Um monte de ministros já entregou o cargo a Dilma. E “Gilbertinho”?

Publicado em 13/11/2014 14:09 e atualizado em 15/11/2014 04:24
O espião de Lula não larga o osso… mas critica Dilma, sem fazer a “autocrítica” de que a esquerda tanto gosta..., por Ricardo Setti, de veja.com

Um monte de ministros já entregou o cargo a Dilma. E “Gilbertinho”? O espião de Lula não larga o osso… mas critica Dilma, sem fazer a “autocrítica” de que a esquerda tanto gosta

O ministro Gilberto Carvalho com Dilma: em público, sorrisos. Em particular, Dilma se sente

O ministro Gilberto Carvalho com Dilma: em público, sorrisos. Em particular, Dilma se sente “livre” do olheiro de Lula — que deixa o cargo criticando a chefe (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Escrevem de Brasília os repórteres Marcela Mattos e Gabriel Castro, para VEJA.com, que “numa tentativa de amenizar o estrago causado pela carta de demissão da ministra da Cultura, Marta Suplicy, mais de dez ministros já deixaram o cargo à disposição da presidente Dilma Rousseff, atendendo a uma orientação da Casa Civil da Presidência da República. A informação é do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante”.

E prossegue o texto:

“Seguramente, mais de dez ou quinze ministros já apresentaram. Foi uma sugestão minha, da Miriam Belchior e do José Eduardo Cardozo. É uma formalidade, um gesto de gentileza. Faz quem quiser. É uma forma de mostrar esse espírito de governo novo, equipe nova”, disse Mercadante nesta quarta-feira. Ele próprio deixou o cargo nas mãos de Dilma, apesar de ser presença certa no próximo mandato.”

(Leiam aqui a reportagem completa).

Pois é. Curioso que não esteja na lista o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que dias atrás anunciou que deixaria o posto por vontade própria (mas só no penúltimo dia do governo, o próximo 31 de dezembro, não largando, antes, o osso), com a seguinte frase:

– Já falei para a presidente que 12 anos de Palácio, para mim, deu.

Escrevi post a respeito, mostrando que, na verdade, já deu, e há muito, também para Dilma, que não suporta mais a presença do ministro no Planalto, já que, notoriamente, como ex-secretário particular durante oito anos do então presidento Lula, ele se viu guindado à Secretaria Geral a pedido de Lula. Por membros do governo mais próximo da presidente do que de seu antecessor, ele sempre foi visto como uma espécie de “vigilante” de Lula em relação a Dilma, uma espécie de espião do ex-presidento a fazer sombra à presidente.

A saída do ex-seminarista seria uma das razões de Dilma haver confessado a assessores próximos que agora se sente “livre”. (Cliquem aqui se quiserem ler o post a respeito.)

A propósito, toda a imprensa veiculou as críticas que aquele a quem Augusto Nunes chama de “coroinha de missa negra” fez a Dilma, agora, bem na hora de sair. Veicularam, mas não vincularam uma coisa à outra: é significativo que o ministro, não sendo bem visto por Dilma, deixe o governo atirando.

Relembremos algumas declarações, feitas em entrevista à BBC Brasil:

“O governo da presidenta Dilma deixou de fazer da maneira tão intensa, como era feito no tempo do (ex-presidente) Lula, esse diálogo de chamar os atores antes de tomar decisões. De ouvir com cuidado e ouvir muitos diferentes, para produzir sínteses que contemplassem os interesses diversos”.

Na entrevista, na qual pretendeu fazer um balanço dos últimos quatro anos de governo, Gilbertinho disse também a atual gestão “avançou pouco” em demandas de movimentos sociais, sobretudo nas reformas agrária e urbana e na demarcação de terras indígenas.

E vejam que coisa extraordinária: critica o governo, mas tira o corpo fora — pois sua função oficial no governo Dilma era, exatamente, ser uma ponte entre o Planalto e os chamados “movimentos sociais”, inclusive os baderneiros e provocadores, sobre cujas cabeças, aliás, o ministro limitou-se a passar as mãos, mesmo em episódios envolvendo a violação da lei.

Se o governo Dilma “avançou pouco” nas demandas dos “movimentos sociais”, Gilbertinho deveria ser o primeiro a apontar o dedo a si próprio. Mas fazer sua “autocrítica” — exercício muito apreciado nas esquerdas, com queda do Muro de Berlim e tudo — não parece ser o feitio do ministro que dias atrás se meteu a passar um sabão na Câmara dos Deputados por derrubar o decreto bolivariano da presidente sobre os tais “conselhos populares”.

E, se 12 anos de Palácio do Planalto “já deu” para o ministro, não significa que ele vá deixar alguma boquinha no governo. Seu padrinho, Lula, já está tratando disso, e um dos cargos em que ele poderá ser encaixado, a prudente distância de Dilma, será na presidência da Funai.

Afinal de contas, apesar das diferenças aqui e ali, cumpanhêro é cumpanhêro, e o lulopetismo não deixa ninguém ao relento enquanto detiver milhares de cargos públicos a serem preenchidos.

O silêncio de Lula

Agora não tem vídeo de apoio

Agora não tem vídeo de apoio

Lula está por trás ou não da fala de Gilberto Carvalho na segunda-feira e da carta de demissão de Marta Suplicy na terça-feira?

Se não quisesse deixar dúvidas sobre o que acha desses rumores, que só prejudicam sua companheira Dilma Rousseff, bastava que Lula, sempre tão falante, soltasse uma nota de apoio à presidente ou mesmo gravasse algo para ser exibido nas redes sociais. Como não se movimentou até agora…

Por Lauro Jardim

 

‘Lulopetismo desconstrói Dilma’, editorial do Estadão

Publicado no Estadão 

A coisa está pior do que parece para Dilma Rousseff, agora que o PT se garantiu por mais quatro anos no poder. Os graves problemas políticos que ela terá pela frente no segundo mandato que conquistou com escassa margem de votos não moram apenas do outro lado da Praça dos Três Poderes, no Congresso Nacional, mas também a poucos metros de seu próprio gabinete no Palácio do Planalto, onde está instalada, pelo menos até o fim do ano, uma ardilosa quinta coluna comandada pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Em longa entrevista à BBC Brasil, Gilbertinho – como Lula o chama – detonou o desempenho de Dilma, a partir de uma perspectiva petista, mais particularmente a do próprio ex-presidente.

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VÍDEO: O jurista Hélio Bicudo, homem íntegro e corajoso, que enfrentou o Esquadrão da Morte durante a ditadura e foi fundador do PT, fala sobre o Bolsa Família como fábrica de votos para o partido — que ele, desiludido, abandonou

Hélio Bicudo é jurista, professor e tem sido um militante pelos direitos humanos em toda a sua vida adulta. Homem respeitado internacionalmente por sua integridade e coragem, fez uma trajetória raríssima para alguém quando, já na idade madura, migrou de editorialista do jornal O Estado de S. Paulo para fundador e militante do PT, pelo qual foi deputado federal e obteve grande votação na disputa para o Senado em 1986 — perdendo para a dupla do então PMDB Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso.

Foi vice-prefeito de São Paulo na gestão da prefeita Marta Suplicy (2001-2005) e presidente da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.

Durante o regime militar, exibiu coragem exemplar como membro do Ministério Público no combate ao Esquadrão da Morte.

Deixou o PT, desiludido com os rumos do partido, em 2005, ano em que explodiu o mensalão, e apoiou Marina Silva (então no PV) no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010 e José Serra (PSDB) no segundo turno.

Neste vídeo, ele conta uma significativa conversa com o então ministro José Dirceu sobre o significado eleitoral do Bolsa Família para o PT.

Paulo Moura: ‘A oposição eficaz’

Publicado na coluna de Paulo Moura

Em junho de 2013 milhões foram às ruas contra a corrupção e por melhores serviços públicos de transporte, educação, saúde e segurança. O que ocorreu em 2013 nada tem a ver com as mobilizações que a esquerda costumava liderar no século XX, sob o comando de sindicatos, associações de bairro, entidades estudantis e a esquerda da Igreja. Emergiu no Brasil, assim como na Espanha em 2004, na Tunísia e no Egito em 2011 e na Turquia, Ucrânia e Venezuela mais recentemente, um fenômeno típico das sociedades-rede.

Correndo por fora das organizações tradicionais, milhões de cidadãos conectados pelas mídias sociais saíram às ruas para se manifestar e, sem planejar isso como objetivo, derrubaram ou desestabilizaram governos. Tudo ocorreu sem lideranças, sem organizações de massas, sem projetos de poder e sem controles.» Clique para continuar lendo

Oliver: ‘O sono dos insolentes’

VLADY OLIVER

Faço parte de uma comunidade que ajuda gratuitamente pessoas que trabalham com os tipos de softwares com os quais trabalho, tirando dúvidas, fazendo sugestões ou simplesmente ouvindo seus argumentos. Infelizmente, a coisa parece um cursinho básico de inglês. As mensagens de erro desses softwares aparecem na tela e as pessoas “printam” (e publicam) sem ter a menor ideia do que o Gúgol traduziu. E qual o mote para um blog político? O mote é a tal “Smartmatic”, empresa cujas informações simplesmente não existem em português confiável. Mesmo os “esquerdistas ianques”, que tendem a dourar a pílula como toda a canalhada socialista a soldo aqui aboletada, não conseguem esconder os odores que emanam das reiteradas fraudes bolivarianas levadas a cabo pela quadrilha do Foro de São Paulo na latrino américa.

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Da irmã para o filho

ciro e iracema

Cunhada de Nogueira foi demitida da CBTU

Katia Portella Nunes é irmã da deputada federal Iracema Portella (PP-PI) e, portanto, cunhada do senador piauiense Ciro Nogueira, presidente do PP. Em novembro de 2010, Katia foi nomeada Assistente Executiva da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), onde Sergio Sessim, filho do deputado federal Simão Sessim (PP-RJ), é diretor técnico.

Este seria mais um entre tantos casos do compadrismo, nepotismo disfarçado, empregado entre as excelências para empregar parentes na máquina pública.

Acontece que Katia, que recebia um salário de 8 113 reais todo mês, quase não aparecia para trabalhar na CBTU. Ela foi devidamente demitida na semana passada, após uma série de denúncias ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona da Central do Brasil de que ela seria funcionária fantasma.

Depois da demissão de Katia, entretanto, os Portella não ficarão sem representante na CBTU. O filho de Katia, Conrado Portella Nunes, acaba de ser nomeado para o mesmo cargo de confiança: Assistente Executivo. Assim como a mãe, o rapaz, sobrinho de Iracema Portella e Ciro Nogueira, vai ganhar 8 113 reais mensais.

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Fonte:
Blog Ricardo Setti, de veja.com

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