Carvalho, por enquanto, vence braço de ferro, com auxílio de Lula, e fica no governo, sabotando-o. Então que fique!

Publicado em 25/07/2014 09:18 e atualizado em 28/08/2014 13:39
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Carvalho, por enquanto, vence braço de ferro, com auxílio de Lula, e fica no governo, sabotando-o. Então que fique!

Gilberto Caralho: Lula vence batalha e mantém seu espião no governo

Gilberto Carvalho: Lula vence batalha e mantém seu espião no governo

Dedico nesta sexta, na Folha, mais uma coluna a Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, vejam lá. A presidente Dilma Rousseff já percebeu que ele não é exatamente alguém que lute para que ela se reeleja. Em certa medida, pode até fazer o contrário: Carvalho é o tipo de militante que, caso considere que a doutrina partidária está sendo contrariada, prefere a derrota que purifica à vitória que não honra os fundamentos.

A luta dos que tentam botar Carvalho para fora do Ministério continua, a começar de Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil. Mas não será fácil. E, por enquanto ao menos, os seus adversários internos foram derrotados. A razão é simples. Luiz Inácio Lula da Silva, o chefão nº 1 do PT, entrou em ação para manter no Planalto o chefão nº 2 do partido — justamente Carvalho, que atua como seus olhos, mãos e ouvidos. Segundo a família de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André, as mãos de Carvalho carregaram bem mais do que um destino.

Carvalho é o Savonarola do PT e do Planalto, aquele que se apresenta como o chefe da doutrina e o purificador, o que lhe rende também simpatias em amplos setores da imprensa, que o veem como um homem sem ambições pessoais. Quem quiser que se comova. Tomem o caso do Decreto 8.243, aquele que disciplina a participação dos movimentos sociais no governo federal. É claro que a presidente Dilma não foi obrigada a assinar aquela porcaria. Por sua própria vontade, no entanto, isso seria deixado pra lá. Quem forçou a mão foram setores do PT e, evidentemente, Carvalho. Diante da resistência da Câmara — na verdade, do Congresso —, em vez de buscar a conciliação, o convencimento, o entendimento, ele anuncia uma “guerra” e uma “luta até o fim”.

De junho do ano passado a esta data, a Carvalho cabia o chamado “diálogo” com os movimentos sociais — ou por outra: a sua função era justamente desarmar o gatilho das manifestações violentas, que acabaram caindo no colo de Dilma Rousseff. E o que se sabe hoje? Este senhor resolveu bater um papinho com black blocs. Sob a sua gestão, a questão indígena se tornou, literalmente, um assunto que se debate com arco, flecha e balas. Carvalho tentou até mesmo, como esquecer?, transformar os rolezinhos numa guerra racial.

Este senhor não é exatamente um homem, mas uma personagem. Num romance como “O Nome da Rosa”, por exemplo, de Umberto Eco, ele seria um daqueles obcecados que se moveriam nas sombras, com convicção inquebrantável, em nome de alguma doutrina morta. Se estivesse em “Criação”, de Gore Vidal, caber-lhe-ia o papel de um dos eunucos da corte persa, defendendo valores nos quais o próprio imperador não acredita.

Lula agiu para Carvalho continuar no governo. Dilma que se vire com os seus sabotadores.

Por Reinaldo Azevedo

 

Pasadena – Lula tentou interferir em julgamento do TCU. Até vaga no STF foi usada para pressionar ministros a aprovar operação; deu errado! US$ 792 milhões de prejuízo é apenas parte da herança maldita do PT na Petrobras

José Múcio: ministro do TCU foi chamado a SP por Lula para discutir Pasadena

José Múcio: ministro do TCU foi chamado a SP por Lula para discutir Pasadena

O julgamento do TCU sobre a compra da refinaria de Pasadena entrará para a história como um emblema da ação do PT na gestão ruinosa da Petrobras. Destaco mais uma vez: tratou-se da investigação de uma única operação numa única empresa. Prejuízo: US$ 792 milhões. Imaginem quando o país tiver condições de fazer a devida contabilidade do tamanho do estrago… Ainda chegará a vez de analisar a refinaria de Abreu e Lima, por exemplo.

E olhem que esse relatório do TCU foi negociado, com muitas idas e vindas. Há versões bem mais severas.  Mas já se falou bastante a respeito. O meu ponto agora é outro. Luiz Inácio Lula da Silva, ele mesmo!, tentou pessoalmente interferir no resultado do julgamento do TCU.

Chamou para uma conversa em São Paulo, no que foi atendido, o ministro Múcio Monteiro, que foi titular das Relações Institucionais em seu governo e está hoje no TCU. O chefão petista queria que o seu interlocutor fosse o portador de mensagem sobre a necessidade de não se condenar ninguém. Ele sabe o que disse a Múcio, e Múcio sabe a conversa que manteve com os seus pares de tribunal. Lula, no entanto, não logrou o seu intento.

Na tentativa de impedir a condenação da operação, acreditem!, até mesmo uma vaga no Supremo Tribunal Federal — vocês leram direito! — passou a circular como moeda de troca. O contemplado seria justamente alguém do TCU. Tivesse se realizado o negócio, creio que a nomeação entraria para o livro de recordes como a mais cara cadeira jamais entregue a um ministro de corte superior no Ocidente. Em reais: teria custado  R$ 1.758.240.000,00.

E esse foi apenas parte do jogo pesado. José Jorge, relator do caso no tribunal, passou a ser ameaçado de forma nada velada com uma avalanche de denúncias envolvendo o seu nome caso insistisse na condenação da operação. Resistiu. Os companheiros não brincam em serviço. Nunca! Também não aprendem nada nem esquecem nada. 

Por Reinaldo Azevedo

 

Antes de conceder liberdade a black blocs, desembargador mistura no Twitter Lupicínio Rodrigues (by Caetano Veloso) com o Hino da Proclamação da República

Caetano Veloso fantasiado de black bloc: desembargador cita trecho de uma letra sua no Twitter antes de conceder habeas corpus

Caetano Veloso fantasiado de black bloc: imagem inesquecível

Na democracia, decisão da Justiça, a gente respeita, mas discute, sim. Ou existiria uma espécie de tirania do Judiciário, não é? E é evidente que ninguém quer isso. Assim, debato aqui a escolha e ponho em questão os critérios do desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele concedeu habeas corpus às 23 pessoas que tiveram prisão preventiva decretada em razão de atos violentos praticados nas manifestações do Rio de Janeiro.

À reportagem de VEJA.com, como se lê no post anterior, doutor Darlan confessou não ter lido o processo na íntegra (eu também não, claro!), mas ter-se baseado em informações fornecidas pelo juiz Flávio Itabaiana Nicolau, que havia decretado as prisões. Assim, onde um viu motivos para mandar prender, o outro viu motivos para mandar soltar.

Sei o que veio a público até agora. As gravações me parecem muito eloquentes, bem como os elos entre os acusados. O desembargador optou pela liberdade com medidas cautelares: entrega de passaportes em 24 horas, comparecimento mensal à 27ª Vara Criminal da Capital do Rio, proibição de sair da cidade sem prévia autorização da Justiça.

Vamos lá.

Hoje em dia, vocês sabem, quase todo mundo está nas redes sociais. Eu também — embora só use o Twitter e o Facebook para reproduzir trechos e links dos meus textos. Leio que doutor Darlan, pouco antes de tomar a sua decisão, resolveu fundir Lupicínio Rodrigues, que foi resgatado por Caetano Veloso, com o Hino da Proclamação da República, cuja letra é de Medeiros e Albuquerque, e mandou ver no “Face”: “O pensamento parece uma coisa à-toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar” (Lupicínio), emendando “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós!”.

Então… Parece ser, assim, uma mensagem carregada de simbolismos, não é? Fica a sugestão de um desembargador libertário contra, sei lá, a fúria punitiva do estado talvez…  Parece-me um falso paradoxo. Mas como deixar de apontar o que segue?

Caetano é aquele cantor que se deixou fotografar com um pano preto na cabeça, imitando a, como dizem, “estética black bloc”. As “asas da liberdade que se abrem sobre nós” é uma referência ao Hino da Proclamação da República, que também já virou samba-enredo de escola de samba. Não sei qual dos dois o doutor citava…

Se há coisa que os black blocs não respeitam é o fundamento da “Res Publica”, da “coisa pública”. Por isso saem quebrando tudo por aí, sejam bens coletivos, sejam bens particulares. Por fragmentos de entrevistas que concedem — eles próprios ou seus defensores —, nota-se que têm uma concepção muito particular de democracia, que despreza os valores consagrados pela maioria da população, que entende que o respeito à lei e à ordem democrática é um pressuposto básico das liberdades públicas e individuais.

O desembargador tomou a sua decisão. Eu lamento que assim seja. E, a meu ver, os valores democráticos também.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ação do governo Dilma contra Israel: só antiamericanismo ou também antissemitismo?

Eu sempre espero as piores coisas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. E não foi diferente desta vez. O Itamaraty, sob o comando do ministro Luiz Alberto Figueiredo, emitiu uma das notas mais intelectualmente delinquentes da sua história — no caso, sobre o conflito israelo-palestino. Eu a reproduzo em vermelho e comento em seguida.

O Governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças.

O Governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes.

Diante da gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, adotada no dia de hoje.

Além disso, o Embaixador do Brasil em Tel Aviv foi chamado a Brasília para consultas.

Retomo
Em linguagem diplomática, “chamar um embaixador para consultas” implica uma espécie de agravo ao país no qual está a representação brasileira. Com isso, o Brasil envia uma mensagem desnecessariamente hostil a Israel.

Observem que o texto defende um cessar-fogo entre as partes, mas se refere apenas à reação israelense, considerada “desproporcional”, sem nem mesmo uma menção aos foguetes disparados pelo Hamas. Há até uma questão de lógica: para um cessar-fogo, é preciso que haja… troca de fogo! Tem-se a impressão de que Israel não é o estado originalmente agredido.

A votação no Conselho de Direitos Humanos na ONU, que, mais uma vez, joga a responsabilidade exclusivamente nas costas de Israel, é uma farsa. É um acinte que a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fale em possíveis “crimes de guerra” de Israel sem mencionar o fato de o Hamas recorrer a escudos humanos.

É um escárnio que o governo brasileiro seja mais duro com Israel do que, por exemplo, com o carniceiro Bashar Al Assad, da Síria. Só para arrematar: em 2006, na gestão Lula, com Celso Amorim à frente do Itamaraty, o Brasil se absteve de uma resolução condenando o governo do ditador Omar al-Bashir, do Sudão, pelo massacre de pelos menos 500 mil cristãos em Darfur.

Para o governo petista, Assad e Bashir são caras batutas. Quem merece condenação é o estado de Israel, que já recebeu uns 2 mil foguetes do Hamas em 15 dias.

O histórico da hostilidade dos governos petistas com Israel está relacionado, num primeiro momento, ao antiamericanismo bronco dos companheiros: se os EUA apoiam os israelenses, então os nossos brucutus vermelhos vão se opor. No caso, no entanto, a omissão aos ataques do Hamas é tão acintosa que cabe indagar se não há em nota tão delinquente um componente antissemita.

Por Reinaldo Azevedo

 

Israel reage a nota indigna do governo Dilma e diz que ela explica por que o Brasil é politicamente irrelevante. E está certo! Judeus brasileiros protestam contra Itamaraty

Nestes últimos 12 anos, o Brasil se acostumou à diplomacia de chanchada, à diplomacia circense, à diplomacia momesca. Um presidente brasileiro percorreu, por exemplo, ditaduras árabes e se abraçou a facínoras. Emprestou integral apoio a tiranos, enquanto o povo morria nas ruas. Flertou com aiatolás atômicos, negou-se a condenar homicidas em massa na ONU, apoiou e apoia protoditaduras latino-americanas. De A a Z, a política externa brasileira percorreu todos os verbetes da indignidade.

O auge da estupidez estava reservado para uma nota emitida nesta quarta. O Itamaraty publicou um verdadeiro repto contra Israel, hoje em guerra com o Hamas, e convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv. Para vergonha da história, o Ministério das Relações Exteriores emitiu a seguinte nota:
O Governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças.
O Governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes.
Diante da gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, adotada no dia de hoje.
Além disso, o Embaixador do Brasil em Tel Aviv foi chamado a Brasília para consultas.

Como já destaquei aqui, chamar de volta um embaixador é um ato hostil ao outro país. Observem que o governo do Brasil não censura, nessa nota, os ataques feitos pelo Hamas, tratando Israel como mero estado agressor.

Os israelenses reagiram com dureza e fizeram muito bem. Um país que luta contra inimigos poderosos não tem tempo para palhaçadas. Disse a chancelaria de Israel: “O comportamento do Brasil ilustra por que esse gigante econômico permanece politicamente irrelevante”. Segundo aquele governo, o nosso país escolheu “ser parte do problema em vez de integrar a solução”.

É uma reação à altura da indignidade da nota emitida pelo Brasil. Agora, Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores, tenta minimizar o mal-estar, afirmando que a discordância entre países amigos é rotina. Mas emenda: “O gesto que tinha que ser feito foi feito. O Brasil entende o direito de Israel de se defender, mas não está contente com a morte de mulheres e crianças”.

Não me diga! E quem está contente com a morte de mulheres e crianças? Se o Brasil entende o direito de Israel de se defender, deveria ter deixado isso claro na nota. Em vez disso, preferiu transformar o conflito numa luta entre o bem e o mal.

Judeus no Brasil também se manifestaram contra a estupidez. A Confederação Israelita do Brasil emitiu uma nota, que segue:
A Confederação Israelita do Brasil vem a público manifestar sua indignação com a nota divulgada nesta quarta-feira pelo nosso Ministério das Relações Exteriores, na qual se evidencia a abordagem unilateral do conflito na Faixa de Gaza, ao criticar Israel e ignorar as ações do grupo terrorista Hamas.
Representante da comunidade judaica brasileira, a Conib compartilha da preocupação do povo brasileiro e expressa profunda dor pelas mortes nos dois lados do conflito. Assim como o Itamaraty, esperamos um cessar-fogo imediato.
No entanto, a lamentável nota divulgada pela chancelaria exime o grupo terrorista Hamas de responsabilidade no cenário atual. Não há uma palavra sequer sobre os milhares de foguetes lançados contra solo israelense ou as seguidas negativas do Hamas em aceitar um cessar-fogo.
Ignorar a responsabilidade do Hamas pode ser entendido como um endosso à política de escudos humanos, claramente implementada pelo grupo terrorista e que constitui num flagrante crime de guerra, previsto em leis internacionais.
Fatos inquestionáveis demonstram os inúmeros crimes cometidos pelo Hamas, como utilização de escolas da ONU para armazenar foguetes, colocação de base de lançamentos de foguetes em áreas densamente povoadas e ao lado de hospitais e mesquitas.
Também exortamos o governo brasileiro a pressionar o Hamas para que se desarme e permita a normalização do cenário político palestino. Lamentamos ainda o silêncio do Itamaraty em relação à política do Hamas de construir túneis clandestinos, em vez de canalizar recursos para investir em educação, saúde e bem-estar da população na Faixa de Gaza.
A Conib também lamenta que, com uma abordagem que poupa de críticas um grupo que oprime a população de Gaza e persegue diversas minorias, o Brasil mine sua legítima aspiração de se credenciar como mediador no complexo conflito do Oriente Médio.
Uma nota como a divulgada nesta quarta-feira só faz aumentar a desconfiança com que importantes setores da sociedade israelense, de diversos campos políticos e ideológicos, enxergam a política externa brasileira.

Por falar em judeus brasileiros, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Juventude Judaica Organizada (JJO)  promovem nesta quinta-feira, 24 de julho, às 19h30, na Praça Cinquentenário de Israel,  em Higienópolis, uma manifestação em favor da paz e pelo direito de Israel de se defender.

Meus caros, política externa é coisa séria. Não pode estar entregue a prosélitos de quinta categoria; não pode ser fruto da ação de camarilhas ideológicas. Qualquer pessoa de bom senso defende o imediato cessar-fogo. Mas este tem de nascer de um entendimento entre as partes em conflito. A cada foguete, entre os milhares, que o Hamas lança contra Israel, numa prática cotidiana, o movimento terrorista investe na guerra, não na paz. E isso a delinquência da política externa brasileira não reconhece.

Por Reinaldo Azevedo

 

O conflito israelo-palestino, os delinquentes e os cínicos

O Hamas e a Jihad Islâmica, que são grupos terroristas, e a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente como governo legal dos palestinos, convocou nesta sexta um “Dia de Fúria”, desta feita na Cisjordânia, o território controlado pelo Fatah, grupo ao qual pertence Mahmoud Abbas, presidente da AP. O esforço, como se vê, é para levar o caos da Faixa da Gaza, onde se dá a guerra entre Israel e o Hamas, para a Cisjordânia, que vivia dias naturalmente tensos, mas estava relativamente em paz. Que líder, com um mínimo de responsabilidade, faz essa escolha? Confrontos com as forças israelenses fizeram cinco mortos. Na Faixa de Gaza, a Al Aqsa, televisão controlada pelo Hamas, começou a divulgar canções pró-Intifada, pró-levante.

O confronto, até agora, já matou mais de 800 palestinos. São 36 os soldados israelenses mortos, maior número de baixas desde a Guerra do Líbano, em 2006. É lamentável? É? Faz-se necessário um cessar-fogo imediato? Sim. E quem não permite que isso aconteça? O Hamas, que é, desde sempre, a força agressora nesse conflito — pouco importa o que cada um de nós pense sobre a questão israelo-palestina. Para um cessar-fogo, o Hamas exige o fim do bloqueio a Gaza. Ora, isso é o que eles já pediam, usando essa reivindicação como justificativa para jogar seus milhares de foguetes contra Israel. Se, antes da reação militar, Israel não cedeu — no que fez muito bem —, por que cederia agora?

Contabilidade de mortos não confere superioridade moral a ninguém, especialmente quando um dos lados do conflito, como é sabido, recorre a escudos humanos. Israel hesitou em dar início à ofensiva terrestre — e tratei aqui desse assunto — porque é claro que o resultado seria terrível, dadas as características demográficas de Gaza e a forma de luta escolhida pelo Hamas, que não distingue civis de homens em guerra.

O governo brasileiro continua a produzir delinquências políticas a respeito. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidente Dilma para assuntos internacionais, afirmou, por exemplo, que há um “genocídio” em Gaza. É ideologia rombuda misturada a ignorância. Acusar os judeus, que foram vítimas da tentativa de extermínio nazista — este, sim, genocida —, de tal prática é só uma das formas de negar o Holocausto. Mas nada me surpreende nessa gente.

Garcia, um prosélito vulgar de causas ruins, escreveu um texto com ataques a Israel num desses panfletos de esquerda de que se serve o governo. A política externa brasileira virou uma chanchada macabra. O Itamaraty, como se sabe, emitiu uma nota em que condena explicitamente a ação israelense, ignorando solenemente os ataques do Hamas. A chancelaria de Israel afirmou que a opinião do governo brasileiro era irrelevante. Indagado a respeito, Garcia diz que não responderia ao “sub do sub do sub”. A ignorância é sempre arrogante.

Se há mesmo vozes dispostas a falar em nome da paz, a única coisa sensata a fazer neste momento é apelar para que o Hamas aceite o cessar-fogo para que se possa abrir um corredor humanitário em Gaza para atender as vítimas. E termino com uma questão que pede uma resposta. O Hamas jogava milhares de foguetes em Israel sob o pretexto de pedir o fim do bloqueio a Gaza. Israel não cedia porque o grupo quer as fronteiras abertas para que possa se armar com o propósito de atacar oi país. A situação estava se tornando insustentável, e uma nova incursão a Gaza seria fatal se os terroristas não suspendessem seus ataques. O mundo ficou calado diante da escalada do Hamas. Nesse contexto, o que restava a Israel se não se defender?

Os que se calaram antes diante da ação terrorista agora se dizem chocados com o número de mortos? Isso não é piedade, mas cinismo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Oba! Guilherme Boulos, o coxinha que brinca de sem-teto, resolveu me atacar

Guilherme Boulos, o dono dos sem-teto de São Paulo — e o maior agente privatista das casas construídas com o dinheiro público —, resolveu dedicar a mim a sua coluna na Folha Online. Estou um pouco decepcionado. Alguém me disse que ele era intelectualmente preparado. É só um bobo repetindo chavões. Como ele se transformou, no entanto, no maior agente imobiliário do Brasil, vou, sim, responder ponto a ponto. Mas só à noite. À diferença de Boulos, eu tenho de trabalhar para ganhar a vida.

O coxinha radical, filhinho de papai convertido ao socialismo, chega a se oferecer para ser meu psicanalista!!! Que cara ético!  E falando justamente em “negação da experiência”. O homem que prometeu fazer correr sangue durante a Copa diz que eu “babo e xingo”. Mas fica para mais tarde. Divirtam-se sabendo tudo o que Boulos pensa a meu respeito — eis no que dá excesso de achocolatados matinais com cereais…  Esse rapaz não deve ter tido uma babá que o amasse incondicionalmente, pobrezinho! Segue o texto do homem que nem baba nem xinga. Por que será que eu o incomodo tanto?
*

Reinaldo Azevedo e a direita delirante

A direita brasileira já foi melhor. Teve nomes como Roberto Campos e José Guilherme Merquior entre seus quadros, formulando sobre teoria econômica e política internacional. Naquele tempo, a direita recorria a argumentos, além do porrete. Hoje restou apenas o porrete, aplicado a esmo sem maiores requintes de análise.

Impressiona o baixo nível intelectual dos representantes da direita no debate público nacional. Não elaboram, não buscam teoria nem referências. Não fazem qualquer esforço para interpretar seriamente a realidade. Apenas atiram chavões, destilando preconceitos de senso comum e ódio de classe.

Reinaldo Azevedo é hoje o maior representante dessa turma. Com 150 mil acessos diários em seu blog mostra que há um nicho de mercado para suas estripulias. Ao lado dele tem gente como Rodrigo Constantino, aquele que se orgulha das viagens a Miami e se despontou como legítimo defensor dos sacoleiros da Barra da Tijuca.

Antes os intelectuais de direita iam fazer estudos em Paris. Agora vão comprar roupas em Miami. Sinal dos tempos e das mentes.

Dispostos a tudo para fazer barulho no debate público, mas sem substância em suas análises, aproximam-se frequentemente de um discurso delirante.

Reinaldo Azevedo jura que o governo petista quer construir o comunismo no Brasil. E vejam, ele não está falando do Lula de 1989, mas do governo do PT de 2003 a 2014. Sim, o mesmo que garantiu lucros recordes aos bancos e empreiteiras na última década. Que manteve as bases da política econômica conservadora e que nem sequer ensaiou alguma das reformas populares historicamente defendidas pela esquerda. Neste governo que, com muito esforço, pode ser apresentado como reformista, ele enxerga secretas intenções socializantes. Certamente com o apoio da Odebrecht e de Katia Abreu. Só no delírio…

Para ele, João Goulart é que era golpista em 64. Os black blocs são amigos do ministro Gilberto Carvalho. E as pessoas só são favoráveis às faixas exclusivas de ônibus por medo de serem acusadas de elitistas. Ah sim, sem esquecer que a mídia brasileira – a começar pelas Organizações Globo – é controlada sistematicamente pela esquerda.

Ele baba, ele xinga. Ofende os fatos e fantasia perigos. Lembra, embora com menos poesia, dom Quixote atacando os moinhos de vento.

A pérola mais recente é escabrosa: Israel seria vítima do marketing internacional do Hamas. No momento em que o mundo vê a olhos nus centenas de palestinos serem massacrados na Faixa de Gaza, ele denuncia uma conspiração internacional de mídia contra o Estado de Israel. Encontrou eco no também direitista delirante Luis Felipe Pondé, em artigo nesta Folha.

Teoria da conspiração vá lá, até pode ter seu charme; mas, como dizia Napoleão, entre o sublime e o ridículo há apenas um passo. Reinaldo Azevedo e seus sequazes já atravessaram faz tempo esta fronteira.

De fato, os textos que têm se prestado a publicar acerca do genocídio na Palestina já superaram o ridículo. Chegaram ao cinismo. Dizer que as crianças mortas na Faixa de Gaza são marketing é uma afronta do mesmo nível da deputada sionista que defendeu o extermínio em série das mulheres palestinas para impedir a procriação. É apologia covarde ao genocídio e ao terrorismo de Estado.

A direita se diferencia da esquerda, dentre outras coisas, pela análise dos fatos. Mas não por criar fatos ou ignorá-los. Ao menos quando tratamos de uma direita séria.

No caso de Reinaldo Azevedo e dos seus, estamos num outro campo. Não é apenas a direita. É uma direita delirante. A psiquiatria clínica é clara: negação dos dados da experiência, somada a uma reconstrução da realdade pela fantasia chama-se delírio. Aqui há ainda o agravante da fixação em temas recorrentes. PT, movimentos populares e mais uns dois ou três.

Um delírio em si é inofensivo. O problema é quando começa a juntar adeptos, movidos por ódio, preconceitos e mentiras. É assim que nascem os movimentos fascistas. Quem defende extermínio higienista em Gaza também deve defendê-lo no Complexo do Alemão ou em Paraisópolis.

Reinaldo Azevedo certamente ainda não representa um risco político real, mas o crescimento de seus seguidores é um sintoma preocupante da intolerância e desapego aos fatos que ameaçam o debate público no Brasil.

Por Reinaldo Azevedo

 

Resposta a Guilherme Boulos, o vigarista delirante que, atendendo às ordens de seu partido, quer me eliminar do debate. E, claro, ele avança no antissemitismo também!

Guilherme Boulos, o dono do MTST, o autointitulado Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, escreveu uma coluna Folha Online com ataques a mim. Já publiquei seu texto no blog com uma breve resposta. Vamos, agora, a considerações nem tão breves. Sua coluna segue em vermelho, interrompida por considerações minhas, em azul.
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A direita brasileira já foi melhor. Teve nomes como Roberto Campos e José Guilherme Merquior entre seus quadros, formulando sobre teoria econômica e política internacional. Naquele tempo, a direita recorria a argumentos, além do porrete. Hoje restou apenas o porrete, aplicado a esmo sem maiores requintes de análise.

Haviam me dito, e eu achava, sim, tratar-se de um erro, que esse cara era melhor. Já vivi o bastante para acertar na primeira impressão — quase sempre ao menos. Se há crítica vulgar, intelectualmente vigarista, picareta mesmo, é esta: “A direita brasileira já foi melhor”. Dez entre dez esquerdistas mixurucas, como é o caso desse rapaz, a repetem. Dizer o quê? Em primeiro lugar, esquerdistas não são exatamente bons juízes da qualidade da direita. Em segundo lugar, sempre que se buscam os tais “direitistas melhores”, eles não variam muito: Merquior (que nem de direita era) e Campos. Em terceiro lugar, note-se que, para eles, direitistas respeitáveis estão necessariamente mortos. Como esquecer que, vivo, Merquior foi alvo de um abaixo-assinado promovido por amiguinhos de Marilena Chaui, inconformados com o fato de que o intelectual apontara um óbvio plágio no livro “Cultura e Democracia”, de autoria da sedizente “filósofa”? Ela havia traduzido sem querer, sabem?, algumas páginas de um livro de Claude Lefort. Na obra desta senhora, em suma, havia coisas novas e boas. As novas não eram boas, e as boas não eram novas… E Campos? Durante anos foi tratado como mero conspirador, chamado jocosamente de “Bobby Fields” pelas esquerdas, que o consideravam americanista e entreguista. Aí eles morreram. Foram alçados ao panteão dos “direitistas melhores”.
Só para constar: nem Merquior nem Campos formularam “sobre” (para empregar a regência energúmena de Boulos) política internacional ou política econômica respectivamente. Isso é só a voz da ignorância posando de sábia. Vá se instruir, rapaz! Quanto a porrete, dizer o quê? A esquerda radical conta a sua história em cadáveres; os liberais, em direitos individuais.

Impressiona o baixo nível intelectual dos representantes da direita no debate público nacional. Não elaboram, não buscam teoria nem referências. Não fazem qualquer esforço para interpretar seriamente a realidade. Apenas atiram chavões, destilando preconceitos de senso comum e ódio de classe.
É um artigo ginasiano. Eu escrevi uma coluna sobre Boulos na Folha. Está aqui. Ele, como se vê, responde. Comparem os textos. Avaliem quem apela à teoria e quem se limita ao xingamento. Ele baba, sim, mas ignorei esse aspecto em meu artigo porque não é relevante. Como? Esforço para interpretar seriamente a realidade??? Quer dizer que, caso eu me dedique a esse ofício, vou necessariamente concordar com ele? O link do meu artigo está aí. Procurem lá os “preconceitos de senso comum e ódio de classe”. Se eu me considerasse um bom juiz das esquerdas, eu diria que elas já foram melhores, não é? Já houve Caio Prado. Hoje, há Guilherme Boulos.

Reinaldo Azevedo é hoje o maior representante dessa turma. Com 150 mil acessos diários em seu blog mostra que há um nicho de mercado para suas estripulias.
Ao lado dele tem gente como Rodrigo Constantino, aquele que se orgulha das viagens a Miami e se despontou como legítimo defensor dos sacoleiros da Barra da Tijuca.
Antes os intelectuais de direita iam fazer estudos em Paris. Agora vão comprar roupas em Miami. Sinal dos tempos e das mentes.

Você está errado! A média diária é superior a 200 mil acessos. O mercado para as minhas estripulias é bem maior. Nunca estive em Miami. E não é por preconceito. Só entro em avião em último caso — e não há um último caso que possa me levar pra lá. A ignorância de Boulos é assombrosa até quando tenta fazer alguma ironia. Paris sempre foi a Meca dos intelectuais de esquerda. Os liberais, que ele chama “direita”, preferem outras praças, onde a guilhotina, por herança e atavismo, não separa o pensamento do pescoço. Boulos me decepciona um pouco. Passaram-me a impressão de que estávamos, sei lá, diante de um Marat dos Trópicos, de um Saint-Just da Vila Madalena… É só um Zé-Mané que não ouviu o número necessário de “nãos” quando era criança e se transformou um pivete de classe média repetindo chavões do igualitarismo.

Dispostos a tudo para fazer barulho no debate público, mas sem substância em suas análises, aproximam-se frequentemente de um discurso delirante.
Qual é a “substância” das “análises” de Boulos? Qual é o pensamento desse chefe de milícia? Por que ele não produz teoria demonstrando a economicidade de sua luta? Por que ele não evidencia, também no campo da teoria, que o roubo da propriedade alheia é uma forma eficiente de redistribuição da riqueza? Esse rapaz tem a arrogância própria dos ignorantes — e isso, sim, é um traço de classe. Mas é agora que a coisa começa a ficar divertida.

Reinaldo Azevedo jura que o governo petista quer construir o comunismo no Brasil. E vejam, ele não está falando do Lula de 1989, mas do governo do PT de 2003 a 2014. Sim, o mesmo que garantiu lucros recordes aos bancos e empreiteiras na última década. Que manteve as bases da política econômica conservadora e que nem sequer ensaiou alguma das reformas populares historicamente defendidas pela esquerda. Neste governo que, com muito esforço, pode ser apresentado como reformista, ele enxerga secretas intenções socializantes. Certamente com o apoio da Odebrecht e de Katia Abreu. Só no delírio…
Vamos lá. Se alguém encontrar algum texto em que eu “jure” ou mesmo sugira que o PT quer construir o comunismo no Brasil, paro de fazer este blog, de escrever minhas colunas na Folha e de falar na Jovem Pan. Boulos não suportou as verdades que eu disse sobre ele em minha coluna e decidiu responder, dizendo mentiras sobre mim. Ao contrário, rapaz! Eu sempre fiz pouco caso da profissão de fé socialista do PT. Eu considero seus amiguinhos oportunistas, Boulos! Comunistas, não! São defeitos de caráter distintos. O arquivo do meu blog está aí, à disposição. Já escrevi centenas de textos sobre a intimidade do PT com o setor financeiro e suas relações incestuosas com o capital.
Boulos não reconhece os limites da lei e do estado de direito. Dentro de sua deformação essencial, no entanto, poderia ser um debatedor honesto, mas ele não é. Honestidade no debate de ideias requer informação e formação intelectual, o que ele não tem. Atribuir ao outro o que ele não pensa — e nunca escreveu — para contestá-lo não é só coisa de um mau debatedor; é coisa de um mau-caráter.

Para ele, João Goulart é que era golpista em 64.
Não! Eu afirmei que a democracia morreu em 1964 por falta de quem a defendesse — Goulart inclusive. E, sim, ele flertou com o golpe, está documentado, mas não levou a ideia adiante porque lhe faltaram condições. Vá estudar, ignorante!

Os black blocs são amigos do ministro Gilberto Carvalho.
Gilberto Carvalho confessou em entrevista que fez várias reuniões com eles. Se são “amigos”, não sei. Interlocutores, com certeza! Fatos.

E as pessoas só são favoráveis às faixas exclusivas de ônibus por medo de serem acusadas de elitistas. Ah sim, sem esquecer que a mídia brasileira – a começar pelas Organizações Globo – é controlada sistematicamente pela esquerda.
Ele baba, ele xinga. Ofende os fatos e fantasia perigos. Lembra, embora com menos poesia, dom Quixote atacando os moinhos de vento.

Boulos acha que pode invadir o pensamento alheio mais ou menos como invade a propriedade alheia. A referência às faixas é patética. Eu me referia a um dado em particular da pesquisa, segundo o qual os motoristas de carros defendem as faixas. É simples: não há razão objetiva para isso. Mas não me estenderei a respeito: os 47% de “ruim e péssimo” e os 15% de “ótimo e bom” de Haddad, seu amiguinho, argumentam por mim.
E, é evidente, nunca escrevi que a “mídia brasileira” — expressão que não emprego — é controlada pela esquerda. O que digo, de forma inequívoca, é que a imprensa veicula, majoritariamente, valores de esquerda. Fatos.
Eu babo? Eu xingo? Boulos não é aquele rapaz que prometeu fazer correr sangue durante a Copa se suas reivindicações não fossem atendidas? Quanto ao mais, dizer o quê? Referir-se a Dom Quixote para atacar um adversário que ele pretende tão desprezível é só mais uma expressão saliente de burrice. Boulos deve ter lido no Google que o Quixote era um passadista maluco, que buscava restaurar um tempo irremediavelmente perdido etc. Não, meu velho! A disputa que há lá é de valores. Não me sinto à altura da personagem, nem por associação de ideias.

