Ex-diretor da Petrobras implica o petista José Eduardo Dutra, ex-coordenador da campanha de Dilma...

Publicado em 09/10/2014 05:10 e atualizado em 09/10/2014 15:35
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

Paulo Roberto Costa diz que corrupção na Petrobras irrigou campanhas do PT, do PMDB e do PP em 2010; em depoimento à Justiça ele implica os petistas José Eduardo Dutra, ex-coordenador da campanha de Dilma, e Renato Duque, ex-diretor da estatal

Por Márcio Cesar Carvalho e Samantha Lima, na Folha. Volto no próximo post.
Em seu primeiro depoimento à Justiça após ter feito um acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de corrupção na estatal irrigou campanhas de três partidos nas eleições de 2010: PT, PMDB e PP, segundo apurou a Folha. Naquele ano, foram disputadas eleições para presidente, governadores e deputados. Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma “organização criminosa” atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.

No depoimento, ele disse que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ligado ao PMDB, também teria participado das irregularidades. Paulo Roberto disse ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpetro. O ex-diretor da estatal também citou José Eduardo Dutra, atual diretor da Petrobras e ex-presidente da BR Distribuidora, como participante dos esquemas do grupo. Dutra também presidiu o PT. Segundo Paulo Roberto, três ex-diretores da Petrobras fizeram parte do esquema: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque. No depoimento, ele reconheceu ter recebido dinheiro da Odebrecht, citou o nome do executivo Márcio Farias como sendo seu contato, mas não citou valores, segundo informou o advogado Haroldo Nater, que defende Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen, usado para lavar dinheiro.

Segundo a Folha apurou, Paulo Roberto disse que a propina correspondia a 3% do valor líquidos de contratos da Petrobras, que eram divididos entre ele e partidos políticos. Afirmou também que o CNCC, consórcio Camargo Corrêa pagou propina para ganhar obras da Petrobras, segundo seu advogado, Antonio Augusto Figueiredo Basto. Basto disse que políticos lideravam o esquema, e não o doleiro Alberto Yousseff, como acusa a Polícia Federal. Costa foi levado nesta quarta-feira do Rio, onde está em prisão domiciliar, para Curitiba (PR), em um voo comercial da Azul, com escolta da Polícia Federal.

Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, diz que não pode considerar qualquer declaração despida de provas e que ainda não sabe do que se tratam as declarações de Paulo Roberto Costa. O Consórcio CNCC comunicou, por meio de nota, que não teve acesso ao depoimento e que repudia qualquer acusação de atuação irregular.A Folha não conseguiu contato com os demais citados.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Depoimento de Paulo Roberto atinge o coração do PT e a campanha de Dilma em 2010. Ou: A depender das urnas, titular do próximo quadriênio não chega ao fim

O PT está numa enrascada. O pior é que, a depender do resultado das urnas, o Brasil também. Vamos ver, como diria o poeta Horácio — na bela ode em que homenageia a sua Leuconoe — , que destino os deuses nos reservam. Conforme for, a pessoa que encabeçar o próximo quadriênio não chegará ao fim do mandato, que pode ser abreviado ou pela Justiça ou por um processo de impeachment. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, prestou seu primeiro depoimento à Justiça depois do acordo de delação premiada. Ele sabe que, caso comece a dizer sandices e invencionices, o pacto é desfeito, e ele arca não só com o peso inicial dos delitos cometidos como com sanções novas. Assim, deve-se, quando menos, prestar atenção ao que diz.

Segundo informa a Folha (ver post anterior), ele afirmou com todas as letras que o esquema corrupto que ele operava na Petrobras para políticos recebia 3% do valor líquido do contrato com a estatal. O dinheiro era dividido entre ele próprio e três partidos: PT, PMDB e PP. Segundo a PF, a quadrilha chegou a movimentar R$ 10 bilhões na estatal. Sim, dez BILHÕES! Teriam atuado no esquema Sérgio Machado, presidente da Transpetro — de quem Paulo Roberto admite ter levado uma propina de R$ 500 mil —, Nestor Cerveró, Jorge Zelada e o petista Renato Duque, todos ex-diretores da estatal.

Mas não só. José Eduardo Dutra, atual diretor Corporativo e de Serviços, também seria ligado ao grupo. Pois é… Dutra foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. Pertencia ao trio que Dilma apelidou de “Os Três Porquinhos”. Os outros “porquinhos” eram José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, e Antonio Palocci, que, segundo Paulo Roberto, pediu R$ 2 milhões ao esquema em 2010 para pagar contas da campanha de Dilma.

Nestor Cerveró, um dos acusados por ele, é o homem que organizou a operação de compra da refinaria de Pasadena, que, segundo o TCU, deu um prejuízo à empresa de US$ 792 milhões. Na delação premiada, Paulo Roberto já confessou que levou propina também nessa operação. Dilma, à época, era presidente do Conselho e alegou não saber de nada. Logo depois, Cerveró deixou o cargo, mas a já presidente Dilma o nomeou para ser diretor financeiro da BR Distribuidora. Renato Duque sempre foi considerado o homem do PT na Petrobras e ocupou a poderosa Diretoria de Serviços entre 2003 e 2012. Jorge Zelada, ex-diretor da Área Internacional, foi indicação do PMDB.

Até onde vai Paulo Roberto Costa? Insisto: ele conhece os termos de uma delação premiada. Se falsear ou se tentar induzir a Justiça a erro, em vez da liberdade possível, ficará mofando na cadeia por muitos anos. Todos têm direito de se defender e certamente o farão. O fato é que Paulo Roberto Costa está dizendo que a campanha eleitoral do PP, do PMDB e do PT — inclusive da então candidata Dilma Rousseff — foi em parte financiada com dinheiro sujo, roubado da Petrobras.

E agora? Se Paulo Roberto Costa estiver certo, a Papuda será pequena para abrigar tantos figurões.

Por Reinaldo Azevedo

Ex-contadora de doleiro diz ter repassado dinheiro a jornalista que pertence ao grupo de Dirceu para pagar multa do mensalão

Por Ricardo Brito, na Estadão:
A contadora Meire Poza confessou nesta quarta-feira, 8, em depoimento à CPI mista da Petrobrás, ter repassado dinheiro para pagar a multa de um condenado no processo do mensalão. Ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire disse que foi à residência do jornalista Breno Altman durante três meses para pegar em cada oportunidade R$ 15 mil em dinheiro vivo. Esses recursos eram entregues, segundo ela, para o sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro. Quadrado foi punido pelo STF à pena de três anos e seis meses de prisão e a uma multa de R$ 28,6 mil, à época da condenação em 2012 e cujo valor foi atualizado posteriormente. Meire disse que os recursos serviram para pagar a multa do sócio da corretora Bônus Banval. A contadora afirmou que pegou os recursos em espécie no portão da casa do jornalista nos meses de maio, junho e julho deste ano. “Em relação a esses R$ 15 mil, ele (Breno Altman) dizia que o PT estava pagando a multa do mensalão”, afirmou ela, inicialmente, em resposta a pergunta feita pelo líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

Posteriormente, contudo, Meire disse, em resposta a questionamento feito pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), que o jornalista não sabia o origem do recurso. Como fala na qualidade de depoente, ela não pode mentir à CPI. Se o fizer, pode ser processada por crime de perjúrio e sair presa do depoimento. A ex-contadora de Youssef afirmou que a pena de Enivaldo Quadrado foi convertida em prestação de serviços à comunidade, que ele começou a cumprir a partir de maio deste ano em Assis (SP). Foi por isso que, segundo Meire, Quadrado pediu a ela para que buscasse esses valores na casa de Altman em São Paulo para levá-lo a ele, em Assis.

Meire disse que conhecia Quadrado desde 2009, na época em que ele trabalhava em uma corretora de valores. Ela destacou que dividia com Quadrado metade dos 7% que cobrava de comissão para a emissão dos R$ 7 milhões em notas frias. Em valores, isso dava R$ 122.500 para cada um. Segundo ela, foi Enivaldo Quadrado quem a apresentou a Youssef e, como Quadrado vivia em dificuldades financeiras, ela o ajudava e se considerava uma “espécie” de sócia dele. Após a confissão da ex-contadora de Youssef, Domingos Sávio disse que a multa do mensalão foi paga com “dinheiro do petrolão”. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) fez questão de mostrar, durante o depoimento de Meire, uma foto do seu tablet em que Breno Altman está ao lado do ex-ministro José Dirceu, também condenado no mensalão. O líder do PPS na Câmara apresentou requerimento para convocar Altman, para depor em uma futura sessão administrativa da CPI.

Por Reinaldo Azevedo

Em nota, presidente da Transpetro nega acusação de Paulo Roberto

Recebo da Assessoria de Imprensa da Transpetro a seguinte nota:

“O presidente da Transpetro, Sergio Machado, nega com veemência as afirmações atribuídas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Trata-se de uma afirmação absurda e falsa. Machado está indignado com a divulgação do suposto conteúdo de um depoimento dado a portas fechadas e sobre o qual não se tem nenhuma informação oficial. Tomará todas as providências cabíveis para restabelecer a verdade e defender sua honra, processando judicialmente quem quer que seja na defesa da Transpetro. Ressalta ainda a sua estranheza com o fato de esse vazamento ter ocorrido no meio do processo eleitoral.

Sergio Machado jamais foi processado pelo Ministério Público ou por qualquer outra autoridade brasileira em decorrência de seus atos ao longo de 30 anos de vida pública.”

Por Reinaldo Azevedo

Operador de campanhas petistas estava em avião que transportava dinheiro vivo

Por Rodrigo Rangel e Daniel Pereira, na VEJA.com:
Um conhecido colaborador de campanhas eleitorais petistas estava a bordo do avião no qual a Polícia Federal apreendeu, na noite desta terça-feira, 116 mil reais em dinheiro vivo no aeroporto de Brasília. A aeronave foi abordada pelos agentes federais logo após pousar, vindo de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima levou os policiais a fazerem o flagrante. Os três ocupantes do avião, um turboélice registrado em nome de uma empresa de participações, foram levados até a Superintendência da PF em Brasília para prestar esclarecimentos.

Entre eles estava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília com negócios no governo federal e que ficou conhecido na campanha eleitoral de 2010 por bancar despesas do comitê eleitoral da então candidata petista Dilma Rousseff. Bené também patrocinou um grupo que operava na clandestinidade, dentro do comitê de campanha, para produzir dossiês contra o tucano José Serra, então adversário do PT. Na época, o coordenador da campanha de Dilma Rousseff era o hoje governador eleito de Minas Gerais Fernando Pimentel.

Junto com Bené estava Marcier Trombiere Moreira, funcionário de carreira do Banco do Brasil que ocupa, desde março deste ano, o cargo de assessor especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi. O terceiro ocupante da aeronave foi identificado como Pedro Medeiros. Amigo de petistas influentes, especialmente de Minas Gerais, Bené era um empresário pouco conhecido de Brasília. No governo do PT, ficou rico: de repente, suas empresas — a Gráfica Brasil e a Dialog Eventos — passaram a ganhar fortunas com contratos públicos. Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, as empresas faturaram 214 milhões de reais.

A Dialog chegou a ser proibida de contratar com o governo após a descoberta de uma série de irregularidades. Em muitos órgãos públicos, ela era contratada sem licitação. Auditorias oficiais concluíram que a empresa costumava receber pagamentos por serviços nunca prestados. A Gráfica Brasil, por sua vez, continuou firme e forte com seus negócios na máquina federal. Já no governo Dilma, recebeu 109,6 milhões.

Na campanha de 2010, Bené atuou com uma espécie de tesoureiro informal da campanha de Dilma. Cuidava das finanças e também da logística da estrutura montada em Brasília para servir à candidatura presidencial petista. Até estourar o escândalo da espionagem, revelado por VEJA, Bené era o responsável por pagar as despesas de uma casa montada para servir à campanha. Também foi ele quem providenciou outros imóveis utilizados pelo comitê petista — incluindo a casa onde a então candidata Dilma Rousseff morou, no Lago Sul de Brasília, até ser eleita presidente.

Nas eleições deste ano, o empresário voltou à cena, só que mais discretamente. Bené auxiliou a campanha do petista Fernando Pimentel. Sempre nos bastidores. Ele transitava entre Brasília e Belo Horizonte. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem dom dinheiro.

Por Reinaldo Azevedo

Quo usque tandem, Dilma Falcoque, abutemini patientia nostra?

