As falas irresponsáveis dos petistas e o “medo do confronto de rua”...

Publicado em 13/03/2015 11:34
por Reinaldo Azevedo, de veja.com

As falas irresponsáveis dos petistas e o “medo do confronto de rua”

Leio na Folha que o governo teme que haja confrontos nas ruas nesta sexta. Entidades paragovernamentais como MST, CUT e UNE marcaram manifestações em 23 Estados em defesa do, deixem-me ver como escrever, statu quo. Elas estão no poder e enxergam nas manifestações marcadas para o dia 15 uma ameaça à sua hegemonia. E qual a razão do temor? Eventuais escaramuças serviriam de combustível adicional para o protesto do dia 15. Tomara que não aconteça nada de excepcional nesta sexta. Os petistas — incluindo o Palácio do Planalto — serão os principais responsáveis por eventuais escaramuças. Já chego lá.

Oficialmente, os manifestantes pró-governo vão marchar em defesa da Petrobras. Que pena que eles não tenham conseguido, no passado, defendê-la dos ladrões que foram postos lá pelo petismo, não é? O que querem mesmo é criar uma rede de proteção para Dilma, o que se mostra a cada dia mais difícil. A presidente iria, por exemplo, nesta sexta a Belo Horizonte. Desistiu da viagem para ficar longe das vaias. Volto ao ponto.

Apostam na violência os que insistem em acusar os organizadores e apoiadores da manifestação de domingo de incitadores do ódio. Apostam na violência os que chamam de golpe uma mera petição ao poder público — impeachment ou qualquer outra coisa. Apostam na violência os que tentam deslegitimar os que protestam, pespegando-lhes a pecha de “elitistas” e de “reacionários”. Apostam na violência os que reivindicam para si o monopólio da representação popular e não reconhecem como legítimas forças que não formem com suas fileiras. A propósito: a única manifestação violenta nessa fase de declínio do PT e de Dilma foi protagonizada por brutamontes à porta da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Apostam na violência aqueles que convocam exércitos, ou que prometem botá-los na rua, para combater adversários políticos, a exemplo do que fizeram, respectivamente, Luiz Inácio Lula da Silva e João Pedro Stedile.

Pepe Vargas, este inefável ministro das Relações Institucionais, espalha por aí que sente cheiro da “elite golpista”… Ah, entendo! Elite progressista era aquela parceria entre petistas e empreiteiras, não é mesmo?, para o bem geral do… partido!

Num vídeo meio esquizofrênico, Rui Falcão, presidente do PT, defende o direito à livre manifestação (que bom que ele respeita a Constituição!), desde que, segundo diz, não se atinja a autoridade constituída. Ah…  Collor, em 1992, era autoridade constituída, pois não? E o PT foi pra rua. Parece que Rui Falcão tem a ambição de ditar a pauta da oposição. Compreendo: definir a do PT deve estar um inferno.

Ah, sim: repetindo Lula, Falcão afirmou que os petistas não devem “abaixar a cabeça”. Entendo! É preciso, no entanto, um motivo para erguê-la, não é? Qual o presidente do PT oferece? Essa gente, definitivamente, perdeu o eixo e o que lhe restava de juízo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Sucesso ou fracasso? Saiba o que o governo espera da manifestação de domingo

Manifestações de 2013: vai se repetir?

Manifestações de 2013: vai se repetir?

Hoje, a 48 horas da manifestação de domingo, o Palácio do Planalto tem a seguinte expectativa do que pode ocorrer:  a manifestação será forte, muito forte em São Paulo e inexpressiva no resto do país. É com este cenário que o governo trabalha.

A propósito, o governo tem encomendado pesquisas qualitativas para, de acordo com um ministro próximo a Dilma, “entender o ódio de São Paulo”.

Por Lauro Jardim

 

AS DICAS QUE CIRCULAM NA REDE PARA O DOMINGO FELIZ. OU: SE CHOVER, VOCÊ NÃO É FEITO DE AÇÚCAR!

Caros leitores,
circula nas redes sociais um conjunto de recomendações para a grande manifestação de domingo, que pode tomar o país inteiro. Não sei exatamente quem as elaborou, mas elas me parecem de bom senso e de consenso. Por isso eu as divulgo aqui. Há dias tenho insistido que as ruas têm de abrigar a alegria de quem reivindica, não o rancor de quem briga.

Vamos a elas:
1 – Bandeiras de partidos políticos e outras organizações ligadas aos mesmos não são bem-vindas.

2 – A marcha é do povo, e ninguém a utilizará para autopromoção.

3 – Se você vir qualquer movimento ou atitude suspeitos, utilize a melhor arma que tem para isso: seu celular. Filme tudo e entregue o arquivo para a organização do ato, a fim de que providências legais sejam tomadas.

4 – Se surgir qualquer foco de violência ou vandalismo contra o patrimônio público ou privado, todos deverão sentar-se até que os policiais que farão a escolta, fardados ou à paisana, capturem o meliante.

5 – Se houver provocações oriundas de qualquer grupo estranho ao ato, apenas ignore. Eles estão desesperados, pois tudo o que construíram está ruindo. Nós somos a ameaça aos seus interesses escusos. Somos o golpe de misericórdia contra o PT.

6 – Atenção às mensagens que serão enviadas do carro de som!

7 – Evite roupas vermelhas ou pretas. Elas lembram o PT e os black blocs. Não compareça ao evento com camisetas que façam alusão a partidos políticos.

8 – Verde e amarelo são as cores ideais para o dia de indignação. Pinte o rosto!

9 – Confeccione faixas e cartazes. Leve bandeiras do Brasil, nariz de palhaço, cornetas, apitos, faça barulho! Leve também balões azuis, amarelos e verdes. Vamos chamar atenção para nossa causa.

10 – Durante a marcha, fique atento às palavras de ordem que serão estimuladas pela organização! Nada de coros que não são pertinentes ao ato. Lembre-se: você está nas ruas para reivindicar direitos.

11 – A Polícia é nossa amiga. Gente ordeira e trabalhadora não teme aqueles que nos protegem. Eles estarão presentes para garantir que tudo corra bem. Não trate esses bravos servidores públicos de forma hostil.

12 – Convide amigos e vizinhos. Vá com sua família ao ato! Ensine seus filhos desde pequenos que política é algo bom e deve ter à frente pessoas de bem. Estimule-os a fazer parte da história e não apenas a vê-la passar. Um povo que luta por seus direitos e participa é respeitado por seu governo.

13 – Respeite os veículos que se aproximarem da marcha. Não bata nos vidros, tampouco na lataria dos carros. Não jogue lixo no chão. Recolha papéis e outros objetos e deposite em lixeiras. Somos civilizados.

14 – Permaneça no roteiro da marcha. A intenção é mostrar nossa força, não travar o trânsito.

15 – Se chover, vá mesmo assim! Leve seu guarda-chuva, mas não deixe de comparecer. Não somos feitos de açúcar. Temos força e raça! Nada impedirá nossa luta pelo Brasil que queremos!

16 – Caso alguém passe mal no evento, forneça ajuda e contate a organização.

17 – Qualquer crítica ou sugestão serão bem-recebidas por aqueles que organizam o ato.

18 – Leve água para se hidratar durante o percurso. Respeite crianças e idosos.

19-  Desejamos uma ótima marcha a todos!!

Por Reinaldo Azevedo

 

MINHA COLUNA NA FOLHA: O domingo e a agonia do PT

Leiam trechos:

O PT está em pânico. O que vai acontecer no próximo domingo? Desde que foi criado, o partido chama, segundo a metafísica da esquerda, de “povo” os movimentos organizados, franjas da própria legenda que atuariam como uma correia de transmissão do presente para o futuro. Os supostos porta-vozes desse ente anunciam verdades em nome da “maioria”, embora seu aporte teórico consagre a ideia da vanguarda revolucionária, que é, por óbvio, minoritária.

Já fui um brasileiro como eles. Há muito tempo. E sei que os chefões nunca levaram essa bobajada a sério. A gesta redentora é só discurso do cinismo, mas mobiliza os trouxas e incendeia o imaginário dos inocentes, especialmente de intelectuais e jornalistas, seres mais permeáveis à heresia da “igualdade”, em nome da qual todos os crimes são cometidos.

A ação da esquerda está pautada por uma monstruosidade moral chamada “falsa consciência”, conceito que está em Marx, não só em epígonos mais ignorantes do que ele. Se, como querem os esquerdistas, o que um homem sabe de si, de suas aspirações e do mundo pode ser considerado uma falsificação de uma verdadeira consciência à qual se chegaria pela luta partidária, então esse homem deixa de ser dono de sua própria história e de responder por suas opções. Em Banânia, esse demiurgo chulé tem um pé em Platão e outro em João Vaccari Neto.
(…)
Em tempo: golpista é querer ignorar que o impeachment tem prescrição constitucional e regulamentação legal. A divergência possível é se estão ou não caracterizados os motivos. Eu, por exemplo, acho que sim. Quantas pessoas haverá nas ruas? Não sei. Qualquer que seja o número, serão pessoas donas de seus quereres, donas de si. O país começa a se libertar do PT e do que ele representa. Vai demorar um pouco, mas será para sempre.
Para ler a íntegra, clique aqui

Por Reinaldo Azevedo

 

Que vocação têm os petralhas para defender ladrões e assassinos, não é mesmo? Ou: Decisão da juíza de deportar Battisti é impecável; terrorista já está solto

Teto atualizado às 3h31

O texto que escrevi ontem à noite sobre a prisão de Cesare Battisti, que já está solto, tinha o seguinte título: “Decisão da juíza de deportar Battisti é impecável; a prisão imediata pode render um bom debate jurídico”. Muito bem. O desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1º região, concedeu liminar que garante a liberdade provisória ao terrorista italiano. Não conheço os termos do texto. O advogado de Battisti, Igor Sant’Anna Tamasauskas, afirmou o seguinte: “Basicamente, o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região compreendeu que a decisão da juíza de primeiro grau estava subvertendo a ordem jurídica, na medida em que ela estava passando por cima da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Presidência da República quando determinou a permanência do senhor Cesare Battisti aqui no Brasil”.

É mesmo, é? Tamasauskas não deveria tratar uma liminar como se fosse um juízo de mérito. Se o princípio que inspira o documento é mesmo esse, pior para o direito. Pela simples e óbvia razão de que a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu não afrontou nem o Supremo nem a decisão do então presidente Lula. Vamos entender o imbróglio.

A juíza cometeu alguma arbitrariedade ao determinar a deportação do terrorista? Resposta inequívoca: não! O Inciso IV do Artigo 7º do Estatuto do Estrangeiro — Lei 6.815 — é explícito a mais não poder. Reproduzo:
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:
IV – condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira.

Acabou! Cesse tudo o que as antigas musas vermelhas cantavam. A concessão de visto a Cesare Battisti pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) foi escancaradamente ilegal. Ou alguém tente provar o contrário. Ou alguém tente demonstrar que o que está escrito na lei não está escrito na lei. Ou alguém tente demonstrar por que o CNIg tem competência para jogar no lixo a Lei 6.815.

Aí alguém pergunta: “Mas Luiz Inácio Lula da Silva não havia recusado a extradição de Battisti para a Itália?”. Resposta: sim! A decisão da juíza contesta a de Lula? Resposta: não! O então presidente se recusou a devolver, como seria o decente, Battisti para a Itália — e a juíza, por óbvio, não decidiu extraditá-lo para aquele país. Nem poderia. Logo, a decisão de Lula continua a ser respeitada.

O que Adverci está dizendo é que Battisti não pode ficar no Brasil. Ela sugere que volte ou para o país de onde saiu, quando migrou para cá — no caso, a França —, ou para outro qualquer que queira recebê-lo. Nota: a França já havia decidido extraditá-lo; por isso, ele correu para Banânia. Acrescente-se a isso o fato de que o próprio STF considerou ilegal a concessão de refúgio. Mas reafirmou que cabia a Lula extraditá-lo ou não. E Lula decidiu que não, num desdobramento realmente surpreendente. O Supremo, então, na prática, deu ao presidente a licença de atuar fora da lei.

O que dava para debater?
O que não era uma decisão hígida na juíza era a prisão imediata. Ela determinou a deportação provocada por uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público. Ela argumenta que, segundo a Lei 7.347/85, os recursos contra ações civis públicas não comportam efeitos suspensivos, embora o juiz possa concedê-lo “para evitar dano irreparável à parte”.  O fato de o juiz “poder” conceder o efeito suspensivo não quer dizer que ele “deva” concedê-lo. A juíza disse não ver na prisão imediata “dano irreparável” a Battisti, e isso certamente é matéria controversa. Só para ficar claro: ela não determinou a imediata deportação até porque sabe que cabe recurso. O que ela havia decidido era a “prisão administrativa por 60 dias” ou até que se ultimasse a deportação.

Temos assim que:
1: a juíza tomou uma decisão impecável, ancorada na lei. Ilegal, isto, sim, foi a concessão de refúgio e de visto;
2: a decisão da juíza não afronta a de Lula; ele se negou a extraditar Battisti para a Itália. A magistrada decidiu apenas que o assassino não pode ficar no Brasil;
3: a juíza não determinou a deportação imediata. Tanto que, ao determinar a prisão, disse que seria por 60 dias “ou até que se ultime a deportação do requerido”.

Ah, sim: os petralhas, que andam assanhadinhos — o partido mandou! — já vieram ao blog com as delicadezas de sempre, agora que Battisti foi solto. Que vocação tem essa gente para defender ladrões e assassinos, não é mesmo?

Texto originalmente publicado às 22h41 desta quinta

Por Reinaldo Azevedo

 

ESPANTOSO! Era impossível detectar corrupção na Petrobras, diz petista que presidiu a empresa por 12 anos

Ainda voltarei ao tema. Leiam o que informa Gabriel Castro, na VEJA.com:
Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli afirmou nesta quinta-feira que não era possível detectar o esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato. Ele justificou que isso era “impossível” pelo grande volume de recursos movimentados em contratos da estatal e pela forma de ação dos responsáveis diretos pelos desvios. 
“É impossível identificar esse tipo de comportamento internamente. Isso é um caso de polícia”, afirmou aos parlamentares. Ele argumentou que, apesar dos desvios, os contratos onde havia pagamento de propina tinham valores dentro dos parâmetros da estatal.

Gabrielli é o segundo depoente convocado pela CPI para falar sobre o petrolão. O primeiro foi o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco, que falou aos parlamentares na terça-feira. Além deles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi ouvido nesta quinta-feira porque se voluntariou a comparecer. Quando o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou sobre as indicações políticas para diretorias da Petrobras, Gabrielli foi evasivo: disse apenas que o governo tem seus “próprios critérios”. O depoimento de Gabrielli, que presidiu a Petrobras entre 2005 e 2012, começou por volta das 14h30 e segue em andamento.

Gabrielli também afirmou que a elevação no preço da refinaria pernambucana de Abreu e Lima, tratada como superfaturamento de mais de 600 milhões de reais pelo Tribunal de Contas da União (TCU), é efeito de três fatores: a alta do dólar, uma revisão no projeto inicial e a falta de infraestrutura adequada na região da refinaria. O relator Luiz Sérgio (PT-RJ) evitou perguntas mais específicas sobre os casos de corrupção. Gabrielli, por sua vez, fez uso de respostas longas, o que irritou a oposição. “Estamos assistindo a uma palestra sobre petróleo”, reclamou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). Quando os demais parlamentares passaram a fazer perguntas, Gabrielli admitiu que partiu da estatal a indicação de Pedro Barusco para uma diretoria da Sete Brasil, empresa construtora de sondas que tinha 5% de participação acionária da Petrobras. Na Sete, Barusco manteve seu esquema de cobrança de propina em parceria com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Gabrielli já afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional, que a indicação não partia da Petrobras. Agora, reconhece: “Foi um equívoco”. De acordo com ele, a indicação foi feita pela diretoria da estatal. Ainda assim, o ex-presidente diz que a decisão não passou por ele. “Não é uma indicação pessoal minha”. Ele provocou risos no plenário da CPI ao dizer que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que deixou um prejuízo de mais de um bilhão de dólares, foi um bom negócio: “Com certeza. Não tenho dúvida quanto a isso”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Gabrielli, gênio da raça petista, inventa a corrupção orgânica e a corrupção a valores de mercado. É nojento!

Estejam certos: nunca antes na história “destepaiz” se viu ou ouviu algo parecido. Não! Erro! Nunca antes na história deste mundo! José Sérgio Gabrielli, o petista que presidiu a Petrobras no período em que a empresa foi dominada por uma quadrilha, fez uma declaração que só não chega a ser surpreendente porque vem de quem vem. Segundo ele:
1: é impossível detectar corrupção na Petrobras;
2: ainda que tenha havido sobrepreço — leia-se: corrupção —, ele estava dentro dos parâmetros de mercado.

Assim, Gabrielli acaba de dar duas contribuições fundamentais à área de produção, administração e negócios. Aprendemos que:
1: existe uma corrupção que é orgânica. Se o mundo das empresas fosse um corpo, haveria o apêndice dos canalhas, que fazem parte do processo;
2: existe a corrupção de mercado.

Gabrielli é um cínico. Não é de hoje. Ele tem um profundo desprezo pela inteligência alheia e costuma argumentar com a mão no coldre, como se o fato de ser agressivo o tornasse certo ou uma pessoa séria. Foi assim que arrancou risos de escárnio quando insistiu que a compra da refinaria de Pasadena foi um bom negócio, o que já foi negado por Graça Foster, ex-presidente da estatal. Segundo o TCU, a operação rendeu um prejuízo à estatal de quase US$ 800 milhões.

Com arrogância característica, Gabrielli atribuiu a impossibilidade de detectar corrupção ao gigantismo da empresa. Assim, temos uma terceira lição: a corrupção é diretamente proporcional ao tamanho do empreendimento. Uma birosca da esquina sempre terá uma contabilidade honesta; já a Apple ou a Microsoft mereciam figurar num dos círculos do inferno.

Mas há mais: se, dado o tamanho da Petrobras, é impossível detectar corrupção, então corrupta a Petrobras era e… continua a ser. Como se trata de uma empresa pública e como não será privatizada, Gabrielli disse aos deputados que continuaremos a ser roubados.

Que grande contribuição a deste petista! É de tal sorte maldita sua herança na Petrobras que a atual direção não consegue nem fechar um balanço. Aliás, fico imaginando o que estão a pensar os investidores mundo afora depois das declarações de Gabrielli. Qual deve ser o rating de uma empresa que não tem como saber se alguns bilhões foram ou não para o ralo da corrupção?

De resto, como esquecer? Em 2009, instalou-se uma CPI para investigar irregularidades na Petrobras, inclusive na refinaria Abreu e Lima. Gabrielli e Dilma vieram a público para detonar a comissão. Diziam que nada havia a apurar. Dilma chamou a contabilidade da empresa de exemplar. Orçada originalmente em US$ 2,5 bilhões, a refinaria de Pernambuco já custou em torno de US$ 20 bilhões.

Mas sabem como é… Não dava para saber. Era a corrupção orgânica. Era, segundo Gabrielli, a corrupção de mercado.

Que nojo!

Por Reinaldo Azevedo

 

Março de 2015 não tem nada a ver com Junho de 2013. Ou: Mais fervura na água do estado de direito

É uma tolice rematada comparar a manifestação de domingo, que ainda nem aconteceu, com os protestos de junho de 2013. Nos breves momentos em que a população sem bandeira militante foi para as ruas naquele ano, nada aconteceu de mais grave. Foram extremistas de esquerda e outros vagabundos que optaram pela violência, muito especialmente os black blocs.

Black blocs com os quais, não custa lembrar, Gilberto Carvalho, então secretário-geral da Presidência, confessou que conversava. Um governo que dialoga com bandidos quer bagunça, quebra-quebra, violência.

Exceto em razão da eventual infiltração de agentes provocadores — e isso sempre é possível —, os que ocuparão o espaço público no domingo estarão falando em defesa da lei, em defesa da ordem, em defesa da decência, em defesa do patrimônio público.

No domingo, vão para as ruas pessoas que trabalham, pessoas que estudam, pessoas que trabalham e estudam. Ninguém quer quebrar nada. No domingo, não ouviremos intelectuais de meia-tigela a fazer digressões sobre as virtudes de depredar o patrimônio privado.

Os que se manifestam contra o governo do PT não querem quebrar estações de metrô, não querem incendiar ônibus, não querem invadir a propriedade alheia, não querem nada de mão beijada.

Os que vão às ruas no domingo pedem algo muito singelo: que uma quadrilha de assaltantes tire suas patas do estado brasileiro. Que um partido entenda de uma vez por todas que não tem o monopólio da representação popular. Que o grupo político que está no poder compreenda que suas muito tímidas, até acanhadas, políticas sociais não lhe dão o direito de se assenhorear do futuro do país.

Os que vão às ruas no domingo repudiam, enfim, essa máquina perversa que junta partido, órgãos do estado e sindicatos e que pretende tomar o lugar da sociedade brasileira; execram essa máquina que tem a ambição de que suas dissensões e composições internas sejam mais importantes do que os problemas do país.

Os que vão às ruas no domingo não têm por hábito transgredir a lei. Quem faz isso é o MST. E o MST vai marchar na sexta. Quem faz isso é o MTST. E o MTST vai marchar na sexta. Quem faz isso são partidos de extrema esquerda que agora dizem querer “defender a Petrobras”. E os partidos de extrema esquerda vão marchar na sexta.

Fascistas de esquerda, em suma, estarão longe das ruas no domingo. Elas serão ocupadas por defensores do patrimônio público. Até agora, as únicas agressões de que se tem registro foram protagonizadas por milicianos do PT e da CUT, às portas da Associação Brasileira de Imprensa.

O Junho de 2013, exceção feita a um breve período, era protagonizado por quem queria um estado ainda maior, ainda mais presente, ainda mais perdulário. O Março de 2015 levará às ruas brasileiros que costumam estar ocupados demais para carregar bandeira. Ocorre que eles cansaram de arcar com a conta bilionária dos desmandos.

Precisamos é de mais fervura na água da democracia, do estado de direito, da Constituição. Com alegria, com determinação, com esperança.

Por Reinaldo Azevedo

 

ESCÁRNIO – Secretário de Haddad e candidato do PT derrotado ao governo de SP insufla a greve de servidores estaduais. E ainda se orgulha! Tem de ir para a rua. Isso ajuda a explicar o povo na rua no domingo

No domingo, muita gente vai à rua. Alguns pedem o impeachment da presidente Dilma. Outros acham que ainda não há condições para isso, mas que é preciso manter a mobilização. Há quem vá para, principalmente, protestar contra a roubalheira. Mas uma coisa é patente: todos estão com o saco cheio do PT e de seus métodos. O que vocês lerão abaixo é espantoso. Mas aconteceu! Está tudo documentado.

O que diriam o PT e a imprensa paulistana se um secretário do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, discursasse em reunião de servidores da Prefeitura, comandada pelo petista Fernando Haddad, incitando-os, na prática, à greve? Pois foi o que fez Alexandre Padilha, candidato derrotado ao governo do Estado e hoje “Secretário de Relações Governamentais” da Prefeitura, seja lá o que isso signifique.

Está tudo documentado no site da CUT, num texto do dia 8. Lá se pode ler:
“Depois de uma análise de conjuntura feita pelo secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo, Alexandre Padilha, e pelos técnicos do Dieese, Silvestre Prado e Rogério Limonti, trabalhadores, presidentes e dirigentes sindicais de diferentes categorias lançaram oficialmente a Campanha Salarial Unificada 2015, com uma pauta de reivindicações que será entregue ainda neste mês ao governo.” E mais adiante: “Os trabalhadores mandaram ainda um recado ao governador Geraldo Alckmin, afirmando que não haverá tréguas e que paralisações estão previstas a partir desta semana.”

Greves 4 - Padilha CUT

O petista Padilha, como se sabe, foi derrotado por Alckmin em 644 dos 645 municípios de São Paulo. Mas parece não ter aprendido a lição. Agora que os valentes perceberam que não dá para fazer a guerra das torneiras, então tentam promover a desordem no Estado.

E o secretário, creiam, ainda se orgulha de seu feito no Facebook. Escreveu ele em seu perfil: “O dia começou quente. Falei na Plenária Estadual de Sindicatos de Trabalhadores Públicos do Estado de São Paulo, na sede da Apeoesp”. E larga o braço no governo estadual. Segue a imagem de sua página no Facebook.

Greves 3 - FAcebooki Padilha

Na reunião de que Padilha participou, uma certa Telma Victor, secretária de Formação da CUT São Paulo, afirmou: “O neoliberalismo impera no estado, mas avançaremos com a nossa organização e mobilização. Já demos exemplos de luta a esse estado e é essa resposta que os servidores darão no próximo período. Vamos quebrar a vidraça da grande mídia que não expõe os dois lados”. Entenderam? Para essa patriota, Dilma, com Joaquim Levy Mãos de Tesoura, não é neoliberal, claro! Mas Alckmin sim!

Depois que Padilha foi insuflar a greve, algumas já foram marcadas, como vocês podem ver no quadro abaixo. A Apeosp, o sindicato dos professores da rede estadual,  comandada pela notória Bebel Noronha, quer um modesto reajuste de 75,33%. Ou greve. Bebel é filiada ao PT, a exemplo de outros dirigentes sindicais que estão convocando paralisações.

Greves 1

Greves 2

A propósito: para garantir um pouco de “povo na rua” nos atos em defesa de Dilma, a Apeoesp e o Sindsaude marcaram assembleias justamente para esta sexta, em mais um ato coordenado com o PT.

Se Haddad tivesse um mínimo de responsabilidade, demitiria o seu secretário. É escandaloso que um homem da Prefeitura utilize a força do cargo — e não adianta dizer que estava lá apenas como militante — para tentar promover paralisações de servidores.

Acreditem: essa é uma das coisas de que a população já está com o saco cheio. Não aguenta mais ter a sua vida atrapalhada por oportunistas e por militantes sindicais que nem mesmo atuam em defesa dos trabalhadores. São nada mais do que esbirros de um partido político.

Felizmente, no entanto, o país acordou.

Texto publicado originalmente às 4h50

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, de VEJA

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