece que Santos, oriundo de uma das mais tradicionais e ricas famílias do país, decidiu ensaiar voo próprio e se desligar de Uribe. E esse pode ter sido seu erro. Aquele que, a serviço do uribismo, conduziu com mão de ferro a luta contra as Farc decidiu iniciar negociações com os narcoterroristas. Em linhas gerais, seu plano é levar as Farc para a legalidade. Os bandidos deporiam armas e passariam a disputar eleições, depois de uma ampla anistia. Na sua configuração atual, as Farc existem desde 1964 — é o mais antigo grupo dessa natureza em atividade no continente. Segundo a ONU, perto de 600 mil pessoas já morreram em decorrência de suas ações e mais de três milhões ficaram desabrigadas porque tiveram de deixar suas propriedades e povoados. Está em curso, diga-se, um plano de assistência para essas famílias — uma espécie de Bolsa Família para as vítimas do terrorismo.

As conversações com as Farc acontecem em Cuba. Setores crescentes da sociedade colombiana se opõem à proposta do presidente — incluindo Francisco Santos, seu primo, que foi vice de Uribe por oito anos e o acusa de ser aliado do terror, o que, vênia máxima, faz sentido. Os que votaram em Santos em 2010 não o fizeram para que ele fizesse um acordo de paz com a canalha, sob a mediação cubana. Ao contrário: votaram no ministro da Defesa que desferiu duros golpes os facínoras. Ele resolveu dar um passa-moleque nesse eleitorado e em Uribe, que não teve dúvida: fez um outro candidato.

Com o apoio do ex-presidente, Óscar Iván Zuluaga passa a ser o favorito. Santos, que faz um bom governo, pode pagar um preço alto pela traição política.

Por Reinaldo Azevedo

 

Putin deve cobrar alguma concessão do “Rei do Chocolate” para ter um bom pretexto para recuar

Petro Poroshenko, pró-Ocidente, deve ter vencido  a eleição na Ucrânia

Petro Poroshenko, pró-Ocidente, deve ter vencido a eleição na Ucrânia

Tudo indica que o magnata Petro Poroshenko, conhecido como o “Rei do Chocolate”, venceu a eleição na Ucrânia no primeiro turno. Pesquisas de boca de urna lhe dão em torno de 56% dos votos. É o fim da crise? Ainda não. Embora tenha experiência política e trânsito — já foi ministro da Economia e das Relações Exteriores e é dono da cadeia de confeitarias Roshen e de um canal de televisão —, Poroshenko deve ser eleito apenas pela população da, digamos assim, Ucrânia ocidental, muito especialmente Kiev, e isso será fonte permanente de dor de cabeça. Nas cidades rebeladas do Leste, que são pró-Rússia, praticamente não houve eleição. Os separatistas não deixaram e não reconhecem o pleito. É o caso de Donetski, por exemplo, onde está o epicentro do separatismo.

Assim, é evidente que os separatistas vão acusar a ilegitimidade do presidente eleito e tentarão manter seu movimento de “resistência”. Poroshenko conseguirá estabelecer alguma forma de negociação? É o que se espera. E é possível que, sob certas condições, Vladimir Putin esteja disposto a ouvir. Parece sandice supor que a Rússia pretenda manter uma presença militar na Ucrânia. O que ele quer ali é um aliado — ou, vá lá, um governo que não seja hostil.

Poroshenko é pró-Ocidente e defende a integração do país à Europa — raiz do conflito. Mas sob quais condições? Eis a questão. A elite ucraniana, até agora, tem protagonizado desastres em série. Quem opera política externa sabe que e preciso que os países se preocupem também com o vizinho. E a Ucrânia parece ter esquecido quem estava logo ali, do outro lado da fronteira.

É claro que Putin vai ficar de olho na não-participação do Leste do país e terá sempre uma carta na manga: a suposta ilegitimidade do processo eletivo. Mas tendo a achar que ele vai usar essa fragilidade para negociar uma submissão, digamos, altiva dos ucranianos: o preço de reconhecer a vitória de Poroshenko deve ser a cobrança da fidelidade a Moscou. Ainda que o país venha a fechar um acordo com a União Europeia, Putin deve arrancar a garantia de que não se fará política anti-Rússia por ali. Na retórica ao menos, o presidente eleito diz que não vai reconhecer a anexação da Crimeia. É conversa mole. Isso já está fora de questão.

Ainda que os movimentos separatistas gozem de certa autonomia, é evidente que irão até onde Moscou permitir. Poroshenko na Presidência da República não terá mais facilidade, por exemplo, para impor uma solução militar do que tem o atual governo. Esta, Putin já deixou claro, é inaceitável. O que o presidente russo pode alegar agora é que haverá alguém com um pouco mais de legitimidade com quem conversar, já que ele se nega a falar com o governo interino da Ucrânia, que considera golpista.

Putin certamente tentará arrancar de Poroshenko alguma concessão que justifique um recuo. Duvido que tenha a intenção de manter um Exército de ocupação no Leste da Ucrânia, ainda que boa parte da população, de origem russa, pudesse ver a intervenção com bons olhos. O mundo já engoliu a Crimeia. Não é possível criar outra.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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