“TUPAMARA” DE DILMA TINHA O CODINOME “JUREMA” E FORA PLANTADA NO BID PELA EXTREMA ESQUERDA!

Publicado em 11/10/2010 18:51 e atualizado em 11/10/2010 21:17

“TUPAMARA” DE DILMA TINHA O CODINOME “JUREMA” E FORA PLANTADA NO BID PELA EXTREMA ESQUERDA!

A VEJA desta semana traz uma reportagem de Diego Escosteguy sobre a “tupamara de Dilma” (veja post abaixo). Em síntese: a então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, levou para a pasta uma ex-companheira de cadeia, a uruguaia Maria Cristina de Castro. Dilma a chamava de “tupamara” numa referência aos Tupamaros, grupo terrorista que atuava no Uruguai, de onde Cristina havia fugido. Pois bem: a ministra concedeu plenos poderes à amiga para comandar, sabe-se lá com quais credenciais, a modernização da pasta na área de informática. Leiam o post e a reportagem. O TCU aponta um sumiço de R$ 5 milhões.

“Tupamara” é só uma amizade do passado, que Dilma resolveu ressuscitar em nome dos bons tempos? Huuummm… Tio Rei gosta das histórias heróicas e venturosas dessa gente e resolveu escarafunchar um tantinho. Maria Cristina sempre foi muito mais do que uma simples moça encantada com a revolução. Maria Cristina tinha método.

Quando fugiu para o Brasil, “Tupamara” assumiu o nome falso de “Jurema”. E foi como “Jurema” que ela se tornou secretária de um núcleo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que se instalou em Recife, do qual fazia parte um grupo de jovens professores: Cristovam Buarque (senador eleito pelo DF), Everardo Maciel (ex-secretário da Receita), Fernando Caldas e Adriano Batista Dias, entre outros.

Duas características se sobressaíam em Cristina — ou melhor, Jurema —, que encantavam aqueles jovens professores: sua extrema beleza e sua eficiência. E como ela explicava o sotaque à turma do BID? Seu pai seria da Argentina, e sua mãe, brasileira, teria sido criada naquele país.

Um dia, para estupefação geral, um aparelho de extrema esquerda foi invadido pela polícia na praia de Piedade (na divisa de Recife com Jaboatão dos Guararapes). Quem era a chefe do grupo? Jurema — ou Cristina. E o que ela de fato fazia no BID?

O escritório funcionava no prédio do Banco do Estado de Pernambuco, às margens do rio Capibaribe, no centro de Recife. Segundo a imprensa da época, Cristina-Jurema, arquiteta,  fora plantada por uma organização de extrema esquerda para fazer a planta do banco com o objetivo de assaltá-lo.

Cobiçosos, os moços gostavam de dar carona para Jurema — nunca ninguém logrou sucesso na empreitada, se é que me entendem. A moça pedia sempre que a deixassem em algum ponto meio isolado da Praia do Pina. Alegava que o noivo era muito ciumento. Dali ela seguia para planejar a revolução em Piedade.

Como se vê, Dilma parece continuar fiel às pessoas e às idéias que nunca são o que parecem ser.

Por Reinaldo Azevedo

A “Tupamara” de Dilma e o sumiço de R$ 5 milhões

tupamara-de-dilma1Não deixem de ler reportagem de Diego Escotesguy sobre uma amizade de Dilma Rousseff que começou na cadeia e que, no momento, está enroscada no TCU em razão do sumiço de R$ 5 milhões. Segue trecho:

*
A uruguaia Maria Cristina de Castro (foto) era uma jovem sindicalista e simpatizante do Partido Socialista quando se apaixonou pelo brasileiro Tarzan de Castro, militante de esquerda exilado em Montevidéu. Corriam os primeiros anos da década de 70. (…). “Nós nos conhecemos no camburão”, contou Cristina de Castro a VEJA, numa entrevista há duas semanas. Em 1970, ela e o companheiro fugiram para o Brasil. Pouco tempo depois, no entanto, a polícia estourou o esconderijo dos dois. Presa e acusada de atividades subversivas, a uruguaia foi transferida para o Presídio Tiradentes. em São Paulo. Lá, veio a conhecer a companheira de guerrilha que, trinta anos depois, mudaria o destino de sua vida: Dilma Vana Rousseff, presa por militância no grupo de extrema esquerda VAR-Palmares. Conta Cristina: “Dividíamos um beliche na cela. Partilhávamos tudo, nossa intimidade. Ela se tornou uma grande amiga”. Dilma a apelidou carinhosamente de Tupamara, referência aos Tupamaros. grupo guerrilheiro que desafiava a ditadura militar uruguaia.

