A delinquência no no jornalismo e o chefe de facção

Publicado em 21/10/2010 17:56 e atualizado em 22/10/2010 15:54

Imagens levadas ao ar pelo SBT e pela Rede Record sugerem que foi só uma bola de papel que bateu na cabeça do tucano José Serra. Em primeiro lugar, o deslocamento do objeto exibido nessas imagens sugere algo mais pesado do que papel amassado. Mas isso não é o essencial: o evento exibido nas duas TVs aconteceu pelo menos 20 minutos antes daquele em que algo mais contundente atingiu a cabeça do candidato tucano e que o tirou de circulação, levando-o ao médico.

Atenção! Não foi um, não foram dois, não foram três… Foram vários os objetos que os fascistas lançaram contra o candidato da oposição. Como a delinqüência anda à solta nas TVs, sites, jornais, revistas, as versões vão prosperando. Agora deram para usar imagens que ajudam a fraudar os fatos.

Na Folha Online, leio que Lula chamou o episódio de “mentira descarada”, comparando Serra ao goleiro Rojas, que alegou, em episódio conhecido, ter sido atingido por um foguete de artifício em jogo no Maracanã. É a delinqüência política se juntando à jornalística.

Não que Lula ignore o que aconteceu. Leiam:
“Primeiro bateu uma bola de papel na cabeça do candidato, ele nem deu toque para a bola, olhou para o chão e continuou andando. Vinte minutos depois esse cidadão recebe um telefonema, deve ser o diretor de produção dele que orientou que ele tinha que criar um factóide, deve ter lembrado do jogo do Chile com o Brasil”.
De fato, foi mais ou menos 20 minutos depois. Lula só se esqueceu de acrescentar que houve uma nova agressão.

O presidente afirmou que tinha pensado em telefonar para Serra para se solidarizar, mas disse que desistiu diante da imagem. O que essa fala quer dizer? Que Lula considera que impedir o candidato da oposição de circular é aceitável? Que jogar bola de papel é aceitável? Que se comportar como horda é aceitável? Só não se deve machucar a vítima…

Lula é o chefe da Sturmabteilung (SA) petista, que segue o modelo dos grupos de assalto do nazismo. Ele sempre se supera. Um presidente da República que, na prática, endossa o que seus partidários fizeram ontem e ainda acusa a vítima atinge, sem dúvida, o patmar moral mais baixo de sua trajetória.

Para encerrar
É indecoroso questionar se Serra exagerou ou não na reação. Quem a tanto se dedica está, na verdade, tentando criar um padrão decoroso para a reação da vítima. Os fascistas, por fascistas, não precisam ter código nenhum. Seus alvos é que devem saber se comportar. Em breve, será preciso escrever o “Livro de Etiqueta das Vítimas do PT”. Como diria Gregório de Matos, “dou ao demo a gente asnal!”

Por Reinaldo Azevedo

A imagem usada para fraudar o fato, agora com o endosso do UOL

É um espanto!

O UOL põe o vídeo do SBT no ar com o seguinte título: “SBT exclusivo: vídeo mostra momento em que Serra é atingido”.

É a imagem sendo usada para fraudar o fato e endossar a estupidez dita por Luiz Inácio Lula da Silva.

A suposta “bola de papel” — não está claro que seja só isso — que atinge Serra foi lançada, reitero, pelo menos 20 minutos antes da agressão mais grave.

O vídeo do SBT, este sim, é uma montagem. No stalinismo, retocavam-se só as fotografias. No eixo lulo-petismo-imprensa adesista, retocam-se também os vídeos.

Por Reinaldo Azevedo

Pronto! A farsa do SBT e do PT está desfeita, agora pelo JN também! Lula mentiu! E o UOL, hein?

É de estarrecer, não?

Provado e comprovado: o episódio da suposta bola de papel que atingiu Serra no Rio nada tem a ver com o outro, quando um objeto acertou a sua cabeça e o fez interromper a caminhada. São momentos distintos, conforme prova a confrontação da imagem do cinegrafista do SBT com a filmagem feita em celular por um repórter da Folha. O Jornal Nacional acaba de levar a confrontação ao ar.

É asqueroso que um presidente da República, como já escrevi aqui, não censure a violência da sua turma, como se a tropa de choque fascistóide que tentou intimidar os tucanos fosse uma coisa aceitável. É assombroso que um chefe de governo recorra a uma mentira clamorosa, passe a mão na cabeça de seus tontons-maCUTs e ainda condene a vítima.

O PSDB tem de pedir direito de resposta no SBT e na Record, que veicularam a mentira da bola de papel. Qual mentira? Pode ter havido uma bola de papel, o que só agrava a questão, mas não foi ela a causar mal-estar na vítima. Tem de pedir direito de resposta na campanha de Dilma Rousseff e, quero crer, tem de recorrer à Justiça, também à criminal, contra o sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que não é inimputável. Serra teve a sua honra agredida pelo sr. presidente da República.

E o UOL?
Até havia pouco, o UOL sustentava a dúvida sobre a bola de papel, como se as imagens que provam a farsa petista não fossem de um jornalista da Folha de S. Paulo — que pertence ao mesmo grupo.

Nunca antes na história destepaiz houve um presidente como este, que desprezasse tanto o decoro necessário para o exercício do cargo. Nunca antes na história destepaiz houve setores da imprensa como os que vemos hoje, sempre prontos a transformar as vítimas em culpadas.

