O que fará Marina a partir de amanhã? Tomara que faça a coisa certa!

Publicado em 05/10/2014 09:17 e atualizado em 06/10/2014 10:45
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

O que fará Marina a partir de amanhã? Tomara que faça a coisa certa!

Se o Datafolha e o Ibope estiverem certos, contra a maioria das expectativas — desde que o avião que conduzia Eduardo Campos foi ao chão, no dia 13 de agosto —, o tucano Aécio Neves vai disputar o segundo turno da eleição presidencial com a petista Dilma Rousseff. Não se pode afirmar com certeza, é claro, já que a diferença está dentro da margem de erro, que é de dois pontos: o senador mineiro está numericamente à frente da ex-senadora do Acre por 24% a 22% no Datafolha e por 27% a 24% no Ibope. Ocorre que ele chega à reta final em ascensão, especialmente em São Paulo e Minas, e ela, em declínio. O mais provável, então, é que PSDB e PT voltem a se confrontar no dia 26 de outubro. Pois é… Esteja ou não no segundo turno, chegou a hora de Marina parar de errar. Será que ela consegue, pelo bem do país? Tomara que sim! Acho que ela perdeu o direito de cometer mais equívocos, especialmente os velhos.

Começo com a hipótese que hoje se mostra menos provável: ela passar para o segundo turno. Isso aconteceria numa situação extremamente difícil porque vem aumentando a distância que a separa de Dilma tanto no primeiro como no segundo turnos. Mas digamos que aconteça… A quem apelará Marina? Apenas às redes sociais, aos “sonháticos”, aos cultores da tal “nova política”, esse elemento etéreo e que se mostrou dos mais deletérios quando ela ascendeu ao topo da disputa?

Como esquecer que Marina rejeitou palanques tucanos em São Paulo e no Paraná, onde os governadores Geraldo Alckmin e Beto Richa, respectivamente, se reelegem no primeiro turno daqui a pouco? Em entrevista, Walter Feldman, um de seus coordenadores políticos, chegou a prever o fim do PSDB… Num comício no interior, os militantes da rede deram um sumiço em cartazes em que sua imagem aparecia ao lado da de Alckmin. Houve outros erros — tratarei deles em outro post.

Muito bem: estando no segundo turno, Marina vai procurar o PSDB para dialogar ou vai insistir em que os tucanos, a exemplo de petistas, são apenas a “velha política? Bastará contar com o conforto de que a esmagadora maioria do eleitorado de Aécio migraria para ela? Seria um erro fatal.

Mas…
Ocorre que, tudo indica, Marina não vai para o segundo turno. E, mais nessa hipótese do que na outra, é que se vai testar a dimensão de alguém que se quer uma liderança nacional. Em 2010, Marina optou por aquilo que se chama “zona de conforto”. O José Serra ao qual ela andou dirigindo elogios recentemente é aquele mesmo que disputou a eleição presidencial com ela. No embate do tucano contra Dilma, Marina se omitiu na neutralidade. Disse, com aquele gesto, que, para o país, era indiferente vencer um outro. Será que ela continua a pensar isso hoje? Será que é o que nos diz a Petrobras? É o que nos diz o crescimento? É o que nos diz a desordem nas contas públicas? É o que nos diz o aparelhamento de estado? É o que nos diz a campanha suja que o PT move contra… Marina?

Ora, o que será feito desta vez? No debate da Globo, em que se saiu notavelmente mal, Marina chegou a dizer que Aécio e o PSDB se igualam a Dilma e ao PT no ataque que fazem a ela. Não é verdade! Essa desculpa não poderá ser usada de novo se Marina decidir apenas assistir à disputa de camarote. As críticas de Aécio foram de natureza política, absolutamente legítimas e naturais no debate. Lembrar a trajetória de alguém não é sinônimo de mentir. Já a campanha do PT foi obviamente desonesta. Afirmar que a independência do Banco Central levaria a fome à mesa dos brasileiros é uma estupidez. Acusar a adversária de planejar um corte de R$ 1,3 trilhão da educação é um despropósito.

A escolha
Sim, é razoável o raciocínio de que a esmagadora maioria do eleitorado de Aécio migraria para Marina, independentemente do movimento que ele fizesse — que, obviamente, seria em favor dela, mesmo indo para a oposição depois. Afinal, o agora senador é o primeiro a afirmar que o país não pode continuar mais quatro anos sob o jugo petista. Mas não só isso: os eleitores do PSDB são autenticamente oposicionistas, e a esmagadora maioria faria um voto anti-Dilma ainda que o tucano pedisse o contrário — o que, de resto, jamais aconteceria.

É, sim, compreensível a especulação de que parte do eleitorado de Marina pode, inicialmente, resistir ao tucano porque, sei lá, ou tem um viés mais à esquerda ou está por demais imbuído dos prolegômenos da tal “nova política”, sejam eles quais forem. Isso não a eximiria de fazer uma escolha. É justamente em momentos assim que entra em cena aquele ou aquela que aspira ao papel de líder nacional.

Se Marina, eventualmente fora do segundo turno, se omitir mais uma vez, então estará a dizer ao país que, segundo seu entendimento, política é a arte de receber apoios, mas de nunca dar apoio. Se, de novo, optar pela neutralidade, estará afirmando a seu eleitorado que, para o Brasil, é irrelevante ter Aécio ou Dilma no comando. Na prática, estará falsificando o próprio discurso. Afinal, ela própria fez o elenco dos motivos — muitos motivos — por que o PT não pode continuar no poder. Fiel, ademais, a seus princípios, não precisaria nem negociar cargos nem integrar a base de apoio de um governo Aécio — que fosse para a oposição depois. Incompreensível, aí sim, será se ela der a sua contribuição pessoal, pela via da omissão, à eventual reeleição de Dilma.

Se passar para o segundo turno, o que é pouco provável, Marina terá de refazer as pontes que dinamitou; se não passar — e tudo indica que não passará —, terá de fazer pontes com o futuro e com o seu próprio futuro político. Ela foi muito eloquente na campanha em dizer por que o PT não pode continuar. Que colabore, então, para tirá-lo do trono! A menos que considere que o povo faz por merecer os malefícios que ela mesma apontou.

Assim, como ela mesma diria, chegou a hora de Marina “ganhar ganhando” ou de “ganhar perdendo”. Só não vale é “perder perdendo”.

Por Reinaldo Azevedo

O meu voto: Aécio, Alckmin, Serra, Roberto Freire e Bruno Caetano

Votem como vocês quiserem, segundo a sua consciência. Abaixo, digo os nomes do que merecerão o meu voto — o que não quer dizer que eu concorde com tudo o que pensam.

Presidência
Aécio Neves – 45

Governador
Geral Alckmin – 45

Senador
José Serra – 456

Deputado federal
Roberto Freire – 2323

Deputado estadual
Bruno Caetano – 45145

Alguns poderão estranhar o meu voto em Roberto Freire porque, afinal, um homem identificado com algumas teses de esquerda. Não houve um só rasgo de autoritarismo ou truculência do governo do PT contra o qual ele não tenha reagido com a devida presteza. Acho essencial ter alguém com o seu perfil na Câmara dos Deputados. 

Por Reinaldo Azevedo

É, minha gente! Como diria Chacrinha, uma eleição só acaba quando termina. Informam o Datafolha e o Ibope que Aécio deve estar à frente de Marina no 1º turno e se aproximando de Dilma no segundo…

Uma eleição “só acaba quando termina”, diria Chacrinha, o Velho Guerreiro. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, realizada ontem e hoje, o tucano Aécio Neves está tecnicamente empatado com Marina Silva, do PSB, no primeiro turno, mas numericamente à frente: 24% a 22%. Dilma Rousseff, do PT, segue com 40%. Os demais candidatos somam 4%; brancos e nulos são 4%, e 5% dizem não saber. No Ibope, com levantamento realizado entre anteontem e hoje, a petista e o tucano marcam os mesmos índices, mas a peessebista aparece com um ponto a menos, 21%. Os outros chegam a 3%. Brancos nulos são 7%, e 5% não sabem. Números do segundo turno (já veremos) indicam que o tucano chega à reta final em ascensão, e Marina, em declínio. Já podemos antecipar algumas conclusões:
a: Aécio deve iniciar a disputa no segundo turno em trajetória ascendente;
b: a campanha suja do PT, agora, se voltará contra o tucano.

Vejam o gráfico com os números do Datafolha publicado pela Folha Online, com os votos totais e válidos no primeiro turno:

Datafolha 1º turno 04-10

Vejam os gráficos do Ibope com totais e válidos do primeiro turno, publicados pelo G1:

Ibope Primeiro turno 4-10 válidos

Ibope Primeiro Turno 4-10 votos totais

Ibope Primeiro turno 4-10 válidos

Como se pode ver, há também uma ligeira diferença entre os votos válidos: no Datafolha, Dilma tem 44%; Aécio, 26%, e Marina, 24%. No Ibope, esses números são, respectivamente, 46%, 27% e 24%.

Debate?
As pesquisas já haviam identificado um movimento em favor de Aécio. Tudo indica, no entanto, que o fato de ter sido, de longe, o melhor no debate promovido pela TV Globo — com mais de 20 pontos de audiência — fez diferença. Em dois dias, ele passou de 21% para 24% no Datafolha, e Marina, de 24% para 22%. No Ibope, em três dias, o tucano saltou de 19% para 24%, e a peessebista, de 24% para 21%. No período, nos dois institutos, Dilma manteve os 40%. Como afirmei aqui neste blog, o debate havia sido bom para Aécio, ruim para Marina e neutro para Dilma.

Segundo turno
É nos números do segundo turno que a tendência de ascensão de Aécio e de declínio de Marina fica mais evidente. Vejam os gráficos do Datafolha (publicados pelo G1):

Datafolha 2º turno

A diferença entre Dilma e Marina tende a ser crescente: era de sete pontos entre os dias 1 e 2 e passou para 10 pontos entre os dias 3 e 4. Quando a petista enfrenta o tucano, a distância está diminuindo: em uma semana, caiu de 11 pontos (50% a 39%) para 6 pontos: 48% a 42%. Agora, os gráficos no Ibope:

Ibope 2º turno

No Ibope, com números um pouco diferentes — 45% a 37% para a petista tanto contra Marina como contra Aécio —, também se nota a tendência de aproximação entre o tucano e Dilma e de distanciamento entre Marina e a presidente-candidata.

A onda em favor de Aécio e contra Marina nos últimos dois dias se revela com ainda mais clareza numa simulação de segundo turno entre os dois, que não vai se realizar. Vejam o gráfico que vai acima: há um mês, sob o impacto da queda do avião que levava Eduardo Campos, a peessebista venceria o tucano por 51% a 27%; agora, ele provavelmente a venceria por 39% a 36%. O Datafolha ouviu a maior amostra de sua série de pesquisas presidenciais em 2014: 18.116 eleitores em 468 municípios nos dias 3 e 4 de outubro. O Ibope realizou a pesquisa com 3.010 eleitores.

Conclusão
Tudo indica que o segundo turno será mesmo travado entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, o que, convenham, boa parte dos analistas considerava impossível há duas semanas. Aécio, note-se, jamais deixou de acreditar.

O candidato do PSDB chegará, assim, à reta final em ascensão, o que sempre é positivo. Ajuda a criar o clima de virada. Nessa hipótese, como se comportarão Marina Silva e seu eleitorado? Tratarei disso em outros posts. Aécio certamente está preparado para enfrentar o que vem por aí. O estoque de baixarias do PT no processo eleitoral não tem limites — mesmo num debate cujas regras impõem a civilização.

No embate da Globo, por exemplo, deu para perceber que Dilma já contava com a possibilidade de enfrentar o tucano no segundo turno, tanto é que o chamou para o confronto direto sempre que pôde. E perdeu todas. Não hesitou em insistir na mentira escandalosa de que os tucanos tentaram privatizar a Petrobras e os bancos públicos. É mentira, mas isso é fichinha perto do que vem por aí.

Quem certamente acompanha o embate com especial interesse é o doleiro Alberto Youssef. Caso Dilma vença a disputa, convenham, é grande a chance de o governo não chegar ao fim. Viveremos dias interessantes.

Por Reinaldo Azevedo

Alckmin vencerá no 1º turno; Serra vai forçar Suplicy a procurar um emprego. Ou: Padilha e Skaf não conseguem tirar votos da torneira

O Datafolha divulgou a pesquisa eleitoral em São Paulo feita entre esta sexta e este sábado. Pouca coisa mudou nos três últimos dias. O tucano Geraldo Alckmin chega a 51% e deve ser reeleito no primeiro turno; o peemedebista Paulo Skaf obtém 21%, e Alexandre Padilha, do PT, 11%. Quando computados os votos válidos, os respectivos candidatos têm 59%, 24% e 13%. Num segundo turno, que não existirá, Alckmin bateria Skaf por 67% a 33%, e Padilha, por impressionantes 77% a 23%. O tucano José Serra dispara na liderança para o Senado, com 50%, contra 37% de Eduardo Suplicy, e 9% para Gilberto Kassab, do PSD. Vejam o gráfico publicado na Folha Online.