Finda a temporada na cadeia, cada uma seguiu seu caminho. Em 2003, quando Lula assumiu a Presidência da República, a companheira de cela de Cristina tornou-se ministra das Minas e Energia. Dilma se lembrou da Tupamara, que morava em Goiânia e militava no PT. “Dilma me chamou para trabalhar diretamente com ela”, disse Cristina de Castro, nomeada assessora especial no gabinete da amiga. Não se sabe o que credenciou a uruguaia a exercer um cargo tão relevante e estratégico - a não ser a “grande amizade” com a candidata Presidência. Dilma deixou a Pasta de Minas e Energia em 2005 para ocupar a chefia da Casa Civil. Cristina de Castro continua ali até hoje. Já viajou seis vezes ao Uruguai com as despesas custeadas pelos brasileiros que pagam impostos.

Os auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) e técnicos do Ministério de Minas e Energia, porém, acusam Cristina de Castro de conduta imprópria que vai muito além, em volume de dinheiro, de viajar ao país natal por conta dos cofres nacionais. As suspeitas dizem respeito a um contrato de 14 milhões de reais, dos quais 5 milhões podem ter sido desviados. O caso remonta ao primeiro ano do governo, quando Dilma baixou uma portaria concedendo “plenos poderes” à amiga para que coordenasse a modernização da área de informática da pasta. O que fez a assessora? Em vez de elaborar um plano, montar um projeto e licitar os serviços e produtos necessários, Cristina de Castro entregou tudo ao CPqD - fundação privada com sede em Campinas que, até as privatizações dos anos 90, pertencia ao sistema Telebrás. Essa fundação faz pesquisas e presta serviços de informática.

Lei na revista os outros detalhes dessa história.

Por Reinaldo Azevedo

Ministério da Saúde patrocinou vídeo em defesa do aborto. Ou: “Abortar, verbo intransitivo”

O Ministério da Saúde, comandando por José Gomes Temporâo, é o maior centro de produção de mistificações sobre o aborto. É dali que saem informações falsas, fantasiosas, facilmente contestáveis, sobre o número de procedimentos que se fazem no Brasil. É tudo chute! Temporâo é um dos fanáticos. Teve a falta de compostura de tentar polemizar com Bento 16 quando o papa esteve no Brasil. Pois bem: o ministério financiou, no ano passado,  um filme, distribuído em escolas, em defesa do aborto. A lei brasileira considera a prática um crime, excetuando-se, desde 1940, duas circunstâncias: estupro e risco de morte da mãe.

Os abortistas enchem a boca para afirmar que a interdição é de natureza religiosa e que o estado é leigo. Uma ova! Mais de 70% dos brasileiros são contra a mudança da legislação na área. Se é ou não a religião que move boa parte, pouco importa. O estado brasileiro existe também para os crentes. Ou não? Se o estado tem de ser leigo, e tem, também tem de ser neutro no que diz respeito a paixões. Não cabe ao governo, como gerente desse Estado na área executiva, patrocinar campanhas contra interdições legais. O governo é um servo das leis, não um agente do proselitismo.  Vejam o que segue. Volto em seguida:

As pessoas podem ser contra o aborto ou a favor. Eu sou contra. Escrevo contra. Pago o preço de ser contra. E o maior deles é enfrentar os iluministas da cureta e da sucção, que entendem estarmos diante de uma questão civilizatória. Desqualificam os que se opõem à prática, chamando-os obscurantistas, como fez a Folha em editorial há dois dias. Ou bem, dizem, as mulheres têm esse “direito”, ou não estamos numa democracia plena. É do jogo!  Notem que nem uso a favor da minha opinião o fato de 71% dos brasileiros pensarem como penso. Para mim, uma questão de princípio nada tem a ver com a vontade da maioria. É possível, por exemplo, que a maioria aprove a pena de morte. EU SOU CONTRA. Sou contra a que se matem culpados. Sou contra a que se matem inocentes. Sou contra a que se mate. Mulheres e homens devem ser educados para que o aborto se torne uma obsolescência moral e ética, não uma norma. É assim que penso.

E, no meu campo, enfrento os que pensam de modo diferente, inclusive a sdesqualificações: debato, contesto números, contesto argumentos, princípios etc. O que não é possível é MENTIR. O governo Lula atua em favor do aborto: a posição expressa por Dilma Rousseff —  o que ela realmente pensa, e não essa opinião estrambótica inventada na boca da urna — é a que orienta o Ministério da Saúde, a Secretaria das Mulheres etc. SE SÃO A FAVOR, NÃO PODEM FAZER DE CONTA QUE NÃO SÃO, NÃO PODEM ENGANAR.

O filme não disfarça a sua intenção, tampouco a diretora Thereza Jessouroun, que tem, ao menos, a virtude da sinceridade: é um filme em defesa da legalização do aborto. Indagada sobre a vida das crianças, ela resume como ninguém o ponto de vista de Temporão, Dilma e do governo Lula como um todo: “Não é que eu não pense na saúde das crianças, não é isso; eu estou falando sobre o aborto; é outro tema”.

“Abortar”, para eles, é verbo intransitivo; não existe o objeto direto: o feto. É um ponto de vista? É, sim. Pois que se faça o debate na sociedade. Governo, por óbvio, não é ONG. O Ministério Público, por uma questão de compostura, está obrigado a agir. A Fiocruz tem de ressarcir aos cofres públicos o dinheiro investido numa campanha em favor de uma prática que é considerada crime pela legislação brasileira. Se o governo quer mudar o Código Penal, que envie uma proposta ao Congresso. E os brasileiros poderão dizer o que acham a respeito.

Dilma Rousseff resolveu mostrar seu lado, digamos, guerrilheiro no debate de ontem, como se não integrasse um governo abortista, que mobiliza a máquina oficial em favor da prática. Integra, como evidenciam a Secretaria das Mulheres, o Ministério da Saúde e a Casa Civil, onde foi parido, sob os auspícios da então ministra, o dito Programa Nacional de Direitos Humanos, que trazia como diretriz explícita a legalização do aborto, depois apenas atenuada. E a ministra era Dilma Rousseff.

Eu assumo a minha posição. Dilma que assuma a dela. É simples!

PS - Mais uma vez, escrevo: é inútil me xingar; ou bem a turma contesta os argumentos que há aqui ou se cala.

Por Reinaldo Azevedo

Debate - Tchutchuca do neoestatismo desenvolvimentista parte pra briga… Ou: da verdade sobre o aborto e da mentira sobre as privatizações

Talvez a coisa ande mais feia no arraial petista do que indica a primeira pesquisa. O fato é que a Dilma Rousseff que se viu ontem no debate da Band é muito diferente daquela que aparece no horário eleitoral gratuito. Aquela senhora que se esforça para ser suave, a mãe do Brasil, a tchutchuca do neoestatismo desenvolvimentista, a que aprendeu a endurecer sem perder a ternura jamais, nem parecia ter Antonio Palocci como um dos coordenadores da campanha. O que se viu ali era o estilo Ciro Gomes, porém sem a desenvoltura vocabular do ex-governador do Ceará, que consegue falar bobagens monumentais, mas sempre com muita fluência. Dilma tem uma fala mais truncada, dá umas tiriricadasno meio da frase, o sentido às vezes se esvai. Não deu folga: partiu pra cima do tucano José Serra. O debate foi útil para saber as duas armas do PT no segundo turno: vitimismo agressivo e, de novo!, ataque às privatizações.

Eu tinha a expectativa de que seria Dilma a primeira a tocar no assunto do aborto. Batata! Com que objetivo? Parece que a intenção era uma só: “Se eu sair daqui conseguindo, no mínimo, dividir com ele o peso da questão do aborto, já está bom”. Não acho que tenha conseguido. A razão é simples, elementar mesmo: ela já defendeu a descriminação em várias entrevistas; ele não.

Dada a ausência de limites que sempre caracteriza os petistas, Dilma tentou uma saída complicada: acusar Serra de ser o autor da norma técnica que disciplina o aborto legal nos hospitais públicos nos dois casos permitidos: estupro e risco de morte da mãe. Como não podia dizer que isso é, em si, um mal, dado que a lei data de 1940, dois anos antes de Serra nascer, ao mesmo tempo em que tentava acusá-lo, ela se dizia favorável à medida. Dilma se esqueceu de que a norma técnica em questão exigia o boletim de ocorrência em caso de estupro; quem acabou com o BO, bastando a declaração, foi o petista Humberto Costa quando ministro da Saúde.

Eu reluto sempre em dizer quem ganhou, quem perdeu, porque é a percepção do publico que conta nesse caso. A minha impressão é a de que a imagem de tranqüilidade de Serra contrastou com a de fera ferida de Dilma, que se mostrou acuada, brava, aerofágica, carrancuda, desfazendo, ao menos naquele encontro, a imagem da condutora tranqüila do PAC.

A segunda peça de resistência é a mesma de 2006: Dilma repete o texto de Lula e acusa os tucanos de “privatistas”, afirmando que eles têm a intenção de privatizar o pré-sal, a Petrobras e por aí afora. E, como de hábito, lançou acusações confusas sobre a privatização de estatais  no passado. Parte da imprensa — e contestei ontem aqui um texto de Elio Gaspari — acha um “absurdo” e uma “baixaria” que se atribua a Dilma o que Dilma realmente fez: a defesa da descriminação do aborto. Mas certamente vai considerar que o tema “privatização” é nada além de uma questão política, embora se trate de uma mentira grotesca no que se refere ao presente e ao passado. E com mentirinhas associadas. Dilma acusou Serra de ser o responsável pelas privatizações da Light e da Vale. Ele deixou o ministério do Planejamento do dia 31 de abril de 1996 — a Light só seria privatizada no mês seguinte; a Vale, só no ano seguinte, e a Telebras teve de esperar até 1998.

Os programas do PT certamente continuarão a vender aquele Brasil “como nunca antes na história destepaiz”, mas vão optar, como dois e dois são quatro, pela demonização das privatizações feitas no governo FHC — o que é intelectual e moralmente criminoso no mérito e nas circunstância. O tom apenas propositivo, próprio do tempo em que eles imaginavam não ter adversários, cederá àquilo que o PT sabe fazer muito bem e que sempre caracterizou a sua abordagem da política: a tentativa de desmoralizar o adversário. E vai ser na base da pauleira, mais para Ciro Gomes do que para Antônio Palocci.

É um debate que terá de ser enfrentado pelo candidato da oposição, entendo, de dois modos: evidenciando os ganhos óbvios da privatização e demonstrando que a privatização do PT se faz de outro modo: a dos tucanos se dá na Bolsa de Valores;, com regras; a de seus adversários, na bolsa dos larápios que atuavam, por exemplo, na Casa Civil.

Os candidatos debateram ainda segurança pública e o programa Minha Casa, Minha Vida. O primeiro tema por iniciativa do tucano, o segundo, da petista. Dilma tentou esculhambar São Paulo, que apresenta hoje um dos menores índices de homicídio do país — está em antepenúltimo lugar: pouco acima de 10 por 100 mil habitantes. A taxa do Brasil é quase o triplo: 26 por 100 mil. No caso do programa de casas populares, acusou, o que também é falso, o adversário de ser contra o programa. Nunca houve uma frase de Serra atacando a iniciativa — e isso é fato. O que ele fez, no caso, foi falar a verdade: Dilma prometeu 1 milhão de casa, e Lula encerrará o mandato entregando pouco mais de 150 mil.

Foi o embate mais duro da campanha. Tenho a impressão de que Dilma perdeu porque uma coisa é ser firme; outra, diferente, é ser agressiva — mas, reitero, isso é com o público. Ela me parecia muitos tons acima do necessário. Poderia ter dito as mesmas coisas, porém com mais tranqüilidade. Ali, parecia estar entregue à sua própria natureza, como quem se revelasse. E o tucano não perdeu a chance de apontar os excessos, dizendo-se, um tanto irônico, surpreso com o comportamento da adversária. Não estava, é claro. No fundo, todos estávamos constatando o que já sabíamos.

Por Reinaldo Azevedo

Aborto: 71% dos brasileiros contra mudança na lei; só 7% pensam como Dilma

Na Folha:
O apoio à proibição do aborto é o mais alto no Brasil desde 1993, quando o Datafolha começou a série histórica de perguntas sobre o tema. Segundo pesquisa realizada na última sexta-feira em todo o país, 71% dos entrevistados afirmam que a legislação sobre o aborto deve ficar como está, contra 11% que defendem a ampliação das hipóteses em que a prática é permitida e 7% que apóiam a descriminalização.

Atualmente, o Código Penal brasileiro classifica o aborto entre os crimes contra a vida. A pena prevista para a mulher que o provocar ou permitir a prática em si mesma vai de um a três anos de detenção (artigo 124). O código prevê duas situações em que o aborto não é crime (artigo 128): se não há outro meio de salvar a vida da gestante e se a gravidez é resultado de estupro. Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, a rejeição recorde ao aborto pode ser resultado da ampla exposição que o tema teve nas últimas semanas.

O aborto ganhou espaço na mídia e na boca dos candidatos a presidente no final do primeiro turno, impulsionados pela movimentação de igrejas evangélicas e segmentos católicos que pregavam voto anti-Dilma Rousseff (PT) e pró-vida -a petista já defendeu a prática.

Na propaganda eleitoral de sexta, a primeira do segundo turno, tanto Dilma quanto José Serra (PSDB) falaram sobre o tema. Segundo o Datafolha, a taxa dos eleitores que afirmam querer que a lei fique como está é semelhante entre os que no primeiro turno votaram em Dilma (71%), em Serra (72%) e em Marina Silva (70%), candidata do PV.

O apoio à proibição do aborto é razoavelmente homogêneo em todas as faixas da população, sempre em torno de 70%. No entanto, entre os que têm ensino superior e os mais ricos há menos apoiadores: 63% e 56%, respectivamente.
(…)
No levantamento feito em 1993, 54% afirmavam que as exceções deveriam continuar restritas aos casos de estupro e de risco à vida da gestante, enquanto 23% diziam apoiar o aborto em mais casos e 18% eram favoráveis a descriminalizar a prática.

Desde então, a manutenção da atual legislação veio ganhando apoio. Em 1997, 55% diziam apoiar a proibição. Em 2006, o número passou para 63%, depois para 68% em 2008.

Por Reinaldo Azevedo

Pesquisa desmascara a farsa inventada por petistas. Ou: o problema é a mentira!

Desde que o PT começou a gritaria de que estaria sendo vítima de uma grande conspiração de caráter fundamentalista movida pela oposição, afirmei que tudo não passava de um truque. Vocês sabem disso. No dia 6, escrevi o textoABORTO OU ERENICE? ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE IMPRENSA. OU: “É O JORNALISMO, IDIOTA!”Eu e FHC, que nunca disse aquela infâmia que lhe atribuíram, gostamos que lembrem o que escrevemos. O que é o DataTioRei havia apurado desde sempre? Isto, que segue no texto cujo link vai acima:
“Ainda que o Datafolha (…) chegue à conclusão de que isso [mudança de humor de parcela do eleitorado] foi obra de padres e pastores, eu continuarei fiel à minha convicção de que os brasileiros podem querer um pouco mais do que comer torresmo, salsicha e ovo colorido baratos no boteco da esquina. Ainda que o debate sobre o aborto tenha contribuído para tirar votos de Dilma Rousseff, ele entra como fator multiplicador de desgaste - ou como divisor de prestígio - numa base que vinha abalada por uma sucessão de escândalos.”

A comprovada dubiedade de Dilma sobre o aborto pode, entendo, no máximo, convidar uma parte do eleitorado a flertar com a evidência de que a figura imaculada, inventada por Lula e pela marquetagem, não corresponde à realidade - porque jamais corresponde, em qualquer caso. E isso “é jornalismo, idiota!”

Como vocês vêem, este nosso bloguinho sabe por onde caminha. A manchete da Folha desta segunda é esta: “Caso Erenice tirou mais votos de Dilma do que igrejas”. A grande conspiração, para começo de conversa, nunca existiu: não chega a um 1%, segundo pesquisa Datafolha, os que dizem ter mudado seu voto por determinação de alguma igreja — só 3% teriam recebido essa orientação. Era o que eu imaginava.

Sei que muita gente não entende isto, mas o fato é que há muitos eleitores que, mesmo aprovando o governo, não aprovam patifaria, entenderam? Entre os que votaram em Marina, por exemplo, 7% dizem ter deixado de votar em Dilma por conta do caso Erenice, que continua a render frutos novos porque ela era frondosa e prolífica. Só nesse caso, Dilma pode ter perdido 1,4 milhão de eleitores.

Informa a Folha:
“Segundo pesquisa Datafolha realizada na última sexta, cerca de 6% dos eleitores mudaram seu voto, considerando tanto Dilma quanto José Serra (PSDB), por conta dos casos que marcaram a reta final do primeiro turno. Desse total, Dilma perdeu cerca de quatro pontos percentuais entre o total de eleitores. Aproximadamente 75% das perdas ocorreram por conta dos escândalos recentes no governo. O restante, por questões relacionadas à religião- não exclusivamente envolvendo a posição da candidata sobre o aborto. Já Serra perdeu dois pontos percentuais. Tanto pelo caso de quebra de sigilo de tucanos quanto pelo caso Erenice.”

Dilma, pois, não logrou o intento de se eleger no primeiro não em razão de alguma conspiração de pessoas perversas, como ela sugeriu ontem no debate da Band, mas por conta dos amigos que levou para o governo e do padrão ético da turma que comandava a Casa Civil, inclusive quando ela era ministra.

A corrosão pode ter demorado um tanto, mas veio. O PT acusou o golpe. E decidiu, então, inventar uma tramóia religiosa. Ao fazê-lo, tornou maior a questão — em boa parte, por intolerância. As igrejas sempre se manifestam em períodos eleitorais. E têm o direito de dar orientação a seus fiéis, ora essa! Os petistas, no entanto, não suportam esse comportamento se a orientação for contrária a seus interesses. Vá perguntar se Dilma recusou o apoio de um patriota como Edir Macedo, o dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record.

Gaspari pode sossegar o pito porque eu estava certo, e ele, errado. É bom começar a procurar outros motivos para a dificuldade eleitoral que Dilma enfrenta,o que não quer dizer que a questão religiosa não possa, inclusive, crescer. E muito por obra do PT. Afinal, uma coisa era a informação, que nunca foi mentirosa, de que ela era favorável à descriminação do aborto. Outra, mais séria, é a suspeita de que ela mente para o eleitorado para tentar se eleger, escondendo o que de fato pensa. Foi o próprio PT quem decidiu esquentar o tema, e ele acabou virando um “botão quente” da eleição. Os petistas mobilizaram a sua gigantesca máquina, na imprensa inclusive, para tentar tratar como “boato” o que sempre foi um fato.

O que interessa
Nesse caso, menos do que pensar isso ou aquilo sobre o aborto, pesa a suspeita de que a candidata pode “pensar” qualquer coisa para se eleger. E olhem que não faltam contradições se a oposição quiser confrontar Dilma com Dilma.

No dia 26 de junho, escrevi aqui o post DILMA: NUM DIA, OS SOCIALISTAS; NO OUTRO, AS SOCIALITES. OU: ELA JÁ METEU O BONÉ DO MST NA CABEÇA.Por quê? No dia 24 de junho, em visita à cidade mineira de Uberlândia, Dilma concedeu uma entrevista a uma rádio, deitou falação contra as invasões de terras e disse não endossar as ações ilegais do MST. Foi muito direta mesmo:
“Quero dizer que sou contra qualquer ilegalidade cometida pelo Movimento dos Sem Terra ou qualquer outro movimento. Acho que ninguém que governe um país, um estado ou um município pode ser complacente com a ilegalidade. Invasão de terra, invasão de campo de pesquisa, invasão de prédio público é ilegalidade. E ilegalidade não é permitido (sic), e ninguém pode permitir que ocorra”.

Por que aquele discurso? Ora, ela falava numa região que tem uma forte presença do agronegócio e que sofre com o banditismo promovido pelo MST.Dilma, afinal, pensa como Dilma ou pensa como Kátia Abreu? Elarespondeu à indagação menos de 24 horas depois. No dia seguinte, na quinta, compareceu à convenção estadual do PT do Sergipe — estado em que fez carreira o presidente do PT, José Eduardo Dutra — e meteu o boné do MST na cabeça, como se vê nesta foto.

dilma-bone-do-mst

Antes, no dia 20 de abril, em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco — estado que tem a seção mais violenta do MST —, ela foi explicitamente indagada se meteria ou não o boné do movimento na cabeça. A candidata não hesitou:
“Acho que não é cabível vestir o boné do MST. Governo é governo, movimento social é movimento social”.

Um dia depois de discursar em Uberlândia, não só a candidata petista se submeteu ao ritual como fez o seu discurso com o adereço ideológico na cachola. Em si, ele não é nada. A questão é o que simboliza: desrespeito à lei, violência no campo, financiamento público de um movimento de caráter político.

Eles não têm nenhum receio de falar uma coisa num dia e o contrário no seguinte. Mentem, desmentem-se, enrolam, vão adaptando o discurso ao público a que falam. Depois de, na quinta, Dilma prestigiar os socialistas do Sergipe, na sexta, ela foi ao encontro de socialites na casa do empresário Abílio Diniz. Certamente se mostrou uma pessoa empenhada em defender o crescimento, a reforma tributária, a lei a ordem — e, naturalmente, a educação e as criancinhas, que são o futuro do país, como vocês sabem bem… A promessa do boné durou dois meses; a crítica às ilegalidades do MST não durou dois dias.

Será baixaria tocar nesse assunto também?

Por Reinaldo Azevedo

O plano que Dilma deu à luz e que deveria ter sido abortado

Quando veio à luz o malfadado Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos, o tal PNDH3, afirmei aqui que aquilo tudo tinha, evidentemente, as digitais de Paulo Vannuchi e Tarso Genro, então ministro da Justiça, mas que havia sido a Casa Civil a lhe dar aquela assombrosa inteireza. E Dilma Rousseff era a titular da pasta.

Vamos lembrar alguns problemas daquele documento:
- defesa da legalização do aborto;
- ameaça à liberdade de imprensa (risco de censura em nome dos direitos humanos);
- ameaça à propriedade privada, limitando as ações de reintegração de posse e tornando invasor parte da negociação;
- perseguição a símbolos religiosos — na verdade, a crucifixos;
- revanchismo contra os militares

A perseguição as crucifixos foi eliminada; as outras propostas foram apenas amenizadas.

No dia 30 de junho, Nilmário Miranda, representante da candidata do PT à Presidência da República, participou de um seminário da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. E ficou claro, ali, quem foi que deu à luz o PNDH3. São eles a dizer, não eu:

Fala Nilmário
“Acho que o que a Dilma Rousseff se propõe está no Plano Nacional de Direitos Humanos Três. Foi um plano concebido em conferência e dialogando com várias conferências, mas pelo governo; foi o governo. E passou pela Casa Civil quando ela era ministra”.

Fim de papo! O vídeo está aqui.

por Reinaldo Azevedo.


Os sete pontos. Ou: os mistificadores já perderam a eleição!

O segundo turno: parece que o jacaré está fechando a boca...

O segundo turno: parece que o jacaré está fechando a boca...

Eu continuo sem saber quem vai ganhar as eleições. O que sei é que o resultado nunca esteve tão indefinido, desta feita até para aqueles que deram a disputa como resolvida. Os arquivos dos jornais estão por aí. Faziam-se crônicas sobre o triste destino de Serra; tratava-se a divisão de cargos do “governo Dilma” como um dado da realidade. A opinião dos jornalistas — com raras, raríssimas exceções mesmo! — era soprada por potentados morais acima de qualquer suspeita como Marcos Coimbra, do Vox Populi, ou Ricardo Guedes, do Sensus. Aqueles um pouquinho mais exigentes buscavam Carlos Augusto Montenegro. Os que pretendiam chutar com muita credibilidade só decretavam a vitória de Dilma no primeiro turno depois de ouvir Mauro Paulino, do Datafolha. E havia, finalmente, os que somavam todos esses — indo de Paulino, num extremo do possível, a Coimbra, no outro extremo —  para tirar uma média…

A pratica foi inaugurada na redação de São Paulo do Estadão. Um dia esse jornal há de ter, na totalidade, a qualidade técnica de seus editoriais ou a coragem e percuciência de Dora Kramer! Esta é uma predição benigna, um bom augúrio! Outros augúrios, para outros veículos, não prodigalizo porque me atenho ao que é possível…

E, no entanto, está aí: segundo o Datafolha, sete pontos separam o tucano José Serra (41%) da petista Dilma Rousseff (48%). Sete! Numa eleição de segundo turno, valem 3,5 pontos. No mesmo instituto, há três semanas, a diferença entre os dois era de 22 pontos: 57% a 35%. Em 21 dias, o tucano teria ganhado 8 milhões de eleitores, e Dilma teria perdido 12,15 milhões. Possível? Pode ser. A quatro dias do primeiro turno, no dia 29, o Ibope apontava nada menos de 23 pontos de distância. Agora, dadas as margens de erro, ela pode ser de meros três pontos. Será o eleitorado tão inconstante assim?

Quero reiterar: eu não sei quem vai ganhar as eleições. “Eles”, estes de que falo (que não vão mudar de ramo, claro; continuarão a buscar motivos novos para justificar seus erros), é que sabiam. Decretavam, com fatalismo cínico: “O povo quer é consumir; ninguém está nem aí para escândalos”. Será que não? Tamanha “mudança” do eleitorado terá se dado só por causa do debate sobre a descriminação do aborto (já falo sobre o assunto e sobre a demofobia de Elio Gaspari)?

A vigarice intelectual ganhava ares de ciência. Números comprovadamente errados — basta ver o resultado das urnas — geravam infográficos que tingiam o Brasil de vermelho, no que não era uma onda, mas uma verdadeira tsunami tóxica, que a tudo contaminava. Era a realização de uma predição que vinha de priscas eras: com mais de 70% de popularidade, Lula fará a sua sucessora, e não há política que possa mudar isso. Afinal, como era mesmo, “é a economia, idiota!” Ela certamente conta. Mas “será sempre a política, idiota!”.

Serra estava liquidado, e,  entanto, na largada do segundo turno, perder mesmo, segundo o Datafolha,  ele só perde no Nordeste (62% a 31%). No Sul, está cinco pontos à frente (43% a 48%); no Sudeste, três (41% a 44%) e, no Norte Centro-Oeste, 2.

“O Reinaldo critica pesquisas, mas fala sobre elas para dizer que Serra melhorou?” EU NÃO CRITICO PESQUISAS. Repito o que já escrevi aqui e falei em vídeo na VEJA online: critiquei o “interpretacionismo”; os que usam números para antever resultados e decretar o fim antecipado do processo eleitoral. Jornais, revistas, sites noticiosos etc passaram a considerar que os institutos substituíam os eleitores. E eles não substituem. Não sei quem vai ganhar a eleição. Caso Serra seja o vitorioso, algumas penas deveria silenciar de vergonha. Mas não o farão porque não poderão usar o que não têm.

Mas o que moveu essa gente? Há os venais de sempre, e nada há a dizer a respeito deles porque são convictos como um táxi — não os de Nova York, que só aceitam levar a gente para um determinado lugar se também estiverem indo para lá, hehe… Há os ideológicos, que buscam o mesmo resultado dos vendidos, distorcendo a verdade por convicção; acreditam que a canalhice, quando crença ou ideologia, se torna uma virtude. E há os covardes de sempre — talvez sejam os piores, já digo a razão —, que temem a patrulha e emprestam substantivos e adjetivos novos ao consenso. Então se deixam engravidar pelo ouvido.

Resultado: o segundo turno está aí, ninguém pode mais “prever” o resultado, e alguns dados da equação até contam em favor do candidato tucano: o PSDB elegeu governadores em primeiro turno, por exemplo, nos dois maiores colégios eleitorais do país: São Paulo e Minas — além de Paraná e Tocantins; disputa o segundo em cinco outros. Como Serra vinha da “derrota certa”, sua candidatura ressurge revigorada; como Dilma vinha da “vitória certa”, sua candidatura deu sinais de fadiga, o que não quer dizer que não possa se recuperar.

À diferença do que sugerem as cheerleaders da candidatura Dilma, que se comportam agora como viúvas ressentidas e, obviamente precoces, o segundo turno é um sinal de vitalidade da democracia: não basta Lula mandar para acontecer. No mínimo, o eleitor pede mais esclarecimentos. E está aí em razão de conjunto de fatores — a polêmica sobre o aborto é uma delas, mas certamente não será a única. Quem sabe a própria imprensa fique melhor diante dessa realidade e aprenda, quando menos, a ser prudente, por mais difícil que seja. E fácil não é mesmo.

Relembrando: na pesquisa de hoje, Dilma aparece com 48%, e Serra, com 41%. No texto em que trata dos números, escreve Fernando Rodrigues na Folha:
“No dias 1º e 2 de outubro (…), Dilma teria 52% contra 40% de Serra (…) Dilma perdeu quatro pontos percentuais. A petista teve uma oscilação na margem de erro máxima da pesquisa”.
Está errado! Duvido que Mauro Paulino, o chefe do Datafolha endosse essa afirmação do redator. Ela não teve “oscilação” coisa nenhuma! Teve queda mesmo, FORA DA MARGEM DE ERRO, que é de dois pontos para mais ou para menos.

Esse quadro pode mudar depois de uma semana de propaganda na TV? Pode, sim. Meus textos compreendem essa possibilidade. Não faço antevisões, previsões, predições, maldições, nada. “Eles” fizeram — e estou certo de que acharão este texto muito parcial…  Alô, analistas! Comecem a ouvir menos o João Santana e a ouvir mais o povo…

O segundo turno está aí, indefinido! Por pouco as urnas não foram seqüestradas pela associação entre marqueteiros, pesquiseiros e “analistas”. Pode dar Serra, pode dar Dilma. Em qualquer dos casos, os mistificadores da “análise” já perderam a eleição vergonhosamente.

Por Reinaldo Azevedo

Serra herda 51% de votos de Marina, mostra Datafolha

Na Folha:
Os votos dos eleitores de Marina Silva vão neste momento majoritariamente para José Serra (PSDB). Segundo o Datafolha, o tucano herda 51% dos quase 20 milhões de votos obtidos pela candidata do PV no primeiro turno da eleição. Dilma Rousseff (PT) fica com apenas 22% dos votos de Marina, conforme pesquisa realizada pelo Datafolha para a Folha e a Rede Globo anteontem com 3.265 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O percentual dos eleitores de Marina dispostos a migrar para Dilma sofreu quedas nos últimos dias. No levantamento do Datafolha de 28 e 29 de setembro, a petista tinha 31% dos votos da candidata verde. Na véspera da eleição, oscilou para 29%. Agora, está com 22%.

Por Reinaldo Azevedo


Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário