Como o PT e Lula se tornaram os principais beneficiários de um dos regimes mais corruptos do mundo, por Reinaldo Azevedo

Publicado em 19/07/2011 19:13 e atualizado em 19/07/2011 22:05

Como o PT e Lula se tornaram os principais beneficiários de um dos regimes mais corruptos do mundo. Ou: É preciso cortar a cabeça da Górgona

A corrupção no poder não é um problema exclusivamente brasileiro; aqui, no entanto, as coisas estão saindo do, vá lá, razoável. Sim, há certa razoabilidade até no mundo da bandalheira. Quem tem uma posição de mando está permanentemente ameaçado pela tentação de contemplar os próprios interesses. Resistir é uma questão de caráter. É preciso trabalhar com pessoas decentes, pois. Mas, nas democracias organizadas mundo afora, confia-se menos nos homens do que nas instituições; são estas que controlam aqueles, não o contrário. No que diz respeito à coisa pública, é preciso diminuir o espaço do arbítrio, da escolha pessoal, em benefício de um padrão que interessa à coletividade. No Brasil, estamos fazendo o contrário: a cada dia, diminui a margem de escolha dos indivíduos privados, e aumenta o arbítrio do estado. É o modo petista de governar. É claro que isso não daria em boa coisa. Convenham: nós, os ditos “conservadores” — “reacionários” para alguns —, estamos denunciando essa inversão de valores faz tempo.

A forma como o poder está organizado no Brasil facilita a ação dos larápios. Há um elemento de raiz nessa história. O regime saído da Constituição de 1988 foi desenhado para o parlamentarismo até a 24ª hora; na 25ª, pariu-se o presidencialismo, e veio à luz um regime híbrido, de modo que o chefe do Executivo fica de mãos atadas sem a maioria no Congresso, e o Congresso não existe sem a distribuição das prebendas gerenciadas pelo Executivo. Ai do presidente que perder a maioria no Parlamento! É claro que Fernando Collor, por exemplo, caiu por bons motivos, mas os motivos para a queda de Lula em 2005 eram maiores e melhores, e, no entanto, foi socorrido pelo Legislativo. O resto é história.

Isso que se convencionou chamar de “Presidencialismo de Coalizão” se mostra, já escrevi aqui, “Presidencialismo de Colisão com a Moralidade Pública”. Aquele que vence a eleição presidencial precisa começar a construir, no dia seguinte à vitória, a sua base de sustentação no Congresso. Não o faz com base num programa de governo. Sabemos como isso está desmoralizado, não? No máximo, há algumas palavras de ordem. Uma das idéias-força de Dilma Rousseff, por exemplo, era o ataque às privatizações… Agora, ela faz o diabo para tentar acelerá-las no caso dos aeroportos, por exemplo.

Ao buscar o apoio no varejo, o que tem o eleito a oferecer? Como se viu, nem mesmo um programa de governo. Resta negociar com o bem público: “Ô Valdemar, rola o apoio dos seus 40 deputados em troca do Ministério dos Transportes, de porteira fechada?” Claro que rola! Pensem bem: por que um partido quer tanto uma pasta como essa? Vocação natural dos valentes para servir? Expertise adquirida ao longo de sua história, de sua militância? Não! Está de olho na verba da pasta, no seu orçamento. Passam, então, a usar uma estrutura do estado e o dinheiro público com três propósitos:
a - fazer política clientelista com os aliados — distribuindo pontes, asfalto, melhorias aqui e ali segundo critérios partidários;
b - fortalecimento do partido por meio da “caixinha” cobrada de empreiteiros e prestadores de serviços;
c - enriquecimento pessoal.

O interesse público, a essa altura, foi para o diabo faz tempo. O PR sabe que jamais exercerá a hegemonia do processo político; sua principal virtude — ou melhor: a principal virtude do partido para seus próceres — é ter porte médio; é ser importante na composição da maioria, mas sem ter a responsabilidade de governar. Isso ele deixa para os dois ou três grandes aos quais pode se associar, sempre cobrando o ministério de porteira fechada. Torna-se, assim, um ente destinado a fazer negócios, não a implementar políticas públicas.

Fragmentação partidária
A fragmentação partidária, outra herança perversa da Constituinte de 1988, também está na raiz desse mal estrutural, que predispõe o sistema brasileiro à corrupção. Os tais movimentos sociais capitaneados pelo PT e pela igreja, os egressos do exílio, mesmo os liberais que combateram a ditadura militar, toda essa gente se juntou para defender a ampla liberdade de organização partidária, estabelecendo critérios muito frouxos e pouco exigentes para a criação de legendas, que foram se tornando ainda mais relaxados por legislação específica.

“Pra que tanto partido, meu Deus?”, pergunta o meu coração. Para assaltar os cofres públicos! Ou alguém identifica no, sei lá, PR, PP e PRB diferenças ideológicas de fundo, que realmente os diferenciem? Ou ainda: o que eles têm de incompatível com o PMDB, por exemplo, e este com o PSB ou com o PDT? A experiência mundo afora tem demonstrado que dois partidos bastam para fazer uma sólida democracia, eventualmente três. Os demais ou servem à vaidade de líderes regionais — na hipótese benigna e mais rara — ou ao assalto organizado ao caixa. Esses partidos não DÃO apoio a ninguém, mas o VENDEM. Os que não conseguem expressão eleitoral para reivindicar cargos públicos fazem negócios antes mesmo da eleição: negociam seu tempo na televisão.

Dá para ser otimista quanto a esse particular? Não! Os encarregados de fazer uma reforma partidária, por exemplo, são os principais beneficiários da fragmentação partidária. Isso não vai mudar.

Como o PT degradou o que já era ruim
Não! Eu não vou igualar o governo FHC ao camelódromo petista só para que me julguem isento. Até porque deixo a “isenção” para os que não têm independência para se dizer comprometidos com certas idéias e teses. Eu, felizmente, tenho. O tucano também governou segundo esse sistema chamado “presidencialismo de coalizão”, sim; denúncias e casos de corrupção também apareceram em seu governo, mas o fato é que a sua gestão tinha um propósito que, a juízo deste escriba, tirou o Brasil do fim do mundo e o fez um ator importante na ordem global: a modernização da economia, que se expressou por intermédio das privatizações, da abertura ao capital estrangeiro, da reorganização do sistema bancário, da disciplina nas contas públicas, da estruturação da assistência social. E tudo debaixo do porrete petista, é bom lembrar. FHC governou essencialmente com o PSDB e com o PFL, os dois partidos que venceram a eleição.

Os leitores mais jovens não têm como saber, mas eu lembro: quando FHC, então pré-candidato do PSDB à Presidência, anunciou a disposição de fazer uma composição com o PFL, a imprensa “progressista” ficou arrepiada. “Como? O intelectual que veio da esquerda se junta aos conservadores? Que horror!” Seu governo, depois, e isso todos sabem, foi chamado de “neoliberal” pelos intelectuais e jornalistas pilantras do PT. Adiante.

O PT entrou na disputa de 2002 prometendo duas coisas antitéticas — o que gloriosamente apontei na revista Primeira Leitura, que fechou as portas em 2006: “mudar tudo o que está aí” (era o discurso de sempre do petismo) e “preservar tudo o que está aí” — essência da tal “Carta ao Povo Brasileiro”, que Antonio Palocci e outros petistas redigiram na sede de um banco de investimentos. A síntese que fiz à época foi esta, e eu a considero, modéstia à parte, muito esperta até hoje: “O PT é a continuidade sem continuísmo, e Serra (então candidato tucano) é o continuísmo sem continuidade”. Minha síntese é boa, mas algo fica faltando.

Oferecer o quê?
O PT NÃO CONTINUOU FHC num particular: faltava-lhe um projeto de governo. Além da continuidade sem imaginação, levado pelos bons ventos da economia mundial, o que o partido tinha a oferecer? Certa resistência do ex-presidente tucano à feira livre dos cargos, aos lobbies organizados de corporações sindicais e empresariais, à demagogia do “faço-e-aconteço” — e essa era uma das virtudes republicanas de FHC — foram transformadas por Lula num grande defeito, numa evidencia do governante frio e tecnocrata. Ele, Lula, era diferente: abria as portas do Palácio a quem tivesser alguma reivindicação, ouvia todo mundo, atendia a todos os pleitos. O Apedeuta transformou o governo federal, em suma, numa espécie de pátio dos milagres de quantos quisessem arrancar um dinheirinho dos cofres públicos em troca do apoio ao governo.

O PT JÁ TINHA SE DADO CONTA, ÀQUELA ALTURA, QUE A HEGEMONIA DO PROCESSO POLÍTICO, QUE ESTAVA EM SEU HORIZONTE DESDE A SUA CRIAÇÃO, EM 1980, SE DARIA NÃO COM A MUDANÇA DA CULTURA POLÍTICA, MAS COM A SUA MANUTENÇÃO.

Por isso Lula disparou certa feita a máxima de que governar é fácil. Ele se dava conta de que a simbiose entre Legislativo e Executivo, de que a fragmentação partidária e de que a gigantesca máquina federal concorriam para a construção e consolidação daquela pretendida hegemonia. E não, ele não precisava nem ter nem anunciar projeto nenhum! Bastava manter nas mãos do PT o núcleo duro do poder e distribuir cargos à mancheia. Teria o Congresso, como teve, na palma das mãos. Se a aliança estratégica que FHC fizera no passado com o PFL soou a muitos uma traição, a de Lula com a escória da política foi tida como evidência de uma pensamento estratégico e sinal de amadurecimento do PT.

O PT, FINALMENTE, SE TORNAVA O PRINCIPAL BENEFICIÁRIO DO MODELO CONTRA O QUAL, PARA TODOS OS EFEITOS, SE CONSTRUÍRA.

Um novo sentido moral para a corrupção
Vocês já devem ter lido que Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e espião oficial de Lula na gestão Dilma, tentou livrar a cara de Luiz Antonio Pagot. O Babalorixá de Banânia, embora diga o contrário, não aprova o desmanche da canalha incrustada no Ministério dos Transportes. Ainda que Dilma seja, obviamente, beneficiária indireta do modo como Lula construiu o governo, tem lá algumas exigências incompatíveis com aquela máquina de ineficiência e corrupção em que se transformou a pasta. Para o demiurgo tornado o ogro da democracia brasileira, isso é absolutamente irrelevante.

Há muito, desde o antiqüíssimo Caso Lubeca — pesquisem a respeito —, o petismo tenta demonstrar que a corrupção praticada pelo partido e por seus aliados tem um sentido moral diferente daquela eventualmente protagonizada por seus adversários. As lambanças petistas seriam imposições da realidade e buscariam sempre o bem comum; no máximo, admite-se que o partido faz o que todos fazem; censurá-lo, pois, seria evidência de preconceito. Esse juízo chegou ao paroxismo durante o mensalão. Muito bem! O PR não inovou seus métodos nos seis meses de governo Dilma; apenas continuou a praticar o que fez nos oito anos de governo Lula. Não por acaso, Valdemar Costa Neto foi um dos protagonistas do escândalo do mensalão. E com tal evidência que renunciou para não ser cassado. Carvalho, em nome de Lula, tenta segurar Pagot porque entende que o PR é parte da construção da hegemonia partidária. Os petistas deram dignidade à escória da política brasileira.

Como se desarma isso?
Como se desarma isso? Não tenho a pretensão de ter uma resposta definitiva. E acho que não há “a” ação eficaz. A vigilância da imprensa, como provou VEJA, é certamente um elemento poderoso. Os partidos de oposição têm de ampliar sua articulação com a sociedade, que se expressa cada vez mais nas chamadas redes sociais. A cada um de nós cabe denunciar a corja de vigaristas que, sob o pretexto de “mudar o Brasil”, transforma o país no reino da impunidade.

E, definitivamente, é preciso denunciar a ação deletéria do sr. Luiz Inácio Lula da Silva. É preciso cortar a cabeça dessa Górgona barbuda sempre disposta a justificar as piores práticas políticas e a petrificar o juízo crítico. Ele se tornou hoje o símbolo do desastre moral que é a administração pública do Brasil. Não por acaso, enquanto o governo Dilma se quedava ontem entre a paralisia e a evidência da corrupção desbragada, lá estava ele ontem confraternizando com os “governistas” da Fiesp, hoje um dos aparelhos rendidos ao lulo-petismo. Comemorando o quê?

A condição de Lula de chefe de um dos regimes políticos mais corruptos do mundo. Isso, como vimos, não será denunciado pelos “comunistas” da UNE, um cartório do PC do B, sócio do poder. Também não será denunciado pelos supostos “capitalistas” da Fiesp, um cartório dos que estão de olho, ou já os têm, nos empréstimos do BNDES a juros subsidiados ou em alguma exceção fiscal.

É assim que se faz da corrupção um método e quase uma metafísica.

Por Reinaldo Azevedo
“Rouba, mas faz” é coisa do tempo do “Brasil progressista”…

As demissões no Ministério dos Transportes, necessárias, aliviam o sintoma, mas não combatem a doença. Proponho uma questão: quantas pastas, vocês acham, resistiriam a uma blitz como a feita nos Transportes? Poucas — nenhuma, quem sabe?… Ocorre que o feudo controlado pelo PR, de Valdemar Costa Neto,  juntou a corrupção, óbvia, a uma espantosa ineficiência.

O “rouba, mas faz”, acreditem vocês, tinha — e eu o digo com óbvia ironia (ultimamente, é preciso fazer piada com faixa de advertência…) — um certo quê “progressista”, né? Os neoladrões já não se ocupam mais de fazer para disfarçar o roubo; dedicam-se exclusivamente a assaltar os cofres públicos.

A corrupção foi internalizada como método. Volto ao tema no próximo post.

Por Reinaldo Azevedo
Desde que reportagem da VEJA chegou às bancas, já são 13 os demitidos; haverá outros

Foram demitidas mais seis pessoas do Ministério dos Transportes. Desde que a VEJA chegou às bancas, no dia 3 de julho, com a primeira reportagem sobre a quadrilha instalada na pasta, já são 12 os demitidos — 13 se contarmos Luiz Antonio Pagot, que, por enquanto, não “aceitou” a própria exoneração. No Diário Oficial de hoje, perderam a cabeça três funcionários do ministério propriamente — José Osmar Monte Rocha, Darcy Michiles e Estevam Pedrosa — e três do Dnit  (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes): Luiz Claudio dos Santos Varejão, Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Maria das Graças de Almeida. São dadas ainda como certas a demissão do petista Hideraldo Luiz Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e a de Felipe Sanches, presidente interino da Valec. Comento no próximo post.

Por Reinaldo Azevedo
Skaf faz a Fiesp competir com a UNE para saber quem tem o nariz mais marrom

Se vocês notarem bem, eu continuo a responder, em textos novos, por que os brasileiros não se indignam, que é aquela pergunta originalmente feita por Juan Arias, correspondente do El País no Brasil. Na quarta, demonstrei como o lulo-petismo encabrestou a sociedade e como as entidades que antes representavam a sociedade civil passaram a ser repartições do partido e do governo.

Num post abaixo, demonstrei como a UNE passou a ser uma organização de capachos do governo. Daniel Iliescu, o novo presidente, acha isso normal porque, diz, o mesmo se dá com outras entidades. É verdade! Mas isso o desculpa? Se Iliescu, governista do PC do B, faz da entidade que preside um monumento ao nariz marrom, não pensem que é diferente com a Fiesp do ex-socialista e neopeemedebista Paulo Skaf. Leiam o que segue. Volto em seguida.

“Dilma foi muito bem”, diz Lula sobre crise nos Transportes

Por Aguirre Talento, na Folha Online:
O ex-presidente Lula abriu na noite desta segunda-feira, em São Paulo, uma exposição de fotos da época de quando ocupou a Presidência da República. O evento foi uma homenagem surpresa prestada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a Lula, que o recebeu para um jantar com empresários. Lula chegou ao local acompanhado de sua esposa, Marisa Letícia, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e não parou para falar com a imprensa.

Abordado enquanto observava as fotos, ele comentou, sobre a atual crise no Ministério dos Transportes, que a atual presidente Dilma “foi bem [nesta crise] e em qualquer outra situação. Foi muito bem”.

A exposição é composta de fotos inéditas feitas pelo fotógrafo da Presidência Ricardo Stuckert, que o acompanhou durante seu governo, e foi montada sem que o ex-presidente soubesse. Diversos ex-ministros estavam presentes para a homenagem, como Celso Amorim (Relações Exteriores) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social).

Ao ver uma foto em que vestia a camisa do Corinthians e jogava futebol, em Brasília, Lula sorriu e afirmou: “Essa aí é que vale”. Questionado se assumiria o comando da seleção brasileira de futebol, ele brincou: “Se me dessem essa oportunidade…”. Depois de ver a exposição, o ex-presidente seguiu para jantar privativo com empresários e seus ex-ministros. A exposição de fotos é aberta ao público e gratuita, na sede da Fiesp, na Avenida Paulista.

Comento
Paulo Skaf é o Daniel Iliescu da Fiesp. O rapaz é comunista; Skaf era socialista até outro dia e agora é peemedebista. Dificilmente será o candidato do PMDB à Prefeitura, vaga reservada a Gabriel Chalita. Mas já vai se preparando para eventualmente disputar o governo do Estado. De todo modo, pôs a entidade a serviço de um projeto partidário.

Lula percebe que há o risco de uma lenta desconstituição do governo Dilma e já se coloca como um poder paralelo, não para tomar o lugar da sucessora até 2014, mas para ser a melhor alternativa da continuidade a partir de 2015.

Lula, como se nota, está cada vez mais fora da moita. Notem que a Fiesp lhe presta uma homenagem, absolutamente extemporânea e sem uma agenda que a justifique, e ainda aproveita para se comportar como um juiz do trabalho da sua sucessora — cuja reação, diga-se, todos sabem, censurou intramuros. Por ele, todos os patriotas do PR continuariam alojados onde estavam. Afinal, também eles fazem parte da hegemonia petista.


No mundo do Lula

No discurso que fez ontem diante de 300 empresários na Fiesp (e só para eles: a imprensa foi barrada), Lula não falou nem de passagem sobre o Dnit, Ministério dos Transportes e afins. Em certo momento, negou que haja risco de desindustrialização no país. Só faltou negar novamente a existência do mensalão.

Por Lauro Jardim

Sarney procura um Murnau

Cena do filme "Nosferatu", de Murnau

Cena do filme "Nosferatu", de Murnau

José Sarney anunciou, como vocês leram, que vai deixar a política!

Ahhh!!!

Mas calma! Será só em 2014, quando estiver com 84 anos. É uma pena Murnau não estar mais vivo. Poderia refilmar Nosferatu, tendo Sarney como o Conde Orlok. Algum outro cineasta se candidata?

Sairá, mas deixará descendentes, claro!, que continuarão a fazer do Maranhão um dos piores melhores lugares da Terra. Estado nordestino que não enfrenta as agruras da seca, não precisou do rigor da natureza para apresentar os indicadores sociais mais vexaminosos do país. Os quase 50 anos de mando dos Sarney realizaram esse feito.

O homem chegou ao governo no Estado, pela primeira vez, em 1965. Seu grupo ganhou a eleição nada menos de 10 vezes e governou por 41 anos. Sua obra, nesse tempo, se evidencia em números. Vejam:

maranhao-quadroSim, querido leitor. A coisa poderia ter sido ainda mais dramática. Escritor, Sarney não deixa seguidores na literatura ao menos. Felizmente, os leitores tiveram o bom senso de ignorá-lo.

Para encerrar: no post anterior, trato de algumas desditas que fazem deste um dos países com o sistema político mais corrupto da terra. Sarney é um emblema. Era governista com Juscelino; continuou governista com Janio (tinha se bandeado para a UDN); foi oposição por um breve período no governo João Goulart, mas nada muito radical que não lhe permitisse recuar se o movimento militar tivesse dado com os burros n’água; aderiu ao golpe; pulou do barco quando percebeu a mudança dos ventos; o destino o fez presidente da República; não chegou exatamente a se opor a Collor; aderiu ao governo FHC e depois  se juntou à nau do lulismo.

Ufa! Enquanto isso, o Maranhão ficava esfaimando, como diria o poeta.

Eis um político que sabe farejar sangue novo…

Por Reinaldo Azevedo

Preservem Dona Canô!

Na Folha Online. Volto em seguida:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja, na quarta-feira (20), ao Nordeste. Sua primeira parada será Salvador, onde ele visitará Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia.O encontro acontecerá no município de Santo Amaro –antigamente conhecido como Santo Amaro da Purificação–, no início da tarde, conforme antecipou o “Painel” da Folha na segunda-feira (18). Dona Canô se recupera depois de uma internação por problemas respiratórios.

Lula segue, ainda na quarta-feira, para Feira de Santana, onde visitará um hospital. À noite, ele será recebido no Palácio de Ondina para um jantar com o governador Jaques Wagner. Na quinta-feira (21), o petista participa do lançamento do Plano Safra do Estado da Bahia, em Salvador, e depois viaja para Recife, onde participa de um evento da Orquestra Criança Cidadã Meninos do Coque.

Ainda em Pernambuco, Lula receberá, na manhã da sexta-feira (22), os títulos de Doutor Honoris Causa da UPE (Universidade de Pernambuco), da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco).

Comento
É claro que Caetano Veloso e Maria Bethania deveriam poupar a mãe do encontro, ainda que seja vontade dela. A única pessoa que sei imune aos miasmas de Lula é Oscar Niemeyer… Quanto às universidades de Pernambuco, dizer o quê? Nunca antes na história destepaiz se concederam títulos honoris causa às baciadas…

Por Reinaldo Azevedo

A Górgona barbuda quer transformar a herança maldita em maldição

Notem que, aos poucos, a agenda de Lula vai sendo incorporada ao  noticiário como pauta obrigatória: aonde ele vai, com quem fala, o que disse, quem foi atacado, quem o elogiou, os títulos que recebe, quem ele visita, encontros em palácios com governadores, agenda com prefeitos, reuniões com o seu partido, conversinhas com representantes da base aliada, palestras…

Não passa mais dia sem que saibamos da buliçosa vida de Lula. E olhem que 2012 ainda nem começou. Será ele o grande comandante do PT na disputa pelas Prefeituras.

Está, em suma, reencarnando sem nem ter desencarnado. Acho de uma irrelevância danada saber se ele combinou ou não os movimentos com a presidente Dilma Rousseff. Isso não tem a menor importância. Como ela não vai mesmo romper com ele e com o PT — ou não governa mais —, essa é uma questão vencida.

O fato é que Lula prepara o retorno daquele que não foi. Ninguém acredita que Dilma chegue em condições ótimas para disputar a reeleição em 2014. Segundo gente que freqüenta o ambiente palaciano, nem ela própria. Assim, ele perdeu o pudor de tomar o lugar dela como principal referência da política.

A Górgona barbuda já está em campanha. Quer transformar a herança maldita numa maldição.

Por Reinaldo Azevedo

A UNE vai virar AFIL ou UNEA?

Na enquete que vai escolher o novo nome da UNE, a vitória é disputada voto a voto pelos partidários da Associação dos Filhotes de Lula e pelos eleitores da União Nacional dos Estudantes Amestrados (UNEA). Quem vencerá? Você decide. A votação termina nesta quarta-feira.

(por Augusto Nunes)

Paulo Passos disputa o troféu de julho

Há muitos anos acampado na cúpula do Ministério dos Transportes, Paulo Passos não consegue ver nada de errado na farra das licitações e nunca enxergou algum integrante da quadrilha que ocupa todas as salas vizinhas. Merece concorrer ao título de Homem sem Visão de Julho. Veja como foi o lançamento da candidatura.

(por Augusto Nunes)

O que houve com os dois casos de polícia?

Como andam as investigações sobre as delinquências cometidas por Antonio Palocci e Erenice Guerra? Os repórteres Aiuri Rebelo e Bruno Abbud, do site de VEJA, respondem à pergunta na seção O País quer Saber. Confira.

(por Augusto Nunes)

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Fonte:
veja.com.br

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