Datafolha SP 4-10

Em São Paulo, o PT deu “PT”, isto é: perda total. Alexandre Padilha, o “poste de Lula”, desta vez, não produziu luz — nem chegou a gerar calor. Se os números do Datafolha estiverem certos, o partido terá o pior desempenho eleitoral desde 1994, chegando bem perto das três primeiras eleições que disputou: 1982, 1986 e 1990. Vejam o quadro.

Desempenho do POT em SP

Eis aí: em 1998, o PT alcançou o patamar dos 20%, com Marta. Saltou para o andar dos 30% com Genoino, em 2002, ano da ascensão de Lula, e lá se manteve. Agora, despenca de novo para o padrão das primeiras disputas, quando ainda era considerado um partido “perigoso” por causa de sua ideologia. Hoje, o que se teme no PT é a corrupção. No quadro acima, os 13% são o índice atribuído ao PT pelo Datafolha.

Campanhas desastradas
Existe um enorme repúdio ao PT em São Paulo. Na raiz, certamente estão a repulsa aos atos de corrupção associados ao partido e o desastre da gestão de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo. Mas não é só isso que explica o desempenho pífio: raramente o partido conduziu uma campanha tão equivocada em São Paulo. Ainda no debate da Globo, viu-se um Padilha agressivo, violento na retórica, a convidar o espectador a abrir a torneira para constatar que não haveria água. Ocorre que… há água.

Skaf, que chegou a ameaçar alçar voo, ficou empacado numa campanha que chegou a flertar com o surrealismo. Apelou-se ao lepo-lepo, à recomendação para que se governasse São Paulo com tesão, e, nas últimas peças publicitárias, uma mulher se mostrava hesitante na cama em ceder ou não aos apelos do homem, dizendo-se indecisa… E então vinha a recomendação para votar em.. Skaf. Duda Mendonça perdeu a mão.

Pela terceira vez consecutiva, o PT não chega ao segundo turno em São Paulo. O PSDB elegerá o sexto governo consecutivo, o terceiro no primeiro turno. E ainda levará a única vaga no Senado em disputa, forçando Eduardo Suplicy a procurar um emprego. Ele está lá há 24 anos e, até hoje, não apresentou um único projeto do interesse do Estado que representa.

Da próxima vez, se ainda houver seca em São Paulo — tomara que não! —, o PT não tentará tirar votos da torneira.

Por Reinaldo Azevedo

Eleição no Rio dá uma embolada. Sim, surge o risco de Edir Macedo conquistar seu primeiro Estado. Ou: Coitado do Rio! Tão perto do Cristo e tão longe de Deus! Ou: Da duração do mal…

A eleição no Rio, segundo o Datafolha, está menos definida do que se pensava. Que coisa! Não há dúvida nenhuma sobre quem lidera o primeiro turno: é Luiz Fernando Pezão, do PMDB, atual governador, que está com 31% das intenções de voto. Não se sabe ainda é quem vai disputar com ele o segundo turno: se Anthony Garotinho (PR), com 21%, ou Marcelo Crivella (PRB), com 19%. Vejam o gráfico abaixo.

Rio Datafolha 04-10

Como se pode constatar, Pezão deve estar torcendo fervorosamente por Garotinho, que o peemedebista bateria no segundo turno por 60% a 40% dos votos válidos. Caso Crivella passe, aí a coisa se complica: 51% a 49% — na margem de erro, que é de dois pontos. Como, no segundo turno, os dois candidatos passam a ter o mesmo tempo na TV, se o Datafolha estiver certo, o risco passa a ser imenso. Imaginem: se Crivella vencer, Edir Macedo, o dono da Igreja Universal, governará o Estado com a terceira maior população do país.

Lindbergh Farias (PT) é um vexame continuado. Em dois dias, conseguiu perder 4 pontos. Tem agora 9% e está tecnicamente empatado com um certo Tarcísio Motta, do PSOL. Onde mais o psolismo conseguiria tanto voto? Só mesmo na orla mais cara do país, onde moram os “socialites” socialistas… Para o Senado, Romário (PSB) chega a 62% dos votos válidos, contra 26% de César Maia. Deus do céu!

Minhas condolências a meus amigos do Rio. Em São Paulo, há muita tranqueira, sim, mas a Cidade Maravilhosa é mesmo imbatível nesse quesito. Com raras exceções, e elas existem!, não aceitaria a elite política do Rio nem que me dessem aquela paisagem. Acreditem: isso tudo ainda é fruto do desastre que o brizolismo provocou no Estado. Mas deixo isso para outra hora. Peço apenas que reflitam como o mal pode ser duradouro. Isso vale também para o país.

Por Reinaldo Azevedo

MAIS DATAFOLHA – PT também tem “PT” — perda total — no Paraná, no Distrito Federal e em Pernambuco

Datafolha - Paraná - 04-10

A eleição se resolve no primeiro turno também no Paraná, com a vitória do tucano Beto Richa, que tem, segundo o Datafolha, 53% dos votos válidos, contra 32% de Roberto Requião (PMDB) e apenas 13% de Gleisi Hoffmann, do PT. Os companheiros vivem, assim, um dos de seus cinco grandes vexames — os outros quatro são o Distrito Federal, o Rio, São Paulo e Pernambuco. O tucano Álvaro Dias será reeleito para o Senado. O Datafolha lhe atribui 81% dos votos válidos.

Distrito Federal
O senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, pode comemorar: já é o governador eleito do Distrito Federal, com chance de levar até no primeiro turno. Segundo o Datafolha, ele tem 46% dos votos válidos. Jofram Frejat (PR) tem 24%, e Agnelo Queiroz (PT), atual governador, apenas 23%. No caso de haver um segundo turno, como se nota no gráfico abaixo, Rollemberg vence com folga os adversários: 72% a 28% contra Agnelo e 67% a 33% contra Frejat (votos válidos).

Datafolha - DF - 04-10

O PT levará uma surra também no Senado: Reguffe (PDT) tem 46% dos votos válidos, contra apenas 19% do petista Geraldo Magela. O trauma da população do DF com o petismo é de tal sorte que, se Agnelo disputar a etapa final com Frejat, que entrou na campanha há três semanas,  perde.

Pernambuco
Em Pernambuco, o PT decidiu não lançar candidato próprio e apoiar Armando Monteiro, do PTB, que vencia no primeiro turno até a morte de Eduardo Campos, ocorrida no dia 13 agosto. Paulo Câmara, o candidato do PSB, amargava longínquos 13%, e o petista João Paulo era o franco favorito para o Senado. Pois é… Era assim. Vejam os dados da pesquisa Datafolha feita anteontem e ontem:

Datafolha Pernambuco 4-10

Segundo o Datafolha, Câmara seria eleito no primeiro turno, com 61% dos votos válidos, contra apenas 37% de Monteiro. Não só isso: o petista João Paulo, que liderava a corrida para o Senado até a semana passada, deve perder a vaga para Fernando Bezerra Coelho, também do PSB: 52% a 45% dos votos válidos.

 

Por Reinaldo Azevedo

Eleitores em trânsito no RS, no Ceará e em Minas

Em três Estados, mostra o Datafolha, há muitos eleitores em trânsito; em dois, não dá para fazer previsões. O Rio Grande do Sul pode surpreender muita gente. Um dia antes do pleito, segundo o instituto, a senadora Ana Amélia (PP), que liderou a corrida até a semana passada, pode até ficar fora do segundo turno. Tarso Genro (PT), atual governador, lidera com 36% dos votos válidos. Ana Amélia e José Sartori (PMDB), que parecia carta fora do baralho até outro dia, estão agora empatados, com 29%. Vejam:

Datafolha RS- 04-10

Há um mês e meio, o peemedebista tinha apenas 7% dos votos, contra 39% da pepista e 30% do petista. A disputa está empatada no segundo turno: 51% a 49% para Tarso contra Ana Amélia e 50% a 50% no caso de disputarem os candidatos do PT e do PMDB. O petista Olívio Dutra, que liderou a corrida para o Senado a maior parte do tempo, está agora empatado com Lasier Martins: 39% a 38%.

Ceará
No Ceará, segundo o Datafolha, a disputa está empatada entre Eunício Oliveira, do PMDB, com 49% dos votos válidos, e Camilo Santana, do PT, com 45%. No segundo turno, o peemedebista bateria o petista por 53% a 47%. Camilo é o candidato dos irmãos Gomes, cujo candidato ao Senado, Mauro Filho (PROS), leva uma surra monumental de Tasso Jereissati (PSDB): 26% a 72%. Depois do início do horário eleitoral, o candidato do PMDB perdeu 6 pontos, e o do PT ganhou 19.

Datafolha Ceará 04-10

Minas
Em Minas, o petista Fernando Pimentel venceria no primeiro turno, informa o Datafolha, com 54% dos votos válidos, contra 37% do tucano Pimenta da Veiga, que parece ensaiar uma reação, como mostra o gráfico — embora uma virada seja improvável. O ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) marca 63% dos votos válidos para o Senado, contra apenas 30% de Josué Alencar (PMDB).

Datafolha MG - 04-10

Por Reinaldo Azevedo

A “Presidenta” e seu marqueteiro: sintomas do autoritarismo petista

A exigência da presidente Dilma de ser chamada de “presidenta” poderia ser apenas um sintoma de seu exotismo, quiçá um apelo para a cartada sexual em busca do apoio das feministas. Mas não. Ao que tudo indica, não se trata somente de um neologismo fruto de capricho pessoal, e sim de um presságio do que pode estar por vir, caso seja reeleita. Um indício de um autoritarismo preocupante.

A importância dada ao termo é tanta que hoje podemos identificar facilmente seu séquito de bajuladores pelo simples uso dele. Quem se refere a Dilma como “presidenta” está demonstrando sua subserviência, sua obediência. Vale notar que quase todo líder autoritário fez questão de ser chamado por algum apelido ou termo específico qualquer, para destacar sua posição acima dos reles mortais.

A história mostra que os piores ditadores e facínoras tinham também seus apelidos: Führer (Hitler), Il Duce (Mussolini), O Grande Timoneiro (Mao Tse Tung), El Comandante (Fidel Castro). Seria “Presidenta” uma forma sutil de expressar a ambição ditatorial do PT?

Afinal, Dilma não guarda segredo de sua admiração por algumas destas figuras históricas, o que foi constatado quando fez afagos recentemente no ditador cubano, ou quando era Chefe da Casa Civil e quebrou o protocolo para reverenciar Pol Pot. Sim, Pol Pot, o facínora líder do Khmer Vermelho, que exterminou um terço da população de seu país, o Camboja.

Esse autoritarismo do PT foi o motivo pelo qual Eduardo Jorge, hoje candidato a presidente pelo PV, decidiu abandonar o partido em 2003, como revela em entrevista nas páginas amarelas de Veja desta semana:

Eduardo Jorge

Uma das marcas registradas desses líderes autoritários é a presença dominante da figura de um marqueteiro, como o poderoso Goebbels no nacional-socialismo de Hitler. Afinal, líderes autoritários são também populistas, precisam ludibriar as massas, enganá-las o tempo todo. Depositam fé quase absoluta no papel do “enganador das massas”, portanto.

É verdade que a crescente dependência dos marqueteiros é uma tendência geral na política nacional, mas também é inegável que a petista Dilma é, sem dúvida, a que mais depende dessa figura. Basta ver que ela é praticamente incapaz de responder algo sem consulta, ao contrário do que acontece com Aécio Neves:

Candidato mais preparado

Como brincou um amigo meu, Dilma precisa verificar na “cola” até se é para dar “bom dia” ou “boa noite”. Sem a papelada preparada pelo marqueteiro, fica totalmente às escuras. Eduardo Jorge também comenta sobre esse uso excessivo do marqueteiro na entrevista:

Eduardo Jorge 2

Uma reportagem de Daniel Pereira também na Veja desta semana fala justamente do papel preponderante de João Santana na campanha de Dilma. O discurso de “nós” contra “eles”, por exemplo, que o PT tem usado para conquistar o voto dos ignorantes enquanto segrega perigosamente o Brasil, teria sua impressão digital.

Aquela nefasta campanha do medo que o PT lançou também foi obra do marqueteiro. O vídeo do partido mostrava um cenário sombrio no futuro, caso a oposição vencesse, alegando que haveria uma volta ao passado de miséria total. Conclui a matéria:

João Santana

A banalização da imoralidade em nosso país pode ajudar a enxergar um marqueteiro desses como apenas um profissional eficiente em sua função, mas discordo totalmente. Se ainda temos algum apreço pela ética, o que João Santana faz, sob a aprovação da “Presidenta”, é abjeto, indecente, algo típico de um Goebbels. Ele é cúmplice da corja no poder, como foi Duda Mendonça antes dele. Joice Hasselmann, na TVeja, foi direto ao ponto:

Juntando as peças do tabuleiro, uma presidente arrogante que insiste em ser chamada de “Presidenta”, e um marqueteiro disposto a jogar sujo e descer no pântano com o único objetivo da vitória, não importa como ela se dê, temos a configuração de um quadro assustador, que nos remete aos piores ditadores que o mundo já viu. Seria isso o que está em construção no Brasil de hoje? Espero que não, que o povo possa acordar enquanto é tempo.

Rodrigo Constantino

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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