Pois é… Uma ligeira adaptação de uma das Catilinárias do grande Cícero contra Catilina. Quem era Catilina? Uma espécie, assim, de mistura de Guilherme Boulos com João Pedro Stedile da Roma Antiga. O quê? Vocês pensam que esses tipos representam alguma novidade na história? Que nada! Mas sigamos com a tradução, né? “Até quando, Dilma e Falcão, vocês abusarão da nossa paciência?”

O busílis é o seguinte: na noite desta terça, a Polícia Federal flagrou no aeroporto de Brasília um avião que transportava R$ 116 mil em dinheiro vivo. O turboélice tinha saído de Belo Horizonte. Até agora, não se sabe a origem da grana. Mas se sabe quem estava dentro: Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília com negócios no governo federal; Marcier Trombiere Moreira, funcionário de carreira do Banco do Brasil e que, no momento, é assessor especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi, e um certo Pedro Medeiros.

Até aí, bem. Ocorre que o tal Benê atuou na campanha eleitoral do governador eleito de Minas, o petista Fernando Pimentel. Ainda é pouco para resumir a sua biografia. Em 2010, descobriu-se que ele financiava um grupo clandestino que estava encarregado de fabricar um dossiê contra o tucano José Serra, então candidato à Presidência. Esse grupo clandestino operava dentro do comitê de campanha de Dilma, que era chefiado, então, por… Pimentel. A biografia de Benê ainda pode ser engordada. Empresário obscuro do setor gráfico, virou um potentado na era petista: nos dois mandatos de Lula, suas empresas faturaram em contratos com o governo, a maioria sem licitação, R$ 214 milhões. No governo Dilma, não ficou na chuva: já abiscoitou R$ 109,6 milhões. Ah, sim: em 2010, o tal Benê pagava o aluguel de uma casa que servia à campanha do PT e também o da moradia da então candidata Dilma Rousseff.

Rui Falcão foi indagado sobre o estranho episódio e se saiu com uma resposta do balacobaco: “Prenderam 110 e pouco mil reais em um evento ligado a campanha do deputado eleito Bruno Covas. Isso não me leva a fazer qualquer vínculo dessa apreensão de dinheiro com o deputado Bruno Covas. Então se prenderam esse dinheiro, é preciso saber que não é crime transportar dinheiro desde que se explique a origem. Não venham colocar isso na conta do PT”.

Como? Que estranho modo de raciocinar, não é? Então porque Rui Falcão não atacou Bruno Covas no caso da apreensão de um dinheiro com alguém ligado à sua campanha, nada se pode cobrar do PT a respeito desse estranho episódio, envolvendo um empresário umbilicalmente ligado ao partido e com negócios milionários com o governo? Se eu levar ao pé da letra o que ele diz, então concluo que um petista só pode ser chamado à responsabilidade se, antes, ele tiver acusado algum tucano. Tenham paciência! Não é raciocínio de um Falcão, mas de uma toupeira lógica.

Jornalistas fizeram o seu trabalho e perguntaram a Dilma se Pimentel poderia ser afastado da coordenação de sua campanha. Com a simpatia costumeira que essa gente tem com a imprensa, respondeu de forma ríspida: “É tudo o que vocês queriam, não é? Por que eu afastaria o Pimentel? Você já condenou?” Ora, por que os repórteres quereriam afastar Pimentel? Ele até é um homem educado no trato com a imprensa, que desperta simpatias. Ocorre que o assunto é enrolado, né? E a governanta foi adiante:
“Eu confio, sim, no Pimentel. Acho que o Pimentel é uma pessoa interessantíssima [para] que se pergunte se eu quero afastar ele da minha campanha. Por que? Porque ele foi o governador que derrotou o candidato do Aécio Neves?”

Não, candidata Dilma! A pergunta só lhe foi feita porque se considerou pouco convencional que um dos assessores de campanha de Pimentel desembarque em Brasília, vindo de Belo Horizonte, com R$ 116 mil em dinheiro vivo. Ainda mais quando o rapaz em questão já faturou R$ 109,6 milhões em contratos no seu governo. Mesmo que Pimentel tivesse sido derrotado por Aécio, a questão existiria.

