Uma empulhação foi desmascarada: Só 20 presos e 50 fuzis… “Tropa de Elite 3″ decepciona…

Publicado em 29/11/2010 16:14 e atualizado em 29/11/2010 20:32

O nome do filme – “Tropa de Elite 3 – Interiores”

Com invasão hostil-negociada ou ocupação pacífica, a “retomada de territórios” do narcotráfico no Rio se faz sem prender os bandidos — alguns gatos-pingados só pra não dar muito na cara e ter o que exibir à opinião pública. Não! Não se trata de negar aspectos positivos da “ocupação” do Complexo do Alemão, mas de lhe atribuir a real dimensão e distinguir o que é política de Segurança Pública do que é política de Segurança do Marketing.

O desfecho de ontem, dado o clamor, decepcionou muita gente — a mim, não; quem me lê habitualmente sabe que era o que eu mais ou menos esperava. Era como se faltasse José Padilha na direção — ficção e realidade, aliás, estão se cruzando nesse episódio de modo muito emblemático. Já chego lá. A aposta era mesmo num “Tropa de Elite 3 - A Solução”. Mas esse filme não veio. Os bandidos já tinham sido burros o suficiente até ali. Só os mais aptos — para o crime — se deram conta de que não há melhor negócio do que as UPPs (farei um post a respeito daqui a pouco). O problema é o que fazer com a mão-de-obra ociosa para que não vá aterrorizar no asfalto, assaltando bolsas e relógios.

Sérgio Cabral e o governo federal só tinham uma coisa a fazer depois que assistimos, ao vivo, à marcha da bandidagem da Vila Cruzeiro para o Alemão: entrar na área. Resistindo, o Comando Vermelho sofreria muitas baixas, com a perda de soldados treinados;  recuando, todos acabariam se dando bem: o governo do Rio seria elogiado por seu feito inédito, e os criminosos preservariam o seu exército. E se fez, então, essa opção. Os seres mais lógicos logo se perguntaram: “Pô, se era tão fácil, por que não se fez antes?” Resposta: porque não era nem é tão fácil.

Cadê os, segundo a Polícia, 500 traficantes? A resposta é esta: o Exército e a polícia estão no morro e vão investigar casa por casa. Bem, acho que a turma da pesada não ficou dando sopa por ali. Como é impossível investigar tudo ao mesmo tempo — dadas a topografia e a arquitetura  locais —, ainda que um ou outro tenham sobrado, dá para brincar de gato e rato. O número de presos é esse que se tem aí, com um ou outro acréscimos irrelevantes.

José Beltrame Mariani, secretário de Segurança, sempre dá respostas muito interessantes. Indagado sobre a fuga em massa, afirmou: “Posso garantir que os que fugiram, sem arma, sem casa, sem território, são muito menos do que eram antes”. Assim seria se assim fosse. Aonde quer que tenham ido, terão território, arma e casa.

Mas a honra do Rio e da pátria está salva. À falta de eventos espetaculares, o filme que se viu poderia se chamar “Tropa de Elite 3 - Interiores”, com narrativas mais individualizadas, quase intimistas: o pai que entregou o filho, a mãe que procurou a polícia, as “mansões” dos chefões no morro, com suas banheiras de motel — até bandido gosta de conforto, embora não tenha “sendo de proporções”, como diria Caetano Veloso, um amigo dos amigos…

Por Reinaldo Azevedo

Uma empulhação foi desmascarada; vamos ver, agora, se estamos diante de outra. Só 20 presos e 50 fuzis… “Tropa de Elite 3″ decepciona…

Uma empulhação foi desmascarada pelos fatos. A polícia de Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame não prendia ninguém, “ocupava” os morros com suas UPPs sem reprimir o tráfico, desde que ele seguisse as regras do decoro, e a “paz” estava garantida! Passou a ser, assim, um comércio velado, mas aceitável. Sem precisar da soldadesca do crime para garantir a segurança — uma vez que a polícia passou a fazer parte da paisagem —, o lúmpen foi oferecer sua mão-de-obra em outras paragens.

Finda a primeira empulhação, vamos ver se estamos agora diante da segunda. É cedo para contar vantagem, para declarar vitória — a depender, claro, do que se considere exatamente vitória. Estimavam-se em até 500 os traficantes acoitados no Complexo do Alemão, aquele onde a polícia não punha os pés havia mais de dois anos e onde o governo federal se orgulhava de tocar obras do PAC. A segunda “operação histórica” (a primeira foi a da Vila Cruzeiro) prendeu 20 pessoas, com três mortes, e 50 fuzis. A bandidagem fugiu . Teve tempo para isso! O Alemão é do Comando Vermelho. A maioria se mandou para a Rocinha, governada pelo ADA (Amigos dos Amigos).

A polícia diz que vai lá e no Vidigal, mas na hora certa. Bem, então agora são os 500 do Alemão mais os que já estavam na Rocinha. Quantos? Mil? 1.500? Estima-se que o narcotráfico empregue 16 mil. A apreensão de armas também foi ridícula: 50 fuzis. A bandidagem manteve o seu arsenal. Estupenda é a quantidade droga: 40 toneladas de maconha e 250 kg de cocaína! E é de se supor que isso seja apenas uma parte da mercadoria. Agora, sim, acredito que os cheiradores e queimadores de mato sentirão algum impacto no bolso. Haverá uma queda no abastecimento. As leis de mercado tornarão o produto mais caro — a menos que a atividade entre com algum estoque regulador…

Recuperar o território é importante, sim — se for para valer —, mas não existe combate ao crime sem prender criminosos. Essa é uma jabuticaba que Beltrame e Cabral ainda não conseguiram cultivar. A questão vai ganhando contornos interessantes. Digamos que se decida, agora, recuperar o território da Rocinha — e espero que não seja preciso uma nova rodada de incêndio a carros e ônibus para que isso aconteça. Muito bem, caso o padrão “olha que eu vou subir” se repita, o exército de marginais migra dali para outro lugar. E assim sucessivamente.

Bem, das duas uma: ou o tráfico decide reordenar-se para absorver os seus soldados no novo esquema — uma coisa, assim, de “tráfico com consciência social” —, ou a bandidagem vai procurar oportunidades de negócios em outros estados, né? Os que fazem fronteira com  o Rio, diga-se, devem se precaver desde já. Eu  não aposto muito que Cabral e Beltrame mudem a escolha essencial: na forma como se dão ocupações e invasões, baixas e prisões são poucas. Preso dá trabalho e custa caro, sem contar que é preciso ter onde alojá-los…

Não foi um Tropa de Elite 3! O filme da vida foi bem mais chocho do que a expectativa gerada no público. Tanto é assim que foi preciso recorrer a um outro tipo de narrativa, bem mas intimista. Mas falo a respeito quando acordar.

Por Reinaldo Azevedo

O acordo, a ocupação pacífica do Complexo do Alemão e o futuro

Como vocês estão cansados de saber a esta altura, a polícia entrou no Complexo do Alemão praticamente sem resistência. Bandido é bandido, mas não é burro. Resistir ao aparato que reúne PM (Bope), PF e Forças Armadas seria suicídio coletivo. Muita droga foi apreendida. Não se sabe ao certo o número de presos até agora, mas não são muitos. Também é pequena a apreensão de armas, dado o arsenal já exibido pelos bandidos. A ocupação não rende um filme de ação, algo como Tropa de Elite 3. Acabou sendo chocha. Melhor assim em certo sentido. Do contrário, haveria muitas mortes: de bandidos, de militares e também de moradores. Depois de cantar o Hino Nacional, o Hino da Proclamação da República, o Hino à Bandeira e o Hino da Independência, a gente pode começar a pensar.

Esse desdobramento não é acidental. Desde o cerco ao complexo, as forças de segurança negociam com a bandidagem. O, como é mesmo?, “mediador social” (ou coisa assim) José Júnior, da ONG AfroReggae, foi uma das pessoas que fizeram o meio-de-campo. A “ocupação” só foi decidida depois de um acordo. Ficou estabelecido que as forças de segurança “invadiriam” a área sem resistência. Os bandidos ofereceram a passividade, e o Estado lhes deu o direito de tentar fugir. A região é gigantesca. Bem poucos trazem estampado no corpo a marca “sou bandido”, a exemplo de um tal Leandro Sedano, 20 anos. Ele mandou tatuar três vezes o nome de “Fernandinho Bera Mar” (sic) nos braços; numa das mãos, um folha de maconha; nas costas, a expressão “eu cheiro”. Ou seja: Leandro é um Zé Mané. O tráfico não confiaria a ele um papelote de cocaína para vender - ele cheiraria o pó… A polícia não tem o retrato de todos os traficantes, e ninguém  pode ser preso se estiver em casa, assistindo ao confronto Corinthians X Fluminense…

É claro que era preciso ocupar o Complexo do Alemão — aliás, é preciso levar Estado a todas as favelas do Rio. No que concerne à entrada no morro propriamente, o certo é isso que se vem fazendo agora, não o que se vinha fazendo antes. Essa política é, sim, desdobramento da anterior (aquela que não prendia ninguém), mas pelo avesso. As conseqüências negativas da escolha anterior forçaram a ação de emergência — embora esperada há pelo menos 20 anos pelos trabalhadores, que são reféns do narcotráfico, e pelo conjunto dos cariocas, que não suportavam mais ter sua rotina abalada pelos traficantes. Pensando a coisa toda só por suas conseqüências, talvez se possa dizer que há males que vêm para bem — se vierem. O que quero dizer?

Feita a ocupação, é preciso fazer o trabalho de investigação para prender os traficantes, O QUE NÃO FOI FEITO ATÉ AGORA NAS 13 FAVELAS PACIFICADAS. Em 11 delas, o tráfico opera normalmente. Mudou a logística, mudou o comportamento dos traficantes, direitos mínimos são garantidos pela Polícia, mas o comércio do bagulho segue normalmente. Soldados do tráfico, tornados desnecessários nas favelas aonde chegaram as UPPs, haviam se deslocado para as favelas nas quais a polícia ainda não está presente.

Pedem que, nos meus textos, eu dê tempo ao tempo. Ora, claro que sim! Só estou chamando a atenção para uma evidência: caso se repita no Alemão o que aconteceu nas 13 favelas já “pacificadas”, o tráfico será “civilizado”, e quase ninguém será preso, com uma apreensão de armas pequena, dado o arsenal da bandidagem. E a isso não se pode chamar exatamente “combater” o tráfico.

Fala-se na apreensão de até 20 toneladas de maconha só no Alemão! É um troço fabuloso! Dado o andar anterior da carruagem, toda essa mercadoria logo seria posta para circular, financiando esse ramo da economia que, estima-se, emprega 16 mil pessoas só no Rio de Janeiro. Como se nota, estavam certos todos aqueles que se perguntavam indignados: “Mas por que a polícia e as Forças Armadas não sobem os morros e tomam as fortalezas do tráfico?” Pois é… Por quê? Que bom que o tenham feito agora!

Os próximos dias e meses dirão até onde se preparou um espetáculo para turistas — como turística era a política anterior. Sem investigação, prisões em massa e o devido processo legal, nada feito!

Por Reinaldo Azevedo

“O tráfico continua em 11 das 13 favelas pacificadas”

O mais divertido nos petralhas é ver como adoram procurar chifre em cabeça de cavalo. A capa da VEJA desta semana traz a foto de um policial do Bope, um local, uma data e um título: “Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2010 - O DIA EM QUE O BRASIL COMEÇOU A VENCER O CRIME“.

“Está vendo? Nem a VEJA concorda com o que você diz”. “Ih, foi desautorizado pela VEJA!” Pobres coitados! A revista sempre achou que o crime tinha de ser enfrentado, e os criminosos, presos. E saúda isso! Eu também! Felizmente, temos, sim, diferenças  — ou meu blog seria desnecessário, mas não nesse caso.

Não deixem de ler, diga-se, a reportagem de Ronaldo Soares e Roberta de Abreu Lima, acompanhada de um notável trabalho de edição. Destaco um trecho que demonstra que se pode fazer jornalismo maiúsculo, saudando a determinação do Estado de restaurar a ordem no Rio, mas sem cair no oba-oba, na patriotada e… no ridículo! E, sobretudo, sem fugir aos fatos:
(…)
Ninguém de bom-senso discorda de que a iniciativa de libertar territórios controlados por criminosos seja um avanço e tanto. A experiência internacional mostra que eliminar a presença de traficantes armados, que impõem suas regras na base da coerção e da violência, é o primeiro movimento a ser feito no combate ao crime organizado. Nas colombianas Bogotá, Medellín e Cali, essa estratégia funcionou bem. As UPPs seguiram o modelo da Colômbia, mas guardam uma diferença em relação a ele. Nas cidades daquele país, os quartéis-generais dos chefões do tráfico foram tomados logo nas primeiras operações, a partir de 2002, e os criminosos acabaram presos. No Rio, as principais trincheiras dos facínoras ficaram intocadas, enquanto o estado empreendia a ocupação de favelas menores e periféricas no mercado de entorpecentes. Com isso, os chefões seguiram fazendo negócios - agora auxiliados pelos bandidos das favelas tomadas que se refugiaram em seus domínios. Para se ter uma idéia, só no ultimo ano, o número de criminosos alojados no Complexo do Alemão triplicou.

Essa cambada perdeu o território, mas contínua a comandar o tráfico em seus antigos domínios. O comércio passou a ser mais velado e, quem sabe, um pouco menos lucrativo. Carregamentos de entorpecentes, que antes desembarcavam nos morros em enormes lotes à luz do dia, passaram a ingressar nas favelas ocupadas por UPPs por um exército de formigas, que transporta a droga aos poucos. Afirmam a VEJA dois agentes do departamento de inteligência da polícia: “Sabemos que, em onze das treze favelas pacificadas, o comércio de drogas praticamente não foi afetado”. É uma razão para explicar a falta de resistência às investidas da polícia: as ações oficiais não haviam atingido um reduto verdadeiramente lucrativo para o tráfico.Nesse sentido, a tomada de Vila Cruzeiro, do Complexo do Alemão e, posteriormente, do Vidigal e da Rocinha dará uma visão mais realista acerca da eficiência das UPPs.

Encerro
Acho que o trecho é bastante eloqüente, não?

Por Reinaldo Azevedo

Realidade, ficção e jornalismo se abraçam. O resto é paz!

Há coisas realmente notáveis acontecendo no Brasil. Se as nossas ciências sociais não estivessem empenhadas, quase unanimemente, em justificar o presente, o que representa a morte do pensamento, haveria farto material para reflexão. No Rio, a fronteira entre realidade e ficção foi diluída de maneira curiosa.

José Padilha, um competente diretor de cinema, é convidado por programas jornalísticos para debater cinema, certo? Não! Ele fala como se fosse especialista em segurança pública. Nem o estou censurando por isso, não. Com freqüência, diz coisas que me parecem bem razoáveis. Como ele pensa claro e fala com fluência, seu desempenho é sempre muito bom. Mas ele é notável, por enquanto ao menos, pelos filmes de ficção. Aliás, até um documentário tem um roteiro que busca mais ser verossímil do que verdadeiro, e ele sabe disso. O documentário mais realista do mundo segue NÃO sendo uma realidade.

Curiosa é também a trajetória de Rodrigo Pimentel. Ex-capitão do Bope — especula-se de modo um tanto fantasioso, mas ninguém nega, que ele seja o alterego do Capitão Nascimento —, escreveu em parceria com Luiz Eduardo Soares o livro A Elite da Tropa, que trata justamente dos confrontos entre o Bope a corrupta polícia do Rio. O texto inspirou o filme “Tropa de Elite”, de Padilha. Pimentel, Soares e os outros dois co-autores — André Batista e Cláudio Ferraz — lançaram agora “A Elite da Tropa 2“. Na primeira onda, livro gera filme; na segunda, filme gera livro.

Mas por que isso? Padilha, cineasta, opina sobre segurança. Pimentel, policial, tornou-se roteirista de cinema e comentarista de TV. Numa entrevista a William Waack, previu que as forças de segurança enfrentariam grande resistência no Morro do Alemão. Admitiu, depois, que se surpreendeu com a moleza. Nunca peguei num trabuco nem sou especialista em nada (em algum bom senso, talvez), mas sempre me pareceu que os bandidos não seriam idiotas. Certamente acompanhavam a crise pela TV e sentiram o clima. Sem contar que a polícia se mostrava muito severa: “Ói que nós vamos invadir… Nós vamos, hein… Rendam-se com as mãos erguidas e o fuzil sobre a cabeça e se apresentem em tal local”. Os bandidos preferiram dar no pé. Já participei de um debate com Pimentel no Rio. É um homem inteligente, que conhece bastante a sua área, sim. Não estou desdenhando de sua atuação como roteirista ou comentarista.

Só estou chamando a atenção para o fato de que realidade, ficção e jornalismo começam a se misturar de modo um tanto incômodo. Pimentel, como disse, é um sujeito capaz, bem-informado. Mas seu erro sobre a resistência que não houve no Alemão dá conta de que ele pode ter tomado a trilha errada. Ele é, por exemplo, um dos grandes entusiastas das UPPs. No fim das contas, é porque ele sabe que a “pacificação” é feita com o consentimento da canalha, e a operação no Alemão não tinha, até então, sido negociada. Mas foi, como se viu.

O resto é paz.

Por Reinaldo Azevedo

A estreia da “Força” destruiu a fantasia costurada pelos farsantes federais

Entre um sarau com blogueiros estatizados e um passeio na Guiana, o presidente Lula lembrou-se de que os barulhos no Rio não eram fogos de artíficio nem anunciavam a entrada na Sapucaí de alguma escola de samba e comunicou ao companheiro Sergio Cabral — por telefone — que a parceria continua. “Ele terá tudo o que pedir dentro da lei”, recitou.

A declaração é o que os americanos chamam de no news — a não-notícia, o antifato, a trivialidade descartável. É também uma frase exemplarmente cretina, constata quem a confronta com o seu oposto. Alguém pode imaginar um presidente dizendo que um governador não terá nenhum pedido atendido, a menos que solicite algo ilegal? Lula é capaz de tudo, certo. Mas até para esse tudo há limites.

Depois de credenciar-se a disputar com Dilma Rousseff a final do campeonato brasileiro de platitudes, fez o que sempre faz em situações de perigo: tirou o corpo fora. “É preciso respeitar a soberania do Rio”, descobriu o presidente que vive se metendo no Oriente Médio, no Irã, em Honduras e em quaisquer paragens que lhe pareçam eleitoralmente lucrativas. Até a eleição do dia 31, Lula, Dilma e Cabral faturaram gulosamente o milagre da pacificação do Rio. Desmontada a falácia, o presidente debitou o prejuízo na conta do governador.

Em fevereiro de 2007, em outra conversa por telefone com Cabral, Lula foi muito além do palavrório protocolar ao saber que as coisas haviam esquentado de novo no Complexo do Alemão. Que o companheiro dormisse em paz, avisou o maior dos governantes desde Tomé de Souza. A Força Nacional de Segurança Pública, parida e comandada pelo marechal de bombachas Tarso Genro, estava devidamente adestrada, com a faca nos dentes e ansiosa por mostrar seu valor.

Não poderia haver cenário tão perfeito para o espetáculo de estreia, concordaram os parceiros. O  mosaico de favelas penduradas em morros controlados pelos mais ferozes narcotraficantes do país conheceria a bravura e a eficácia da “Força”, como Lula e Tarso se referiam, com cara de pai orgulhoso, à tropa invencível. Feliz, o governador atravessou a madrugada sonhando com a chegada da salvação. Confiante como um general alemão em 1940, o presidente ordenou que o exército fantasma se materializasse no Rio e entrasse em ação.

O vídeo enviado pela comentarista Lilian mostra o que aconteceu. Tem . Em pouco mais de 2 minutos, reduz a farrapos fantasias costuradas durante oito anos pelos estilistas do Brasil do faz-de-conta. E explica por que enfim se solicitou a ajuda das Forças Armadas. O esquema de segurança pública do governo federal nunca existiu.

Caos na educação

Estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria comparando o Brasil a outros onze países, como os demais Bric, África do Sul, México, Colômbia e Chile, traduz em números a difícil situação da educação no país.

O Brasil ficou em nono lugar no quesito qualidade do ensino. É o último colocado no desempenho dos estudantes em matemática, o penúltimo em ciências e o nono em leitura. A educação, área considerada estratégica para elevar a competitividade do país, será um dos temas debatidos no encontro nacional da indústria nesta semana, em São Paulo.

Por Lauro Jardim

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Fonte:
Veja.com.br

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