Brasília treme: vem aí a nova ‘lista do Janot’, baseada na delação de Ricardo Pessoa

Publicado em 28/06/2015 18:51
por Felipe Moura Brasil, em veja.com

Brasília treme: vem aí a nova ‘lista do Janot’, baseada na delação de Ricardo Pessoa

janotA coluna Painel, da Folha, informa:

“Vem aí uma nova ‘lista do Janot’. Com a homologação da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, o procurador-geral da República deve abrir nos próximos dias mais procedimentos. Tanto podem ser outros inquéritos quanto diligências em investigações já em curso no Supremo Tribunal Federal. Apesar do enorme volume, auxiliares de Rodrigo Janot dizem que há investigações avançadas a ponto de já gerar denúncias, talvez ainda antes do recesso do Judiciário.

Dada a abertura de novas frentes de apuração, no Ministério Público Federal não se descarta a necessidade de que Janot tenha de convocar mais procuradores para integrar o grupo que o auxilia na Lava Jato.”

É tanta roubalheira sob o governo do PT que falta até procurador para dar conta de tudo.

A delação de Pessoa resultou em 18 acusados, de acordo com a relação divulgada por VEJA.

A seguir a lógica de sua primeira lista, no entanto, Janot não deverá incluir Dilma Rousseff.

Ele havia escrito da outra vez sobre os envolvidos nas doações à campanha da petista:

“Pelo teor direto da narrativa, a suposta solicitação da vantagem deve ser apurada em relação a quem a teria feito.”

Quem a teria feito segundo Paulo Roberto Costa, no caso, era Antonio Palocci, não Dilma.

Agora, os que a teriam feito segundo Ricardo Pessoa foram os então tesoureiros Edinho Silva, João Vaccari Neto e José Filippi, além de Manoel Araújo Sobrinho, chefe de gabinete de Edinho, que acertava as doações.

O próprio Edinho, em sua resposta aos vazamentos, tratou de blindar Dilma, dizendo que a responsabilidade de arrecadar dinheiro para a campanha era só dele.

Na esfera penal/criminal, por enquanto, ainda parece mais fácil pegar Dilma pelas pedaladas fiscais (e pelo contingenciamento indevido) que pelo petrolão.

Mas, na esfera política, o impeachment já devia ter saído há muito tempo.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

Dilma, Lula, Edinho, Vaccari… Ricardo Pessoa escancarou a República do Pixuleco. Que caiam todos, juntinhos!

1) O dinheiro desviado da Petrobras, sob o governo de Dilma Rousseff, pagou a campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

Dilma é beneficiária direta de sua dupla “distração”: a primeira como presidente da República em relação à roubalheira na maior estatal do país, a segunda como presidente-candidata em relação ao financiamento sujo de sua chapa a partir daquele esquema.

É admissível isso? Não.

dilma edinho2) Mas é pior ainda:

Ricardo Pessoa afirmou que só fez doações à campanha de Dilma após ser pressionado pelo tesoureiro Edinho Silva, que mencionou explicitamente os contratos da UTC com a Petrobras.

“Você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Eu estou precisando”, disse Edinho, em “abordagem elegante”, como ironizou Pessoa.

O dono da UTC acertou pagar, então, 10 milhões de reais à campanha de Dilma em 2014 e acabou pagando efetivamente 7,5 milhões, tendo sido preso pela Operação Lava Jato, em novembro do ano passado, antes de desembolsar o resto.

Pessoa apontou Manoel Araújo Sobrinho, chefe de gabinete de Edinho Silva, como o responsável por acertar as doações.

Edinho considera Manoel “alguém da minha confiança”.

Dá para entender o motivo.

alx_nota-vacari-pixuleco_original3) Ricardo Pessoa também denunciou que, para obter os contratos com a estatal, teve de pagar propina ao partido de Dilma Rousseff, o PT.

Ele disse ter feito repasses de maneira ilegal de 15 milhões de reais ao então tesoureiro petista João Vaccari Neto e 750 mil reais a José Filippi, que foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2010.

“Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: ‘Como fica o nosso entendimento político?’”, disse Pessoa, na delação revelada por VEJA.

No dialeto da quadrilha,  a expressão “entendimento político” significava obviamente pagamento de propina.

A revista relata:

“Como eram dezenas de contratos e centenas as liberações de dinheiro, corrupto e corruptor se encontravam regularmente para os tais ‘entendimentos políticos’. João Vaccari era conhecido pelos comparsas como Moch, uma referência à sua inseparável mochila preta. Ele se tornou um assíduo frequentador da sede da UTC em São Paulo. Segundo os registros da própria empreiteira, para não chamar atenção, o tesoureiro buscava ‘as comissões’ na empresa sempre nos sábados pela manhã. Ele chegava com seu Santa Fé prata, pegava o elevador direto para a sala de Ricardo Pessoa, no 9º andar do prédio, falava amenidades por alguns minutos e depois partia para o que interessava. Para se proteger de microfones, rabiscava os valores e os porcentuais numa folha de papel e os mostrava ao interlocutor. O tesoureiro não gostava de mencionar a palavra propina, suborno, dinheiro ou algo que o valha. Por pudor, vergonha ou por mero despiste, ele buscava o ‘pixuleco’. Assim, a reunião terminava com a mochila do tesoureiro cheia de ‘pixulecos’ de 50 e 100 reais. Mas, antes de sair, um último cuidado, segundo narrou Ricardo Pessoa: ‘Vaccari picotava a anotação e distribuía os pedaços em lixos diferentes’. Foi tudo filmado.”

O PT instituiu no Brasil a República do Pixuleco.

Dilma Rousseff tem de cair junto com ela.

4) As campanhas do ex-presidente Lula e de Fernando Haddad receberam 2,4 milhões de reais cada em contribuições clandestinas da UTC, segundo Ricardo Pessoa.

A de Lula, o “Brahma”, recebeu em dinheiro vivo, desviado da Petrobras via Suíça.

Para entregar os maços de notas em segurança ao tesoureiro José de Filippi Junior, no comitê do PT, Pessoa usava uma senha.

Ele falava “tulipa” e, se ouvisse “caneco”, ia para a sala de José de Filippi Junior.

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Os lobistas Lula e Alexandrino (ao fundo)

5) O Brahma não está mesmo nunca fase muito boa, não.

Quando seu comparsa em viagens internacionais para lobby em favor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, recebeu voz de prisão, ele teve direito a fazer três telefonemas. Dois deles foram para advogados, segundo a VEJA. O terceiro foi para o Instituto Lula.

Posso imaginar a “abordagem elegante” também.

6) Lula fez seis viagens internacionais pagas pela empreiteira, sempre acompanhado por Alexandrino, acusado de ser o pagador de propinas da Odebrecht.

A partir do relatório elaborado pela Polícia Federal, a Época descreveu uma dessas viagens:

“Em 13 de março de 2013, Lula e Alexandrino embarcaram no aeroporto de Guarulhos com destino a Nigéria, Benin, Gana e Guiné Equatorial. Quatro meses depois dessa passagem de Lula pela África, a Odebrecht ganhou um contrato de uma obra de transporte com o governo ganês, contando com US$ 200 milhões do BNDES.

Em 17 de abril do mesmo ano, o presidente de Gana, John Mahama, visitou o Brasil para lançar o seu livro Meu primeiro golpe de Estado. Aproveitou para ter reuniões reservadas com Lula e representantes da Odebrecht, segundo telegramas do Itamaraty”.

Não há notícias de que Lula tenha comprado os direitos do livro para lançar a versão brasileira.

Mas um longo e contínuo golpe de Estado está em andamento no Brasil desde sua ascensão ao poder.

Lula Gana golpe

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

PT pede socorro ao marqueteiro João Santana para salvar Dilma sapiens

João DilmaA coluna Painel, da Folha, informa:

“Com a pororoca das crises de popularidade, econômica e da Lava Jato, ministros criticam a ausência de João Santana, que está na Argentina e não tem nem aconselhado Dilma à distância.”

Ou seja:

1) Enquanto o marqueteiro não volta (nem entra no chat), Dilma sapiens vai “saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.

2) Os ministros gentilmente fazem o marketing de João Santana ao emplacar a notícia de que ele não tem nada com isso.

3) Enquanto os brasileiros sofrem as consequências dos crimes e desastres econômicos do PT, a preocupação do governo petista é lançar o programa “Mais Marketing”.

4) Apertem os cintos, o marqueteiro sumiu.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Desembargador coloca Marcelo Odebrecht em seu devido lugar

Gebran Marcelo

Gebran e Marcelo: aham, senta lá

Marcelo Odebrecht vai ficar na cadeia.

O desembargador federal João Pedro Gebran Neto endossou a decisão do juiz Sérgio Moro e colocou o chefinho de Lula em seu devido lugar, afirmando, entre outras coisas, que:

1) há indícios fortes da participação do empresário no esquema;

2) “Como presidente do grupo Odebrecht, o paciente teria plena ciência do que ocorria no âmbito de contratações da Petrobras”;

3) as provas encontradas até agora indicam que Marcelo “não somente anuiu com a conduta ilícita como também dela se beneficiou”;

4) não é crível que “o presidente e sócio da empresa não conhecesse fatos dessa envergadura e que implicasse na movimentação de cifras astronômicas”;

5) “Até que se contextualize os fatos, sobrepreço [palavra usada em e-mail tido como prova] não pode significar coisa diversa que não a sua literalidade”.

Comento:

É mesmo uma arbitrariedade essa língua portuguesa.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

O desespero do governo do PT está em todos os jornais. Lula quer ataque à Polícia Federal e demissão de Cardozo

lula-dilma-Temendo-que-manifestações-pelo-impeachment-cresçam-Lula-ordena-que-DilmaGlobo:

“O clima é de apreensão no Palácio do Planalto. Os ministros Mercadante e Edinho Silva vinham conversando desde cedo sobre o depoimento de Ricardo Pessoa. A preocupação do governo é que a Operação Lava-Jato ganhou uma dimensão que se perdeu o controle. O Planalto já estava preocupado com a situação das empreiteiras, mas agora o problema político chegou ao próprio quarto andar do Planalto.”

Folha: 

“Além do receio de que a menção à campanha à reeleição reforce a pressão pelo impeachment de Dilma, o governo acredita que a citação a ministros do Planalto por Pessoa aprofunda a instabilidade política e a incerteza do mercado.”

“Humberto Costa (PT-PE) propôs a Lula que seu encontro com as bancadas petistas ocorresse em um jantar daqui a três semanas. O ex-presidente pediu urgência e avisou que voaria para Brasília na segunda-feira.”

Estadão:

“O governo avalia que perdeu totalmente o controle da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e teme que a delação premiada de Ricardo Pessoa acirre o clima de confronto do país, dando munição aos adversários para ressuscitar a bandeira do impeachment. Dilma mandou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, cancelar uma viagem a São Paulo, por causa da crise.

(…) Nos últimos dias, Dilma foi pressionada por petistas a agir para reduzir o desgaste e tomar medidas para proteger as empresas envolvidas na Lava Jato do risco de quebradeira. Ela se recusou. ‘O que querem que eu faça?’

Lula não se conformou com a resposta. Irritado, pediu que a cúpula do PT não poupasse críticas à Polícia Federal e passasse a condenar publicamente o que chamou de ‘prejulgamento’ das empreiteiras da citadas na Lava Jato.

(…) A portas fechadas, Lula e a maioria dos senadores e deputados do PT avaliam que o ministro da Justiça perdeu as condições de permanecer no cargo e deveria ser substituído porque não comanda a Polícia Federal. Dilma, porém, se recusa a demiti-lo.”

Comento:

É próprio do “chefe” dos bandidos mandar atacar a Polícia.

Lula não perdoa Cardozo, seu velho companheiro de Foro de São Paulo, pela incapacidade de boicotar 100% a Lava Jato.

Talvez queira colocar, também no lugar dele, seu fiel escudeiro Wadih Damous.

Quanto à pergunta de Dilma sapiens ‘O que querem que eu faça?’, eu respondo:

Renuncia que dói menos.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Ricardo Pessoa confirma cartel e complica Odebrecht e Andrade Gutierrez. Fala, Marcelo!

Pessoa MarceloA coluna Painel, da Folha, informa:

“Além do conteúdo explosivo para políticos de vários partidos, a delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC, deve complicar também a situação da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empreiteiras do país e últimas a terem executivos presos na Operação Lava Jato. Nos depoimentos, Pessoa confirma a existência do cartel que dividia contratos na Petrobras e pagava propinas. Ele deve detalhar o funcionamento do clube em novos depoimentos ao juiz Sérgio Moro.”

Na quinta-feira, dois executivos da Odebrecht tiveram habeas corpus negado: Rogério Santos de Araújo e César Ramos Rocha.

Marcelo Odebrecht pediu o dele, que, pelo visto, tem tudo para ser negado também.

As coisas estão se complicando para o patrãozinho de Lula.

Melhor ele seguir os passos de Pessoa e começar a falar.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

Em Brasília, 19 horas

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

 

Renuncia que dói menos, Dilma sapiens! “Está tudo se fechando”, diz jurista

A mulher sapiens Dilma Rousseff foi eleita com dinheiro sujo.

A confissão de Ricardo Pessoa demonstra como, de um lado, o governo não impediu os desvios na Petrobras e, de outro, a petista foi diretamente beneficiada pelo esquema.

“Está tudo se fechando”, declarou o jurista Miguel Reale Júnior ao site de VEJA.

Ele acrescentou, no entanto, que a responsabilização de Dilma dependeria da comprovação de que ela tinha ciência dos atos.

Em vez de desmoralizar o Brasil mais uma vez, dizendo que não sabia de nada, culpando seus subordinados e acusando os brasileiros de “preconceito de gênero” para posar de vítima, Dilma tem de renunciar.

Dói menos que a cassação. Dói menos que o impeachment.

E rende muito mais tempo para saudar a mandioca.

Cantem comigo.

* Com a palavra, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO):

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Dilma e Lula: R$ 9,9 milhões. Veja a lista de quem recebeu dinheiro sujo de Pessoa, conforme sua denúncia

alx_capa-lista-delacao_originalA VEJA desta semana traz a lista completa de quem recebeu dinheiro sujo de Ricardo Pessoa, conforme sua denúncia.

A revista teve acesso aos termos do acerto da delação premiada e revela:

“O conteúdo é demolidor. As confissões do empreiteiro deram origem a 40 anexos recheados de planilhas e documentos que registram o caminho do dinheiro sujo. Em cinco dias de depoimentos prestados em Brasília, Pessoa descreveu como financiou campanhas à margem da lei e distribuiu propinas. Ele disse que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de 18 figuras coroadas da República. Foi com a verba desviada da estatal que a UTC doou dinheiro para as campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014. Foi com ela também que garantiu o repasse de 3,2 milhões de reais a José Dirceu, uma ajudinha providencial para que o mensaleiro pagasse suas despesas pessoais. A UTC ascendeu ao panteão das grandes empreiteiras nacionais nos governos do PT. Ao Ministério Público, Pessoa fez questão de registrar que essa caminhada foi pavimentada com propinas. Altas somas.”

Veja a lista dos acusados:

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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Blog Felipe Moura Brasil (VEJA)

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