MST repete invasão de fazenda da Cutrale; Ficaram impunes antes, sabem que ficarão impunes agora!

Publicado em 23/08/2011 14:23 e atualizado em 23/08/2011 23:54
nos blogs de Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, em veja.com.br

MST repete invasão de fazenda da Cutrale; faz sentido, né? Ficaram impunes antes, sabem que ficarão impunes agora!

Por José Maria Tomazela, no Estadão:
Cerca de 400 integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) voltaram a invadir ontem a Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale, no município de Borebi, a 290 km de São Paulo, na região de Bauru. Apanhadores de laranja foram impedidos de entrar para a colheita. Advogados da Cutrale registraram a invasão na delegacia de polícia e pretendiam entrar ainda ontem com pedido de reintegração de posse no Fórum de Lençóis Paulista.

A ocupação faz parte da jornada nacional de lutas do movimento e reivindica a utilização da área de 2,6 mil hectares para assentamento. A fazenda é a mesma ocupada pelo MST em outubro de 2009. Na época, imagens gravadas pela Polícia Militar flagraram os sem-terra destruindo 12 mil pés de laranja com o uso de tratores.

Para a nova invasão, ontem, o movimento reforçou o contingente de acampados da região com pessoal recrutado no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado.

Um comboio de carros e ônibus parou na frente do portão de entrada da fazenda às 6 horas. Vigias e funcionários da portaria não conseguiram impedir que os sem-terra forçassem a abertura do portão para a passagem dos veículos.

Bandeiras do MST foram hasteadas no pátio transformado em acampamento.

Desta vez, os militantes não ocuparam as casas dos funcionários internos, que trabalharam normalmente. Os trabalhadores que chegaram para fazer a colheita da laranja, no entanto, foram barrados. Viaturas da Polícia Militar foram até o local, mas os policiais se mantiveram ao lado da portaria, aguardando uma possível decisão da Justiça. O MST alega que as terras são públicas. Um processo movido pela União visando à retomada da gleba tramita desde 2006 na Justiça Federal de Ourinhos.

Sem punição. Em 2009, as imagens de integrantes do MST derrubando o laranjal causaram a revolta de políticos e ruralistas, levando à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso.

Além do pomar, os invasores depredaram máquinas, tratores e casas da fazenda. O prejuízo passou de R$ 1 milhão.

Uma operação da Polícia Civil prendeu nove integrantes acusados de liderar a invasão. Entre os presos estavam o ex-prefeito de Iaras, Edilson Granjeiro Xavier (PT), a vereadora Rosimeire Pan D”Arco de Almeida Serpa (PT) e o marido dela, Miguel da Luz Serpa, coordenador do MST na região. Além de mandar soltar os acusados, a Justiça anulou todo o inquérito que apurava os danos na propriedade. Até hoje ninguém foi punido.

Por Reinaldo Azevedo

Este homem foi se encontrar com Lula, o “presidente do B”; trata-se de uma agressão óbvia à República, ao estado de direito e, como é óbvio, à autoridade de Dilma Rousseff

luis-inacio-adams-doisO ministro da Educação, Fernando gugu-dadá Haddad, tinha uma desculpa para se encontrar ontem com Luiz Inácio Apedeuta da Silva, o presidente do B do Brasil: tratar de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Afinal, ele só será o nome escolhido pelo partido na base do dedaço do Babalorixá de Banânia. Embora o tema fosse a Prefeitura, Lula aproveitou, informa Vera Magalhães da Folha de hoje, para fazer cobranças sobre assuntos da administração, como a aplicação do piso nacional dos professores.

Pois bem: gugu-dadá tinha uma justificativa verossímil. Mas me digam: o que fazia o advogado-geral da União — o Adams, da Família Luis Inácio — em reunião com Lula? Informa Vera: “Questionado sobre a realização do encontro no instituto de Lula, Adams disse que sempre que precisa falar com ele vai até lá. ‘Eu procuro mantê-lo informado dos processos que correm e nos quais ele é parte’, afirmou. O advogado-geral da União disse que não há nenhum andamento urgente de processo que justificasse a visita ontem. ‘Era só para atualizá-lo do quadro geral.’”

O lugar de Adams é a rua. E já! Não depois — e sei que não vai acontecer. Nunca antes na história destepaiz um advogado-geral da União manteve “atualizado do quadro geral” um sujeito que é, no que diz respeito à lei, um cidadão comum, sem qualquer poder extraordinário, com quem não cabe dividir questões que digam respeito ao estado brasileiro. Ademais, o Lula indivíduo não é parte de processo nenhum que seja da alçada de Adams. Se é, trata-se do então presidente da República, que era uma figura institucional. Para as questões mundanas, o Apedeuta dispõe, entre outros, do compadre Roberto Teixeira.

Lula é hoje um palestrante, uma espécie, assim, de consultor da iniciativa privada. Já passou há muito a casa do milhão de reais só na base da saliva. Por mais que não lhe seja difícil obter informações privilegiadas — e ninguém é tolo o bastante para achar que ele tenha perdido o controle da máquina —, a ida de Adams a seu escritório é uma demonstração vergonhosa de submissão e sabujice. Trata-se de uma óbvia agressão aos princípios republicanos do estado de direito. O ideal seria que os dois não mantivessem conversas privadas — qual a pauta, afinal? Mas, se Adams já não se continha de tanta saudade, então o Babalorixá de Banânia, que não é autoridade, que fosse ao encontro do advogado-geral, jamais o contrário.

Lula vive repetindo por aí que Dilma só não será candidata em 2014 se não quiser. Trata-se de uma forma oblíqua de sugerir que ela não queira. Esse encontro com Adams é uma prova evidente de que Lula atua para reduzir a autoridade da presidente e deixar claro quem, afinal de contas, se quiser, está no comando.

Como é mesmo? O nome da doença da política brasileira é Luiz Inácio Lula da Silva. Ele faz pouco do estado de direito e se considera acima das instituições. Se Dilma quiser preservar a autoridade deve mandar Luis Inácio Adams para casa. Se não o fizer, abre a porta para o baguncismo em seu governo.

Adams já fez coisas espantosas, é verdade. Uma delas foi justificar a permanência no Brasil do terrorista Cesare Battisti nestes termos: “Há ponderáveis razões para supor que o extraditando seja submetido a agravamento de sua situação, por motivo de condição pessoal, dado seu passado, marcado por atividade política”. Matar quatro pessoas, para Adams, é “atividade política”.

Gente assim mata instituições com a mesma ligeireza com que Battisti matava pessoas.

Por Reinaldo Azevedo

Eis o nome do mal. Ou: O país dos homens que não são “comuns”

A Polícia Militar do Maranhão, estado governado há cinco décadas pelo clã Sarney e que apresenta o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país, dispõe de um helicóptero para combater o crime e eventualmente atender a urgências médicas. José Sarney, presidente do Senado (PMDB-AP) e pai da governadora do estado, Roseana Sarney (PMDB), usou o dito-cujo duas vezes para ir passear até sua ilha particular. Em uma das vezes, um doente ficou esperando socorro enquanto Nosferatu — este não voa sozinho — se regalava.

Pois bem… Não é que um certo Magno Bacelar, deputado estadual do PV e aliado, pois, do deputado federal Zequinha — que é considerado o braço “progressista” da família —, fez um discurso na Assembléia defendendo o direito natural de Sarney de usar o helicóptero? E ele o fez nestes termos:
“[Sarney] não é uma pessoa qualquer, não é um [ex-governador] Zé Reinaldo [Tavares] da vida, é o homem que exerce o mandato, que está dentro do Parlamento (…).Queria que o presidente [do Senado] fosse andar em jumento? Queria o quê? Enfrentar um engarrafamento? Esse helicóptero, é claro, tem que servir os doentes, mas tem que servir as autoridades, esta é a realidade.”