A pérola mais recente é escabrosa: Israel seria vítima do marketing internacional do Hamas. No momento em que o mundo vê a olhos nus centenas de palestinos serem massacrados na Faixa de Gaza, ele denuncia uma conspiração internacional de mídia contra o Estado de Israel. Encontrou eco no também direitista delirante Luis Felipe Pondé, em artigo nesta Folha.
Teoria da conspiração vá lá, até pode ter seu charme; mas, como dizia Napoleão, entre o sublime e o ridículo há apenas um passo. Reinaldo Azevedo e seus sequazes já atravessaram faz tempo esta fronteira.
De fato, os textos que têm se prestado a publicar acerca do genocídio na Palestina já superaram o ridículo. Chegaram ao cinismo. Dizer que as crianças mortas na Faixa de Gaza são marketing é uma afronta do mesmo nível da deputada sionista que defendeu o extermínio em série das mulheres palestinas para impedir a procriação. É apologia covarde ao genocídio e ao terrorismo de Estado.

Afirmar que há um genocídio de palestinos ultrapassa o limite da delinquência intelectual: é um crime moral, especialmente quando se atribui a ação genocida aos judeus. Não é preciso ser muito sagaz para perceber que se está diante de uma das várias expressões da negação do Holocausto. E é claro que esse cara não me surpreende com essa afirmação asquerosa.
Boulos acredita que pode participar desse debate apelando a citações do Google. Não pode, não! Eu o desafio a demonstrar que escrevi que crianças mortas na Faixa de Gaza são puro marketing. É mentira! É coisa de um vagabundo intelectual. O que aponto, sim, desde sempre, é o culto da morte celebrado pelo Hamas. Publiquei neste blog um vídeo em que um porta-voz do movimento terrorista concede uma entrevista defendendo abertamente a prática dos escudos humanos. É Boulos, o filhinho de papai que está brincando de socialismo, a acusar os outros de cruzar a fronteira do ridículo?

A direita se diferencia da esquerda, dentre outras coisas, pela análise dos fatos. Mas não por criar fatos ou ignorá-los. Ao menos quando tratamos de uma direita séria.
A “análise” que esse cara faz da guerra entre Israel e o Hamas demonstra o apego que tem aos fatos. Falta-lhe a honestidade básica para, ao menos, responder ao que o outro efetivamente escreve ou pensa. Dispenso-me de indagar o que ele acha dos mais de dois mil foguetes que o Hamas disparou contra Israel em 15 dias.

No caso de Reinaldo Azevedo e dos seus, estamos num outro campo. Não é apenas a direita. É uma direita delirante. A psiquiatria clínica é clara: negação dos dados da experiência, somada a uma reconstrução da realidade pela fantasia chama-se delírio. Aqui há ainda o agravante da fixação em temas recorrentes. PT, movimentos populares e mais uns dois ou três.
Huuummm… Falou o especialista em psiquiatria! É evidente que eu não esperaria que ele fosse, nessa área, um exemplo de ética. Como se nota, num mundo em que Boulos estivesse no poder, eu seria mandado para o hospício ou para um campo de reeducação. É o burguesote radical convertido em líder de sem-teto que vem falar em negação dos dados da experiência? É Guilherme Boulos, que se pretende líder até do movimento dos sem-iPhone, que vem falar em fantasia?

Um delírio em si é inofensivo. O problema é quando começa a juntar adeptos, movidos por ódio, preconceitos e mentiras. É assim que nascem os movimentos fascistas. Quem defende extermínio higienista em Gaza também deve defendê-lo no Complexo do Alemão ou em Paraisópolis.
Extermínio higienista em Gaza? Mas Israel está fora de Gaza faz tempo! Quem elimina seus adversários no território é o Hamas. E as vítimas são os próprios palestinos.
Quem vem falar de movimento fascista? O cara que cerca a Câmara dos Vereadores para impor no berro a sua vontade? O cara que organiza a sua milícia para furar a fila dos cadastrados que estão à espera de casa? O cara que cassa dos paulistanos o direito constitucional de ir e vir? O cara que ameaça fazer correr sangue se a sua vontade não for satisfeita? O cara que decide tomar na marra terrenos cuja propriedade é regular e legal? Fascista é Boulos. Fascista e antissemita!

Reinaldo Azevedo certamente ainda não representa um risco político real, mas o crescimento de seus seguidores é um sintoma preocupante da intolerância e desapego aos fatos que ameaçam o debate público no Brasil.
Atenção! Ele está fazendo um alerta, viu, pessoal!? Boulos, a exemplo do PT — e ele não passa de mero estafeta do petismo —, também acha que faço mal ao debate público. Por isso o seu partido me botou na tal lista negra. Ora, o que ele está sugerindo? Que eu seja eliminado enquanto é tempo! O sujeito que não respeita a Constituição, que não respeita o Código Penal, que não respeita o Código Civil, que ignora as regras mais elementares da convivência civilizada, está fazendo um alerta: eu e meus seguidores ameaçamos “o debate público”. Vocês já me viram liderando milícias por aí?
É um engano imaginar que Boulos se distingue no PT. É a pessoas como ele que recorrem os Gilbertos Carvalhos e Fernandos Haddads da vida. Vocês acham o quê? Que as suas ações delinquentes durante a votação do Plano Diretor da cidade não estavam devidamente coordenadas com o partido e com o prefeito? Quando Lula fala em se reaproximar dos movimentos sociais, pensa em gente como esse rapaz. Ele é parte essencial da máquina autoritária petista.
Não, meus caros! Boulos, PT e toda essa gente não vão construir o socialismo no Brasil. Socialismo não há mais. Eles são, isto sim, é autoritários. E têm o anseio de tomar o lugar da sociedade. Foi assim que esse bestalhão se tornou hoje o agente imobiliário mais importante de São Paulo.
Ele está bravo comigo porque decidi prestar atenção a seu movimento. Eu e o Ministério Público de São Paulo. Hoje, ele se tornou um coronel urbano, o dono do programa de habitação da cidade. Haddad, o seu aliado, mantém escondido o cadastro das pessoas à espera de casa. É preciso que fique claro: boa parte da ação de Guilherme Boulos é crime caracterizado no Código Penal.
Ele fala em fatos… Pois é. A Folha, o jornal em que ele escreve, decidiu visitar uma das invasões que ele promove, no bairro do Morumbi. Não havia pessoas lá. Só barracas. Seus invasores eram de mentirinha. Os sem-teto de Boulos não existem — não no número que ele alardeia. Mas existe o MTST, o aparelho.
Compreendo. Não se chega a ser um Boulos na vida sem ser também um vigarista.

