Dilma enlouqueceu e agora chama democracia de “golpe”, -- blog de REINALDO AZEVEDO

Publicado em 11/10/2014 03:26 e atualizado em 12/10/2014 05:16
EM VEJA.COM

Dilma enlouqueceu e agora chama democracia de “golpe”. Isso era pensamento da terrorista da VAR-Palmares, não de quem se fez presidente pelas urnas

“Os deuses primeiro enlouquecem aqueles a quem querem destruir.” Em latim: “Quos volunt di perdere dementant prius”. A citação no singular é mais conhecida: “Quem vult deus perdere dementat prius” — “Deus primeiro enlouquece aquele a quem quer destruir”. Prefiro a citação com “deuses”. O problema de “deus”, no singular, é que a frase parece remeter ao Deus único, este nosso (ou meu, hehe), não àqueles vários do paganismo, que viviam atazanando os homens. É o que me ocorre ao tomar conhecimento do que Dilma afirmou nesta sexta. Ela pode estar perdendo o juízo. Leiam o que afirmou:

Numa caminhada na periferia de Porto Alegre, discursando sobre uma caminhonete, ela se saiu com a seguinte estupidez:
“Eles [oposição] jamais
investigaram, jamais puniram, jamais procuraram acabar com esse crime terrível que é o crime da corrupção. Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe. Esse golpe nós não podemos concordar”.

Golpe? Que golpe? O golpe das urnas, presidente? Haver quem não vote no PT, então, agora é golpe? Uma eleição só é legítima quando vencida pelo PT? Se o seu partido perder, dona Dilma, será porque a maioria terá votado no seu adversário. Será, então, sinal, governanta, de que a maioria do eleitorado terá se transformado em golpista?

A fala é de uma estupefaciente irresponsabilidade. Até porque Dilma, que continua presidente da República, está afirmando, na prática, que, se ela perder a eleição, então o resultado não é legítimo. Se não é, então o PT poderá sair por aí botando fogo no circo. Golpista é a fala da petista!

Eles já recorreram a esse expediente em 2006. Essa tese tem “copyright”, tem autoria: Marilena Chaui, a militante do PT disfarçada de filósofa. Foi ela quem procurou dar alcance até acadêmico a essa vigarice naquele ano. Segundo essa senhora, denunciar o mensalão correspondia, imaginem vocês, a dar um golpe. Agora, para mostrar que somos legalistas, deveríamos todos nos calar diante do “petrolão”???

Sabem o que é isso? Sinal de desespero. Em dois dias, é o segundo golpe baixo — o primeiro é tentar fazer de FHC um inimigo dos nordestinos. Imaginem o que vem por aí. Dilma está se esquecendo de que ainda é presidente da República e que tal cargo lhe impõe uma especial responsabilidade.

Democracia como golpe, presidente? Esse pensamento ficava bem na terrorista da VAR-Palmares, não na pessoa que se elegeu por meio das urnas, as mesmas que, no momento, dão a vitória a seu adversário. Até que Dilma não comece a sentir vergonha do que disse, sentirei um pouquinho por ela, a tal vergonha alheia. 

Por Reinaldo Azevedo

EM PÂNICO – Depoimentos não devem ser usados “de forma leviana”, diz Dilma

Por Aguirre Talento, na Folha:
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, criticou nesta sexta-feira (10) a divulgação de depoimentos sobre corrupção na Petrobras e afirmou que não devem ser usados “de forma leviana em períodos eleitorais” Na quinta (9), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef depuseram à Justiça Federal no Paraná e deram detalhes sobre o desvio de recursos da Petrobras, que, segundo Costa, serviria para abastecer PT, PP e PMDB. “Que haja de fato interesse legítimo, real e concreto de punir corruptos e corruptores, mas que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque nós não temos acesso a todas as informações”, disse a presidente.

A campanha do tucano Aécio Nves, veiculada na manhã desta sexta, comentou o depoimento de Costa à Justiça Federal. “Esse que está fazendo delação premiada, que está preso, usa tornozeleira, acho que todo mundo até já sabe da existência dessa pessoa”, diz. No último minuto do programa, um “comentarista político” chama Costa de “ex-presidente da Petrobras”.

Os depoimentos de Costa e Youssef à Justiça nesta quinta não eram sigilosos, porque foram feitos em uma ação que já estava em curso na Justiça Federal e sem sigilo. Além disso, ambos firmaram acordos de delação premiada com o Ministério Público para dar mais detalhes sobre o esquema, mas os depoimentos da delação são sigilosos e suas íntegras ainda não vieram a público. O governo Dilma pediu acesso à delação, mas ainda não obteve.

“A delação premiada, para ser aceita, tem que estar baseada em provas. O que eu suponho? Que lá esteja a maior parte das provas, que lá tenha um arco bem maior do que esse que foi divulgado. O que eu considero incorreto é divulgar parcialmente num momento eleitoral”, afirmou Dilma.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Aécio critica Dilma sobre petrolão: “Não há nem sequer indignação”

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou na tarde desta sexta-feira a tentativa da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) de amenizar a gravidade das revelações do depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Dilma criticou a divulgação das declarações do ex-diretor no processo judicial, menosprezando os crimes delatados. “A presidente deu uma declaração de que considera estarrecedor o vazamento dos depoimentos. Eu considero estarrecedor esses depoimentos, essa confissão de crime cometido sucessivamente e de forma contínua ao longo dos últimos doze anos. Assaltaram a maior empresa brasileira nas barbas desse governo. E não há sequer indignação da presidente”, criticou Aécio.

O presidenciável tucano ressaltou a gravidade dos crimes descobertos na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que movimentaram mais de 10 bilhões de reais em lavagem de dinheiro com participação de políticos, partidos e executivos da estatal. Aécio voltou a repetir que o caso mostra que a “corrupção se institucionalizou no seio da nossa maior empresa”. Ele defendeu o avanço das investigações. “É preciso que as investigações avancem. Se eleito presidente, vamos a fundo nessas investigações”, afirmou o tucano.

Aécio criticou ainda a tradicional “impunidade” de casos do gênero. “O governo do PT deixará essa herança de que política se confunde com corrupção. Política pode ser algo digno, honrado, desde que você tenha chefes que cobrem dos subordinados essa postura”, afirmou.

Na cidade do Rio de Janeiro desde a noite de quarta-feira, Aécio gravou programas eleitorais e fez contato com aliados para definir os próximos passos da campanha. Era aguardado um anúncio de apoio do deputado federal e ex-jogador de futebol Romário (PSB), eleito senador, mas isso ainda não ocorreu. Aécio disse esperar ainda a adesão de Romário a sua campanha, mas disse que respeita o tempo de decisão de possíveis aliados, em referência ao eventual apoio da ex-adversária Marina Silva (PSB). “Marina, no tempo certo, tomará sua decisão que será por nós respeitada”, afirmou. “Tenho muito respeito pelo trabalho parlamentar do Romário. Acho possível que possamos nos próximos dias estar juntos”, acrescentou.

Nesta sexta-feira, em referência ao Dia Nacional da Prevenção da Violência contra a Mulher, Aécio quis reiterar compromissos do seu plano de governo com uma rede de proteção a mulheres vítimas de violência: “Temos que tirar das estatísticas macabras do Brasil o aumento da violência dos crimes contra a mulher”.

Futuro ministério
O presidenciável tucano também sinalizou a divulgação na próxima semana de novos nomes de seu ministério, caso seja eleito. “É provável que teremos um ou dois nomes, que podem sugerir a qualidade que nós teremos. No correr da próxima semana, podemos ter alguma novidade”, afirmou.

Explicações de institutos de pesquisa

Apesar de despontar à frente da presidente Dilma na primeira pesquisa eleitoral desde o início do segundo turno da disputa presidencial, Aécio cobrou explicações dos institutos de pesquisa. “Os institutos de pesquisa devem dar explicações aos brasileiros. As margens de erro não apenas na eleição presidencial, mas também nas estaduais, fogem a qualquer lógica”, apontou.

Por Reinaldo Azevedo

O que o governo teme

Apreensão em alta

Apreensão em alta

No Palácio do Planalto, a seguinte conta foi feita agora há pouco: os depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à Justiça Federal somam cerca de quatro horas. Foram vazados pouco mais de uma hora.

A conclusão óbvia: ainda tem muita bomba para explodir no coração do governo.

Por Lauro Jardim

Juntando os cacos

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No ventilador

A turma de Dilma Rousseff ainda tenta entender os efeitos da bomba atômica atirada ontem com a revelação das gravações dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.

Dentro da campanha, há quem defenda que a exposição do material deve tirar do roteiro de Dilma eventuais tentativas de ligação do PSDB com esquemas de corrupção, uma vez que os detalhes do esquema Petrobras tiram a credibilidade do discurso.

Outra parcela defende o contrário, que Dilma traga à tona o caso do aeroporto de Cláudio, suspeitas sobre privatizações das teles e etc… A estratégia é tentar fazer com que o eleitor entre na conclusão de que tudo é farinha do mesmo saco.

Uma coisa é certa: ninguém subestima o estrago, embora ainda não se saiba com precisão qual o tamanho.

A campanha petista está pronta para ver a reprodução das gravações no programa de TV tucano. E ainda que o PSDB não as use, a avaliação é que a longa matéria do Jornal Nacional já foi suficiente para prejudicar o bastante a caminhada de Dilma.

Por Lauro Jardim

 

Lula faz um discurso indecente em plenária do PT. Diante da corrupção, quer “cabeça erguida”. Ou: Uma fala cheia de ódio, que estimula a lambança. Querem saber? Faz sentido!

O ex-presidente Lula, durante comício em Campo Limpo Paulista, em São Paulo, antes do primeiro turno (Ivan Pacheco/VEJA.com)

O ex-presidente Lula durante comício em Campo Limpo Paulista, em São Paulo, antes do primeiro turno (Ivan Pacheco/VEJA.com)

Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar com o saco cheio. Imaginem, então, como está o nosso — nós, que somos as vítimas de um tipo de política de que ele é o grande chefe. Ontem, dados os absurdos e descalabros que emanavam dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, o Babalorixá de Banânia não quis falar. Deixou para vociferar na plenária do PT, a primeira depois da eleição do dia 5, realizada no Sindicato dos Bancários. E, aí sim, bufou, vociferou cheio de ódio, vermelho como um pimentão. As sobrancelhas estavam arqueadas. Havia ódio em seu rosto. Sabem o que recomendou aos militantes? “Não abaixar a cabeça.” Sim, Lula quer que eles se sintam orgulhosos.

Afirmou sobre a roubalheira na Petrobras: “Todo ano é a mesma coisa. É sempre o mesmo cenário: eles começam a levantar as denúncias, que não precisam ser provadas. É só insinuar que a imprensa já dá destaque. Eu quero dizer para vocês que eu já estou de saco cheio”. Assim seria se assim fosse: a operação Lava Jato não foi deflagrada pela imprensa, senhor Lula, mas pela Polícia Federal — por aquela parte dela que investiga sem perguntar a filiação partidária do investigado. A imprensa também não atuou como Ministério Público nem como Justiça. Tampouco propôs o acordo de delação premiada.

Como? “Levantar denúncias”? Desta vez, Lula, o PT se encalacrou. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef admitem terem cometido os crimes. Alguém acha mesmo que eles atuariam sem a proteção de um esquema político? Lula está bravo porque foi ele próprio quem nomeou Paulo Roberto. E foi adiante com a retórica elegante de sempre: “Daqui a pouco, eles estarão investigando como nós nos portávamos dentro do ventre da nossa mãe”. Deus me livre! Pouco me interessa como o homem se portava no ventre daquela senhora. Mas as sem-vergonhices havidas na Petrobras, ah, isso é assunto meu, seu, de todos nós. O poderoso chefão petista parece não se conformar com isso. Entendo. Ele se acostumou com a ideia de que é dono do Brasil.

Referindo-se ao PSDB, afirmou: “Nós não podemos admitir que um partido bicudo venha nos chamar de corruptos”. Epa! Não é um partido bicudo, Lula! Os parceiros do petismo é que decidiram confessar.

O ex-presidente, gostemos ou não, é um líder político. Essa sua fala é desastrosa para a moralidade pública. Ela serve de sinal verde para a lambança. Sua cara de pau não tem limites. Continua a negar que o mensalão tenha existido, apesar das provas e das confissões de Marcos Valério. Parece que decidiu, agora, fazer o mesmo no caso da Petrobras. Estranha essa reação. Estaria Lula aplicando uma espécie de vacina contra o que virá, numa reação preventiva?

Ah, sim: na plenária, ele disse não entender o resultado pífio do PT em São Paulo. Falou isso ladeado por Alexandre Padilha, Fernando Haddad e Eduardo Suplicy, entre outros… E ele ainda não entendeu? Lula já foi mais inteligente.

Texto publicado originalmente às 5h32

Por Reinaldo Azevedo

FHC diz que Lula está mentindo e que o povo não é bobo

Por Gustavo Uribe e Marina Dias, na Folha:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgou nesta sexta-feira (10) um vídeo (assista abaixo) para rebater a crítica indireta de seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que ele teria criticado a população nordestina por ter votado na presidente Dilma Rousseff no primeiro turno da sucessão presidencial. O tucano acusou o petista de ter mentido e lamentou que a presidente tenha, “embarcado nessa”. O material foi feito por colaboradores da campanha do presidencial Aécio Neves (PSDB) para ser divulgado em grupos de WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas de celular. “O Lula mentiu. Eu não falei de Nordeste, nordestino, nada disso. E lamento que a presidente Dilma Rousseff, sem saber, tenha embarcado nessa. Não é verdade, o povo não é bobo”, disse.

 O tucano acusou ainda o PT de fazer “demagogia” e de querer jogar o PSDB contra o povo brasileiro. Segundo ele, a sociedade sabe que foi o partido quem fez o Plano Real, que controlou a inflação no país. ”É assim que se combate a pobreza, não é deixando a inflação voltar e depois aconselhando o povo a não comer carne e a comer tomate, frango e ovo. Não é assim que se resolve. Nós, do PSDB, fizemos o que dissemos. E deu certo”, afirmou.

 Na quarta-feira (8), o petista divulgou comentário nas redes sociais lamentando o ódio contra os nordestinos depois do resultado do primeiro turno da disputa presidencial. O texto foi publicado dois dias depois do tucano ter dito, em entrevista ao portal UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, que o PT está “fincado nos menos informados”. “O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados”, afirmou.

 Lula voltou a atacar a declaração de FHC sobre os eleitores do PT na noite desta quinta-feira (9) diante de uma plateia de sindicalistas, políticos e membros de movimentos estudantis.
 ”Aquilo não é o pensamento dele. Aquilo é uma cultura deles, de dizer que quem não vota neles é mais burro porque não vota neles e quem vota neles são os sabidos e quem vota em nós são os ignorantes”, discursou, acrescentando que “na cabeça dele, o Nordeste brasileiro e a periferia ainda hoje é como era no tempo em que ele era o presidente da República”.

Por Reinaldo Azevedo

Quem ainda acredita em Macunaíma?

Lula é possivelmente o homem mais mentiroso desse país. Não obstante, muitos (cada vez menos) ainda levam a sério as mentiras propagadas por seu PT. Agora, em época de eleição e com risco razoável de derrota, o desespero faz com que os petistas intensifiquem o esforço na arte da mentira. Vejam, então, o que o próprio Macunaína, nosso “herói” sem caráter, confessa:

É assim que sempre funcionou o PT: na base da preguiça, inventando dados de suas cabeças ocas e adotando um discurso prepotente e arrogante. Lula é apenas o ícone máximo de um método partidário. O PT chuta números sem compromisso algum com a realidade. Não estuda de verdade, não faz análises trabalhosas, pois é um partido formado por preguiçosos como seu líder, na maioria dos casos.

O Partido dos Trabalhadores que não trabalham e dos intelectuais que não pensam, eis a definição mais adequada para o PT. Resta apenas perguntar: alguém ainda acredita em uma só palavra de petista? É preciso ser muito alienado mesmo…

Rodrigo Constantino

 

Mercadante, o homem forte de Dilma, infla o crescimento de 2014 em 700%. Vocês ainda querem saber por que ninguém mais confia no governo?

Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, ora licenciado, professor de economia, com um doutorado conseguido, é bem verdade, às pressas e no joelho, não sabe fazer conta. Se tiver de voltar a dar aula, começo a ficar com pena de seus alunos. Até agora, a sua maior contribuição à inteligência brasileira tinha sido no campo da etimologia. Certa feita, ele renunciou à liderança do PT no Senado e anunciou que era uma posição “irrevogável”. Lula, que não gosta muito dele, bateu na mesa e mandou que ficasse. Ele ficou. O “irrevogável”, então, foi submetido a uma revolução de sentido e passou a significar o contrário. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o homem barbarizou. Já chego lá.

Primeiro, os “companheiros”, estes que estão no poder, fraudavam apenas a história. Sim, dou exemplos de fraudes históricas:

- “FHC quebrou o país três vezes.” Não quebrou. Nem uma, nem duas, nem três. Nunca se declarou moratória no governo tucano. O Brasil o fez, isto sim, no governo Sarney, que é aliado de Dilma. Pedir socorro ao FMI não é “quebrar”. O PSDB tem de pedir direito de resposta no horário do PT. “Quebrar” não é juízo subjetivo; é matéria de fato. Como é mentira, a mentira tem de ser combatida.

- “As estatais foram vendidas a preço de banana.” Mentira grosseira. Ao contrário. Foram vendidas a preço de mercado e, no caso da telefonia, muito acima dele, como provaram o valor das ações em Bolsa um ano depois, bem abaixo do que havia arrecado o governo. As antigas estatais se valorizaram brutalmente depois porque passaram a ter gestão privada. Peguem o caso da Petrobras: se privada fosse, valeria hoje mais do que o dobro, com absoluta certeza. Entre outras razões porque não teria abrigado um bando de assaltantes.

- “FHC governou para as elites.” – Outra mentira estúpida. O fim da hiperinflação, que veio com o Plano Real, contra o qual o PT votou, significou um dos maiores programas de inclusão dos pobres no mercado. Excludente era o modelo da inflação cavalar, que corria atrás da correção monetária, que corria atrás da inflação, e assim por diante. O Real veio cortar esse ciclo perverso. O PT foi contra. Aliás, Mercadante afirmou, com peculiar profundidade teórica, que o plano daria errado.

- “FHC arrochou o salário mínimo.” Mentira grotesca. FHC deu início à era de valorização real do salário mínimo. Na sua gestão, ela foi de 85,04%; nos oito anos de Lula, foi um pouco maior: 98,32%; nos quatro anos de Dilma, deverá ser de apenas 15,44%.

Voltemos a Mercadante. O principal coordenador da campanha de Dilma, na entrevista ao “Valor”, afirmou que, se reeleita, ela não adotará o que ele chamou de “medidas ortodoxas” de corte de gastos, seja lá o que isso signifique. Os agentes econômicos leem o que diz por aquilo que vale: se continuar presidente, a petista continuará a gastar mais do que arrecada. Convenham: Dilma não precisa tanto assim de inimigos.

Muito bem! Eméritos fraudadores da história, os valentes deram agora para fraudar a matemática. Há dois dias, em entrevista, Guido Mantega disse que a média de juro real nos governos petistas é de 3,5%. Mentira! É quase o dobro: 6,99%. Na entrevista ao Valor, Mercadante demonstra por que, caso fique sem emprego, deve mudar de ramo e desistir de dar aula de economia. Sabem o que ele afirmou? Que a média de crescimento no governo Dilma será de 2,1%, contra 2,3% nos governos FHC. Mas ressalvou que Dilma enfrenta um cenário mais adverso.

Só pode ser piada. Se a petista for reeleita, Mercadante será o homem forte do governo. Como é que os agentes econômicos vão confiar em quem frauda a história e a matemática ao mesmo tempo? Em primeiro lugar, FHC enfrentou sete crises internacionais; Dilma não enfrentou nenhuma. Em segundo lugar, sua conta está brutalmente errada. De fato, a média de crescimento dos oito anos de FHC, foi de 2,34%. Mas vejamos a conta da gestão Dilma:
2011 – crescimento de 2,7%;
2012 – crescimento de 1,0%;
2013 – crescimento de 2,3%;
2014 – crescimento estimado de 0,3%

Somando-se os números e dividindo-se por quatro, a média de crescimento é de 1,57% — ou seja: Mercadante inchou o índice em 33%. Mas quanto o Brasil precisaria crescer neste ano para que Mercadante estivesse falando a verdade? Eu ensino o ministro a fazer uma equação de primeiro grau. Assim:

2,7 + 1,0 + 2,3 + x = 2,1
4

x = 8,4 – 2,7 -1,0 -2,3

x = 2,4

Sim, o país precisaria crescer 2,4% neste ano para que a fala do ministro fizesse sentido. Mas vai crescer 0,3%. Nesse caso, ele inflou o crescimento em 700%. É um escândalo! Mas esperem: descobri a sua conta marota: ele só considerou os três primeiros anos de Dilma. É como se este 2014, em que se disputa a eleição, não existisse.

A conta patética de Mercadante explica por que ninguém mais confia nessa turma. Fraudar a história é grave e também traz consequências, mas seu preço vem no longo prazo. Fraudar a matemática costuma trazer consequências imediatas.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • WANDERLEI FORNASIER MORGAN Linhares - ES

    Infelizmente o nosso pobre Brasil está entregue a uma QUADRILHA da pior espécie que é o PT. E a dona Dilma com a sua INCOMPETÊNCIA e ARROGÂNCIA deveria enfiar a viola no saco e ir para casa cuidar dos seus netinhos.

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