Bacelar acusou ainda a “mídia nacional” e os “veículos sulistas” de perseguirem Sarney. A denúncia original foi publicada pela Folha, jornal de que Sarney foi colunista durante anos, até outro dia.

Muito bem! Bacelar não inova. Onde já se viu Sarney pegar um “engarrafamento”? Entre usar um aparelho público para benefício privado e andar de jegue, o deputado “verde” não vê alternativa. Uma delas: o milionário Sarney poderia, por exemplo, ter alugado um helicóptero, não é mesmo?, em vez de abusar do bem do estado.

O pior é que nem se pode acusar Bacelar de ser original. Ele segue os passos de Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Em 2009, no auge do escândalo sobre os atos secretos, o Babalorixá de Banânia, em visita à Ásia, expressou a sua opinião sobre o seu aliado, deixando claro que não tinha lido o noticiário — e nem queria ler. Afirmou então: “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”.

A origem das desigualdades — aquelas que não são ditadas pelos diferentes talentos — e de tudo o que não funciona no país está precisamente nisto: algumas pessoas não são consideradas “comuns”. Este é o país em que Sarney, o incomum, faz turismo no helicóptero do estado e em que os filhos de Lula têm passaporte diplomático.

Ah, sim: boa parte da miséria do Nordeste é atribuída a uma determinação geográfica: o semi-árido. É claro que é uma falácia. O subdesenvolvimento é uma criação humana, não um fato da natureza. Do Maranhão, no entanto, nem isso pode ser dito; nem a desculpa da seca existe.

Por Reinaldo Azevedo

Haddad, o ministro “Gugu-dadá da Educação”, quer gastar quase R$ 400 milhões para realizar o Enem 2011, mas promete criar 4 universidades federais com R$ 604 milhões!

Tudo saindo como quer Lula — e a tendência é que saia —, Fernando Haddad, ministro da Educação, caminha para ter a seu favor a mais fantástica máquina eleitoral jamais montada na cidade de São Paulo para tentar conduzir um político à Prefeitura. O PT e Lula vão entrar pra valer na campanha. Mas isso já era o esperado. Ocorre que boa parte da imprensa estará junto. Haddad, o leninista limpinho, é o queridinho das esquerdas incrustadas nos jornais, TVs e portais. Haddad é o arquiteto da fabulosa máquina de mentiras do lulo-petismo na educação. E continua a produzir mistificações. Nunca antes na história destepaiz um ministro notório pela incompetência foi tão incensado.

Vamos ver?

No dia 17 de agosto, junto com a presidente Dilma Rousseff, anunciou a criação de mais quatro universidades federais. No Estadão Online, por exemplo, podia-se ler:
“A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a criação de quatro novas universidades federais - a do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a do Sul da Bahia (Ufesba), a do Oeste da Bahia (Ufoba) e a da Região do Cariri (UFRC), no Ceará. Ao todo, as instituições contarão com 17 campi, sendo 12 novos. O governo prevê que elas iniciem suas atividades até 2014 e deve investir R$ 604 milhões nas instalações.”

Entendi. O lobo muda de pêlo, mas não muda de vício. Então são 17 novos campi, mas novos mesmo são 12 — cinco são velhos. A questão agora é saber quantos alunos serão abrigados, quando o forem, nos novos e quantos ficarão nos antigos. Haddad é um grande mestre da multiplicação de universidades que não existem. É uma pena que nunca se tenha feito um levantamento efetivo, in loco, de todas as instituições inventadas por ele. Por quê:

Até 2010, Lula afirmava ter criado 13 novas universidades federais. Mentira! Com boa vontade, pode-se dizer que foram seis. Na ponta do lápis, apenas quatro. A exemplo do que se viu no dia 17, as “novas” instituições são meros rearranjos, com desmembramentos e fusões, daquelas já existentes. E, como se nota, ele continua o mesmo.

No dia 24 de agosto de 2010 — vai fazer um ano amanhã —, publiquei alguns posts sobre a parolagem de Haddad. Em um deles, listava alguns dados sobre as universidades federais, a saber:
- Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;

- Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);

- Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;

- Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;

- O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;

- Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.

- Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;

- No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.

São dados até 2008. Será que se operou uma revolução em dois anos? Ora… Os números divulgados na quarta-feira dão o que pensar. Haddad anunciou a criação de quatro universidades federais, previstas para funcionar em 2014, com um investimento, no período, de R$ 604 milhões. É mesmo, é? Então prestem atenção ao que vem agora.

Se a criação de quatro universidades federais demandarão R$ 604 milhões, como Haddad explica que A REALIZAÇÃO DO ENEM 2011 ESTEJA ORÇADO EM R$ 372,5 MILHÕES? No ano passado, saiu por R$ 128,5 milhões. O TCU achou tão estranho que mandou parar tudo. Atenção! Petista legítimo que é, Haddad deu um jeito de não fazer licitação. O MEC propôs a transformação do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), vinculado à Universidade de Brasília, em empresa pública e decidiu contratá-lo, na manha, para aplicar o próximo teste. Foi um truque.

Esse é Haddad. Precisa de quase R$ 400 milhões, sem licitação, para fazer o Enem, mas promete criar quatro universidades federais com R$ 604 milhões.

E como funcionam as novas universidades?
Os potenciais adversários de Haddad deveriam ir até as “novas universidades” para saber como elas funcionam. No dia 25 de agosto do ano passado, publiqueiaqui algumas informações. Relembrem:

As fantásticas universidades de Lula, feitas às pressas para que ele possa exaltar o seu desprezo generoso com o ensino universitário, são, na média, um exemplo de precariedade. Em vez de boa parte da imprensa ficar refém do aspismo, deveria apurar como funciona, por exemplo, a Unipampa (Universidade Federal do Pampa), no Rio Grande do Sul. Há quatro anos, divide-se em em instalações provisórias, espalhadas em 10 cidades. Alunos e professores ficam zanzando entre os campi, onde faltam salas e laboratórios.

Funcionam em prédios improvisados a Universidade Federal do Oeste do Paraná (Ufopa), a Federal de Alfenas (MG) e a Universidade federal Tecnológica do Paraná. O mesmo vai acontecer com a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), que terá campus em Foz do Iguaçu (PR), com projeto de Oscar Niemeyer. Temporariamente, vai operar no Parque Tecnológico de Itaipu.

Outra boa pauta é a Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-árido), no Rio Grande do Norte. Eis aí: é só o rebatismo da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, criada em 1967. O governo quadruplicou as vagas - as vagas! - em quatro anos e prometeu dois novos campi, que só existem no papel. Alunos reclamam que em laboratórios projetos para 20 alunos estão abrigando 50.

Basta ir lá e ver. Como basta pedir ao Ministério da Educação que forneça aqueles números que publiquei aqui ontem. Alguns petralhas se fingindo de educadinhos espernearam: “Cadê a fonte?” Ora, perguntem ao ministro cut-cut da Educação, Fernando Haddad.

Encerro este post apenas
Ainda não terminei. A grande obra de Haddad merece o meu desvelo.

Por Reinaldo Azevedo
Dilma quer se livrar de Haddad, empurrando-o para SP. Ou: Trapalhadas do ministro “Gugu-Dadá” já podem ter custado R$ 200 milhões aos cofres públicos

Não é só Lula que quer Fernando Haddad candidato à Prefeitura de São Paulo. Dilma também torce por isso, por motivos distintos. A presidente não o queria na Educação. As trapalhadas no Enem a deixaram agastada com o ministro, mas o Babalorixá de Banânia insistiu, e ela acabou cedendo. A candidatura é uma forma de se livrar do homem.

Estima-se que as sucessivas burradas de Haddad à frente do Ministério da Educação já tenham custado algo em torno de R$ 200 milhões. Algumas se tornaram notórias, como o vazamento das provas do Enem. Ele torrou, por exemplo, R$ 1,8 milhão naqueles absurdos kits anti-homofobia, que foram jogados, apropriadamente, no lixo. Nada menos de R$ 13,6 milhões financiaram aqueles livros de matemática que ensinam que 10 menos sete é igual a quatro. Na primeira semana de junho, auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, determinou que o órgão apure os valores gastos com pagamento de diárias e passagens a servidores e colaboradores durante a reaplicação do exame.

Não terminei, não, com o meu exercício mnemônico sobre a obra de Fernando Haddad. Ele até pode vir a ser prefeito um dia, mas não porque sua biografia de homem público ficará oculta.

Por Reinaldo Azevedo
Planalto dá ultimato a Negromonte por envolvimento em conflito no PP

Por r Gerson Camarotti e Isabel Braga, no Globo:
Diante da briga de facções na bancada do PP na Câmara, emissários da presidente Dilma Rousseff mandaram um recado ao ministro das Cidades, Mário Negromonte: se ele insistir em se meter na disputa da bancada, poderá perder o cargo. E, se comprovada a denúncia de que ofereceu uma mesada de R$ 30 mil para deputados do PP , estará fora do governo. O tom do recado, de acordo com o núcleo palaciano, foi de ultimato.

Deputados do PMDB pedem saída de Pedro Novais do Existe consenso no Planalto sobre a necessidade de substituir Negromonte na primeira reforma ministerial. Mas, entre auxiliares de Dilma, já há quem defenda uma mudança imediata nas Cidades, apesar do desgaste de mais uma troca. Desde a transição, a presidente queria ter mantido no cargo o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes. Mas teve que aceitar a indicação da bancada.

Segundo interlocutores do ministro, ele tem dito que só está no governo por causa da indicação do PP e do convite de Dilma. Mas que não será um obstáculo para a mudança na pasta. Em nota divulgada nesta segunda-feira, Negromonte negou qualquer reunião partidária dentro das dependências do Ministério das Cidades e disse desconhecer “suposta oferta de dinheiro em troca de apoio ao líder do PP”. Ele negou que tenha agido para interferir nas decisões da bancada do seu partido.

No governo, a avaliação é de que Negromonte perdeu a sustentação política da bancada. Independentemente da comprovação da denúncia da revista “Veja” sobre a oferta de uma mesada, o Planalto considera que a destituição do deputado Nelson Meurer (PP-PR) da liderança do partido e sua substituição pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deixou o ministro numa sua situação delicada. Dos 41 deputados da bancada, 28 já estavam rebelados até esta segunda-feira. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Setores do PMDB já rifam Novais e cresce pressão sobre Paulo Bernardo

Por João Domingos e Eduardo Bresciani, no Estadão:
Mesmo após perder quatro ministros num prazo de dois meses e doze dias - três deles por suspeita de envolvimento em irregularidades e outro por falar mal dos colegas - e desencadear uma ofensiva de sedução dos partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff não conteve a crise política da Esplanada. Setores do PMDB já falam abertamente na demissão de Pedro Novais do Turismo. Afora isso, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) entrou na mira da oposição por suposta carona em jato particular e deve seguir hoje o script do desgaste: convidado a falar na Câmara sobre radiodifusão digital, será questionado sobre o fato. O PSDB disse que tentará convocá-lo a depor futuramente.

Ontem, Bernardo e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram obrigados a divulgar nota sobre o uso de jatinhos privados na campanha eleitoral, em mais um dia de tensão na Esplanada. O ministro admitiu que, nos fins de semana, durante a campanha eleitoral de 2010, utilizou aeronaves de várias companhias - embora não tenha condições de citar quais. Paulo Bernardo disse que todas as viagens foram pagas pela coligação dos partidos em campanha no Paraná. “São de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal”, disse.

A oposição quer sitiá-lo hoje com perguntas sobre viagens em aviões da Construtora Sanches Tripoloni, que presta serviços ao governo, principalmente na área de infraestrutura (…). O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que, “tal como postas na imprensa”, as denúncias contra Paulo Bernardo “são graves”. Mas afirmou que é preciso ver “caso a caso” se existe “promiscuidade” nos episódios de autoridades públicas viajando em jatos particulares de empresários.

“Temos de ver caso a caso se efetivamente essa promiscuidade existe. Se existir, efetivamente é indesejável”, afirmou Gurgel. “O Ministério Público não pode se precipitar e formar o seu juízo a partir de notícias divulgadas pela imprensa. Ele precisa, a partir dessas notícias, reunir elementos que permitam formar um juízo seguro a respeito.”

Afastamento. Para aumentar a crise, desentendimentos na bancada do PMDB podem contribuir para a queda de Novais. A vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), exigiu ontem o afastamento do ministro do Turismo, cuja indicação foi bancada pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) e pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “O Pedro Novais precisa sair. Ele tem uma história política e de vida e para reafirmá-la não pode ficar nessa de “não sabia”. Para mim, ele participa, ele tem responsabilidade no que aconteceu no Turismo. Se eu vou montar uma equipe e tem pessoas assim, eu não aceito”, disse Rose .

Dilma participa hoje de jantar com o PMDB para evitar o racha no partido. Parte significativa da bancada contesta a condução de Henrique Alves. Há deputados que reclamam dos critérios para a distribuição de relatorias. Afirmam que só parlamentares próximos a ele conseguem ficar à frente de projetos importantes.Aqui

Por Reinaldo Azevedo

O ministro Paulo Bernardo e as palavras

Leiam trecho de reportagem da Folha Online. Volto em seguida:

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira, em nota, que utilizou aeronaves de “várias empresas” no ano passado, mas que não se lembra os “prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões”. Bernardo disse que a utilização das aeronaves privadas se deu durante a campanha eleitoral, “nos fins de semana, feriados e férias”, e que o serviço foi pago. Na época, ele era ministro do Planejamento do governo Lula.

“Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como Ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal”, diz a nota assinada pelo Ministro.

Sobre o uso dos jatinhos no período de campanha, ele escreve: “Em 2010, quando era ministro do Planejamento, participei, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período.”

A mulher do ministro, a também ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), foi candidata ao Senado pelo Paraná na eleição de 2010. Ela também divulgou nota hoje, um pouco antes do marido, na qual afirma que utilizou “para deslocamentos avião fretado, com contrato de aluguel firmado”.

O PSDB informou ontem que irá propor a convocação de Paulo Bernardo para que explique no Senado o seu envolvimento com a empreiteira Sanches Tripoloni.

Comento
Há uma sutileza importante na nota de Paulo Bernardo, que não se lembra direito de quantas aeronaves usou, seus prefixos etc: “Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal“.

É uma saída inteligente, sem dúvida. Ainda que se venha a provar que Bernardo usou mesmo o jatinho da Sanches Tripolini, o ministro pode dizer que não foi “em troca de vantagem na administração pública” — que é rigorosamente o que disse Wagner Rossi em situação similar.

Por Reinaldo Azevedo

Bernardo ataca imprensa

Um batalhão de choque foi convocado pela bancada do PT na Câmara para blindar Paulo Bernardo das investidas da oposição na audiência da Subcomissão de Rádio Digital. Bernardo virou alvo por conta da revelação de suas viagens em aviões de empresários.

Como era esperado, tão logo terminou a fala sobre radiodifusão, Bernardo foi bombardeado por uma sequência de perguntas sobre sua relação com a Construtora Sanches Tripoloni.

Onyx Lorenzoni (DEM-RS) quis saber se Bernardo fazia ideia das razões do surpreendente crescimento dos negócios da construtora com o governo, no período em que ele comandava o Planejamento.

Arlindo Chinaglia argumentou que o tema da reunião é rádio digital – não as viagens do ministro – e pediu que o regimento fosse respeitado para poupar Bernardo.

De todo o modo, Bernardo já falou sobre tudo. Até criticou a imprensa – um daqueles recursos batidos das autoridades sem repostas, apanhadas em flagrante. Bernardo disse que as reportagens precisam ser melhor apuradas. Enfim, Bernardo falou sobre tudo, menos sobre as condições em que se deram as caronas no avião da construtora.

Bernardo chamou os  jornalistas de desleixados e preguiçosos. Jornalistas assim, existem aos montes, embora em geral os qualificados dessa maneira sejam  justamente os que incomodam as autoridades.

Mais tarde, depois de muito falar e pouco responder – sobre PAC, sobre obras no Rio Grande do Sul e até sobre sua relação com Luiz Antônio Pagot – Paulo Bernardo foi alertado pela oposição que as questões sobre o avião da Sanches Tripoloni ainda estavam em aberto.

Sem muita saída, Bernardo respondeu o que já se sabia: conhece dois os sócios da construtora e pegou carona algumas vezes no avião da empresa. Não respondeu nada além. Sobre as viagens de Gleisi Hoffmann, sua mulher, evitou responder alegando que não tinha procuração para tanto:

- A Gleisi não me dá procuração nem para pagar a conta da luz.

A oposição desistiu de continuar perguntando. Bernardo safou-se por ora.

Por Lauro Jardim

Epa, Paulo Bernardo! Assim, não! Ou: Ministro pretende que a imprensa seja mais criteriosa com sua biografia do que ele próprio

O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) sempre procurou ser um petista, como posso dizer?, algo diferenciado. Parece avesso ao jogo bruto de alguns de seus pares. Mas sabem como é a natureza… Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida.

Por Andreza Matais, na Folha Online:
Cobrado pela oposição sobre se usou um avião da empresa Sanches Tripoloni enquanto ministro, Paulo Bernardo (Comunicações) respondeu, nesta terça-feira (23), que não se lembra dos prefixos das aeronaves em que viajou no ano passado. A declaração foi feita em audiência pública na Câmara para tratar da implantação da rádio digital no país. Bernardo foi cobrado pela oposição a esclarecer suas relações com a empreiteira que tem obras com o governo federal no Paraná, terra do ministro, e doou recursos para a campanha da mulher dele, a também ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.

Apesar de ter dito que não se lembra do prefixo da aeronave que utilizou, Paulo Bernardo afirmou que seria cauteloso na resposta porque “daqui a pouco aparece uma foto” dele num avião da empresa e vão dizer que ele mentiu. O ministro disse apenas que se lembra que “pegou carona” numa aeronave pequena, mas não disse a quem pertencia. A aeronave da Sanches Tripoloni é um turbo hélice. O ministro afirmou ainda que é amigo há anos de um dos donos da empresa.

Na segunda-feira (22), em nota, ele já havia informado que utilizou aeronaves de “várias empresas” no ano passado, durante a campanha eleitoral, “nos fins de semana, feriados e férias”, e que o serviço foi pago. O petista fez críticas à imprensa que publica informações “em off” (sem identificar o autor da denúncia). “[Depois] eu sou obrigado a dar explicações sobre uma suposta informação”, afirmou.

Ele disse que o jornalista não pode ser “desleixado, preguiçoso” e que tem que apresentar provas sobre o que publica. “A imprensa tem a liberdade de expressão, de circular a informação, ninguém pode pretender cercear, mas o mínimo que se pode pedir é que as matérias sejam apuradas, verificadas.” Bernardo afirmou ainda que não tem procuração para falar sobre a ministra Gleisi, mas que, quando usou o avião da empresa, ela não era agente pública e não pode ser cobrada por isso. Segundo o ministro, as aeronaves que eles usaram na campanha da ministra ao Senado no ano passado foram pagas pelo partido ou pela campanha.

Voltei
O PT tem se esforçado, desde que chegou ao governo, em 2003, para ensinar à imprensa o seu ofício. Os petistas achavam certamente que bom jornalismo era aquele que se fazia quando o partido estava na oposição. Chegando ao governo, de súbito, o que parecia virtuoso começou a se revelar incômodo; o pau que batia em Chico, seus adversários, começou a bater também em Francisco, e aí os companheiros tiveram um idéia: “É preciso fazer o controle social da mídia” — eles chamam jornalismo de “mídia” porque isso confere um certo aspecto conspirador à atividade; uma conspiração contra o povo, que todo petista encarna, como é sabido…

Em favor de Bernardo e de Dilma, por enquanto ao menos e nesse particular, diga-se algo a favor: aposentaram os delírios de Franklin Martins e dinossauros afins, mas ainda sem desmantelar a rede suja da Internet, sustentada com dinheiro público. Adiante! Mas se nota que o ministro tem aquela mesma disposição de seus pares de dizer aos jornalistas qual é o bom caminho — um caminho que não encha o saco de petistas.

Ontem, interpretei aqui a inteligente nota divulgada por Paulo Bernardo. O texto teve o cuidado de não negar que ele tenha andado num avião da construtora Sanches Tripolini. Com habilidade, afirmou que o ministro não fez vôo nenhum em troca de favores. O próprio Bernardo revela a intenção da nota, que detectei precocemente: indagado hoje se voou ou não na aeronave, afirmou que seria cauteloso. Acabou não dizendo nem “sim” nem “não”, afinal, ponderou, “daqui a pouco aparece uma foto”, e ele passa por mentiroso. Profissional e prudente. Tivesse a certeza de que não fez o vôo, não haveria possibilidade de foto, certo? Bernardo precisa tomar cuidado para não acabar assumindo como também sua uma frase histórica de José Dirceu: “Estou cada vez mais convicto da minha inocência…”

Participei de um programa Roda Viva, há alguns anos, com o agora deputado Paulo Maluf (PP-SP). Havia uma conta na Suíça em seu nome, o que era confirmado pelas autoridades daquele país. Ele negava que fosse sua. Eu o desafiei: “Olhe para a câmera e diga: ‘As autoridades suíças são mentirosas’”. Sabem o que ele me respondeu? “Isso é você que está dizendo, Reinaldo, eu não disse”. E o homem tentou me convencer de que as duas coisas eram possíveis: nem ele tinha conta na Suíça nem as autoridades daquele país mentiam. Entenderam?

Os políticos gostam dessa zona cinzenta em que a verdade desaparece, como se houvesse uma terceira dimensão, que não é nem a do fato nem a do não-fato. E, obviamente, não há.

Paulo Bernardo pede mais cuidado aos jornalistas. Certo! Acusa-os de um tanto preguiçosos, relaxados talvez… Na Câmara, no entanto, quem se mostra com a memória fraca sobre a própria biografia é ele, não é mesmo? Afinal de contas, não se trata apenas do homem privado “Paulo Bernardo” a voar no jato deste ou daquele, mas de uma autoridade da República.

Não acho que seja fato, mas digamos que houvesse mesmo esse descuido de que fala Bernardo: estariam os jornalistas sendo mais descuidados com a biografia do ministro do que é ele próprio? Afinal, vai que apareça uma foto…

Por Reinaldo Azevedo

É ou não legítimo orar também por estes mortos?

clube-militar-missaAlgumas das lambanças que estão por aí hoje nascem da falácia segundo a qual certas forças sociais são naturalmente inocentes, ainda que culpadas; e outras, naturalmente culpadas, ainda que inocentes. Sempre que isso acontece, a história vai para o ralo, e o que se tem é só ideologia vagabunda.

Este blog deplora a violência na política, venha ela de onde vier. Lastima que, durante o regime militar, servidores do estado tenham torturado e matado pessoas que já estavam rendidas. E lastima também que outros tantos tenham aderido ao terrorismo como método. Só que há uma diferença relevante: não sobrou ninguém, o que é bom, para cantar a glória dos torturadores. Mas os mistificadores do terror estão por aí —  alguns no poder! —, o que é ruim. Organizaram-se, no passado, para impor uma ditadura por meio da violência e agora recontam a história como se só tivessem lutado por democracia, o que é uma formidável falsificação da história.

Por que digo que lá está a origem de alguns desmandos de agora? