Enfim, Ricardo Pessoa anima uma sexta-feira de notícias aborrecidas. Fora, Dilma!

Publicado em 26/06/2015 18:53
por FELIPE MOURA BRASIL, de veja.com

Enfim, Ricardo Pessoa anima uma sexta-feira de notícias aborrecidas. Fora, Dilma!

Tuitei no dia 20 de março:

Captura de Tela 2015-06-26 às 17.48.50

Ele demorou mais de três meses para atender meu chamado, mas chegou a tempo, revelando o dinheiro sujo (3,6 milhões de reais) entregue às campanhas de Dilma Rousseff de 2010 e 2014 – e, de quebra, a contribuição em 2010 com 250.000 reais para a campanha de Aloizio Mercadante, que já confirmou ter se encontrado com Pessoa, em sua casa, antes das eleições daquele ano, mas afirma que a doação foi legal.

(* E muito mais, no próximo post!)

Por incrível que pareça, a ‘bomba’ de Pessoa contra Dilma caiu justamente no momento em que eu estava prestes a publicar o texto abaixo sobre as notícias aborrecidas do dia, o qual pretendia encerrar com o tuíte acima.

*******

O noticiário nacional desta sexta-feira dá uma preguiiiiça…

É duro ter de comentar:

- a acusação de Dilma Rousseff de que seus críticos têm “preconceito de gênero”, quando a previsão de inflação é de 9%, a de retração, 0,5%, a taxa de desemprego sobe a 6,7% em maio, o rendimento tem a maior queda em 11 anos, e petistas estão recebendo seus comparsas na cadeia após o assalto ao Brasil sob o desgoverno da mulher sapiens;

- o transtorno psicótico e a depressão de um desses comparsas, Nestor Cerveró, condenado pelo recebimento de 30 milhões de dólares em propina, o que – está claro – pode fazer mal à saúde;

Lava Jato loading- a declaração “Não denunciamos nem 25%”, feita sobre a Operação Lava Jato pelo procurador da República, Carlos Fernando Lima - que ainda vai “analisar com cuidado esses valores” pagos por empreiteiras a Lula e seu Instituto “e as motivações que foram dadas para os pagamentos dessas doações” -, porque a frase demonstra que ainda teremos de esperar pela prisão do “chefe” e nos satisfazer com aperitivos como os que vêm a seguir;

- a confissão de Gerson Almada, da Engevix, de que pagou 2,2 milhões de reais para Milton Pascowitch fazer “lobby” (lê-se: propina) para a sua empreiteira ser contratada para construir Belo Monte, o que confirma a confissão de Augusto Mendonça, da Toyo Setal, de que havia acordo para reduzir a competitividade, com acerto prévio do vencedor e preços, a usina hidrelétrica.

- a descoberta da PF de que o próprio Bené se hospedou com a namorada no Kiaroa Eco-Luxury resort, um ano antes de Fernando Pimentel (PT-MG), e quem pagou a conta de 15,7 mil reais foi a Petrobras, por meio da BR Distribuidora, ou seja: todos nós.

- a desconfiança da PF de que os 2,4 milhões de reais dados por Mário Rosa à mulher de Fernando Pimentel foram pagamento de propina, embora Rosa garanta que a contratou por seu “profissionalismo”, tirando de vez qualquer dúvida de que Caroline Oliveira é uma profissional;

- a autorização do STJ para a abertura de inquérito contra Fernando Pimentel por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa, horas após o petista profissional soltar uma nota  prometendo resistir “a qualquer tentativa de impor a Minas Gerais constrangimentos indevidos e antirrepublicanos” e acusar os investigadores de “arbitrariedades”, “irregularidades”, “ilações” e “deduções fantasiosas”;

- a entrega, feita pela Braskem à Polícia Federal, do email de Roberto Prisco Ramos endereçado a Marcelo Odebrecht e outros dois executivos do grupo, em que o primeiro fala de um “sobre-preço” da ordem de US$ 20 mil a US$ 25 mil por dia num contrato de sonda, embora a Odebrecht alegue que se trata de um termo técnico, não de superfaturamento, assim como alega que a expressão “destruir” na mensagem “destruir e-mail sondas”, encontrada em bilhete do presidente preso da empreiteira aos seus advogados, era apenas “rebater”;

- a ida recente a Hong Kong, autorizada por Sérgio Moro, do dono do laboratório usado por Alberto Youssef para lavar dinheiro de propina da Petrobras, Leonardo Meirelles, com a missão de recolher documentos bancários que comprovassem a remessa de valores da Odebrecht para o exterior: “Estou em busca desses documentos. Não posso dizer agora como está esse trabalho para não atrapalhar as investigações da Justiça”.

Ufa.

Ainda bem que Ricardo Pessoa chegou.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Adeus, Dilma! Ricardo Pessoa confessa ter repassado R$ 3,6 milhões de caixa 2 às campanhas de 2010 e 2014

ricardo-pessoa-lava-jato-size-598É hora do impeachment. É hora da cassação.

O Estadão soltou a bomba do dia:

“Ricardo Pessoa detalhou em depoimento de delação premiada que repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014. Ele entregou aos investigadores uma planilha intitulada ‘pagamentos ao PT por caixa dois’ que relaciona os ex-tesoureiros a valores”.

Na planilha, o delator relacionou o pagamento de 2,9 milhões de reais a Vaccari.

Dinheiro sujo do petrolão.

Em fevereiro de 2011, Ricardo Pessoa deu:

- 500 mil reais para o PT;

Em março de 2011:

- outros 500 mil reais;

Em março de 2012:

- 220 mil reais;

Em 2013, foram quatro pagamentos:

- 350 mil reais em abril;

- 350 mil e 500 mil reais em dois pagamentos em julho;

- 500 mil reais em agosto.

Acabou, Dilma Rousseff!

Obrigado, Ricardo Pessoa! Viva Sérgio Moro!

É tetra! É tetra! Brasiiiiiiilllll!

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

ARTIGO DE DEMÉTRIO MAGNOLI, NA FOLHA DESTE SABADO

Hino a Lula

O culto a Lula acompanha o declínio do ex-presidente, exposto como lobista do alto empresariado

Luiz Inácio Lula da Silva, nosso querido Lula, é uma das raras e fantásticas lideranças que conseguem transcender os limites de sua origem social, de sua cultura e de seu tempo histórico. Obrigado, Stálin. Obrigado, pois estou jubilante.

O culto a Stálin, deflagrado em meados dos anos 1930, acompanhou a ascensão do líder à condição de ditador inquestionável da URSS. O culto a Lula, expresso pela nota da bancada de senadores do PT, acompanha o declínio do ex-presidente, exposto como lobista do alto empresariado associado ao Estado.

Lula se fez contra os terríveis limites históricos, sociais e políticos que lhe foram impostos. É aquela criança pobre do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos cinco anos, mas que sobreviveu. É aquele miserável retirante que veio para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu. Lula é, sobretudo, esse fantástico novo Brasil que ele próprio ajudou a construir. Obrigado, Stálin, pois estou bem. Séculos transcorrerão e as gerações futuras nos venerarão como os mais afortunados dos mortais porque tivemos o privilégio de ver Stálin.

O culto a Stálin tinha a finalidade de legitimar a eliminação física de toda a liderança bolchevique dos tempos da revolução de 1917, que se faria por meio dos Processos de Moscou. O culto a Lula tem, apenas, as finalidades de conservar o status quo no PT, evitando a crítica e a mudança, de impulsionar uma candidatura presidencial fragilizada e de tentar esterilizar as investigações da Lava Jato.

No cenário mundial, ninguém põe em dúvida a liderança de Lula no combate à pobreza, à fome e às desigualdades. Lula é o grande inspirador internacional das atuais políticas de inclusão social, reconhecido por inúmeros governos de diferentes matizes políticos e ideológicos. Lula é o rosto do Brasil no mundo. Os homens de todas as épocas chamarão teu nome, que é forte, formoso, sábio e maravilhoso.

O culto a Stálin atravessou duas fases. Na primeira, quando os ecos da revolução ainda reverberavam, o líder foi descrito como a imagem viva do proletariado internacional. Na segunda, marcada pela guerra mundial e associada à propaganda patriótica, Stálin tornou-se a personificação do povo soviético. O culto a Lula assemelha-se, nesse particular, à fase derradeira do culto a Stálin: o PT almeja ser igual ao Brasil.

Lula está muito acima da mesquinhez eleitoreira. Todas as vezes que me vi em sua presença, fui subjugado por sua força, seu charme, sua grandeza --e experimentei um desejo irreprimível de cantar, de gritar de alegria e felicidade. Lula é tão grande quanto o Brasil. Lula carrega em si a solidariedade, a generosidade e a beleza do povo brasileiro. Para esse povo e por esse povo, Lula fez, faz e fará história.

O culto a Stálin, uma engrenagem da propaganda de massas do totalitarismo, era a face midiática de um Estado-Partido que abolira a política, extinguindo por completo o fogo da divergência. O culto a Lula, ensaiado por políticos de terceira numa democracia representativa, é uma farsa patética: o sinal distintivo da degradação da linguagem petista. Atrás do culto ao líder soviético, desenrolava-se uma tragédia histórica. Atrás do culto ao chefão petista, descortina-se somente o vazio de ideias de um partido desnorteado, precocemente envelhecido.

Lula é uma afronta às elites que sempre apostaram num Brasil para poucos, num Brasil de exclusão e de desigualdades. Ó grande Lula, ó líder do povo/Tu que trazes os homens à vida/Tu que frutificas a terra/Tu que fazes a primavera florescer/Tu que vibras as cordas da música/Todas as coisas pertencem a ti, chefe do nosso grande país. E, quando a mulher que amo me presentear com um filho, a primeira palavra que ele deve proferir é: Lula.

Stálin matava de verdade; Lula mata de tédio.

(por DEMETRIO MAGNOLI)

ATAQUES TERRORISTAS – “O mundo está repleto da cólera dos imbecis”

“O mundo está repleto da cólera dos imbecis. Em sua cólera, a ideia da redenção os corrói, pois constitui o fundo de toda esperança humana.” A frase é do escritor francês Georges Bernanos, de um impressionante livro chamado “Os Grandes Cemitérios sob a Lua”, que acaba de ser editado no Brasil pela editora “É Realizações”. Bernanos retrata na obra os horrores morais da guerra civil espanhola e, católico militante que era, o papel detestável da Igreja Católica da Espanha, que foi da omissão à colaboração com as brutalidades do franquismo.

O pensamento é grande, é profundo. Todos somos atingidos, de algum modo, pela ideia de redenção, ainda que ela assuma a forma de uma crença profunda na razão humana, que nos livraria de todos os males. Se a busca dessa redenção se torna o valor único de um indivíduo e se alguns psicopatas oferecem instrumentos simples e errados para atingi-la, eis que surgem os fanáticos — religiosos ou não.

Refleti sobre a frase de Bernanos ao me dar conta dos atentados terroristas havidos na França, na Tunísia e no Kuwait. Cada país vive sua realidade específica e, de fato, não creio que eles tenham um nexo, vamos dizer, funcional entre si ou que obedeçam a um único comando hierárquico.

É improvável que o Estado Islâmico, por exemplo, atue no Kuwait, onde, desde sempre, a tensão se dá entre xiitas e sunitas. Na Tunísia, antes mesmo de o mundo se dar conta da existência dos celerados, havia a tensão entre o laicismo e o fundamentalismo, com, como tem sido assim até agora, o triunfo do primeiro. Na França, não se descarte a atuação do Estado Islâmico, que, por razões várias e complexas, encontra ecos no Ocidente.

Na raiz de tudo, sempre!, está a cólera dos imbecis como resposta brutalmente errada à ideia de redenção; à tentação de impor a todos os homens uma ordem salvadora, que os coloque no caminho. Estaria eu aqui negando mesmo a redenção cristã? Não! Porque essa se dá no coração de cada indivíduo. Ainda que as pessoas se reúnam numa igreja, a crença é no resgate de cada alma. E cada um dos convencidos, então, da salvação pode fazer a Cidade de Deus. Sem imposição nem violência. Mas volto ao ponto.

Ainda que os atentados não tenham, entre si, um nexo funcional, causal ou hierárquico, eles são fruto da mesma popularização do terror. O Estado Islâmico, em certa medida, está, sim, na raiz, vamos dizer, espiritual de todos os ataques. Essa gente é a expressão moderna do mal absoluto, e me parece claro, a esta altura, que o mundo está a negligenciar o perigo que representa essa força demencial.

O maior risco que corre o homem é ser apresentado à ausência de limites. Quando tiverem tempo, assistam ao perturbador “Salò ou Os 120 Dias de Sodoma”, de Pasolini. O genial cineasta italiano, odiado por bons motivos por comunistas (e ele era um deles) e fascistas, investiga a alma fastidiosa dos que vivem em um regime sem regras, onde tudo é permitido. Essa é a lógica do terror.

O Estado Islâmico oferece ao homem essa fronteira que o joga no terreno do vale-tudo, tendo como promessa a redenção. À diferença do que sugeriu Dilma na ONU, não há diálogo possível. Eles têm de ser esmagados para que possamos preservar, inclusive, o homem dos horrores de que ele é capaz de perpetrar.

Por Reinaldo Azevedo

 

O mantra dos oposicionistas que ainda não enxergaram as mudanças na paisagem ─ ‘Está tudo dominado’ ─ hoje faz tanto sentido quanto um discurso em dilmês

“Está tudo dominado”, continua a lamentar nas redes sociais a multidão de brasileiros que rejeitam tanto o governo lulopetista quanto qualquer vestígio de otimismo autorizado por fatos. Como demonstra o comentário de 1 minuto para a TVEJA, esse mantra é uma bobagem. Desde que foi escrito pela primeira vez por algum passageiro da desesperança, faz tanto sentido quanto os discursos de improviso de Dilma Rousseff.

Embora involuntariamente, quem acredita nessa miragem agride a verdade, insulta os que jamais admitiram a hipótese da capitulação, ofende os que não se renderam mesmo quando confrontados com adversários bem mais temíveis. Endossar tal fantasia é fechar os olhos às profundas mudanças na paisagem, visíveis a olho nu até por míopes com as pálpebras cerradas. Faltam poucas batalhas para o fim da guerra. A vitória nunca esteve tão próxima, mas continua de bom tamanho a legião dos democratas que teimam em ver um exército poderosíssimo onde só há patrulhas em andrajos.

Se tudo estivesse dominado, nenhum mensaleiro teria descoberto como é a vida numa cadeia. Se tudo estivesse dominado, não haveria uma Operação Lava-Jato, e a bandidagem envolvida no Petrolão já teria silenciado o juiz Sérgio Moro, os procuradores federais, a Polícia Federal e os jornalistas que insistem em contar o que está acontecendo. Se tudo estivesse dominado, esta coluna não existiria. Se tudo estivesse dominado, as portentosas manifestações de rua promovidas por milhões de indignados ainda seriam apenas um brilho no olhar dos resistentes.

Há um ano, ninguém conseguiria imaginar um grande empreiteiro na cadeia. Hoje, os ricaços pilhados com a mão no cofre da Petrobras são vizinhos de cela ou de beliche em Curitiba. Em novembro passado, eufórico com a reeleição do poste que instalou no Planalto, Lula já se via com a faixa presidencial enfeitando o peito em janeiro de 2019, pronto para mais quatro anos de tapeação. Neste fim de semana, o gabola compulsivo obrigou-se a confessar que luta pelo adiamento da morte política chapinhando no volume morto.

Sim, o PT e seus comparsas continuam infiltrados em todas as ramificações da máquina administrativa federal. Sim, é perigoso subestimar o maior de todos os clubes dos cafajestes. Também é verdade que tumores liberticidas infestam o organismo democrático. Mas o partido que reivindicava o monopólio da ética transformou-se num bando desprezível, numa patética caricatura da sigla em sua infância. Devastado pela vigarice e pelo cinismo, o PT virou uma abjeção controlada por delinquentes disfarçados de guerreiros do povo brasileiro.

Os resultados de todas as pesquisas berram em coro: o governo Dilma agoniza e os devotos da seita que têm em Lula seu único deus são uma espécie em extinção. O desempenho da presidente da República é considerado lastimável por 7 a cada 10 eleitores. Só Fernando Collor chegou perto disso. O chefão que posava de reizinho das urnas se vai reduzindo a candidato nanico. Na mais recente pesquisa Datafolha, o índice que conseguiu seria alcançado por qualquer Sibá Machado repaginado por algum marqueteiro malandro.

O agravamento da crise econômica que mal começou se somará ao que vem por aí a bordo da Operação Lava-Jato para reduzir a quase nada as chances de sobrevivência do ajuntamento em estado terminal. Restarão milhares de fanáticos, claro, mas enfim submetidos aos mandamentos das democracias modernas. Eles consumiram mais de 12 anos tentando mandar em tudo. Falta pouco para que estejam todos dominados.

(por Augusto Nunes)

Resolução do PT depois de reunião de Falcão com Lula expõe um partido ainda mais atrasado, rancoroso e obtuso. Que bom! Marcha para o abismo!

Queridos leitores, fiquem tranquilos. O PT não recobrou o juízo, o que é uma boa notícia. Quanto mais doidos os companheiros, menos enxergam a realidade. Melhor para o Brasil. A Executiva Nacional do partido divulgou nesta quinta uma resolução com 16 pontos.

A redação saiu depois de uma conversa de Rui Falcão, presidente da legenda, com Lula. Para alguns tolinhos que haviam se encantado com autocrítica do companheiro, segundo quem o PT só pensa em poder em emprego, um recado: ele já retirou a crítica. Admitiu ter exagerado. Segundo Falcão, vai atuar para unir o PT e já marcou reunião com a bancada federal do partido.

A resolução aloprada, com seus 16 pontos, foi acertada, nas suas linhas gerais, com o Babalorixá de Banânia. Traz à luz um partido definitivamente sem cura. É uma espécie de samba-do-petista-doido, misturando alhos, bugalhos e outras ervas daninhas.

O texto começa, em tom acusatório, anunciando a existência de uma “ofensiva conservadora”. Bem, ainda que existisse, pergunta-se: na democracia, ela seria menos legítima do que uma “ofensiva progressista”? E, claro, vem uma pancada na “mídia monopolizada” — aquela que o PT quer controlar. O partido só não revela quem exerce o monopólio.

O item 2 do texto precisa de camisa de força. Leiam:
“Tão grave quanto as tentativas de reduzir a maioridade penal, de realizar uma contrarreforma do sistema político-eleitoral e de comprometer o sentido progressista do Plano Nacional de Educação, é a ação ilegal, antidemocrática e seletiva de setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato.”

Como um texto de meras 51 palavras, incluindo preposições, artigos e conectivos começa com a maioridade penal, passa pela reforma política e chega à Lava Jato? É preciso, como diria Dilma, ser um “homo sapiens petista” para entender. Não é para esse formato usual de crânio.

Sim! Há notas involuntárias de humor, como quando se diz que o partido está na vanguarda da luta contra a corrupção. É mero pretexto para atacar a Lava Jato e para fazer a defesa de João Vaccari Neto. Eu também tenho críticas à operação. Como escrevo na minha coluna de hoje da Folha, não são da mesma natureza. O PT teme que Lula seja preso. Eu apenas peço rigor legal.

A pedido de Lula, o PT se diz preocupado com o prejulgamento das empresas nacionais e seus efeitos na economia. Daqui a pouco, os companheiros começam a acusar a Lava Jato pela recessão…

Em meio a alguns elogios a medidas para retomar o crescimento, o partido defende a redução da meta do superávit, pede a imediata reversão da elevação da taxa de juros e resolve investir um tantinho no arranca-rabo de classes, defendendo a taxação das grandes fortunas, das grandes heranças e dos ganhos financeiros.

O auge da abjeção está no item 8. Lá está escrito:
“A Comissão Executiva Nacional reafirma sua reprovação à manobra antidemocrática perpetrada por excursionistas brasileiros na Venezuela, frustrada na tentativa de acuar o governo do Presidente Nicolás Maduro e de implicar a diplomacia brasileira, sempre obediente aos princípios da autodeterminação, não-intervenção e defesa da paz e da resolução de conflitos através do diálogo e da negociação.”

Que fique claro! Uma comissão de parlamentares brasileiros visitou a Venezuela, com prévio aviso e com a promessa daquele governo de que sua segurança seria garantida. Foram expostos à fúria de milicianos fascistoides, tiverem obstado o seu caminho e foram oficialmente hostilizados pelo governo.

O PT reitera, no entanto, seu apoio a uma ditadura homicida e liberticida, que agrediu não senadores de oposição, mas senadores do Brasil.

Vamos aplaudir a resolução petista (íntegra aqui, no site do partido). Enquanto forem essas as escolhas dos companheiros, podemos nos sentir mais seguros. Eles marcham para o abismo, e o país para um futuro melhor.

Por Reinaldo Azevedo

 

Recordar é viver: otimismo de Luiza Trajano era mesmo muito suspeito!

Luiza Trajano e Dilma: otimismo suspeito

Em janeiro do ano passado, escrevi um texto sobre o suspeito otimismo da empresária Luiza Trajano, após uma entrevista no Manhattan Conection em que a sócia controladora da Magazine Luiza esbanjava empolgação com os rumos da nossa economia. Como recordar é viver, vale a pena resgatar alguns pontos escritos na época:

A entrevista da empresária Luiza Trajano no Manhattan Conection caiu nas graças da esquerda nacional (eles assistem Globo News e Diogo Mainardi, que fique para os registros). O que celebram é uma suposta detonada que a varejista teria dado nos pessimistas do grupo, especialmente no próprio Diogo Mainardi. Trajano teria mostrado a metade cheia do copo, enquanto a imprensa prefere focar na metade vazia.

E quando um terço apenas está cheio? Como fica? E quando um quarto somente está cheio? Sim, a empresária tentou argumentar com estatísticas, que podem ser a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa. Mas cá entre nós: chega a ser constrangedora a empolgação dos esquerdistas, quando lembramos que Trajano tem que ser otimista e expressar isso aos quatro ventos!

Ora bolas, não foi ela que foi cotada para integrar até ministério do governo Dilma? Não foi ela a grande beneficiada com o programa assistencialista que distribui recursos para as classes mais baixas comprarem produtos no varejo? Regina Casé foi à televisão divulgar a compra de votos, digo, o programa social do governo Dilma, que inclui até tablet. Alguém quer saber a “opinião isenta” da apresentadora do “Esquenta!” também? Aposto duas mariolas mordidas como já sei a resposta…

Óbvio que Luiza Trajano “está” otimista e enxerga o copo meio cheio. Ela precisa falar isso! Chama-se propaganda eleitoral no meu dicionário, recompensa, retribuição, pagamento, toma-lá-dá-cá, parceria, capitalismo de estado, o nome que for. No mais, ela é importante varejista no país, claro que deseja crer, também, na continuação do modelo de estímulo ao consumo, que estaria longe de ser uma bolha. Seu negócio depende disso.

[...]

Chega a ser irresponsável uma empresária importante vender a ideia aos leigos de que está tudo uma maravilha, quando tantas famílias já se encontram tão endividadas, em um momento em que as taxas de juros sobem, assim como a inflação, e uma crise mais aguda só não ocorre porque a taxa de desemprego ainda está em patamar reduzido. Daqui a dois anos voltamos a conversar…

Pois bem: fast foward até o presente, e o que temos, em pouco mais de um ano apenas? Crise, das grandes. Inflação acima de 9%. Atividade com queda esperada de 2% para este ano. E, claro, o varejo fechando as portas e demitindo por conta dessa crise severa, causada pelo governo Dilma:

A crise no mercado de trabalho começa a bater nas portas das maiores varejistas do país. Depois de a Via Varejo anunciar ontem que demitiu 3.000 funcionários do Ponto Frio e das Casas Bahia nas últimas semanas, chegou a vez de o segmento de moda e vestuário entrar na onda das demissões. De acordo com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o aumento do desemprego é reflexo da retração econômica e da queda nas vendas no varejo.

Reportagem desta quarta-feira do jornal Valor Econômico mostra que, em São Paulo, Renner, Marisa, C&A e Riachuelo, as quatro maiores varejistas de moda do país, fecharam 1.200 postos de trabalho de janeiro até 15 de junho. “O número de homologações é 45% maior que as demissões efetuadas no mesmo período de 2014, quando as empresas demitiram 818 pessoas”, informou o sindicato.

Procuradas pelo jornal, Riachuelo e Renner não responderam ao pedido de entrevista. A C&A informou em comunicado que “oscilações no quadro de funcionários podem acontecer em função das exigências de mercado”. A empresa também informou que vai manter seu plano de expansão de longo prazo no Brasil. Já a Marisa informou que realizou uma adequação no quadro de colaboradores para o cenário deste ano.

O Magazine Luiza não está imune à crise, naturalmente. E suas ações, em queda livre, mostram bem isso:

Magazine Luiza

Como fica claro, havia, naquela época, os que estavam certos, e os que estavam errados. Havia, também, os que podiam falar o que realmente pensavam, e os que precisavam mentir. Havia, ainda, os que fazem análises independentes, e os que têm rabo preso por forte ligação com o governo. E, por fim, havia os que possuem bons conhecimentos de economia, e os bajuladores do governo esquerdista, que ignoram os fundamentos básicos de economia. Esses ainda acham, hoje, que tudo vai ficar bem logo logo…

Rodrigo Constantino

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blogs de veja.com + veja

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Penso, que para não tombarmos de lado, os nossos hemisférios cerebrais devem conter um "saco" onde, por uma necessidade de pré-conceituar, definimos as "boas" e "más" noticias, ou seja, noticias "más" vão sendo depositadas do lado esquerdo e, as "boas" do lado direito, ou vice-versa. Ocorre que a fábrica de noticias, o governo petista, encheu nosso "saco" de noticias "más", estamos caminhando, igual aos antigos caminhões quando quebravam o parafuso de centro, "meio de lado"; isto devido ao peso psicológico do "saco cheio" de "más noticias".

    PETISTAS, VOCÊS NÃO SABEM FAZER OUTRA COISA???

    0