Por Reinaldo Azevedo

Pesquisa do Instituto Paraná aponta Aécio na frente de Dilma: 54% a 46% dos votos válidos; nesta quinta, saem Ibope e Datafolha

Pois é… Segundo pesquisa do Instituto Paraná, se a eleição fosse hoje, o tucano Aécio Neves teria 49% das intenções de voto, e a petista Dilma Rousseff, 41%. Em votos válidos, o embate estaria 54% a 46%. Na pesquisa espontânea, o candidato do PSDB marca 45% contra 39% de sua oponente. O levantamento foi encomendado pela revista Época. Entre segunda e esta quarta, o instituto entrevistou 2.080 eleitores em 152 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR 01065/2014. 

A pesquisa avaliou também a rejeição aos candidatos. Dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum 42% dos entrevistados, e 32% afirmam o mesmo sobre Aécio. Não rejeitam nenhum dos dois 16% dos entrevistados. “Podemos afirmar que Aécio Neves inicia o segundo turno com uma boa vantagem porque herdou mais votos de Marina Silva. Vamos ver como o eleitor se comportará após o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão”, afirmou à revista o economista Murilo Hidalgo, presidente do Paraná Pesquisas.

Nem foguetório nem cabelos arrancados
É natural que os correligionários de quem está na frente fiquem felizes e que se entristeçam os dos que estão atrás, mas é cedo tanto para o foguetório dos tucanos como para o desespero dos petistas. Se há coisa que essa eleição ensinou é que se deve ver com prudência os números dos institutos de pesquisa. Não estou duvidando de ninguém em particular nem pondo todo mundo sob suspeita. Apenas constato o óbvio: não anda assim tão fácil interpretar os sentimentos dos brasileiros

Que há um clima pró-Aécio no centro-sul do país, especialmente, nas grandes cidades, eis um dado que é da experiência. E os petistas sabem disso. Vejam o que aconteceu em São Paulo, seja no Estado, seja na capital. Pedem-se mudanças abertamente nas ruas. Tanto é assim que a própria presidente-candidata Dilma Rousseff, no primeiro discurso depois do primeiro turno, assegurou que, se reeleita, fará um novo governo, com pessoas e com ideias novas.

O horário eleitoral não começou ainda. Sua importância cresce no segundo turno, porque aí os dois candidatos disputam em igualdade de condições. A lógica indica que isso tende a ser favorável a Aécio. Afinal, na primeira etapa, com quase o triplo de tempo de Aécio, Dilma não conseguiu sair da casa dos 40%, que já eram seus antes do início da propaganda. Mais: os debates na TV também crescem de importância, sem nanicos para tomar o nosso tempo com irrelevâncias.

Novas pesquisas
Nesta quinta, Datafolha e Ibope divulgam suas respectivas pesquisas. Se o tucano aparecer na frente também nesses levantamentos, é claro que aumentará a preocupação petista. Os buchichos que correm por aí dizem que é precisamente o que vai acontecer. Se os números de agora não são necessariamente uma antecipação do que vai acontecer, é claro que eles servem para balizar estratégias de campanha. O que virá? Campanha de esclarecimento? Debate honesto? Ódio, rancor e ressentimento? Há uma boa possibilidade de o eleitor estar com o saco cheio do jogo rasteiro.

Por Reinaldo Azevedo

Aécio recebe apoio do PSB e repete lema de Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil”

Por Marcela Mattos, na VEJA.com:Candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves compareceu à sede do PSB na noite desta quarta-feira para sacramentar a aliança com o partido no segundo turno das eleições. Em discurso, o tucano ressaltou que a união expressa o sentimento de mudança da população brasileira e, em busca de se aproximar da nova legenda, evocou Eduardo Campos, morto em agosto em acidente aéreo: “Hoje eu me preencho com sonhos, lembranças extremamente marcantes para mim. E é por isso que eu quero encerrar essas minhas palavras dizendo: ‘Nós não vamos desistir do Brasil’”, afirmou.

“Sou, a partir desta histórica manifestação, o candidato das mudanças verdadeiras. Do ponto de vista pessoal, me sinto honrado e emocionado neste instante, porque passo a ter a responsabilidade de, no limite das minhas forças, levar pelo Brasil inteiro o legado de Eduardo Campos”, disse Aécio Neves, bastante aplaudido por socialistas. “Os seus sonhos, Eduardo, passam a ser os meus sonhos. E os seus compromissos com a diminuição das diferenças vergonhosas do Brasil passam a ser os meus compromissos. A partir deste instante caminharemos juntos num só sentimento de responsabilidade pela construção de um novo tempo pelo Brasil”, continuou.

O tucano aguardava a definição do PSB durante ato de campanha em Brasília, e compareceu à sede do partido após ser confirmado o apoio. Ele estava acompanhado de Tasso Jereissati (PSDB-CE), eleito para o Senado, e do senador Pedro Taques (PDT), que a partir janeiro vai assumir o governo de Mato Grosso. Nesta quarta-feira, mais duas legendas oficializaram a preferência pelo tucano na reta final da eleição: o PSC, do Pastor Everaldo, e o PV, de Eduardo Jorge. Ontem, o PPS adotou posição idêntica.

Com a confirmação da aliança, tucanos e socialistas vão definir um programa de governo convergente com as propostas dos dois partidos. Integrarão o time o senador e agora coordenador da campanha Tasso Jereissati, o coordenador de temas ambientais, Fábio Feldman, e a coordenadora de educação, Maria Helena Castro, ligados a Aécio. Do lado do PSB estão o senador Fernando Bezerra, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e o secretário nacional do partido, Carlos Siqueira – este que havia abandonado a campanha socialista após desentender-se com Marina Silva.

“O meu otimismo é muito grande. Só não é maior que a minha determinação de acabar com esse ciclo que aí está. Quero um governo onde a ética e a decência possam caminhar juntos. Trabalharei no meu limite para honrar essa manifestação nos próximos dias, semanas e, se couber a mim, nos próximos cinco anos”, disse o candidato à Presidência. O apoio ao tucano foi confirmado nesta tarde por 21 votos de membros da Executiva do partido. Outros seis socialistas defenderam a liberação dos integrantes da legenda, enquanto apenas um voto foi favorável à aliança com Dilma Rousseff.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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2 comentários

  • wilfredo belmonte fialho porto alegre - RS

    Dou um doce para quem me responder:Porque após passado as eleições os partidos políticos brigam entre sí para ocuparem cargos nas empresas estatais?. O aparelhamento da máquina pública é o que tem de mais nocivo na nossa democracia, não interessa competência técnica, basta ser indicado e orbitar nas altas esferas dos partidos políticos. É por isto que para a população a maioria dos políticos são tachados de "ladrões,

    corruptos e mal intencionados" e, esta classe política é cria desta democracia "distorcida" em que vivemos. Está mais do que na hora de se ter uma discussão séria sobre o destino político do país, se faz necessário e urgente uma reforma política profunda e, acima de tudo acabar com as reeleições em todos os níveis.

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, para os que vivenciam a realidade sociopolítica brasileira, fica uma pergunta: Qual vai ser o destino final?

    O motivo de tal pergunta vem da reflexão:

    No inicio do século XIX, o então Imperador Napoleão Bonaparte fez uma advertência de que para os alemães política é destino, referindo-se a imaturidade política do povo alemão.

    Sabe-se que após a 1ª Guerra Mundial (1914/1918), a Alemanha foi um dos países que amargaram a derrota, sofrendo todas as agruras dos vencidos e, em 1929 ocorreu a grande depressão mundial, lógico que são outros tempos e realidades distintas, mas segundo historiadores a ascensão de Adolf Hitler ocorreu em função dos dissabores do povo alemão à época, era visto como o salvador da pátria.

    A imaturidade política abrem portas para os oportunistas! Transformam a população em GRANDES massas de manobra.

    O Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazista (1933/1945) usava o axioma: “Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade”.

    Sem mais delongas, todos sabem quais foram as consequências do nazismo para a humanidade.

    Gostaria de colocar em evidencia uma realidade: “A imaturidade política do povo brasileiro”. Lógico que não desejo e nem sonho tamanhas desgraças para nossa sociedade, mas somos um povo que viveu um longo período sob um regime totalitário, em 1985 dizem que mudou o regime para a Democracia, mas faço outra pergunta:

    ESTAMOS SUFICIENTEMENTE “MADUROS” PARA ENTENDERMOS O QUÊ É POLITICA?

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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