No dia em que a herdeira dos gigolôs da bola anunciou a consumação do roubo, o confronto entre o exército da selva e a PM piorou

Publicado em 28/05/2014 09:53 e atualizado em 28/05/2014 19:10
por Augusto Nunes, de veja.com.br

Direto ao Ponto

No dia em que a herdeira dos gigolôs da bola anunciou a consumação do roubo, o confronto entre o exército da selva e a PM piorou o que já era um programa de índio

Foro: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Até os tufos de grama dos estádios superfaturados sabiam que a Copa do Mundo tem tudo para virar um tremendo programa de índio. Mas nem o mais finório dos cartolas poderia imaginar que, nesta terça-feira, os antigos donos da terra conseguiriam piorar o que já parecia exemplarmente ruim. Como informa o site de VEJA, a proeza foi consumada pelo inverossímil combate travado nas cercanias do Estádio Mané Garrincha por uma tropa de 400 índios e um pelotão formado por 500 integrantes da PM de Brasília.

Segundo os caciques de uma certa Mobilização Nacional Indígena, os combatentes compostos por recrutas originários de 100 tribos distintas pretendiam apenas “entregar uma taça de sangue” a algum figurão do governo federal, num ato de protesto contra mortes de caciques atribuídas a policiais. Os planos mudaram quando os guerreiros que misturavam cocares com tênis ou saiotes típicos com calças jeans toparam com bando de civis que marchavam sobre a arena mais cara fora do mundo árabe para outra manifestação contra a gastança da Copa.

Para impedir que os inimigos se aproximassem do local onde está em exposição a taça que será entregue ao vencedor do certame, soldados a cavalo e índios pintados com as tingas da guerra protagonizaram a versão brasileiríssima de um espetáculo que só pode ser visto em velhos faroestes ou na Disneyworld. A diferença estava no armamento: as bombas de gás lacrimogêneo e as balas de borracha usadas pela PM eram tão reais quanto os arcos e flechas sobraçados pela infantaria da selva. No Twitter, a página do Conselho Indigenista Missionário garantiu que três índios foram feridos. Uma foto exibida pela PM atesta que pelo menos um fardado foi atingido por uma flechada.

As imagens do conflito, transmitido ao vivo por emissoras de TV e já noticiado com destaque pela imprensa internacional, vão exigir acrobacias retóricas especialmente ousadas dos espertalhões que miraram nas urnas e acertaram o próprio pé. Principal responsável pela transformação do Brasil em província provisória da Fifa, Lula logo estará recitando mais uma vigarice panglossiana. Talvez enxergue no episódio uma prova contundente de que, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, aqui os índios são uma espécie em expansão. Talvez prefira jurar que tudo não passou de uma inventiva homenagem a Garrincha, o mais famoso descendente de índios da história do futebol.

Se os caçadores de votos são forçados a correr atrás do prejuízo, os mais notórios caçadores de dólares já dormem em paz. “O que tinha que ser gasto, roubado, já foi”, informou há poucas horas Joana Havelange. Eis aí o que se pode qualificar de “fonte bem informada”. Mais que integrante do comitê local da Copa, Joana é filha de Ricardo Teixeira, que hoje gasta em Miami o que embolsou enquanto presidiu a CBF, e neta de João Havelange, o ex-chefão da Fifa que transformou a dona do futebol mundial na Casa da Moeda dos Supercartolas. Esses se afastaram da cena do crime antes da chegada do camburão.

Continuam em ação os que, além de muito dinheiro, querem ganhar a eleição. De olho na divisão do produto do roubo, podem perder a chance de escapar. E nunca estiveram tão perto de cair fora do poder.

Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados

Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados

 

História em Imagens

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Tags: Dilma RousseffmanifestaçãoprofessoresSeleção Brasileira

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Blog Augusto Nunes (VEJA)

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1 comentário

  • Antonio Carlos Nogueira Fortaleza - CE

    Lamentável o que estamos assistindo e tomando conhecimento do que está transformando o evento Copa do Mundo. No recorde de gastança de dinheiro publico. Vamos recordar; quando o Sr Lula conseguiu que o Brasil fosse escolhido pais sede para promover o evento, entregou um projeto que na copa os estádios seriam construídos pela iniciativa privada e que as obras dos entornos das arenas bem como a melhoria das condições de transportes e infraestrutura serem realizadas com investimentos publico, o que é perfeitamente normal. Os aeroportos seriam ampliados e passados a iniciativa privada em parte pois a Infraero continua através de partilha com investidores privados. Tudo perfeito no papel, projetos aprovados pela Fifa e o sonho para a realização de uma copa perfeita, a Copa das Copas que a presidente Dilma rotulou. Até o nosso povo aplaudiu e comemorou Ai começaram os problemas, a Fifa queria o evento em 8 cidades e o Sr. Lula brigou e conseguiu estender para 12 sedes. Quem disse que foi jogada politica para atrair mais eleitores acertou ou não? Essa empreitada parece foi para uso politico eleitoreiro. Cidades sem equipes de futebol com campeonatos deficitários com pouco publico e sem patrocinadores é obvio pela atratividade, arenas como Brasília, Manaus Cuiabá e até Natal foram incluídas, não se justifica a construção desses templos. Bem depois para viabilizar o projeto e como iniciativa privada ficou de fora, pois esse governo perdeu a confiança juntos aos investidores pela continua interferência nos contratos existentes (quebra)no setor de energia, nas concessionarias de estradas, no setor produtivo e querendo tabelar o lucro dos investidores nas partilhas.

    Sobrou para o contribuinte que não tem educação, segurança, estradas, portos, bancar as obras de tudo com gastos de uma montanha de dinheiro dos impostos.

    Normal que o povo revoltado com essa situação, vá para as ruas manifestar o seu descontentamento e essas manifestações seriam ainda maiores com mais gente ordeira saindo nas ruas, não fosse o movimento ter a interferência de vândalos, partidos políticos, movimento dos sem teto, e outros que provoca a tronculência da policias, afastando aqueles que não querem bagunça e sim externar seu descontentamento. Lamentável, no pais do futebol quando poderíamos mostrar nossa força, nossos pontos turísticos iremos mostrar a cultura do improviso, obras inacabadas outras entregues na ultima hora e a desconfiança de maracutaias com dinheiro dos impostos, financiamentos com dinheiro deo BNDS para governo e clubes de futebol e um legado que passa dúvidas para usufruto do seu povo.

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