Lula rebaixou tudo: o decoro, as instituições, a legalidade, a civilidade política e, com as exceções de sempre, o jornalismo.

PS - Ah,sim: este blog já havia antecipado a farsa petista, certo?

Por Reinaldo Azevedo

Mergulho no lixo. Campanha do PT já é caso de Polícia

Agora é o mergulho no lixo mesmo. Não bastassem as mentiras óbvias sobre a intenção dos tucanos de privatizar o pré-sal e a Petrobras, a campanha de Dilma acaba de levar ao ar a reportagem do SBT que falsifica a violência cometida pelos petistas. Não era o bastante. Os petistas acusaram Serra de criar uma farsa sem uma miserável palavra de censura às violências cometidas pelos petistas. Nunca antes na história destepaiz… Não se trata apenas de um caso de direito de resposta. É um caso de polícia.

Por Reinaldo Azevedo

Perda de parâmetros. Ou: Este colunista dá uma ordem a Lula em nome da Constituição de que ambos somos súditos

Há uma perda generalizada de parâmetros, de referência, de noção do certo e do errado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seu cesarismo tosco, com sua rusticidade estudada e cínica, com sua violência retórica muito além do que seria cabível a um chefe de governo, reduz a política a um confronto de gangues de rua, e vença aquele que conseguir eliminar o inimigo! Ao fim de seus oito anos de mandato, ao contrário do que dizem os áulicos e os candidatos a tanto, o jogo político de tornou menos civilizado, o estado está mais partidarizado, as instituições obedecem menos ao que prescreve a letra da lei e mais ao que determinam as injunções dos grupos de pressão.

É verdade a máxima de que o poder tende a corromper o caráter das pessoas e dos partidos. E a democracia é mesmo um sistema imperfeito, daí que o zelo para preservá-lo tenha de ser permanente; daí que o esforço para corrigir seus defeitos tenha de ser contínuo. Há instrumentos para impedir que o sistema democrático se desvie de seu curso, e — atenção! — a eleição, com a possibilidade de alternância de poder, é um deles. Alternância que pode não acontecer se o povo assim decidir — mas forçoso é que todos os contendores sigam as regras do jogo. E Lula não as segue. Utiliza as prerrogativas de chefe de governo e chefe de estado, que conquistou nas urnas, para se comportar como o chefe de uma facção e, no que concerne aos lamentáveis episódios do Rio, chefe de um bando.

É forçoso lembrar que a entrevista destrambelhada, desrespeitosa, em que aviltou José Serra — nada menos do que o candidato da oposição à Presidência, com possibilidade mesmo de se eleger presidente — foi concedida na condição de presidente da República, não de simples militante partidário. E que se note: jamais um chefe da nação será apenas o membro de um partido. Mas Lula já não quer ser nem mesmo um hipócrita decoroso. Esta certo de que não mais é mais necessário representar o papel que constitucionalmente lhe cabe — e que ele despreza: o de grande magistrado da nação.

Sim, um presidente, em última instância, é o grande árbitro da nação, e dele se espera que seja equânime, mesmo quando seus adversários políticos representam um dos lados da contenda; afinal, ele é presidente também daqueles que não votaram nele e que lutam, de acordo com as regras, para sucedê-lo — e não para substituí-lo.

Mas quê!!! Esse é o entendimento, com efeito, que os democratas têm do regime. Lula, em que pese a sua falta de preparo teórico e vínculo intelectual mais profundo com a esquerda, ganhou corpo numa outra cultura política. Por mais que seu governo seja, evidentemente, o de um país capitalista, ordenado segundo as leis do mercado, sua visão de mundo é herdeira do socialismo, da crença de que um partido detém o espírito e a forma do futuro, de que afrontá-lo consiste numa regressão do processo histórico — e não é só por malandragem publicitária que ameaçam o eleitorado com o retrocesso se o adversário vencer a disputa. Essa convicção autoritária se deixou temperar por todas as benesses e facilidades do poder, de sorte que, hoje, já não se distinguem o assaltante dos cofres públicos do grupo de assalto à democracia. Eles se misturaram; formam uma coisa só.

A entrevista em que Lula acusa Serra de mentir foi desmoralizada pelos fatos. Já sabemos disso. Mas quero chamar a atenção de vocês para a linguagem empregada pelo presidente, para os temos a que recorre para se referir ao candidato da oposição: “esse cidadão” e “esse homem” — já havia antes se referido a Geraldo Alckmin como “esse sujeito”. As pessoas perdem o nome, tornam-se um todo anônimo que tem de ser esmagado. Mais um pouco, diria “esse elemento”. Não expressou uma só palavra de censura à ação de seus correligionários, de sua tropa de assalto, nada! Lula fazia, assim, do agressor a vítima e da vítima o agressor, recorrendo à metáfora futebolística a que reduz todos os conflitos, internos ou externos.

Mas não está só - A imprensa áulica
Masnão é só ele que perdeu os parâmetros — ou que faz questão de não tê-los por método e escolha consciente. Amplos setores da imprensa hoje o seguem nesse desvario: os comprados porque comprados, e isso os define; os tocados pela ideologia porque supõem que, de algum modo, estariam mesmo em confronto duas visões de mundo: uma mais “progressista”, o PT, e outra mais “conservadora”, o PSDB, clivagem que não resistiria a um exame raso dos fatos. Qualquer pessoa intelectualmente honesta seria obrigada a admitir que, em muitos aspectos, o candidato tucano está à esquerda do ajuntamento que Dilma Rousseff representa hoje.

E, nesse ponto, um caçador de contradições inexistentes tenderia a me indagar, tentando alguma ironia: “Mas, então, você deveria se entusiasmar com Dilma”. Tolice! A questão, como tenho escrito aqui tantas vezes, diz respeito à DEMOCRACIA. Da velha esquerda, o PT conserva um valor intocado: o ódio ao regime democrático — e o esforço consecutivo para solapá-lo, agora pela via legal. Afinal, eu sou aquele que sempre desconfiou do caráter desses caras, mas que nunca disse que eles são burros.

A tacanhice ideológica é um mal, no mais das vezes, incurável. Quem faz as suas escolhas pensando não na preservação dos valores da democracia, consubstanciados nas leis e nas instituições, mas no “avanço da luta dos oprimidos” está pronto, a qualquer momento, para conceder com a transgressão institucional se considerar que a tal “justiça das ruas” está sendo feita. E a nossa imprensa está coalhada dessa boçalidade. Há mais esquerdistas na Folha, no Estadão, no Globo, na Globo e na VEJA do que no PT, que sabe instrumentalizar a favor da consolidação do seu poder esse pendor juvenil (não importa a idade do coroa…) para essa noção muito particular de justiça que abastarda as leis. Curiosamente, essa cultura antiestablishment é, hoje, expressão de um arraigado governismo porque, afinal de contas, na comparação, o PT estaria mais próximo dos idéias de justiça social. Dados empíricos podem comprovar o contrário. Mas e daí? Esse é um mal permanente, sem cura.

E não é o mal maior. O governo Lula conseguiu, como nunca antes na históriadestepaiz, comprar veículos inteiros — jornais, portais, revistas —, de porteira fechada, com todas as alimárias que lá iam. Assiste-se a um verdadeiro show de horrores. O objetivo não é mais a notícia, o fato, tenha-se dele a leitura que for, mas a fofoca, a difamação, a versão que interessa ao partido, a luta política. E o fazem, naturalmente, sem admitir a escolha política. O caso da agressão sofrida por Serra evidenciou com clareza esse desastre moral: mesmo depois de comprovado que o episódio não se resumia a uma “bolinha de papel”, insistia-se na hipótese delinqüente. Houve até quem chamasse a reportagem de “a versão do Jornal Nacional”, como se, no caso, pudesse haver duas verdades.

É compreensível que alguém indague: “Quem é você para falar?” Como escrevi no post em que anunciei que este blog caminha para 5 milhões de páginas visitadas neste mês de outubro, eu tenho lado — expus os valores desse lado. MAS NÃO PRECISO DA MENTIRA PARA DEFENDÊ-LOS, NÃO! Mais ainda: jamais chamei de “notícia” as minhas opiniões. Rejeito a trapaça. Por isso tantos vêm aqui — até os que me detestam. Os petistas, que me lêem obsessivamente — a turma deles é muito ruim, beirando o analfabetismo —, podem falar o diabo a meu respeito, adjetivos nem sempre afetuosos, mas jamais poderão dizer: “Olhem como ele nos atribui o que não fizemos!” Nunca! Eu sempre lhes atribuo o que fizeram; eles se sentem devidamente caracterizados aqui. Só não tenho deles a opinião que têm de si mesmos.

Luta pelo estado, não pelo mercado
Fosse a convicção a mover esses veículos a que me refiro, vá lá. Mas não é! Tampouco se trata de uma luta para conquistar o “outro”: “Ah, se A e B dizem isso, então vamos dizer aquilo para falar com o outro leitor, o outro telespectador, o outro ouvinte, o outro internauta”. Não assistimos a uma luta pelo mercado senão a uma LUTA PELO ESTADO, por seus recursos, pela verba publicitária do governo federal e das estatais. Apostam alto no cavalo que lhes parece vencedor porque contam, depois, dividir o butim. Se não podem enfrentar a concorrência para conquistar os leitores ou telespectadores, vale enfrentar a verdade com a mentira para conquistar o caixa do governo. Estou nessa profissão há um bom tempo já. Nunca assisti a nada parecido.

Questão errada
Tentou-se deslocar o debate para o objeto que teria atingido a cabeça de José Serra, e se questionou se, afinal de contas, a agressão teria sido forte o bastante para levá-lo ao médico, como se o ato, em si, o verdadeiro assalto que petistas tentaram promover na caminhada tucana, fosse uma prática aceitável, corriqueira, adequada às normas da disputa democrática. O fato de que aquela gente lincharia o adversário se tivesse oportunidade não contou de nenhuma maneira. Não se tocou no assunto.

E, quando a questão foi tratada, caminhou-se pelas veredas do obscurantismo. Discordo, por exemplo, severamente de Janio de Freitas, colunista da Folha. Daria para ir de A a Z, sem ficar uma só letrinha pelo caminho. Mas não imaginava ler um texto seu como o de ontem, em que sugere que os tucanos estavam no lugar errado — deveriam era caminhar na beira da praia, sugeriu — e que o elemento de perturbação, sabe-se lá por quê , era Índio da Costa, vice de José Serra. Janio perguntou à vítima do estupro por que ela estava usando minissaia. Quem escrevia ali? Nem mesmo era ele. Tratava-se de um preconceito bem mais antigo do que o próprio colunista.

Encerrando
Perda de parâmetros. Esse é o nome do nosso mal. Aos poucos, como sociedade, vão desaparecendo as noções do que pode e do que não pode. Há dias, na solenidade promovida por um desses panfletos comprados com dinheiro público, Lula conclamou os políticos a enfrentar a imprensa — mais ou menos como os petistas do Ceará, protegidos por Cid Gomes, já querem fazer, silenciando-o. Não se referia, evidentemente, a esta na qual ele passa hoje as esporas (olhem a metáfora rural deste caipira, hehe…), mas àquela outra que tem valores, que não abre mão da democracia, do estado de direito, da Constituição e das leis; àquela que lhe diz com clareza: um presidente da República tem de atuar dentro de seus limites.

Não sei quem vai ganhar as eleições. Corisco nem se entrega nem se assusta com números. Para Corisco, número não é categoria de pensamento nem pode constituir, sozinho, uma moral ou plasmar uma ética. Vença quem vença, Corisco anuncia: estará na Resistência em nome daqueles valores de que não abre mão: democracia, estado de direito, liberdade de expressão, economia de mercado. Por isso Corisco, como cidadão, ordena, em nome da Constituição de que os dois somos súditos:

“Peça desculpas ao país e ao candidato de oposição, senhor presidente da República! É a oposição que legitima a democracia, meu senhor! Afinal, nas ditaduras também é permitido concordar. Aprenda ao menos isso. Nem que seja a última coisa. Nem que seja a primeira!”

Por Reinaldo Azevedo

Estas palavras vieram da história e continuam a fazer história

Por Reinaldo Azevedo

Os indecorosos

Jornal da Globo levou ao ar uma reportagem que reproduz parte do que apresentou o  Jornal Nacional de ontem ontem, que desmascarou a farsa da “bolinha de papel”, com alguns acréscimos importantes. O perito Ricardo Molina se estende mais sobre a questão técnica, e temos a chance de ver o presidente do PT, José Eduardo Dutra, com a cara desenxabida, descer um tantinho do salto de sua proverbial arrogância, depois de confrontado com os fatos. 

O PT foi buscar em dois balões de água jogados contra o carro de Dilma em Curitiba equivalência para o que aconteceu no Rio.

É uma piada! Eleitor se manifestar contra políticos é prática corriqueira desde que a política existe. É um traço de saúde das sociedades, não de doença. E é evidente que não endosso agressões. Esse é Lula. O que indivíduos fazem, no entanto, por iniciativa própria — e, eventualmente, errada — nada tem a ver com a horda que abordou os tucanos no Rio de Janeiro. Só a má fé pode comparar uma coisa a outra, como fazem Dilma Rousseff e o próprio Dutra.

Mais: os petistas estão hostilizando seus adversários país afora. Chegam-me aqui relatos de todo canto. O responsável por esse clima de pega-pra-capar é Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe da facção.

Por Reinaldo Azevedo

Os números do Datafolha e os bobões

Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta 10 pontos de diferença entre o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff. Na semana passada, ela aparecia com 47% dos votos totais; agora, com 50%. Serra teria passado de 41% para 40%. Nos votos válidos, ambos se mexeram dentro da margem de erro: a petista, de 54% para 56%; o tucano, de 46% para 44%. Na véspera da eleição do primeiro turno, a diferença entre os dois numa simulação de segundo turno era de 14 pontos nos válidos.

Antes que digam que estou tentando animar a torcida, deixo claro: a situação é difícil — e já era desde o primeiro turno, especialmente porque a campanha de Dilma NÃO TEM NENHUMA VERGONHA DE MENTIR SOBRE O PSDB, MAS A CAMPANHA DE SERRA PARECE TER VERGONHA DE FALAR ALGUMAS VERDADES SOBRE O PT. Deixo isso pra lá agora.

Limito-me a lembrar que, a 10 dias da eleição do primeiro turno, o Datafolha via uma Dilma com 54% dos votos válidos — e ela não chegou a 47%. Contra as expectativas de quem olha esses números com esperanças, há o fato de que, ao menos nesse instituto, esboçava-se uma tendência de queda da petista. Desta feita, ela aparece em discreta ascensão.

Como? Por que trato o Vox Populi de um jeito e o Datafolha de outro? Porque são institutos diferentes. Como diria Fernando Pessoa, sou “rei absoluto da minha simpatia”. Às vezes respeito mais o erro de alguns do que o acerto de outros… O Datafolha só faz pesquisa eleitoral para a Folha — neste ano, em parceria com o Jornal Nacional. Posso discordar disso ou daquilo, não gostar ou mesmo não acreditar, mas o fato é que o instituto não se dá a certos desfrutes.

A fatura está liquidada? Não há um só especialista responsável que pudesse dizer isso hoje. Até porque os trackings dos dois partidos, PT e PSDB, estão mais para uma situação de empate do que para essa distância — o que explica, em parte ao menos, a histeria e a violência do PT. Tivesse Lula a certeza dos 12 pontos de diferença nos votos válidos, talvez de comportasse como presidente da República…

Petralhas
E só um recado à petralhada: Corisco só se entrega de parabelo na mão, lembram-se? Imaginam-me estatelado na cadeira, incapaz de pensar ou reagir, às lágrimas,  com o que já dão como triunfo certo. Meu texto lá do alto diz bem da minha disposição. Se querem saber, sou menos produtivo quando estou eufórico, hehe. A excitação só é boa parceira do sexo, e eu não misturo as estações. Para o pensamento, um certo pessimismo até faz bem. Sem contar que um eventual governo Serra será muito menos animado para o jornalismo do que um eventual governo Dilma.

Assim, bobões, conclui-se que até posso achar que Serra seria melhor para o país. Para um cronista político, no entanto, Dilma seria uma fornecedora bem mais generosa de matéria-prima.  Posso até achar que o Brasil se daria melhor com ele, mas estou certo de que eu me divertiria mais com ela — se o Franklin Martins não editar o Ai-13 naturalmente…

Deixem de ser tontos!

Por Reinaldo Azevedo

Em sua defesa, Diocese de Guarulhos prova que documento apreendido pela PF é verdadeiro e que texto defende princípios da Igreja, de acordo com a Constituição

Caras e caros, o post ficou um pouco longo. Mas peço que vocês leiam com atenção. Trata-se de um momento sério, grave, da democracia. Trata-se de sabermos se as garantias previstas no Artigo 5º da Constituição, cláusulas pétreas, valem ou não. Leiam e  repassem.

*
A Mitra Diocesana de Guarulhos encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral o pedido de revogação da liminar que determinou a apreensão dos impressos que traziam um “apelo” aos brasileiros para que não votassem em candidatos simpáticos à descriminação do aborto. Por ordem do TSE, a Policia Federal apreendeu os folhetos que estavam na gráfica Pana, em São Paulo. Tive acesso ao documento enviado ao tribunal e, confesso, cheguei a sentir vergonha da penúria em que se encontra o estado de direito no Brasil.

O que fez o ministro Henrique Neves da Silva, do TSE, determinar a apreensão?
a) a suposição de que o documento seria falso, já que não contaria com o endosso da CNBB;

b) o  suposto crime eleitoral.
É justamente a cristalina contestação dessas duas hipóteses, com fartura de dados, que provocou em mim aquela sensação de vergonha.

Sobre a suposta falsidade do documento, argumenta a Mitra Diocesana de Guarulhos (peço que vocês leiam; é fundamental):
O documento é verdadeiro e foi aprovado pelo CONSER -CONSELHO REGIONAL EPISCOPAL SUL-1, que compreende todo Estado de São Paulo, designado por CNBB-Regional Sul-1, distribuído em 41 Dioceses, na Assembléia Geral, registrada como “II ENCONTRO REGIONAL SUL-1 DAS CDDVs” (Comissões Diocesanas de Defesa da Vida).

A Assembléia aconteceu no dia 03.07.2010 e aprovou o “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, conforme a ATA E A LISTA DE PRESENÇA de todos os Bispos Participantes (does. 22/25).

A convocação da Assembléia foi dirigida para todas as Dioceses. Cada diocese poderia comparecer por seu Bispo ou indicar um representante. Compareceram à Assembléia 57 pessoas. Foram expositores o Padre Berardo Graz (n.7), o Bispo Dom Nelson Westrupp, de Santo André-SP (n.14) e o Bispo Dom José Benedito Simão, de Assis-SP (n.15).

Os Bispos do Regional Sul-1, representados por sua diretoria executiva, composta por 11 Bispos, ratificaram o documento e emitiram a “NOTA DA COMISSÃO EPISCOPAL REPRESENTATIVA DO CONSELHO EPISCOPAL REGIONAL SUL l - CNBB, assinada pelo Presidente do CONSER-SUL-1, Dom Nelson Weistrupp, pelo Více-Presidente. do CONSER-SUL-1, Dom Benedito Beni dos Santos e pelo Secretário Geral do CONSER-SUL-1, Dom Aírton José dos Santos, que “acolhem e recomendam a ampla difusão do ‘APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul l”, em 26.08.2010 (does. 26/27).

Depois de todas as etapas deliberativas e administrativas, documento “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” foi aprovado e determinada a publicação, por emails, no site do Regional Sul-1, em 31.07.2010 (does. 28/29).

Ao contrário do que afirma a representante Dilma e a Coligação Para o Brasil seguir Mudando, não se trata de um “panfleto”, mas de um documento da Igreja Católica. E o documento é verdadeiro.

Tanto é verdadeiro que a própria CNBB-Regionai Sul-1, contratou a impressão dos primeiros 100 milheiros, no formato A-4, frente e verso, na empresa Artes Gráficas Prática Ltda-ME, através da nota fiscal n. 2955 (does. 30/31).

Depois disso, a CNBB-Regional Sul-1 franqueou o documento, para ampla divulgação, como escrito na NOTA, para todas as outras Dioceses e Movimentos de Defesa da Vida que quisessem distribuir para seus fiéis, interessados e defensores da vida, evidentemente no formato e na quantidade que achassem melhor e mediante o custeio das despesas pelas mesmas interessadas.

Dessa forma, foi elaborado o formato que foi apreendido por ordem dessa E. Corte.

O serviço de impressão, inclusive, foi solicitado na MESMA GRÁFICA UTILIZADA PELO PARTIDO DOS TRABALHADORES, PORQUE TINHA O MELHOR PREÇO E CAPACIDADE PARA EXECUÇÃO DO SERVIÇO (Does. 32/33 ).

Destarte, É UM DOCUMENTO OFICIAL DA IGREJA CATÓLICA E DA CNBB-REGIONAL SUL-1, que compreende todo o Estado de São Paulo e tem autoridade para deliberar e expedir documentos em seu nome, orientando os fiéis.

