Ouçam o depoimento: Tesoureiro do PT operava propina da Petrobras, diz Costa; quadrilha operava ainda neste ano

Publicado em 09/10/2014 15:23 e atualizado em 10/10/2014 14:36
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

Tesoureiro do PT operava propina da Petrobras, diz Costa; quadrilha operava ainda neste ano

Por Rodrigo Rangel e Hugo Marques, na VEJA.com:
No depoimento que prestou nesta quarta-feira à Justiça, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deu o nome dos operadores dos partidos que recebiam e administravam o dinheiro desviado da estatal. Ele afirma que a propina do PT era administrada pelo tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, que tratava diretamente com o então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. O operador da propina que cabia ao PMDB era o lobista Fernando Soares, também conhecido como Fernando Baiano. “Dentro do PT a ligação que o diretor de serviços tinha era com o tesoureiro na época do PT, o senhor João Vaccari. A ligação era diretamente com ele. Do PMDB, da Diretoria Internacional (comandada por Nestor Cerveró), o nome que fazia essa articulação toda chama Fernando Soares.” Abaixo, segue o áudio com o depoimento, que foi liberado pela Justiça. Ouça quando tiver tempo.

O esquema operando em 2014
A pedido do Ministério Público, Paulo Roberto deu explicações sobre uma planilha apreendida pela Polícia Federal em que aparecia uma lista de empreiteiras que, por meio dele, ajudariam nas eleições. Ele diz que a planilha se referia, especificamente, a empresas que poderiam fazer doações para a campanha de um candidato ao governo do Rio de Janeiro nas eleições deste ano. O nome do candidato não foi citado.

“Teve um candidato ao governo do Rio de Janeiro que me procurou, eu já tinha saído da Petrobras. Foi no início de 2014 e o objetivo era que eu preparasse pra ele um programa de governo na área de energia e infraestrutura de um modo geral. Participei de umas três reuniões com esse candidato e foi listada uma série de empresas que poderiam contribuir com a campanha que ele estava concorrendo. Ele me contratou para fazer o programa de energia e infraestrutura de modo geral. Listou uma série de empresas. Algumas que eu tinha contato e outras, não. Hope RH não conheço. Mendes Júnior conheço, UTC conheço, Constran nunca tive contato, Engevix conheço, IESA conheço e Toyo Setal conheço. Foi solicitado que houvesse a possibilidade de essas empresas participarem da campanha (…) Era uma candidatura para o Rio de Janeiro.”

Transpetro
O ex-diretor afirma que o esquema também funcionava em pelo menos uma das subsidiárias da Petrobras, a Transpetro, cujo presidente, Sergio Machado, é indicado do PMDB. Paulo Roberto diz ter recebido das mãos do próprio Sergio Machado 500 mil reais, a título de propina pela contratação de navios – ele diz que recebeu porque se tratava de um negócio que precisava também do aval de sua diretoria. Sergio Machado presidente a Transpetro até hoje. “A Transpetro tem alguns casos de repasse para políticos (…) Recebi uma parcela da Transpetro. Recebi, se eu não me engano, 500.000 reais. (Quem pagou) foi o presidente da Transpetro, Sergio Machado (…) Foi devido à contratação de alguns navios e essa contratação depois tinha que passar pela Diretoria de Abastecimento (…) Esse valor me foi entregue diretamente por ele (Sérgio Machado) no apartamento dele, no Rio de Janeiro.”

Rateio da propina
Costa também afirmou que a maior parte da propina cobrada na Diretoria de Abastecimento era dividida entre o PP e o PT. Ela afirma que dos 3% pagos pelas grandes empreiteiras por contratos fechadas com a Diretoria de Abastecimento, 1% ia para o PP e 2% iam para o PT. O ex-diretor revelou que a parcela que cabia ao caixa petista era administrada pela Diretoria de Serviços, encarregada de organizar as principais licitações da Petrobras, e comandada por Renato Duque, indicado do PT, que tinha como padrinho o mensaleiro José Dirceu.

“Dos contratos da área de Abastecimento, dos 3%, 2% eram para atender o PT através da diretoria de serviço. Outras diretorias, como Gás e Energia e como Exploração e Produção, também eram (do) PT. Então se tinha PT na Exploração e Produção, PT na Diretoria de Gás e Energia e PT na área de Serviços. O comentário que pautava lá dentro da companhia é que nesse caso os 3% ficavam diretamente para o PT. O que rezava dentro da companhia é que esse valor seria integral para o PT. A Diretoria Internacional tinha indicação do PMDB. Então tinha recursos que eram repassados para o PMDB na diretoria Internacional.”

Cartel de empreiteiras
O ex-diretor informou ainda que a organização criminosa que operava na estatal era muito mais sofisticada do que parecia. Segundo ele, havia um cartel de grandes empreiteiras que escolhia as obras, decidia quem as executaria e fixava os preços. Era como se a companhia tivesse uma administração paraestatal.

Costa listou oito empreiteiras envolvidas no cartel: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Iesa, Engevix, Mendes Junior e UTC – e os nomes de seus interlocutores em cada uma delas. As empreiteiras superfaturavam os custos e repassavam até 3% do valor dos contratos para os “agentes políticos”. No caso da diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, o dinheiro desviado era dividido entre o PT, o PMDB e o PP. “Na realidade o que acontecia dentro da Petrobras, principalmente a partir de 2006 para frente, era um processo de cartelização”, afirmou.

“Ficou claro para mim esse, entre aspas, acordo prévio entre as companhias em relação às obras. Existia claramente e isso me foi dito pelas empresas que havia uma escolha de obras dentro da Petrobras e fora da Petrobras. Por exemplo, usina hidrelétrica de tal lugar, neste momento qual empresa está mais disponível para fazer? E essa cartelização obviamente resulta num delta preço (diferença de preço) excedente”, prosseguiu. “Na área de petróleo e gás, essas empresas, normalmente, entre os custos indiretos e seu lucro, o chamado BDI, elas normalmente colocam algo entre 10 e 20%. O que acontecia especificamente nas obras da Petrobras? Por hipótese, o BDI era 15%? Então se colocava em média 3% a mais. E esses 3% eram alocados para agentes políticos. Em média, 3% de ajuste político.”

Esquema financiou “várias” campanhas em 2010
Segundo Paulo Roberto, as “empresas do cartel” tinham pleno conhecimento de que a propina servia para abastecer políticos e campanhas eleitorais. O ex-diretor da Petrobras afirmou que, nas eleições de 2010, o esquema financiou “várias” campanhas. Por impedimento legal, o ex-diretor não pode revelar quais.

A propina do PP
Indicado pelo PP para a diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto ficou milionário. Em apenas uma de suas contas no exterior foram encontrados 26 milhões de dólares. Ele e o doleiro Alberto Youssef ficavam com um pedaço da cota de propina destina ao partido. “Do 1% que era para o PP, em média, obviamente que dependendo do contrato podia ser um pouco mais um pouco menos, 60% iam para o partido, 20% era para despesas, nota fiscal, envio, etc., e os 20% restantes eram repassados 70% pra mim e 30% para Janene ou Alberto Youssef (…) Eu recebia em espécie, normalmente na minha casa ou no shopping, ou no escritório depois que eu abri a companhia minha de consultoria (…) Normalmente (quem entregava era) ou Alberto Youssef ou Janene.”

Por Reinaldo Azevedo

O alto escalão das empreiteiras e a delação de PRC

ricardo pessoa

Pessôa: mencionado por Costa

Além de Marcos Farias e Rogério Araújo, dupla de executivos da Odebrecht (leia mais aqui), um time do alto escalão das maiores empreiteiras do Brasil tem motivos de sobra para perder o sono com a delação premiada de Paulo Roberto Costa.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras entregou ao delegado Sérgio Moro vários nomes. Os nomes já foram revelados. Eis os cargos que ocupam:

*Gerson Almada, um dos donos da Engevix;

*Ricardo Pessôa, dono da UTC Engenharia;

* Léo Pinheiro,  presidente da OAS.

Também foram mencionados por Costa Paulo Dalmazzo, presidente de óleo e gás da Andrade Gutierrez em 2010, Eduardo Leite, vice-presidente comercial da Camargo Corrêa, Erton Medeiros Fonseca, presidente de engenharia industrial da Galvão Engenharia há quatro anos, além de Ildefonso Colares Filho, diretor da Queiróz Galvão em 2010, e Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal.

Por Lauro Jardim

A hora do pavor

No ferro

Falando o que sabe

De um dos criminalistas que atuam no caso da Lava Jato, defendendo empreiteiras e políticos, sobre o vazamento ontem e hoje dos primeiros depoimentos de Paulo Roberto Costa:

- Isso só começou, vai piorar muito.

Piorar para quem?

Por Lauro Jardim

Depoimento de Paulo Roberto atinge o coração do PT e a campanha de Dilma em 2010. Ou: A depender das urnas, titular do próximo quadriênio não chega ao fim

O PT está numa enrascada. O pior é que, a depender do resultado das urnas, o Brasil também. Vamos ver, como diria o poeta Horácio — na bela ode em que homenageia a sua Leuconoe — , que destino os deuses nos reservam. Conforme for, a pessoa que encabeçar o próximo quadriênio na Presidência da República não chegará ao fim do mandato, que pode ser abreviado ou pela Justiça ou por um processo de impeachment. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, prestou seu primeiro depoimento à Justiça depois do acordo de delação premiada. Ele sabe que, caso comece a dizer sandices e invencionices, o pacto é desfeito, e ele arca não só com o peso inicial dos delitos cometidos como com sanções novas. Assim, deve-se, quando menos, prestar atenção ao que diz.

Paulo Roberto afirmou com todas as letras que o esquema corrupto que ele operava na Petrobras para políticos recebia 3% do valor líquido dos contratos com a estatal. A fonte principal da corrupção é a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela foi orçada em US% 2,5 bilhões e já está em US$ 19 bilhões e ainda não começou a funcionar. O dinheiro era dividido entre ele próprio e três partidos: PT, PMDB e PP. Segundo a PF, a quadrilha chegou a movimentar R$ 10 bilhões na estatal. Sim, dez BILHÕES! Teriam atuado no esquema Sérgio Machado, presidente da Transpetro — de quem Paulo Roberto admite ter levado uma propina de R$ 500 mil —, Nestor Cerveró, Jorge Zelada e o petista Renato Duque, todos ex-diretores da estatal.

Mas não só. José Eduardo Dutra, atual diretor Corporativo e de Serviços, também seria ligado ao grupo. Pois é… Dutra foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. Pertencia ao trio que Dilma apelidou de “Os Três Porquinhos”. Os outros “porquinhos” eram José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, e Antonio Palocci, que, segundo Paulo Roberto, pediu R$ 2 milhões ao esquema em 2010 para pagar contas da campanha de Dilma.

Nestor Cerveró, um dos acusados por ele, é o homem que organizou a operação de compra da refinaria de Pasadena, que, segundo o TCU, deu um prejuízo à empresa de US$ 792 milhões. Na delação premiada, Paulo Roberto já confessou que levou propina também nessa operação. Dilma, à época, era presidente do Conselho e alegou não saber de nada. Logo depois, Cerveró deixou o cargo, mas a já presidente Dilma o nomeou para ser diretor financeiro da BR Distribuidora. Renato Duque sempre foi considerado o homem do PT na Petrobras e ocupou a poderosa Diretoria de Serviços entre 2003 e 2012. Jorge Zelada, ex-diretor da Área Internacional, foi indicação do PMDB.

Até onde vai Paulo Roberto Costa? Insisto: ele conhece os termos de uma delação premiada. Se falsear ou se tentar induzir a Justiça a erro, em vez da liberdade possível, ficará mofando na cadeia por muitos anos. Todos têm direito de se defender e certamente o farão. O fato é que Paulo Roberto Costa está dizendo que a campanha eleitoral do PP, do PMDB e do PT — inclusive da então candidata Dilma Rousseff — foi em parte financiada com dinheiro sujo, roubado da Petrobras.

E agora? Se Paulo Roberto Costa estiver certo, a Papuda será pequena para abrigar tantos tubarões.

Por Reinaldo Azevedo

 

Paulo Roberto Costa diz que corrupção na Petrobras irrigou campanhas do PT, do PMDB e do PP em 2010; em depoimento à Justiça ele implica os petistas José Eduardo Dutra, ex-coordenador da campanha de Dilma, e Renato Duque, ex-diretor da estatal

Por Márcio Cesar Carvalho e Samantha Lima, na Folha. Volto no próximo post.
Em seu primeiro depoimento à Justiça após ter feito um acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de corrupção na estatal irrigou campanhas de três partidos nas eleições de 2010: PT, PMDB e PP, segundo apurou a Folha. Naquele ano, foram disputadas eleições para presidente, governadores e deputados. Deflagrada em março pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma “organização criminosa” atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.

No depoimento, ele disse que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ligado ao PMDB, também teria participado das irregularidades. Paulo Roberto disse ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpetro. O ex-diretor da estatal também citou José Eduardo Dutra, atual diretor da Petrobras e ex-presidente da BR Distribuidora, como participante dos esquemas do grupo. Dutra também presidiu o PT. Segundo Paulo Roberto, três ex-diretores da Petrobras fizeram parte do esquema: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque. No depoimento, ele reconheceu ter recebido dinheiro da Odebrecht, citou o nome do executivo Márcio Farias como sendo seu contato, mas não citou valores, segundo informou o advogado Haroldo Nater, que defende Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen, usado para lavar dinheiro.

Segundo a Folha apurou, Paulo Roberto disse que a propina correspondia a 3% do valor líquidos de contratos da Petrobras, que eram divididos entre ele e partidos políticos. Afirmou também que o CNCC, consórcio Camargo Corrêa pagou propina para ganhar obras da Petrobras, segundo seu advogado, Antonio Augusto Figueiredo Basto. Basto disse que políticos lideravam o esquema, e não o doleiro Alberto Yousseff, como acusa a Polícia Federal. Costa foi levado nesta quarta-feira do Rio, onde está em prisão domiciliar, para Curitiba (PR), em um voo comercial da Azul, com escolta da Polícia Federal.

Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, diz que não pode considerar qualquer declaração despida de provas e que ainda não sabe do que se tratam as declarações de Paulo Roberto Costa. O Consórcio CNCC comunicou, por meio de nota, que não teve acesso ao depoimento e que repudia qualquer acusação de atuação irregular.A Folha não conseguiu contato com os demais citados.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Ex-contadora de doleiro diz ter repassado dinheiro a jornalista que pertence ao grupo de Dirceu para pagar multa do mensalão

Por Ricardo Brito, na Estadão:
A contadora Meire Poza confessou nesta quarta-feira, 8, em depoimento à CPI mista da Petrobrás, ter repassado dinheiro para pagar a multa de um condenado no processo do mensalão. Ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire disse que foi à residência do jornalista Breno Altman durante três meses para pegar em cada oportunidade R$ 15 mil em dinheiro vivo. Esses recursos eram entregues, segundo ela, para o sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro. Quadrado foi punido pelo STF à pena de três anos e seis meses de prisão e a uma multa de R$ 28,6 mil, à época da condenação em 2012 e cujo valor foi atualizado posteriormente. Meire disse que os recursos serviram para pagar a multa do sócio da corretora Bônus Banval. A contadora afirmou que pegou os recursos em espécie no portão da casa do jornalista nos meses de maio, junho e julho deste ano. “Em relação a esses R$ 15 mil, ele (Breno Altman) dizia que o PT estava pagando a multa do mensalão”, afirmou ela, inicialmente, em resposta a pergunta feita pelo líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

Posteriormente, contudo, Meire disse, em resposta a questionamento feito pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), que o jornalista não sabia o origem do recurso. Como fala na qualidade de depoente, ela não pode mentir à CPI. Se o fizer, pode ser processada por crime de perjúrio e sair presa do depoimento. A ex-contadora de Youssef afirmou que a pena de Enivaldo Quadrado foi convertida em prestação de serviços à comunidade, que ele começou a cumprir a partir de maio deste ano em Assis (SP). Foi por isso que, segundo Meire, Quadrado pediu a ela para que buscasse esses valores na casa de Altman em São Paulo para levá-lo a ele, em Assis.

Meire disse que conhecia Quadrado desde 2009, na época em que ele trabalhava em uma corretora de valores. Ela destacou que dividia com Quadrado metade dos 7% que cobrava de comissão para a emissão dos R$ 7 milhões em notas frias. Em valores, isso dava R$ 122.500 para cada um. Segundo ela, foi Enivaldo Quadrado quem a apresentou a Youssef e, como Quadrado vivia em dificuldades financeiras, ela o ajudava e se considerava uma “espécie” de sócia dele. Após a confissão da ex-contadora de Youssef, Domingos Sávio disse que a multa do mensalão foi paga com “dinheiro do petrolão”. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) fez questão de mostrar, durante o depoimento de Meire, uma foto do seu tablet em que Breno Altman está ao lado do ex-ministro José Dirceu, também condenado no mensalão. O líder do PPS na Câmara apresentou requerimento para convocar Altman, para depor em uma futura sessão administrativa da CPI.

Por Reinaldo Azevedo

Operador de campanhas petistas estava em avião que transportava dinheiro vivo

Por Rodrigo Rangel e Daniel Pereira, na VEJA.com:
Um conhecido colaborador de campanhas eleitorais petistas estava a bordo do avião no qual a Polícia Federal apreendeu, na noite desta terça-feira, 116 mil reais em dinheiro vivo no aeroporto de Brasília. A aeronave foi abordada pelos agentes federais logo após pousar, vindo de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima levou os policiais a fazerem o flagrante. Os três ocupantes do avião, um turboélice registrado em nome de uma empresa de participações, foram levados até a Superintendência da PF em Brasília para prestar esclarecimentos.

Entre eles estava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, empresário de Brasília com negócios no governo federal e que ficou conhecido na campanha eleitoral de 2010 por bancar despesas do comitê eleitoral da então candidata petista Dilma Rousseff. Bené também patrocinou um grupo que operava na clandestinidade, dentro do comitê de campanha, para produzir dossiês contra o tucano José Serra, então adversário do PT. Na época, o coordenador da campanha de Dilma Rousseff era o hoje governador eleito de Minas Gerais Fernando Pimentel.

Junto com Bené estava Marcier Trombiere Moreira, funcionário de carreira do Banco do Brasil que ocupa, desde março deste ano, o cargo de assessor especial do ministro das Cidades, Gilberto Occhi. O terceiro ocupante da aeronave foi identificado como Pedro Medeiros. Amigo de petistas influentes, especialmente de Minas Gerais, Bené era um empresário pouco conhecido de Brasília. No governo do PT, ficou rico: de repente, suas empresas — a Gráfica Brasil e a Dialog Eventos — passaram a ganhar fortunas com contratos públicos. Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, as empresas faturaram 214 milhões de reais.

A Dialog chegou a ser proibida de contratar com o governo após a descoberta de uma série de irregularidades. Em muitos órgãos públicos, ela era contratada sem licitação. Auditorias oficiais concluíram que a empresa costumava receber pagamentos por serviços nunca prestados. A Gráfica Brasil, por sua vez, continuou firme e forte com seus negócios na máquina federal. Já no governo Dilma, recebeu 109,6 milhões.

Na campanha de 2010, Bené atuou com uma espécie de tesoureiro informal da campanha de Dilma. Cuidava das finanças e também da logística da estrutura montada em Brasília para servir à candidatura presidencial petista. Até estourar o escândalo da espionagem, revelado por VEJA, Bené era o responsável por pagar as despesas de uma casa montada para servir à campanha. Também foi ele quem providenciou outros imóveis utilizados pelo comitê petista — incluindo a casa onde a então candidata Dilma Rousseff morou, no Lago Sul de Brasília, até ser eleita presidente.

Nas eleições deste ano, o empresário voltou à cena, só que mais discretamente. Bené auxiliou a campanha do petista Fernando Pimentel. Sempre nos bastidores. Ele transitava entre Brasília e Belo Horizonte. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem dom dinheiro.

Por Reinaldo Azevedo

VERGONHA NOS CORREIOS – Indicado pelo PT usa empresa para pedir votos em MT

ENTREGA EXPRESSA – Nilton Nascimento, diretor dos Correios em Mato Grosso, reúne funcionários para pedir o envio relâmpago de cartas pedindo votos para Dilma e candidatos do PT (VEJA)

ENTREGA EXPRESSA – Nilton Nascimento, diretor dos Correios em Mato Grosso, reúne funcionários para pedir o envio relâmpago de cartas pedindo votos para Dilma e candidatos do PT (VEJA)

Por Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto nos próximos posts.
Na noite de terça-feira, 23 de setembro, o diretor regional dos Correios de Mato Grosso, Nilton do Nascimento, reuniu a cúpula da empresa e funcionários do setor administrativo a portas fechadas, no Hotel Mato Grosso Palace, em Cuiabá. Horas antes, o espaço havia sido reservado em nome da autarquia para que Nascimento pudesse defender, diante dos seus colegas de trabalho e subordinados, o candidato ao governo pelo PT, Lúdio Cabral, e o deputado estadual que tentava novo mandato Ademir Brunetto (PT). Os dois puderam expor livremente suas propostas e explicar como, segundo eles, os doze anos de governo Lula e Dilma Rousseff (PT) foram bons para a categoria. Depois daquela reunião, Nilton do Nascimento, filiado PT, decidiu enviar cartas em tempo recorde para eleitores do estado pedindo votos para a dupla petista e para dois outros candidatos: o deputado federal Ságuas Morais (PT) e a presidente-candidata Dilma Rousseff.

Ságuas Morais faz parte, em Brasília, do chamado “baixo clero” no Congresso. Deputado de primeiro mandato, é assíduo na Câmara – mais de 95% de presença em sessões deliberativas em 2014 –, mas não tem influência política na bancada e não conseguiu aprovar nenhum projeto de lei durante seu mandato. No último domingo, Ságuas foi reeleito com mais de 97.000 votos. O candidato ao governo, Lúdio Cabral, perdeu no primeiro turno para o governador eleito Pedro Taques (PDT). Ademir Brunetto não conseguiu se eleger.

Dois dias depois da reunião no hotel em Cuiabá, Nilton Nascimento disparou cartas para funcionários dos Correios pedindo voto para os quatro candidatos – Dilma Rousseff incluída. Na capital, Nascimento utilizou, sem autorização, o banco de dados dos Correios para saber onde cada funcionário atuava e poder enviar – nominalmente – os pedidos de voto. A prática configura violação do Manual de Comercialização dos Correios, que é explícito: “a postagem de impressos e malas diretas de propaganda eleitoral somente será autorizada a candidatos e partidos regularmente registrados na Justiça Eleitoral para o evento”.

Parte das cartas políticas foi entregue no dia seguinte à postagem, em alguns casos mais rápido que o próprio serviço Sedex. Em Mato Grosso, uma carta demora, em média, três dias para ser entregue para chegar ao destinatário – ou até cinco dependendo do município do interior. Mais: cada correspondência foi despachada ao custo de 0,60 centavos – preço menor do que o praticado, conforme a tabela dos Correios, que prevê 1,30 real por unidade. “Uma pessoa comum não conseguiria ter feito aquilo, enviar cartas em tempo recorde e ainda usar o cadastro de funcionários. É um privilegio postar correspondências por menos da metade do preço”, disse ao site de VEJA o presidente do sindicato da categoria, Edmar Leite.

Carta enviada por funcionário dos Correios pedindo votos em Dilma e candidatos do PT em Mato Grosso

Carta enviada por funcionário dos Correios pedindo votos em Dilma e candidatos do PT em Mato Grosso

Nilton do Nascimento admite ter enviado 670 cartas. Em Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, todos os mais de 500 carteiros receberam o pedido de votos. Em nota, Nascimento negou irregularidades, disse que pagou do próprio bolso o envio das correspondências e afirmou que os pedidos de votos ocorreram “na condição de cidadão”. “Não houve operação especial para a entrega e os objetos seguiram o fluxo postal previsto para esta modalidade de serviço”, disse. O conjunto de ilegalidades e a suspeita de uso político da máquina federal estão sendo apurados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso após denúncia do Sindicato estadual dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais.

A denúncia do sindicato é grave, mas não é a primeira vez nestas eleições que os Correios são acusados de uso eleitoral pelo PT. Em Minas Gerais, o PSDB acusa a autarquia de ter confiscado material de campanha do candidato à Presidência, Aécio Neves. O tucano contratou o serviço de mala direta postal domiciliária para a distribuição de 5.634.000 de cartas, mas nem todas as correspondências foram entregues.

Por Reinaldo Azevedo

 

Marina adia anúncio de apoio a Aécio

Por Marcela Mattos e Mariana Zylberkan, na VEJA.com: 

Embora a equipe de Marina Silva tenha anunciado que a ex-senadora faria nesta quinta-feira o pronunciamento em que declararia sua posição no segundo turno, interlocutores da candidata derrotada do PSB já descartam essa possibilidade – e não há mais uma data certa para que o posicionamento seja definido. A ex-senadora, segundo aliados, espera uma posição oficial do candidato do PSDB, Aécio Neves, a respeito da incorporação, no programa de governo tucano, de pontos considerados caros a Marina e ao PSB.

“Ela quer se pronunciar a partir do momento que a coligação do Aécio concordar ou não com o que vamos oferecer. Ela só se manifestará mediante o posicionamento do Aécio”, explica o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que disputou a eleição como vice de Marina. Entre os pontos com os quais a ex-senadora quer que Aécio assuma um compromisso estão a reforma política, com fim da reeleição e mandato de cinco anos, o passe livre para estudantes, a escola de tempo integral, um ‘pacto pela vida’ para combater a criminalidade, reforma agrária e a destinação de 10% do PIB para educação.

Segundo interlocutores, Marina vai esperar também a decisão dos partidos que integraram a coligação pela qual disputou a Presidência da República. Representantes das siglas estão reunidos em Brasília, na sede do PSB, para definir os rumos que vão tomar neste segundo turno. Não participa do encontro o PHS, que definirá sozinho o seu posicionamento no segundo turno. Na terça, o PPS já havia declarado apoio a Aécio.

Rede – Após dois dias de reunião, a Rede se pronunciou na noite desta quarta, apoiando o voto a Aécio. Porém, como alguns dos membros do diretório rejeitam o apoio formal ao tucano, a decisão foi de rejeitar, com unanimidade, o apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff e de abrir a possibilidade para votos nulos e brancos. “Decidimos que em hipótese alguma haverá apoio à candidata Dilma. Nós acreditamos que o Brasil tem necessidade de produzir alternância democrática”, declarou o ex-deputado federal Walter Feldman, porta-voz da Rede.  A ex-ministra Eliana Calmon, que é integrante da Rede, resumiu a decisão do grupo. “Eu sou mais pragmática: Não à Dilma, sim ao Aécio, mas com o nosso programa, com os pontos que destacamos. Foi isso que decidimos. Deixando que haja a possibilidade de as pessoas da Rede votarem em branco ou nulo”, declarou. Embora os porta-vozes tenham dito que a Rede não fará campanha para o tucano, Eliana admitiu que poderá participar de eventos de campanha de Aécio. “Se ele for à Bahia eu subo no palanque”, disse.

Após a divulgação da derrota nas urnas, no último domingo, Marina sinalizou um apoio a Aécio Neves, ao dizer que não se manteria neutra, como fez em 2010. Embora não haja definição do posicionamento da ex-senadora, Feldman disse na tarde desta quarta que Marina terá voz no segundo turno. “Ela vai acompanhar ativamente, mas não terá o dinamismo e a profundidade que tem uma candidata”, disse Feldman. Ele, contudo, disse que é a própria Marina quem deve detalhar essa participação ativa, depois de anunciar formalmente sua posição, se de apoiar Aécio ou ficar neutra. 

Por Reinaldo Azevedo

Marina quer transformar sua derrota em vitória e faz política do fato consumado. Aí, não dá!

Estava previsto que Marina Silva anunciasse nesta quinta seu apoio ao tucano Aécio Neves. Ela o faria depois de reunião com os partidos que sustentaram a sua candidatura. No começo da madrugada, ela recuou e decidiu não participar do encontro. Em vez disso, juntou-se a um grupo da Rede e elaborou uma carta com exigências ao candidato tucano. Depois de ela própria ter dito que mais de 60% do eleitorado cobram mudança, sinalizando adesão a Aécio e de esse comportamento ter sido saudado por muita gente, ela deu vários passos para trás.

Agora Marina quer que o candidato tucano se comprometa a não dar apoio a um projeto de seu vice, Aloysio Nunes Ferreira, que permite que, em casos excepcionais, menores possam ser responsabilizados por crimes hediondos. Ela também exige que o candidato se comprometa a combater um projeto de lei que transfere para o Congresso a responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas. E quer ainda que ele se comprometa com metas de reforma agrária propostas pelo MST. E, claro!, que adote o tal crescimento com sustentabilidade.

Líderes da Rede estão dizendo nos bastidores que a urgência não é de Marina, mas de Aécio. O texto ainda vai adiante: afirma que o desejo de mudança “foi tragado para dentro da velha polarização PT x PSDB” e que, “nessa encruzilhada, nenhum dos caminhos aponta para uma saída política de profundidade, capaz de reduzir as desigualdades sociais promovendo a plena cidadania”.

Não dá!
Bem, não sei o que vai fazer Aécio, mas acho que Marina Silva deveria se lembrar que ela obteve 22.176.619 votos, e Aécio, 34.897.211. Na prática, a candidata pretende que o programa que foi derrotado nas urnas se sobreponha ao que chegou à frente. Mais: as pesquisas eleitorais apontam hoje que, com ou sem Marina, Aécio venceria a disputa.

Eis Marina: é uma liderança política que, tudo indica, pretende chegar sozinha ao poder. O que ela quer? Ganhar no tapetão? Impor o seu programa por intermédio da vitória de outro? Isso não é negociação, mas política do fato consumado.

Esse negócio de Marina ter pouco apreço à palavra empenhada em nome da coerência conduz a uma contradição sem saída. Noto que Aécio Neves, para o seu próprio bem, jamais avançou o sinal e nunca pediu apoio a Marina. Ela é que decidiu se antecipar, para recuar em seguida.

Em 2010, ela já foi por aí e declarou a sua neutralidade. Não sei se Serra teria vencido com o seu apoio e não especulo. Uma coisa é certa: tivesse dependido dela, não teria conseguido do mesmo jeito. Marina só aceita fazer acordos políticos desde que o outro ceda. Isso explica muita coisa.

De resto, como esquecer: o MST é aquele movimento presidido por João Pedro Stédile, que subiu no palanque para demonizá-la, prometendo manifestações diárias caso ela se elegesse.

Por Reinaldo Azevedo

A presidente Dilma tem o dever moral e constitucional de cobrar que a candidata Dilma seja mais responsável e pare de dizer mentiras

Eu não quero falar com a candidata Dilma Rousseff, que concorre à Presidência da República pelo PT. Sou tolerante. Sei que aqueles que disputam eleições são meio falastrões às vezes. Encantam-se com o som da própria voz e acabam falando uma sandice ou outra. Eu quero falar é com a presidente Dilma Rousseff.

Eu quero é falar com aquela senhora que, mesmo disputando votos, continua a ser a suprema mandatária do país; continua com todas as prerrogativas quase imperiais de que dispõe um chefe do Executivo em nosso país; continua a gozar dos benefícios verdadeiramente milionários, pagos por nós, que garantem a alguém na sua condição mais do que a segurança e o conforto necessários.

Se a um candidato ou candidata se podem tolerar certos deslizes, da presidente da República é preciso cobrar responsabilidade, decência, verdade. Em visita à Bahia, Dilma fez duas coisas detestáveis, perigosas, nesta quinta.

Num ato de campanha em Salvador, depois de ter concedido uma entrevista absurda, Dilma resolveu demonizar Armínio Fraga, que será ministro da Fazenda de Aécio Neves caso este se eleja. Leiam:

“Uma coisa muito grave é quando eles implicam com o salário mínimo. Implicar com o salário mínimo é a maior característica desse ministro; aliás, desse senhor que foi presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que aparece como eventual ministro da Fazenda, que não vai ser. Ele não gosta do salário mínimo. Eles acham que têm que reduzir o salário mínimo para resolver as questões sociais do Brasil. Isso é a típica proposta que fez com que o país quebrasse três vezes. Isso é um escândalo”.

A fala da candidata Dilma é mentirosa. A da presidente Dilma é irresponsável. Atenção, senhores representantes da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral: nos oito anos do governo FHC, o mínimo teve valorização real — descontada a inflação, pelo IPCA — de 85,04%; nos oito anos de Lula, foi um pouco maior: 98,32%; nos quatro anos de Dilma, deverá ser de apenas 15,44%.

Destaco outro fato, leitores. Pela lei em vigência, o ano de 2015 será o último no qual será adotada a atual fórmula de correção do salário mínimo: variação da inflação do ano anterior e do PIB de dois anos antes. Isso foi definido pelo Congresso Nacional no início de 2011. O partido Solidariedade e Aécio Neves já apresentaram projeto que estende a atual fórmula até 2019 — um ano depois do fim do próximo mandato. Sabem quem decidiu combater o texto nos bastidores? O PT. O PT de Dilma Rousseff. Eu estou lidando com fatos.

Mas isso ainda nem foi o pior que fez a candidata Dilma Rousseff, esquecendo-se de que é também a presidente Dilma Rousseff, ela decidiu jogar brasileiros contra brasileiros; ela decidiu investir numa forma muito particular de guerra civil; ela decidiu hostilizar as regiões Sudeste e Sul do Brasil numa entrevista a uma rádio na Bahia.

Afirmou:
“Eles estão fazendo uma oposição ridícula entre Sudeste e Nordeste em termos de votos meus [...] O Sudeste não é oposto ao Nordeste. Então é uma visão absolutamente preconceituosa e elitista, dizendo que os meus votos são dos ignorantes e, os dos ilustrados, são deles. É um desrespeito. Como eles não andam no meio do povo, como eles não dão importância para o povo brasileiro, eles querem desqualificar o povo brasileiro”

Não! Quem está promovendo essa oposição é a própria Dilma. O que seus adversários apontam, aí, sim, é que ela faz a política do medo e aterroriza a população mais pobre com mentiras como a do salário mínimo.

Se existe preconceito, ele está embutido na fala da petista. A presidente Dilma tem o dever de cobrar que a candidata Dilma não tente vencer a eleição no berro, opondo todos contra todos. A presidente Dilma tem o dever de cobrar que a candidata Dilma seja mais responsável. A presidente Dilma tem o dever de cobrar que a candidata Dilma pare de promover a guerra entre os brasileiros.

Por Reinaldo Azevedo

Opinião

‘Basta de PT’, por Marco Antonio Villa

PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO 

MARCO ANTONIO VILLA

Estamos vivendo um momento histórico. A eleição presidencial de 2014 decidirá a sorte do Brasil por 12 anos. Como é sabido, o projeto petista é se perpetuar no poder. Segundo imaginam os marginais do poder — feliz expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello quando do julgamento do mensalão —, a vitória de Dilma Rousseff abrirá caminho para que Lula volte em 2018 e, claro, com a perspectiva de permanecer por mais 8 anos no poder. Em um eventual segundo governo Dilma, o presidente de fato será Lula. Esperto como é, o nosso Pedro Malasartes da política vai preparar o terreno para voltar, como um Dom Sebastião do século XXI, mesmo que parecendo mais um personagem de samba-enredo ao estilo daquele imortalizado por Sérgio Porto.

Diferentemente de 2006 e 2010, o PT está fragilizado. Dilma é a candidata que segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. Seu criador foi derrotado fragorosamente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país. Imaginou que elegeria mais um poste. Não só o eleitorado disse não como não reelegeu o performático e inepto senador Eduardo Suplicy, e a bancada petista perdeu oito deputados na Assembleia Legislativa e seis na Câmara dos Deputados.

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Reynaldo-BH: O PT está desesperado por ter percebido como será o segundo turno

REYNALDO ROCHA

Nunca se viu tamanho desespero como o que demonstrado neste segundo turno por parte do PT.

Para além das notícias diárias do desastre a que estamos submetidos – previsões de crescimento pífio, saída de capitais e ânimo dos investidores quando se configura a derrota de Dilma – outras surgem.

A delação de Paulinho de Lula nominando o PT como beneficiário dos desvios da Petrobras, citando José Eduardo Dutra, aliados do mesmo naipe (como PMDB e PP) e dinheiro vivo dos assessores de campanha de Fernando Pimentel num avião de uma empresa de capital social de R$ 2.000,00 ─ nada disso é novidade. É a prática do PT.

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • wilfredo belmonte fialho porto alegre - RS

    A nossa democracia realmente padece de doença crônica e genética, toda a campanha política que se faz não se discute propostas mas, ataques pessoais, mentiras e, acima de tudo a enganação de pessoas humildes e pouco esclarecidas, as ditas massas de manobras. Certos partidos políticos contrataram marqueteiros e até mesmo psicólogos para estudarem o comportamento de massas e, isto já na época de hitler já existia, portanto sómente foi melhorado com as comunicações de massa e a tecnologia. Tanto é que muitos partidos sabem que uma mentira contada por diversas vezes chega a um ponto que a mesma passa a ser uma verdade irrefutável. Portanto um dos princípios de certos partidos é negar, negar, negar e negar que não houve corrupção, que não houve roubo na petrobrás, que o governo é que está exigindo a investigação,

    e, por ai vai. Quem viver verá.

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