O segundo governo Dilma, por Lauro Jardim (de veja.com.br)

Publicado em 29/05/2011 19:34

O segundo governo Dilma


Começa amanhã um novo governo Dilma Rousseff. O primeiro iniciou-se no dia 1º de janeiro e terminou há duas semanas quando a Folha de S. Paulo revelou o lado superconsultor de Antonio Palocci. Depois de duas semanas nervosas, de intervenções extemporâneas de Lula e paralisia geral no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff posará amanhã sorridente (conseguirá mesmo?) ao lado de Michel Temer, pouco antes de embarcar para uma viagem rápida para o Uruguai. Na quarta-feira, almoça com os senadores peemedebistas. Um dia depois, repete a dose com a bancada do PTB.

Logo ela, que sempre preferiu almoçar no máximo ao lado de Palocci conversando sobre assuntos administrativos. Agora, terá que, sem dar chance para a indigestão, engolir uma dieta gordurosa com peemedebistas e petebistas à mesa. Todos eles com muita fome. Assim como, nunca se deve esquecer nem menosprezar, terá que domar os próprios parlamentares petistas que hoje, quase que unanimemente, a criticam pelas costas.

Dilma Rousseff tentará, assim, fazer algo que não gosta e, até aqui, revelou não ter aptidão: política. Tentará tomar as rédeas do governo agora que teve o seu principal articulador político baleado e viu, a contragosto, a entrada em cena triunfal de Lula na semana passada.

O governo Dilma da forma como se viu nos seus cinco primeiros meses, portanto, acabou no Caso Palocci. A nova fase inicia-se com alguma dose de descrença dos políticos que mandam de fato em Brasília e – pior para Dilma – sem aqueles cem dias de lua de mel e poucas cobranças a que todo governo tem direito no início. Dilma já começa essa sua segunda encarnação no olho do furacão.

Além dos desafios naturais de todos os governos, o mais urgente para ela é afirmar-se como chefe política. Lula, com sua aparição pirotécnica da semana passada, teve o poder de desidratar Dilma e diminuí-la. Ela passou em poucos dias de presidente a, de novo, gerente. Lula tirou-lhe a autoridade. Se sua intenção foi a de fazer polítiicos e população em geral crerem que ela não sabe governar sozinha, o resultado foi alcançado. Quem a conhece sabe o quanto isso a incomodou.

Dilma foi menos presidente nos últimos dias. A partir das reuniões desta semana tentará restaurar a autoridade arranhada. Não é tarefa fácil. Sobretudo por que terá que lidar na verdade com duas crises, a de Palocci e a do próprio governo. A crise Palocci, no limite, poderia acabar com sua demissão do governo. A outra, no entanto, não se resolve tão fácil.

Por Lauro Jardim

Na moita - Dilma botou e tirou cateter, fez tomografia: tudo em sigilo

Os funcionários do Hospital das Forças Armadas de Brasília foram surpreendidos na manhã do dia 21 com a chegada de Dilma Rousseff. Já sem o cateter e sem tomar antibióticos, ela se submeteu a uma tomografia de controle na mais absoluta reserva. Constatou-se que está curada da pneumonia dupla que a acometeu no início de maio. Ótimo. Só não era necessário que esse procedimento tivesse sido realizado sem nenhuma comunicação à população.

Paralelamente, o Hospital Sírio-Libanês (SP) produziu um relatório médico sobre a saúde de Dilma. Foi feito a pedido dela própria para ratificar a cura e, talvez, ser usado como peça de combate para aplacar os rumores sobre sua saúde. O relatório traça um histórico das doenças e dos tratamentos pelos quais Dilma se submeteu nos últimos dois anos — tem início no diagnóstico do câncer, em 2009, e termina no exame de tomografia.

Por Lauro Jardim

O programa de TV do PMDB, que irá ao ar na quinta-feira, apresentará uma surpresa: Lula gravou uma participação especial na semana passada em São Paulo.

Por Lauro Jardim

Enquanto isso, para tentar espantar a crise e mostrar que o governo está funcionando, Dilma Rousseff lançará na quinta-feira o programa Brasil sem Miséria. No próximo fim de semana, entrará no ar a campanha publicitária, estrelada pelo casal Caio Blat e Maria Ribeiro.

Por Lauro Jardim

Na terça-feira, Dilma Rousseff se reunirá com todos os prefeitos das cidades-sede da Copa de 2014. Todos, menos um. Gilberto Kassab recebeu um aviso do Palácio do Planalto: é melhor arranjar outro compromisso e não aparecer.

O motivo da descortesia? Gilberto Kassab teria prometido ao governo na semana retrasada que abriria uma investigação oficial sobre um suposto vazamento de informações do Caso Palocci oriundo da Secretaria Municipal da Finanças. O Planalto esperou em vão.

Por Lauro Jardim

Dilma Rousseff desceu a borduna em Gilberto Kassab na reunião de ontem com os senadores petistas.

Por Lauro Jardim

De um participante da reunião de Gilberto Carvalho e Tereza Campello com movimentos sociais sobre o programa do governo para combater a miséria: foi mostrado um conjunto de boas intenções, mas nenhuma ação concreta foi apresentada.

Por Lauro Jardim

Antonio Palocci entrega ainda hoje as informações ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre sua evolução patrimonial e os negócios de sua empresa, a Projeto.

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De um ministro de Lula (do governo anterior, que fique claro):

- O Lula está mais feliz que pinto no lixo com essa volta dele a Brasília.

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Antonio Palocci e Michel Temer voltaram a se falar ontem, após a áspera discussão que travaram anteontem. A visão peemedebista é a de que o problema (problema do PMDB, claro) está menos em Palocci e mais em que manda nele.

Por Lauro Jardim

Constatação: Dilma Rousseff ficou menos presidente nos últimos dias.

Por Lauro Jardim
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Blog Lauro Jardim (veja.com.br)

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