Desde 2008 os farsantes zombam da marolinha que ameaça afogar a economia, por Augusto Nunes

Publicado em 31/08/2014 07:30 e atualizado em 02/09/2014 05:48
+ Ricardo Setti, de veja.com

Desde 2008 os farsantes zombam da marolinha que ameaça afogar a economia

“Forçada a enfrentar a crise, Dilma imita Lula e a procissão de bravatas recomeça”, resumiu o título do post publicado em março de 2012.  O texto tratou de mais um surto de soberba da doutora em nada que se imagina especialista em tudo: caprichando na  pose de quem concluiu aquele curso de doutorado na Unicamp que nem começou,  Dilma Rousseff resolveu dar conselhos a países europeus castigados pela crise de dimensões planetárias. Conseguiu apenas ampliar o acervo de cretinices acumulado desde 2008, quando Lula abriu o cortejo de falácias, fantasias, mentiras e falatórios sem pé nem cabeça produzidos pelos fundadores da Era da Mediocridade.

Nesta quinta-feira, o país (ainda) conduzido por farsantes soube que encalhou no atoleiro. Depois de encolher 0,2% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto diminuiu mais 0,6% de abril a junho. Confrontados com a esqualidez do pibinho, os tripulantes da nau dos insensatos trataram de caçar justificativas para o fiasco histórico. Dilma desconfiou que não bastaria dar outro pito no vilão de sempre — a crise internacional que seu padrinho jurou ter derrotado. E então incluiu entre os culpados pela “recessão técnica”a Copa dos 7 a 1.

“Por causa da Copa do Mundo, tivemos a maior quantidade de feriados na história do Brasil, nos últimos anos, nesse trimestre”, fantasiou a presidente que, convencida de que a vadiagem coletiva melhora o trânsito, decretou a maior quantidade da história do Brasila. A Copa das Copas começou a semana na relação das proezas federais que aceleraram o crescimento econômico. Terminou-a acusada pela presidente de ter acentuado o raquitismo do pibinho. Haja cinismo.

A explicação é tão veraz quanto o palavrório costurado por Lula em 27 de março de 2008, quando a crise nascida nos Estados Unidos já contaminara vários países. “Um dia acordei invocado e liguei para o Bush”, gabou-se o então presidente. “Eu disse: ‘Bush, meu filho, resolve o problema da crise, porque não vou deixar que ela atravesse o Atlântico’”. Como Lula só fala português, Bush decerto não entendeu o que ordenara o colega monoglota. E a crise navegou sem sobressaltos até desembarcar nas praias do Brasil.

O presidente invocado voltou ao tema só depois de seis meses ─ para comunicar que livrara o país do perigo. “Que crise? Pergunte ao Bush”, recomendou em 17 de setembro. “O Brasil vive um momento mágico”, emendou no dia 21. No dia 22, pareceu mais cauteloso: “Até agora, graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico”, ressalvou. Uma semana depois, a ficha enfim começou a cair. “O Brasil, se tiver que passar por um aperto, será muito pequeno”, disse em 29 de setembro.

A rendição pareceu iminente no dia 30: “A crise é tão séria e profunda que nem sabemos o tamanho. Talvez seja a maior na História mundial”. Em 4 de outubro, o otimista delirante voltou ao palco para erguer com poucas palavras o monumento à megalomania: “Lá nos Estados Unidos, a crise é um tsunami. Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar”. No dia 8, conseguiu finalmente enxergar o tamanho do buraco.

A anemia dos índices registrados de lá para cá mostrou o que acontece a um país governado por quem se nega a ver as coisas como as coisas são, e enfrenta com bazófias e bravatas complicações econômicas de dimensões globais. Essa espécie de monstro é impiedosa com populistas falastrões. Mas o bando de reincidentes não tem cura: três anos depois, a estratégia inaugurada pelo Exterminador do Plural começou a ser reprisada em dilmês. Se Lula acordava invocado com George Bush, Dilma passou a perder a paciência com uma entidade que batizou de “tsunami monetário”.

Em março de 2012, numa discurseira de espantar napoleão de hospício, a presidente atribuiu a paternidade da criatura a “países desenvolvidos que não usam políticas fiscais de ampliação da capacidade de investimento para retomar e sair da crise que estão metidos e que usam, então, despejam, literalmente, despejam quatro trilhões e setecentos bilhões de dólares no mundo ao ampliar de forma muito… é importante que a gente perceba isso, muito adversa, perversa para o resto dos países, principalmente aqueles em crescimento”.

Lula vivia recomendando aos americanos que se mirassem no exemplo do Brasil. Dilma se promoveu a conselheira da Europa. “Eu acho que uma coisa importante é que os países desenvolvidos não só façam políticas expansionistas monetárias, mas façam políticas de expansão do investimento”, ensinou em 5 de março de 2012. Concluiu a lição no dia seguinte: “Somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger”.

Quatro anos depois de reduzido por Lula a marolinha, o tsunami foi desafiado por Dilma a duelar com o Brasil Maravilha. “Nós estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados para enfrentar a crise”, avisou. Como o padrinho em 2008, a afilhada despejou outro balaio de medidas de estímulo ao consumo.Ficou mais fácil comprar automóveis, os congestionamentos de trânsito ficaram maiores nos dois anos seguintes. E o governo acabou obrigado a decretar durante a Copa os feriados que, segundo a presidente, acentuaram o raquitismo do pibinho.

Lula jurava que o país do carnaval foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair. Dilma vinha repetindo de meia em meia hora que o resto do mundo inveja o colosso tropical. Conversa de 171, prova o infográfico no blog Impávido Colosso. Pouquíssimas nações fazem companhia ao Brasil no pântano do crescimento zero. A saúde da economia nativa não será restabelecida tão cedo. E pode piorar até o fim do ano.

Já na eleição de outubro, contudo, deverão ser extirpados os tumores lulopetistas, em expansão há quase 12 anos. Se continuassem sem controle por mais quatro, o Brasil democrático e republicano deixaria de existir.

(por Augusto Nunes)

NA FOLHA DE S. PAULO, POR ELIANE CANTANHÊDE:

A derrota de Dilma

BRASÍLIA - Ganhe ou perca a reeleição, Dilma Rousseff não escapa mais de uma derrota no seu primeiro mandato: na economia. Não foi por falta de aviso. Até Lula alertou.

Enquanto Dilma usa a propaganda de TV, debates e entrevistas para falar de programas pontuais, como o Pronatec, que qualquer gerente faz, a economia brasileira continua dando uma notícia ruim atrás da outra.

O desafio da oposição não é bater na tecla de PIB, controle fiscal e contas externas (a maioria das pessoas nem sabe o que é isso), mas ensinar que não se trata só de números nem atinge só o "mercado" e a "elite". Afeta o desenvolvimento, a indústria, os investimentos, a competitividade e, portanto, a vida de todo mundo e o futuro do Brasil.

O super Guido Mantega, que sempre prevê PIBs estratosféricos e acaba se esborrachando com os resultados, conseguiu adicionar uma pitada de ridículo nas novas notícias ruins. Na quinta (28), ele disse que os adversários de Dilma levariam o país "à recessão". Na sexta (29), o governo anunciou que o risco já chegou: o recuo da atividade econômica pelo segundo trimestre consecutivo caracteriza... "recessão técnica". Ou "herança maldita", segundo Aécio. Não há Pronatec que dê jeito...

Para piorar as coisas, vamos ao resultado fiscal anunciado na mesma sexta: o governo federal (Tesouro, BC e INSS) teve o maior rombo do mês de julho desde 1997. A presidente candidata anda gastando muito.

Passado o trauma da morte de Eduardo Campos e assimilada a chegada triunfal de Marina Silva, a economia retoma o centro do debate eleitoral. Não há uma crise, mas há má gestão. Como Campos dizia, Dilma é "a primeira presidente a entregar o país pior do que encontrou".

Dilma e Mantega culpam o cenário internacional. Marina, rumo à vitória, e Aécio dizem que não é bem assim e apontam quem vai arranhar o joelho, cortar o cotovelo e talvez machucar a cabeça se a economia for ladeira abaixo. O eleitor, claro.