Portanto, a CNBB-REGIONAL SUL-1, ELABOROU E APROVOU O “APELO” E EXPEDIU A “NOTA” recomendando sua ampla e irrestrita divulgação, que a requerente estava seguindo fielmente.
(…)

Sobre a suposto crime eleitoral, argumenta a Diocese de Guarulhos:
A Mitra Diocesana e o Bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini não apoiaram nenhum candidato a deputado estadual ou federal, senador, governador ou presidente. Estão defendendo o Evangelho e a Doutrina Cristã e acompanhando a pregação e orientação do Papa Bento XVI, que desde o início de seu Papado, está alertando os católicos sobre o relativismo.

Relativismo é, por exemplo, votar em algum político que “rouba mas faz”. Se ele rouba, não poderia ser candidato. É mandamento cristão: “NÃO ROUBAR”. Em obediência ao mandamento, os católicos não devem votar em quem rouba.

Relativismo é, por exemplo, aceitar e votar num partido ou político que está empenhado na liberação do aborto. Cristo defende a vida. A Igreja Católica defende a vida. Os católicos defendem a vida. Os cristãos defendem a vida. A vida é o bem maior de todos os seres humanos. “NÃO MATAR” é um mandamento.

O aborto, para os cristãos, consiste na retirada de um ser humano em formação - que será depois uma criança, um jovem, um adulto, um idoso, até chegar à morte -, do útero de uma mulher e jogá-lo na privada, no lixo ou no esgoto.

A Igreja Católica Apostólica Romana segue o Evangelho de Jesus Cristo. Ela e seus sacerdotes - padres e bispos - fazem profissão de fé e estão obrigados a defender esses princípios, em todos os momentos de suas vidas.

Além da questão do aborto, o Código de Direito Canônico obriga o bispo a propor e explicar aos fiéis as verdades.

A CNBB-REGIONAL SUL-1, Mitra Diocesana de Guarulhos e Dom Luiz Gonzaga deram cumprimento aos cânones 386, §1 e §2, assim escritos:

“§1. O Bispo diocesano é obrigado a propor e explicar aos fiéis as verdades que se devem crer e aplicar aos costumes…” §2. Defenda com firmeza a integridade e unidade da fé, empregando os meios que parecerem mais adequados…”.

Temos, então, que o Direito Canônico obriga os Bispos a explicar as verdades e defender a integridade e unidade da fé. Inclusive a verdade sobre o aborto. Dom Luiz cumpriu sua obrigação canônica.

Dom Luiz poderia, inclusive, indicar candidatos, se quisesse. Isso não é proibido. Mas não o fez. Está apenas defendendo princípios. Se os princípios conflitam com os princípios de outras pessoas, partidos ou candidatos, as conseqüências cada um deve assumir para si. Se alguém tem posições contrárias aos princípios cristãos, deve expor e defender essas teses, assumindo a responsabilidade decorrente.

No caso presente, os bispos das 41 dioceses do Estado de São Paulo resolveram emitir um documento que explicasse em quem não votar, tendo como base principal o aborto, ponto que Sua Santidade o Papa Bento XVI vem, exaustivamente, chamando a atenção de todo o povo do mundo.

A vida é dom de Deus, bem indisponível, em qualquer tempo, tanto que auxiliar alguém a suicidar-se é crime capitulado no art 122, do Código Penal. Ninguém pode atentar contra nenhuma vida.

A apreensão dos documentos pertencentes à Mitra Diocesana de Guarulhos, autorizado pela CNBB-REGIONAL-SUl-1, é uma ação discriminatória da candidata Dilma Rousseff e da Coligação para o Brasil Seguir Mudando, que está perseguindo e tentando impedir a Igreja Católica e seus membros de expressar suas convicções religiosas.

Assim, requer se digne V. Exa de revogar a liminar e determinar a devolução de todo o material apreendido, por respeito à Constituição Federal e aos direitos constitucionais pétreos da requerente e de seus membros.

Voltei
A brilhante exposição dos advogados da Mitra Diocesana, João Carlos Biagini e Roberto Victalino de Brito Filho, lembra ainda o que deveria ser corriqueiro na vida pública brasileira: este é um país em que a Constituição garante a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, sendo vedada a censura

O documento da Diocese lembra ainda que todos os dados relacionados no “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, que relacionam o PT e sua candidata à defesa da descriminalização do aborto, são verdadeiros e públicos.

Olhem aqui, meus caros: o que está em debate é o direito de uma igreja orientar os seus fiéis, direito este que foi suspenso por causa do processo eleitoral. E nada, na Constituição, autoriza tal suspensão. Mais: o argumento de que o documento da Regional Sul I é falso é um escândalo em si mesmo.

Pela primeira vez na história, desde a redemocratização do Brasil, usam-se as eleições para suspender garantias previstas no Artigo 5º da Constituição, cláusulas pétrea, que não podem ser revogadas nem por emenda constitucional.

Por Reinaldo Azevedo

Amaury, a PF e uma combinação de farsas

A VEJA online publica uma reportagem de Fernando Mello com dados do depoimento à Polícia Federal do ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr, atual contratado de Edir Macedo. Em nenhum momento o rapaz afirma que estava atuando a serviço de Aécio Neves, então governador de Minas, ou para protegê-lo.

E como é que essa versão circula por aí? Escrevi a respeito na madrugada. Trata-se de uma armação de caráter político, quase anunciada por Lula ao antecipar a repórteres que a PF traria novidades sobre o caso, antes da entrevista coletiva do delegado responsável pelo inquérito. A única “novidade” foi a informação de que Amaury havia confessado ter encomendado as quebras de sigilo, o que a Folha já havia noticiado. O policial não fez especulação política.

E como é que essa especulação está presente em todo canto? Ora, trata-se de uma plantação vinda de áreas da própria PF, estimulada, obviamente, por Amaury.

A reportagem da VEJA Online informa também que o contratado de Edir Macedo contou à polícia que os dados de seu computador foram surrupiados por Rui Falcão sem o seu conhecimento ou consentimento. Huuummm… Pobre rapaz ingênuo esse Amaury! A versão que parece complicar a vida do homem de comunicação da campanha de Dilma Rousseff é só cortina de fumaça para, vejam só!, proteger o PT e o próprio ex-jornalista. Por quê? Tio Rei explica.

1 - Ao afirmar que Falcão surrupiou os dados, Amaury pretende sustentar a tese de que ele não estava trabalhando para a campanha do PT. Logo, o partido não teria encomendado coisa nenhuma. Isso interessa a quem? Ao PT e a Amaury,  apenas um romântico lutando contra maldades tucanas…

2 - Ao afirmar que Falcão surrupiou os dados, Amaury alega, então, a sua inocência num dos crimes ao menos — a divulgação de dados sigilosos — e complica só aparentemente a vida do petista, que vai negar que isso tenha acontecido, é claro. Como Amaury não tem, prova, será a sua palavra contra a do outro. Isso interessa a quem? Embora Falcão e Amaury não sejam exatamente da mesma enfermaria, a versão acaba sendo útil a todo mundo porque a) o ex-jornalista se coloca como vítima de Falcão; b) Falcão se coloca como vítima do ex-jornalista; c) mitiga-se, no conflito, o papel de Amaury como estafeta do PT. É engenhoso. Márcio Thomaz Bastos terá pessado por ali?

Ao principal
Esse aspecto, no entanto, é secundário. Amaury aposta na tolice alheia ao armar a versão de que o Magricela Cerebral e Malvado invadiu o quarto do Gordinho Buliçoso e Ingênuo para fazer uma cópia de seu computador… Tenham paciência! Quando a turma do Lanzetta contratou os serviços do ex-jornalista, certamente sabia do que ele era capaz, não? Aliás, qualoquer um, quando o contrata, sabe, não é mesmo, Edir Macedo?

Por Reinaldo Azevedo

Por Leonardo Souza e Fernando Rodrigues, na Folha Online. Volto depois:

O jornalista Amaury Ribeiro Jr. não estava a serviço do diário “Estado de Minas” quando encomendou e, segundo a Polícia Federal, pagou pela violação dos dados fiscais de parentes e pessoas próximas ao candidato José Serra (PSDB), segundo cruzamento de informações obtidas pela Folha com a investigação.

Amaury fez parte do “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Conforme a Folha revelou em junho, os dados fiscais sigilosos dos tucanos foram parar num dossiê que circulou entre pessoas do comitê dilmista. Em depoimento à PF, o despachante paulista Dirceu Garcia admitiu que recebeu R$ 12 mil em dinheiro vivo das mãos de Amaury para comprar as declarações de renda das pessoas próximas a Serra.

De acordo com registros trabalhistas, Amaury foi contratado pelo “Estado de Minas” em setembro de 2006. No dia 25 de setembro de 2009 saiu em férias por um período que iria até 14 de outubro. No dia 15 do mesmo mês, quando teria de voltar ao trabalho, pediu demissão e deixou o jornal, sem aviso prévio.

De acordo com o depoimento do despachante Garcia, Amaury lhe encomendou os documentos fiscais dos tucanos no final de setembro. No dia 8 de outubro, Amaury saiu de Brasília e foi a São Paulo buscar a papelada. O pagamento foi feito em dinheiro vivo no banheiro do bar Dona Onça, na avenida Ipiranga. Ou seja, quando encomendou e desembolsou o dinheiro pelo serviço, Amaury não estava a serviço de “Estado de Minas”, apesar de no papel manter vínculo com a empresa.

Segundo a Folha apurou com pessoas envolvidas na investigação, o jornal bancou formalmente as viagens de Amaury até agosto de 2009. Em outubro, suas passagens de avião foram pagas em dinheiro vivo. Em entrevista coletiva ontem, a PF havia divulgado apenas que Amaury mantinha vínculo empregatício com “Estado de Minas”, sem informar que estava em férias quando houve o pagamento pela compra dos documentos. A PF também havia informado que os deslocamentos do jornalista tinham sido pagos pelo diário mineiro, mas sem mencionar datas.

Em depoimento à PF, Amaury confirmou que conhecia o despachante Garcia e que teria lhe encomendado buscas em juntas comerciais, mas não de documentos sigilosos. Desconversou também sobre a forma de pagamento pelos serviços. O jornalista também afirmou que iniciou seu trabalho de investigação contra Serra e aliados quando era funcionário do jornal “Estado de Minas”, para “proteger” o ex-governador tucano Aécio Neves, que à época disputava internamente no PSDB a candidatura à Presidência.

Aécio Neves e PSDB divulgaram notas ontem pelas quais negaram envolvimento com o episódio. A campanha de Dilma usou a ligação de Amaury com o jornal mineiro, próximo politicamente de Aécio, para tentar afastar o envolvimento do PT com o caso.

Comento
A PF jogou informações no ventilador para tentar confundir a opinião pública em vez de explicar o que aconteceu. Por quê? Porque o objetivo era tirar o PT do foco, como Lula anunciou que aconteceria, ainda que com outras palavras, e transformar esta esdrúxula figura — o ex-jornalista Amaury, atual funcionário do moralista Edir Macedo — num problema “tucano”.

De todas as tramóias do governo Lula para NÃO investigar um malfeito, esta foi, sem dúvida, a mais indecente, a mais indecorosa. Nas outras, sempre se notou a tentativa de tirar o corpo fora, de garantir a impunidade, com acusações genéricas: “Todo mundo faz; todo mundo é assim”. Desta feita, a coisa é diferente: decidiu-se culpar a vítima mesmo. Sem medo de ser feliz — e sem vergonha, como é do feitio da turma.

Por Reinaldo Azevedo

Aécio atribui declaração de jornalista à disputa eleitoral

Por Gabriela Guerreiro, na Folha Online:
O ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) atribuiu nesta quinta-feira à disputa eleitoral a informação de que o jornalista Amaury Ribeiro Jr., que fez parte do “grupo de inteligência” da campanha de Dilma Rousseff (PT), teria levantado informações sigilosas de familiares do candidato José Serra (PSDB) para proteger o próprio Aécio dentro do partido. Ao negar manter qualquer ligação com Amaury, o ex-governador disse que tem como meta eleger Serra presidente.

“É muito estranho que às vésperas da eleição uma versão de um depoimento busque criar o antagonismo no campo adversário. Serra e eu estamos absolutamente unidos, imunes a estas intrigas, e quem deve explicações em relação a dossiês, em relação a quebra de sigilos, como vimos no caseiro, algum tempo atrás, é sempre o PT.”

O jornalista confirmou ontem em depoimento à Polícia Federal que encomendou dados de dirigentes tucanos e familiares de Serra. Essas informações, obtidas ilegalmente em agências da Receita Federal em São Paulo, foram parar em um dossiê que, no começo do ano, circulou no comitê dilmista.

Amaury justificou a ação ao afirmar que iniciou seu trabalho de investigação contra Serra quando era funcionário do jornal “Estado de Minas” para “proteger” Aécio - que na época disputava dentro do PSDB a indicação para concorrer à Presidência da República.

Na tentativa de mostrar que há unidade dentro do PSDB, Aécio inaugurou hoje em Goiânia um comitê de campanha de Serra. Acompanhado do candidato ao governo do Estado, Marconi Perillo (PSDB), Aécio disse que “Serra representa não apenas a vitória de um projeto político, de um partido político, mas a vitória da própria democracia”.

O ex-governador respondeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, durante discurso em Goiânia esta semana, fez ataques a Perillo. “É triste ver que, no afã da vitória, na volúpia pela vitória, se descambe para ataques tão pessoais e grosseiros como esses. É preciso que a gente compreenda que, na democracia, o adversário não é seu inimigo necessariamente.”

Em mais um ataque a Lula, o tucano disse que “jamais na história desse país se viu um presidente descendo do patamar da Presidência da República para avançar tanto nas eleições”.

Aécio disse ainda que a eleição de Serra vai garantir que “as instituições democráticas no Brasil não estarão a serviço de uma facção política ou de um governo circunstancial”.

PESQUISAS
Ao tentar justificar a liderança de Dilma nas pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial, Aécio disse que “os institutos de pesquisa erraram muito”. “Talvez em nenhuma outra eleição tenham errado tanto. Alguns dos principais institutos de pesquisa do Brasil erraram da nossa avaliação final da campanha 24 horas da eleição em mais de 20 pontos percentuais. Isso é grave”, afirmou.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (Veja)

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2 comentários

  • Robson Alberto Barbosa de Sousa Jataí - GO

    Gente! este site é de grande valor de conhecimentos e busca de informação para o setor agricola, mas está parecendo que virou campanha politica de certos autores, que torcem a favor de (SERRA) como deste Reinaldo Azevedo (veja). É extranha sua indignação pelo que há de acontecimentos em relação a campanha de Dilma e Lula. Não use seu potencial para estar do lado eleitoreiro, não faça da arte um ofuscado politico, não faça campanha contra ou a favor de certos!!

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Alguém que se passa pelo do candidato do Psol, Plínio de Arruda Sampaio, lembrou do caso Paulo Preto, o ex-assessor de Serra, acusado de sumir com R$ 4 milhões da campanha do tucano. “Na bolinha de papel tava escrito: "Não se larga um lider ferido na estrada" Ass: Paulo Preto.”

    As piadas com a bolinha de papel foram muito boas. “O exame de ‘bolística’ determinou que o projétil saiu de um chumaço de Maxprint, calibre A4”, disse Rodolfo Cabral.

    “Células terroristas Chamex, Maxprint e Aracruz disputam autoria do atentado!”, comentou Pedro Almeida.

    “Ações da Faber Castel, Chamex e Xerox saltam e o povo compra papel desesperadamente. Serra teme uma guerra civil”, comentou Felipe Salgado.

    “Bolinha de papel é considerada arma branca”, brincou Leticya Simões.

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