“Crise externa”: FMI e Banco Central desmentem Dilma

Publicado em 09/03/2015 15:28
por Felipe Moura Brasil, de veja.com

Uma imagem das projeções do FMI e do Banco Central vale mais que mil palavras do marqueteiro João Santana pronunciadas pela presidente Dilma Rousseff na TV. Dilma lançou a culpa de seu desgoverno sobre a “crise externa”.

Mentiu mais uma vez para o povo brasileiro.

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Imagem do blog Dinheiro Público & Cia, da Folha

Enquanto os Estados Unidos e a Europa, epicentros dos tremos da economia global nos últimos anos, já crescem mais que o Brasil, o boletim Focus, do Banco Central, projeta para este ano uma queda do PIB de 0,66% e uma inflação de 7,77% no país desgovernado por Dilma.

Dia 15 de março, os brasileiros saem às ruas contra a mentirada da presidente.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

 

O Brasil que pensa está cansado da hipocrisia dos petistas

O duplo padrão moral sempre foi a marca registrada do PT. O velho “um peso, duas medidas”, que sempre fez com que petistas apelassem para um julgamento seletivo dos demais. Quando eles fazem algum protesto, por exemplo, é o povo protestando, mas quando outros protestam contra o PT no governo, é “golpismo da elite”. E por aí vai.

Ontem tivemos a maior prova dessa seletividade. Imediatamente após as vaias e o “panelaço” tomarem conta de várias cidades como reação ao pronunciamento vigarista da presidente, “formadores de opinião” a soldo do PT logo escreveram textos “indignados” com a falta de educação e respeito desses “golpistas da elite”, por terem xingado uma mulher no Dia Internacional da Mulher. É muita cara de pau!

Em primeiro lugar, pegaram a exceção e a transformaram na regra. Se alguns xingaram Dilma de nomes feios, logo isso vira sinônimo de todos xingando a presidente. Em segundo lugar, apelam para uma cartada sexista patética, ignorando o sentido metafórico do xingamento. Ninguém que grita para um árbitro de futebol que ele é um filho da “mãe” quer dizer realmente que sua mãe é uma prostituta. Os petistas fingem não saber disso.

Mas a hipocrisia ganha patamar absurdo quando essa gente simula uma indignação com a suposta falta de respeito dos manifestantes. Ora, os próprios petistas espalharam pelas redes sociais, e o próprio Lula endossou a coisa, que Aécio Neves era um “playboy cheirador de pó” ou algo pior. Ou seja, quando são os petistas que descem o nível – o que acontece sempre, pois chafurdam no pântano – aí não tem problema. Quando alguns xingam a presidente, aí é um escândalo, e os petistas dissimulados ficam “chocados” com  o caráter misógino e machista desses “golpistas”.

Para piorar a situação, o próprio PT reage acusando a manifestação espontânea de “golpista”, e “jornalistas” logo chamam a atenção para a parcela “visivelmente fascista” que tenta derrubar uma presidente eleita por não suportar o resultado das urnas e também a melhora na vida dos mais pobres. Um deles, na rádio CBN hoje cedo, citou até o discurso de Bresser-Pereira para fazer seu ponto. É muita canalhice.

Mas isso não é tudo! Enquanto acusam de “golpistas” pessoas de classe média que saem às ruas para protestar contra um governo incompetente, corrupto e mentiroso, esses petistas nada falam sobre o discurso, esse sim!, claramente golpista e fascista de Stédile, o líder do criminoso MST, aquele que Lula convocou como um exército paralelo. Vejam o que disse Stédile na Venezuela (tomem um Plasil e um Engov antes):

Um vagabundo que estaria atrás das grades em qualquer país sério convoca seus aliados igualmente criminosos da América Latina, como os membros da ditadura de Nicolás Maduro, para se unirem e lutarem contra essa “elite de mierda” que pede o impeachment da presidente Dilma. E isso não desperta indignação alguma dos defensores de Dilma, mesmo os “moderados”, aqueles que simulam neutralidade. Mas se alguém revoltado com tanta roubalheira usar o termo “vaca”, aí o mundo vem abaixo.

O Brasil que pensa está cada vez mais enojado com a postura desses petistas, com sua hipocrisia, com sua dissimulação, sua indignação seletiva, sua cara de pau. Os verdadeiros golpistas estão no PT. Os que atentam contra a democracia estão no PT. Os falsos, mentirosos, hipócritas, estão no PT. E aqueles que descem o nível, que xingam os oponentes dos termos mais chulos, que faltam com o respeito o tempo todo, também estão no PT.

Quase ninguém mais cai nesse teatro dos “ofendidinhos”. Quem ainda cai nessa é realmente muito estúpido. E agora os safados podem simular uma indignação por eu ter usado o termo “estúpido” para me referir aos estúpidos…

Rodrigo Constantino

 

Buscando o fundo do poço, e a hora de comprar a Bolsa

“Compre a Bolsa agora, porque, no final deste ano, quando o mercado olhar para 2016 e 2017, as coisas vão estar com uma cara melhor.”

Esta tese, ainda minoritária, tem circulado entre alguns gestores profissionais, pagos para ler o mercado e tomar risco todos os dias.boopo inside the bubble

A matriz desta ideia é uma regra do mercado financeiro canonizada pela prática e pelo tempo: aquela que diz que “a hora certa de comprar é quando todo mundo manda vender.”

Tem gente testando a hipótese. No mês passado, a Bolsa foi o melhor investimento do País. Depois de cair mais de 6% em janeiro, a Bovespa subiu 10% em fevereiro, um sinal de que alguns investidores especulam que já é hora de “comprar as quedas”, ou, como se diz, “caçar barganhas” num mercado que, para falar a verdade, não sai do lugar há anos.

O mercado de taxas de juros também poderia servir para corroborar a percepção de que estamos na vizinhança do fundo do poço: os juros de curto prazo estão mais altos do que os longos, o que, traduzindo, significa que os investidores reconhecem que as coisas serão duríssimas agora, mas que vão melhorar ali na frente.

Infelizmente, há razões para acreditar que este não é o caso.

Há o risco de que tudo que parece barato agora possa ficar ainda mais em conta, que o fundo do poço talvez esteja uns 300 metros mais adiante, e que o investidor ainda possa sofrer uma perda de capital substancial antes de ver o tão desejado ponto de inflexão na economia.

Aqui cabe um outro ditado do mercado: “Não tente pegar uma faca enquanto ela cai.”

Há dois cenários em que o buraco do mercado (ou o fundo do poço da economia) é mais embaixo.

Primeiro, uma recessão mais profunda do que a esperada.

Hoje, a maioria dos bancos e corretoras prevê uma contração do PIB para este ano entre 0,5% e 1%. Alguns economistas, porém, já falam em uma queda de 1,5% ou coisa pior.

“Se a economia cair mais do que isso este ano, a recuperação que todo mundo espera para 2016 pode demorar mais um ano,” diz um gestor.

É verdade que as projeções dos analistas frequentemente ficam correndo atrás da realidade, mas parte do problema atual é que o mercado como um todo parece ter subestimado os efeitos da Lava Jato na vida da Petrobras, das empreiteiras, e por consequência, do PIB. (Simplesmente não havia modelo para prever uma perturbação tão grande e sincronizada num setor tão importante da economia.)

A cada dia, o sentimento de estupefação entre o empresariado aumenta, e a paralisia política em Brasilia piora.

O descolamento da realidade exibido ontem à noite pela Presidente Dilma, que remeteu aos últimos dias de Fernando Collor no poder, e a disposição de alguns líderes implicados na Lava Jato de partir para um confronto kamikaze são apenas as evidências mais preocupantes de um clima político que pode derrubar ainda mais a economia.

Já discutimos aqui como o dólar a R$ 3 torna um aumento de capital na Petrobras uma questão de tempo — mais um bode que tem que ser retirado da sala, a um custo político que o Governo não quer bancar.

Também já abordamos a necessidade do Governo lançar uma agenda de reformas ‘micro’que reenergize a economia, mas parece óbvio que o Planalto não tem condições políticas de ousar fazer nada hoje além de respirar, e mesmo assim, devagarzinho.

O fato é que uma recessão mais forte do que a prevista nos modelos hoje tem mais a cara de uma probabilidade do que de possibilidade.

Na semana passada, os economistas-chefe do Itaú e do BTG Pactual — ambos com um histórico de acertos sobre o comportamento do Banco Central — previram que o atual ciclo de alta de juros vai acabar na próxima reunião do Copom, com uma alta de 0,25%. Por trás dessa previsão está a ideia de que a economia vai piorar tanto nos próximos meses que a inflação vai ceder sozinha, sem necessidade de uma maior alta dos juros.

O segundo cenário em que o poço precisaria de mais escavação é o racionamento de energia. Os reservatórios continuam tão baixos quanto a moral da economia, e a temporada de chuvas termina em abril. Uma restrição de energia pode deprimir ainda mais a produção industrial.

Para todos os efeitos, a recessão já começou a aparecer nas evidências empíricas do dia a dia: as demissões nas montadoras, o gerente do restaurante reclamando que o movimento caiu, e até o trânsito nas estradas, que está desabando com a atividade econômica mais fraca.

Talvez nem no Inferno a economia seja atormentada por tantos demônios.

A boa notícia, para os adeptos da tese de que “ano que vem melhora”, é que os melhores investidores internacionais que a coluna conhece estão vendo o copo meio cheio.

Primeiro, eles acham que um país é sempre pior aos olhos de seus cidadãos educados do que o é na realidade, porque os locais sempre cobram mais de seu próprio país do que dos outros. A segunda crença, corolário da primeira, é de que o Brasil é um mercado para se comprar quando o dólar passar de R$3,20. (We’ll see you soon.)

Ontem à noite, a Presidente Dilma tentou passar uma mensagem de otimismo aos brasileiros frustrados com a persistente destruição de seu poder de compra e com um desemprego que começa a andar. Mas, sob seu comando e orientação, o País passou os últimos anos penhorando o futuro para comprar a confiança do consumidor e o pleno emprego.

Agora a conta quase impagável chegou, e não vai ter outro jeito: vai doer demais.  O fundo do poço foi cavado bem lá embaixo.

Por Geraldo Samor

 

Expectativas continuam piorando, e cada vez mais rápido

O governo está perdendo o controle sobre as expectativas dos analistas e investidores. O boletim Focus, do Banco Central, que foi divulgado hoje, mostra como os principais analistas esperam uma recessão maior e uma inflação mais alta a cada semana de nova pesquisa. A queda do PIB esperada para este ano já seria o pior resultado nos últimos 25 anos, e ainda assim há quem ache que a recessão será bem maior, podendo chegar a uma queda de 2% da atividade:

Crescimento esperado para o PIB este ano. Fonte: Focus/Bloomberg

Crescimento esperado para o PIB este ano. Fonte: Focus/Bloomberg

Quando o assunto é inflação, o quadro fica ainda mais feio. Apesar da queda esperada para a atividade econômica, os analistas acreditam que a alta dos preços continuará acelerando, e já esperam uma inflação de 7,77% para 2015, bem acima do topo da elevada meta, que é 6,5%:

Inflação esperada para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg

Inflação esperada para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg

Isso significa, basicamente, que o Banco Central perdeu o controle sobre as expectativas de inflação, mesmo com a alta recente na taxa básica de juros. O BC está “atrás da curva”, como dizem os analistas, e deixou os investidores perderem a âncora que mantinha as expectativas ao redor do topo da meta, patamar praticado pelo governo ao longo do primeiro mandato e que se transformara na meta extra-oficial.

Agora os agentes do mercado vão incorporar uma inflação entre 7,5% e 8% como o novo patamar “normal”, o que é extremamente perigoso, especialmente para um país como o Brasil, com um histórico complicado de hiperinflação. É como se o governo tivesse dado doses cada vez maiores para um alcoólatra, achando que não haveria problema. Foi uma atitude extremamente irresponsável, como apontado por vários economistas sérios.

Como um dos efeitos desse cenário sombrio, o dólar não para de subir em relação ao real. É verdade que parte disso é um movimento global: com a expectativa da retirada dos estímulos monetários pelo Fed, após dados melhores de emprego nos Estados Unidos, o dólar tem se valorizado frente a várias moedas. Mas o real tem apanhado mais do que a média:

Dólar em reais. Fonte: Bloomberg

Dólar em reais. Fonte: Bloomberg

O brasileiro vai vendo o valor de compra de sua moeda despencando a cada dia, tanto em dólares, como em relação ao que comprava ontem em moeda local mesmo, devido à inflação elevada. Estamos empobrecendo, e rapidamente. A crise é grave, e não há exagero algum da imprensa ao falar do assunto, ao contrário do que disse a presidente em seu pronunciamento ontem.

É o discurso oficial do governo que não aceita a dura realidade. E não reconhecer a realidade é a receita certa para insistir nos erros. Repetir que o Brasil vive um simples problema conjuntural é negar a seriedade do momento, que exige mudanças radicais nos rumos da política econômica. Achar que basta colocar Joaquim Levy na Fazenda e aumentar alguns impostos é viver fora da realidade. Mas o mercado nunca deixa isso impune…

Rodrigo Constantino

 

O DESESPERO DO PT. Ou: Calma, pessoal! Ainda não chegou a hora de atentados terroristas com dicionários e livros de gramática! Ou: Vamos matá-los afogados em champanhe e entupidos de caviar!

Aqui está o nosso coquetel Molotov. Vamos pra cima deles!

Aqui está o nosso coquetel Molotov. Vamos pra cima deles!

O PT está Perdido da Silva. Como naquela música, não sabe o que dizer, o que calar, a quem querer. O troço é de tal sorte estupefaciente que o partido declara o insucesso das vaias e do panelaço contra Dilma quando, como é sabido, a adesão surpreendeu até os críticos mais entusiasmados do governo. Não foi só o Planalto a se espantar. Nem a oposição esperava.

Como demonstrei hoje de manhã aqui, os “companheiros” tentam pespegar pechas em quem protesta. Seriam os “ricos”, das “áreas nobres”. A turma sabe, no entanto, que está mentindo para os outros para ver se consegue acreditar no que diz.

Alberto Cantalice, aquele grande pensador que é vice-presidente do PT, voltou a tocar na tecla do golpe. É aquele rapaz que, durante a Copa do Mundo, afirmou que o descontentamento com Dilma nas ruas era coisa de um tal Reinaldo Azevedo e outras oito pessoas, entre jornalistas e comunicadores. Na sua lista negra, estavam Guilherme Fiuza, Augusto Nunes, Lobão, Marcelo Madureira, Diogo Mainardi, Demétrio Magnoli, Arnaldo Jobor e Danilo Gentili. Se um dia o sr. Cantalice der as cartas no país, a gente já sabe como ele pretende melhorá-lo.

Amarre um na cintura. Quando estiver num ambiente público lotado, abra!

Amarre um na cintura. Quando estiver num ambiente público lotado, abra!

Pois bem: este senhor veio a público para dizer que setores da elite estariam empenhados em dar um golpe. Ele não disse como pretendemos fazer isso. Talvez abrindo as comportas de um depósito secreto de Moët & Chandon que temos em Brasília. A ideia é afogar a cúpula do governo federal em champanhe. Parece que Lula exige Romanée-Conti. Outra ideia que conta com muitos adeptos é empanturrar Dilma com caviar e foie gras, para pôr um fim à tal dieta Ravenna. É a aposta no chamado choque metabólico das elites.

E há os extremistas de direita de sempre, que pretendem sair às ruas armados de gramáticas, dicionários e manuais de aritmética. Os setores lúcidos da sociedade ponderam, no entanto, que ainda não é hora da luta armada. Calma, camaradas! Como se dizia antigamente, ainda estamos na fase do acirramento das contradições e do acúmulo de forças. De resto, somos favoráveis, em princípio, à luta pacífica. Temos é de ocupar as praças protestando contra a vírgula entre o sujeito e seu verbo.

Golpe se dá com urnas ou com tanques. De qualquer sorte, os tanques são sempre necessários — quando menos, para garantir a fraude das urnas, como ocorreu na Venezuela. Cantalice não disse como se faria no Brasil, daí eu estar aqui a imaginar coisas.

O homem sugeriu ainda que partidos de oposição estariam financiando as manifestações — que ainda nem ocorreram! Bem, que se saiba, veem com simpatia o protesto, mas não estão no comando. Cabe, no entanto, uma pergunta: E SE ESTIVESSEM? SERIA CRIME? E SE ESTIVESSEM, SERIA ILEGAL? E SE ESTIVESSEM, SERIA SUBVERSÃO?

Cantalice, o homem que gosta de fazer listas negras, já leu a Constituição? Conhece as leis? Sabe que, vetado o anonimato, toda mulher e todo homem são livres para se manifestar, inclusive para pedir a queda do governo, mesmo que ele conte com 99,99% de aprovação?

O PT está é com medo. Perdeu as ruas para os fatos e para o povo sem a carteirinha do partido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Íbis do D se reúne, e Mercadante é escalado para dizer a tolice do dia

Que coisa!

Dilma se encontrou hoje com a linha de ataque do Ibis do D (Íbis da Dilma), que tomou do original o posto de o pior time do mundo. Refiro-me ao incrível quarteto que cuida da coordenação política: Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Jaques Wagner (Defesa).

Coube a Mercadante ser o orador da turma. Ele deixou claro que o PT não pretende revogar o Artigo 5º da Constituição, o das cláusulas pétreas, e lembrou que manifestar-se é um “direito da população”. Ufa! Mas aí sabem como é…

O homem emendou uma oração adversativa: “Mas a primeira regra do sistema democrático é reconhecer o resultado das urnas. Só tem dois turnos, não tem terceiro turno. Nós vencemos pela quarta vez (as eleições)”.

Que bobagem!

Então sempre que a população se manifesta contra o governo está contestando o resultado as urnas? Na democracia de Mercadante, quem vence fica com todas as batatas, e quem perde deve ser reduzido ao silêncio ou ser extinto.

Notem o raciocínio capcioso: fica parecendo que a legitimidade de um governante aumenta à medida que seu partido vai vencendo novas eleições, como se a reiteração do fato mudasse as leis ou o texto constitucional.

Escrevi nesta manhã que Dilma é hoje uma “mulher dura” (como ela gosta de se definir), cercada de homens incompetentes. Essa não é uma fala de quem busca se aproximar da população. Esse é o texto de quem acredita, no fundo, que uma vitória nas urnas dá ao governante o direito de fazer o que bem entende.

Por Reinaldo Azevedo

 

A incapacidade de Dilma de reconhecer seus erros

A presidente Dilma fez um longo pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio nesse Dia Internacional da Mulher. Como não poderia deixar de ser, vindo de quem vem, houve um abuso da “cartada sexual” logo no começo, com Dilma se colocando num papel especial só por ser mulher. Ou seja, esqueçam os argumentos, os fatos, pois o importante é “sentir”, algo que todas as mulheres podem compreender.

Em seguida, Dilma mostrou porque jamais poderia ser uma estadista, sendo apenas uma populista de quinta categoria. Vive em campanha eleitoral, não pensa no longo prazo, quer apenas ludibriar o eleitor. É incapaz de reconhecer um único erro. Conseguiu colocar até a alta das tarifas de eletricidade na conta de uma seca, ou seja, não tem nada a ver com a desorganização no setor após várias decisões demagógicas tomadas por seu governo, que resolveu reduzir na marra as tarifas antes, de olho nas eleições.

Dilma insistiu na desculpa esfarrapada da crise internacional, a “mais severa desde a crise de 1929″. Segundo ela, ainda estamos pagando o custo dessa crise, e o momento difícil que o Brasil vive hoje é apenas conjuntural e não tem ligação alguma com seu governo. Para “comprovar” isso, ela citou a situação na União Europeia. Ou seja, o Brasil não vai mal coisa alguma, quem diz o contrário mente, exagera, e basta olhar para o baixo crescimento da Europa para ver como estamos, na verdade, muito bem, obrigado. Haja cara de pau!

Foi repetido duas vezes que desta vez, ao contrário das crises passadas, o país não parou nem vai parar. Como é? Então quer dizer que a recessão que experimentamos já em 2014, e que será repetida em dose maior este ano, não é coisa de um país parado? De fato, é coisa de um país que está andando para trás, isso sim! Mas Dilma tentou vender novamente a ilusão de um país que não existe, ou que só existe na cabeça de seu marqueteiro. Tudo pela propaganda.

Enfim, tratou-se de um discurso típico de uma líder medíocre, incapaz de um ato de sinceridade para com o povo, incapaz de reconhecer seus equívocos. Dilma se pega na cartada sexual – é uma mulher, logo, merece créditos – e também num apelo nacionalista – precisamos ter fé pois tudo será melhor amanhã. A realidade é bem diferente, e subtraí-la do brasileiro é um absurdo.

Não sofremos efeitos de uma suposta crise internacional, pois os países emergentes estão em situação muito melhor e nossos problemas foram produzidos em casa. Não são problemas conjunturais, mas estruturais. E não serão resolvidos rapidamente; levarão muito tempo até serem digeridos, se o governo realmente mudar o rumo. O discurso eleitoreiro e mentiroso da presidente mostra que a ficha ainda não caiu, que Dilma ainda prefere culpar os astros pelos problemas que sua incompetência produziu.

É covardia, ou pior, é uma insistência asinina no erro. Afinal, talvez Dilma, uma desenvolvimentista, acredite mesmo em suas baboseiras, ache mesmo que fez tudo certo e que agora deve apenas fazer pequenas correções, pois o cenário mudou. Se os investidores acharem que essa é a crença de Dilma, aí é que vão retirar investimentos do país mesmo, pois sabem que somente uma mudança radical de postura pode salvar nossa economia, e não sem um grande custo a ser pago no curto prazo.

Por fim, e no auge da vigarice, Dilma citou o “lamentável episódio com a Petrobras”, como se fosse algo totalmente sem relação com o seu partido, com a quadrilha que o PT montou dentro da estatal, sendo que a própria Dilma fora presidente do Conselho da empresa e ministra de Minas e Energia, além de ter indicado para o comando da empresa Graça Foster, incapaz, por incompetência ou conivência, de identificar a roubalheira bem debaixo de seu nariz.

É tratar o povo brasileiro como idiota. Só que o povo parece ter acordado, e enquanto Dilma mentia em seu discurso, buzinas e “panelaços” podiam ser ouvidos por várias capitais do país, como protesto. O povo está cansado de tanta canalhice, e talvez o tiro saia pela culatra. Afinal, dia 15 de março está logo ali, e o pronunciamento hipócrita da presidente pode muito bem ter jogado mais lenha na fogueira das manifestações…

Rodrigo Constantino

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