Haja paciência para Armínio Fraga aturar o PT! Ou: Derrubando os mitos petistas

Já estive com Armínio Fraga algumas vezes e sempre me pareceu uma pessoa calma, elegante, tranquila. Mas acho que ele deve, no fundo, ser mais que isso. Tem que ter sangue de barata e muita paciência budista para aturar a turma do PT com a postura impassível de Armínio.

Vejam só o que Guido Mantega disse, por exemplo: ”Tem um candidato que era presidente do Banco Central e que não entregou a meta de inflação”. Qualquer um teria subido nos tamancos e saído do sério. Armínio pegou uma crise internacional cujo epicentro eram os países emergentes, e teve de administrar o pepino, o que fez com habilidade.

Escutar calado um “pito” do ministro que, tendo administrado a economia durante a maior fase de bonança para países emergentes das últimas décadas, entregou apenas estagflação, é mesmo dureza! Mantega e seu PT foram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e a meta de inflação com um BC autônomo para persegui-la, o que condenam até hoje, diga-se de passagem. É preciso muita cara de pau mesmo para criticar os tucanos por não cumprir o tripé macroeconômico.

Mas Armínio, com perfil de lorde britânico, responde às difamações petistas com luva de pelica. Foi o caso em artigo publicado hoje na Folha, em que derruba os mitos do PT. Diz ele:

Não é de hoje que o PT adota uma retórica agressiva e populista para marcar suas posições. Em tempos de campanha, esta prática se radicaliza, adquirindo tons cada vez mais berrantes, e chegando frequentemente a se desentender com os fatos. Abaixo alguns exemplos.

O primeiro mito, mencionado em entrevista na televisão pela própria presidente Dilma, é que a culpa do baixo crescimento é da economia internacional. Não é verdade. Nos governos FHC e Lula, o Brasil cresceu a taxas médias muito próximas das da América Latina. Para os anos Dilma, o crescimento projetado está 2% ao ano inferior ao da região, o que demonstra que não foi problema externo, foi interno mesmo.

O segundo diz que “basta estimular a demanda e o resto se resolve”. Não tem sido bem assim. Falta investimento, vítima de preconceitos ideológicos e má gestão. A produção e a importação de bens de capital afundaram nos últimos meses. A infraestrutura virou uma barreira ao crescimento. O investimento está flutuando em torno de 18% do PIB há anos, valor insuficiente para acelerar o ritmo de crescimento. É preciso elevar este porcentual a 24% até 2018, que é a nossa meta.

E segue derrubando outros cinco mitos absurdos, com fatos e argumentos, aquilo que o PT mais detesta na vida. O último mito a ser refutado talvez seja o mais patético: o de que os tucanos “quebraram o país” e eles, os petistas, “pagaram o FMI”. O empréstimo tomado junto ao FMI teve como um dos objetivos acalmar os mercados e garantir uma transição suave, pois os investidores estavam tensos com… a chegada do PT!

É muita inversão, muita canalhice, muita cara de pau. Monta-se uma grande mentira usando-se meias verdades ou fatos muito distorcidos. Armínio Fraga conclui: “O populismo e a mentira são inimigos da democracia e da boa política. Temos que melhorar a qualidade do debate público, que deve ser baseado em fatos e dados.”

Concordo. Mas com o PT do lado de lá isso é simplesmente impossível! E digo isso às claras, de forma direta, primeiro porque não sou político nem tenho partido; segundo porque faltei às aulas de budismo para ter a paciência infinita de Armínio Fraga. O PT se apropria dos acertos que não tem mérito e joga para ombros alheios os erros que tem responsabilidade. O PT dá nos nervos e tira qualquer pessoa séria do sério…

Rodrigo Constantino

Oliver: ‘Campanha não é governo’

Instado a dar sua contribuição ao Estado de coisas que vivemos neste país, Diogo Mainardi saiu-se com um texto divertido e irônico sobre a eleição. Ele se declara eleitor de Marina, mas só até a data da posse. Apesar de discordar amistosamente do que Diogo professa, entendo sua posição ─ até por ter parentes que repetem as considerações de Mainardi e enxergam exatamente o que ele vê. Eu mesmo me confesso um cansado de guerra por tentar induzir o pesado PSDB a ser o que ele não é: um partido que efetivamente faz oposição a tudo isso que aí está e defende a decência na administração pública.

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J. R. GUZZO: Marina, como a Rússia descrita por Churchill, é uma charada envolvida em mistério que fica dentro de um enigma

(Foto: Alexandre Santana/VEJA)

“Vai ser difícil, por exemplo, dizer que Marina é da elite branca do Sul, porque ela nasceu mais pobre do que Lula, não é branca e veio da periferia de Rio Branco”, diz J. R. Guzzo (Foto: Alexandre Santana/VEJA)

Artigo publicado em edição impressa de VEJA

J. R. GuzzoEis aí, qual galera em noite apagada, essa imprevisível Marina Silva navegando outra vez em mar imenso – e levando a si própria, junto com os eleitores brasileiros, para algum porto desconhecido. O que existia até a morte de Eduardo Campos não existe mais; o que ninguém imaginava passa a ser a nova realidade.

Marina, até agora uma mera candidata a vice que andava esquecida nas linhas de trás da disputa, e ainda por cima nem estava transferindo seus votos ao companheiro de chapa, como ele tanto queria, passa de repente a ser um nome decisivo para o resultado final – logo na primeira pesquisa após o acidente que tirou Campos da vida e da política brasileira, ela já aparece em segundo lugar na corrida, e à frente da atual líder Dilma Rousseff se houver um segundo turno entre as duas.

Aécio Neves, que toda a lógica do governo apontava como o nome a derrotar, talvez não seja mais o desafiante número 1. A presidente Dilma, até aqui a grande favorita por liderar com folga as sondagens, ter na televisão o dobro do tempo de propaganda que terão os seus adversários somados, e contar com a força bruta da máquina pública em seu favor, pode acabar nem sendo mais candidata a nada.

O ex-­presidente Lula, que estava fora, volta a ficar dentro – se bater mesmo o desespero, poderá empurrar a presidente para fora do barco, sem maiores delicadezas, e assumir ele próprio a candidatura.

É a vida, com suas vastas emoções e itinerários imperfeitos. Um desses nevoeiros malignos que de repente se formam sobre o quebra-cabeça de rios, braços de mar, canais e mangues onde ficam Guarujá e Santos, no litoral paulista; um avião com tecnologia de primeira classe, feito para não cair nunca; uma falha que aparece quando nem máquina nem homens poderiam falhar.

Pronto: bastaram alguns minutos de capricho da fortuna para reduzir a zero toda a vã sabedoria dos excelentes cálculos, análises e raciocínios feitos até agora sobre a eleição presidencial de 2014.

Como se pode ver, a prudência básica está nos aconselhando a lidar só com o presente, e do jeito com que se lida com um porco-espinho – ou seja, com extremo cuidado. O que acontece hoje, quando Marina herda cheia de gás a candidatura de Campos, pode acabar não tendo nada a ver com o que acontecerá no dia 5 de outubro.

Não há como fazer ciência aí. O que se sabe é menos do que o que não se sabe – a começar por quem é a própria candidata.

Marina, como a Rússia descrita por Churchill, é uma charada envolvida em mistério que fica dentro de um enigma. Em 2010, quando se candidatou à Presidência, conseguiu um prodígio: quase 20 milhões de pessoas votaram nela sem saber direito por quê. Não foi, certamente, por ficarem entusiasmadas quando ouviram Marina falar em “centralidade da necessidade”, “controles ex post frente” ou “agenda plasmante”.

Que patuá é esse? Nem o rapaz do Rio de Janeiro que ganhou outro dia a supermedalha internacional de matemática seria capaz de entender.

Ela admite que não se pode viver sem luz elétrica, mas parece não encontrar nenhuma usina que a satisfaça. Sabe que o Brasil não sobrevive 24 horas sem as exportações que só podem ser obtidas com agricultura capitalista de larga escala, mas defende uma “inflexão” na área agrícola.

Marina tinha o dobro das intenções de voto de Eduardo Campos, mas era candidata a vice. Formou-se no PT, mas hoje é a sua principal concorrente. Não se sabe o que pretende fazer, na vida real, diante de nenhum dos problemas que o eleitor quer ver resolvidos com urgência.

Seus 20 milhões de admiradores, até hoje, não lhe cobraram mais esclarecimentos – não entendem o que ela está dizendo, mas parecem achar que é bom. Dá para chegar ao Planalto nessa toada, falando de “sustentabilidade” e “esforço transversal”?

Lula e Dilma, mais que Aécio, esperam que não. Os dois só sabem fazer campanha apostando tudo na destruição do competidor, que sempre pintam como um inimigo da “maioria pobre” – e essa opção não está mais disponível para eles.

Vai ser difícil, por exemplo, dizer que Marina é da elite branca do Sul, porque ela nasceu mais pobre do que Lula, não é branca e veio da periferia de Rio Branco, no fundo do Acre. Não dá para pregar ódio contra alguém que só foi se alfabetizar aos 16 anos de idade, ou teve a saúde arruinada pela falta de dinheiro.

Não se conseguirá negar a Marina o “heroísmo moral” de que fala Cervantes – aquela penca de desvantagens que ninguém quer para si, a começar pela pobreza, mas acha um grande mérito nos outros.

Marina Silva pode ser uma pedreira.

(por J. R. Guzzo, de veja.com)

 

HENRIQUE MEIRELLES

Exportar para crescer

O resultado negativo do PIB brasileiro acentua as preocupações com o crescimento neste ano e no próximo. Um vetor pouco mencionado e compreendido desse resultado é o do setor exportador. Apesar de crescimento pontual no trimestre, as exportações estão praticamente estagnadas desde 2012. Análise criteriosa de seu comportamento neste século ajuda a encontrar caminhos para a retomada tanto das exportações quanto do PIB.

Muitos creem que a arrancada das exportações brasileiras a partir de 2003 foi fruto da alta do preço das commodities. Isso foi verdade depois de 2008, mas, de 2003 a 2007, o fundamental foi a estabilização da economia no período.

Para entender a evolução dos preços dos produtos básicos brasileiros é preciso olhar os chamados termos de troca, que comparam a média ponderada do valor dos produtos exportados pelo Brasil versus a média dos produtos que nós importamos.

Esses termos não explodiram na década passada, como alguns pensam. Eles ficaram abaixo da média histórica em praticamente todo o período de 2000 até 2007. Depois de aumento moderado em 2008/09, subiram em 2010 de forma impressionante, ficando até 30% acima da média, devido à alta das importações da China resultantes dos pesados investimentos em infraestrutura e aumento do consumo doméstico. Esses preços caíram a partir de 2012, mas permanecem quase 20% acima da média.

A conclusão inevitável é de que a evolução das exportações brasileiras de 2003 a 2008 não resultou da evolução do preço internacional das commodities, mas de dois fatores principais: o crescimento das exportações de manufaturados e o crescimento da produção de commodities.

O grande fator que elevou a competitividade das exportações, particularmente manufaturados, foi a estabilização da economia a partir de 2003. Ela permitiu aumento do investimento, do crédito e do número de pessoas empregadas, que não só expandiram o mercado interno e criaram maior escala, mas, mais importante, aumentaram a plataforma produtora de exportação. Assim, as empresas brasileiras passaram a ter mais poder de produção, negociação e venda nos mercados internacionais.

Mesmo no agronegócio, a expansão na maior parte do período 2003-08 foi baseada em aumento de volumes, produtividade e área plantada. O que, de novo, é fruto da estabilidade, da confiança e do aumento dos investimentos.

Portanto, qualquer recuperação dos investimentos, do crescimento e também das exportações passa pelo aumento da confiança, da previsibilidade, da infraestrutura, da produtividade e da normalização do mercado cambial.

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Blog Augusto Nunes (VEJA)

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