PS: Ah, sim: Boulos havia escrito quatro colunas na Folha. Ninguém tinha dado a menor bola. Na quinta, resolveu me atacar. Virou o mais lido do dia. Esperto esse moço! De líder do MSL (Movimento dos Sem-Leitores) ao topo. Com a ajuda do Reinaldo Azevedo. Ele não é o primeiro. A turma do MSL sempre espera a minha ajuda.

Por Reinaldo Azevedo

 

Ariano Suassuna – As armas do Barão Assinalado

Ariano Suassuna, um gênio da

Ariano Suassuna, um gênio da “raça brasileira”

Lamento, e nem poderia ser diferente, a morte do poeta, dramaturgo, romancista e professor, entre tantas outras coisas, Ariano Suassuna, de 87 anos. Era um gigante. Seu corpo será sepultado nesta quinta, às 16h, no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na região de Recife.

Em 1998, a revista Bravo!, da qual eu era redator-chefe, dedicou-lhe uma matéria de capa. Escrevi o texto principal, centrado no “Romance da Pedra do Reino”. Ariano me telefonou numa alegria imensa. Havia em homem tão monumental um quê de alegria quase infantil pelo reconhecimento daquela que ele também considerava sua grande obra e que era e é subestimada. Tanto é assim que, numa entrevista, que está reunida num trabalho acadêmico, afirmou: “(…) as pessoas geralmente me aceitam como dramaturgo, mas têm um pé atrás em relação à Pedra do Reino. E, para mim, a Pedra do Reino é minha obra mais importante. Reinaldo Azevedo, da Revista Bravo, pela primeira vez disse que em relação à Pedra do Reino havia uma campanha de silêncio, e há. Há uma má vontade, alguma coisa com o desconhecido, eu não sei (…)”.

Ariano foi durante um bom tempo ensaísta da revista. Era uma honra imensa editar seus artigos.

Em homenagem a Ariano, reproduzo aqui o texto que escrevi para a Bravo!, reunido no meu primeiro livro, “Contra o Consenso” (Editora Barracuda).
*
No domingo final deste mês de maio [1998], como em todos os outros, já há seis anos, uma cavalhada no sertão pernambucano consagra o escritor Ariano Suassuna como o inspirador de uma festa popular e celebra alguns dos fundamentos míticos da identidade nacional. Um grupo de cavaleiros paramentados com as alegorias, as armas e as bandeiras de inspiração medieval vai deixar a sede do município de São José do Belmonte (PE), já na divisa com a Paraíba, e andar 30 km até a Pedra do Reino, duas elevações rochosas de trinta e 33 metros de altura, para relembrar, por intermédio da cavalgada sertaneja, os macabros acontecimentos que lavaram as rochas de sangue entre os dias 14 e 18 de maio de 1838, há exatos 150 anos.

Um movimento messiânico, autoproclamado sebastianista, conduziu à morte pelo menos 83 pessoas — trinta delas crianças — em quatro jornadas cruentas. Nas três primeiras, os líderes exortaram os fiéis ao suicídio e ao infanticídio por suposta ordem de d. Sebastião — o rei português desaparecido aos 24 anos na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578 —, que, em paga, não só lhes devolveria a vida como ali desencantaria para instaurar um reino da justiça e da liberdade. Na quarta jornada, fazendeiros e a polícia comandaram uma expedição contra os fanáticos, que resultou na morte de trinta fiéis. É essa a expedição recontada pela cavalhada.

O que deu asas à imaginação do líder do tal movimento, João Antônio dos Santos, foram versos de um folheto de cordel sobre a volta de d. Sebastião. Daí por diante, tudo indica, ele e um cunhado, João Ferreira, usaram toda sorte de pilantragem para extorquir dinheiro dos fazendeiros e juntar uma massa de fanáticos que passaram a incomodar os poderosos e a própria Igreja Católica. Euclydes da Cunha, na parte O Homem, de Os Sertões, assim fala da Pedra do Reino: “O transviado encontrara meio propício ao contágio de sua insânia. Em torno da ara monstruosa, comprimiram-se as mães erguendo os filhos pequeninos e lutavam, procurando-lhes a primazia no sacrifício… O sangue espadanava sobre a rocha jorrando, acumulando-se em torno (…)”. José Lins do Rêgo também explorou o massacre em Pedra Bonita.

Mas foi com o paraibano Ariano Suassuna que aqueles episódios sangrentos serviram de pretexto para uma obra-prima, o seu Romance d’A Pedra do Reino. O livro — um catatau de 623 páginas editado em 1971 pela editora José Olympio — deu origem à festa popular. Tal sucessão é inédita na história do país: a realidade copiou o folhetim popular, pagou seu tributo sangrento em história, voltou à letra impressa pela pena de Ariano e, de novo, ganhou curso entre os homens do povo. É a síntese viva do Movimento Armorial criado pelo autor na década de 1970.

Substantivo em português, adjetivo na releitura de Ariano, o termo armorial designa o conjunto de bandeiras, insígnias e brasões de um povo. Ariano diz à Bravo!, em entrevista a Bruno Tolentino, que a heráldica, no Brasil, é, antes de tudo, popular. É o homem do que ele chama “quarto estado” que tem paixão por esses signos, expressa, por exemplo, nas bandeiras de futebol. Daí a escolha do nome “armorial” para um movimento que busca “as raízes populares da cultura brasileira para chegar a uma arte erudita”.

Mas aqui começam os problemas. Das suas origens — filho de latifundiário — às pelejas intelectuais ao longo da vida, o autor, que jamais viajou ao exterior, tem sido vítima de uma espécie de patrulha cosmopolita, que se manifesta pelo silêncio. Se seu teatro mereceu a acolhida da crítica, sua prosa foi e tem sido estupidamente ignorada. Esgotado há mais de 20 anos, A Pedra do Reino é um monumento da literatura moderna de expressão portuguesa dificilmente igualável por qualquer critério que se queira e faz de Ariano o maior prosador brasileiro vivo. Mas o que tanto incomoda a tal vigília nada cívica?

Ariano é um autor que bebe cristalinamente nas fontes da literatura ibérica e do catolicismo medievais. Para entender o seu teatro, por exemplo, é preciso penetrar no universo picaresco e no catolicismo popular em que o Bem e o Mal (Calderón de la Barca, Gil Vicente, Padre Anchieta) disputam a alma humana e lhe ditam nortes éticos distintos. Estamos no mundo da queda e da redenção. A queda se revela em linguagem farsesca, conivente com o público em sua malandragem. À redenção expressa o fundamento da remissão dos pecados, geralmente pela intervenção divina. As personagens de Ariano, no entanto, não são as mesmas da pequena burguesia ordinária da Trilogia da Barca do Inferno, de Gil Vicente, por exemplo. Seu universo é o do homem do Nordeste, da cultura sertaneja. A forma de seus autos se deixa influenciar pelo teatro de bonecos, pelo mamulengo.

Há nesse arranjo tudo de intenção. Ariano faz escolhas, patentes também em sua prosa. É ele quem diz: “Toda cultura universal é primeiramente local. Dom Quixote, de Cervantes, expressa a realidade de Castela. Shakespeare é elisabetano. Quando leio Dostoiévski, encontro ali os dramas do homem segundo o ponto de vista e a cultura da Rússia. Eu, então, me baseio na cultura popular brasileira para fazer meu teatro, meus romances, minha poesia”. Ocorre que Ariano escreve sobre o Brasil em língua de origem inequivocamente portuguesa sem jamais flertar com qualquer vanguarda ideológica ou formalista que lhe desculpe essa herança. Não se vê nele nem mesmo um herdeiro da Geração de 30, como às vezes se quer.

Não se lê em Ariano a preocupação de ideologizar o romance nordestino ou, mais amplamente, a prosa ou a cultura nordestinas, no mesmo tom de denúncia ou de recaída naturalista que marcaram a geração de escritores do Nordeste emigrados para o Rio. Ele também não flertou com realismos socialistas ou morenices sensualistas. E, nem por isso, falou de um ponto de vista menos compromissado. E é em seus compromissos que estão sua grandeza e seu assumido limite. N’A Pedra do Reino, já observou o crítico Wilson Martins no ensaio “Romance Picaresco?” [in Pontos de Vista, vol. 9, T. A. Queiroz Editor, pp. 175-80], Ariano não optou pela farsa ou pelo picaresco em busca do norte moral. O texto costura os traços fundadores da cultura brasileira e em seu percurso confronta teorias diversas sobre a terra e a gente do Brasil.

Ao voltar aos episódios cruentos da Pedra Bonita (nome original do lugar), Quaderna — o personagem-narrador que pretende, cem anos depois, usar os acontecimentos ali havidos para fazer a grande epopéia nacionalista brasileira — não é outro senão o próprio Ariano. As personalidades com as quais convive estão divididas entre as correntes de pensamento que ditaram as vogas ideológicas na década de 1930: integralistas, comunistas e intelectuais de formação européia. Em suas páginas se debatem temas como a função da arte, o confronto entre o Estado e o indivíduo e entre os valores éticos e os estéticos. Num texto que prefere o universo rural ao urbano, a cultura regional a supostos temas universais, o alter ego de Ariano transita entre Sílvio Romero e Joaquim Nabuco e vai compondo um imenso e fecundo painel da cultura brasileira. Em prosa, talvez a mesma tentativa, mas com divisas assumidamente ideológicas e urbanas e numa dimensão reduzida, tenha sido feita por Paulo Francis em Cabeça de Negro. Nos dois casos, estamos diante de romances de idéias.

E elas mudam. Embora considere a sua principal obra, Ariano afirma a Bravo! que submeteria A Pedra do Reino a mudanças: “Eu gostaria de acrescentar um pouco do urbano. O livro também seria mais curto, como está sendo editado agora em Paris. Eu praticamente o refiz”. Ele se refere à versão francesa — La Pierre du Royaume —, assinada por Ydelette Muzart, publicada em março pela editora Métailé. A capa traz um subtítulo provocativo: “Versão para europeus e brasileiros de bom senso”.

Quem refaz também renega. Ariano rejeita hoje a continuação d’A Pedra: História d’O Rei Degolado, publicada em 1977, o segundo volume da prevista trilogia que se completaria com Sinésio, O Alumioso. E explica a razão: “O elemento pessoal entrou com uma força que eu não desejava”. O autor se refere aos episódios que antecederam a Revolução de 30, que resultaram nos assassinatos de seu pai, João Suassuna, e de João Pessoa, então presidente do Estado da Paraíba, transfigurados e transportados para o texto.

Ariano conta que cresceu lendo nos jornais e nos livros de história que seu pai, representante das forças rurais, era o mal, e que João Pessoa, seu adversário, era o bem. Fez o que um filho de bem pode fazer diante do corpo tombado do pai: tomou o seu partido. Diz um de seus sonetos: “Aqui reinava um rei, quando eu menino/ Vestia ouro e castanho no gibão (…) Mas mataram meu pai. Desde esse dia/ Eu vivo como um cego, sem meu Guia,/ Que se foi para o Sol, transfigurado./ Sua efígie me queima. Eu sou a presa,/ Ele a Brasa que impele ao Fogo, acesa,/ Espada de ouro em Pasto ensanguentado”. O mesmo compromisso que o fez refletir em sua obra a sua própria história também o levou a uma espécie de retiro literário. Já “passando da idade madura para a velhice”, o escritor diz ter entendido que os episódios de 30 estavam longe de refletir a luta do bem contra o mal, mas “o confronto entre privilegiados do campo e os privilegiados da cidade”.

Ariano não é, evidentemente, o primeiro autor brasileiro a incorporar a cultura popular à narrativa com um sentido de estudo. Antes dele, Mário de Andrade fez de Macunaíma uma espécie de síntese dos falares brasileiros. Mas há uma diferença: quando Mário não é apenas o turista descritivo ou o compilador dos cocos, sua visão de Brasil é pessimista. Comparem-se Macunaíma e o João Grilo de O Auto da Compadecida. O primeiro merece o epíteto de anti-herói; o segundo, não. Grilo é um herói de fato, é, como diz Ariano, o quarto estado vencendo a burguesia, o clero e a nobreza. Macunaíma é a melancolia tropical. Que o Mário de Macunaíma seja considerado um gênio em certos círculos acadêmicos, e Ariano, ignorado é compreensível: afinal, o primeiro representa os nossos mais acalentados sonhos de derrota, e o segundo aponta para um futuro possível, para um sonho de vitória.

Com frequência, a inteligência brasileira está preparada para perder, jamais para ganhar (FHC chama a isso de fracassomania…). A alegria é uma espécie de exotismo reservado aos Joões Grilos do povo, que se deve experimentar com o distanciamento crítico de um antropólogo. Ademais, Ariano não aproveitou os seus estudos para alimentar discursos antropófagos de fácil deglutição, não juntou Carmen Miranda e coca-cola para vencer o complexo de autor subdesenvolvido situado na cloaca do mundo. Até porque sempre falou das alturas. 

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi os países do Sul, àqueles localizados abaixo da linha do Equador, têm não só a posição geográfica que os qualificam (abaixo), mas uma cultura liliputiana, que através de séculos nos tem condicionados ao papel de parvos.

    Um caso recente:O pedido de asilo político ao Consulado do Uruguai dos “Black blocs”. Após o pedido ser negado pelo governo Uruguaio, a deputada estadual Janira Rocha PSOL-RJ usou um carro da Assembleia Legislativa para transportar a advogada Eloisa Samy e o casal de Black blocs, considerados foragidos da justiça.

    Esta representante de seus eleitores considera-se acima da lei, este ato é uma afronta à Democracia, ela não respeita outros poderes, no caso o Judiciário. Vamos ver o desenrolar dos fatos, mas vocês acreditam que ela vai ser punida? E o “povo” assiste estes desmandos aparvalhado, são estes e muitos outros que levam-nos à condição “abaixo” da linha, não do Equador, mas da categoria de cidadãos “liliputianos”.

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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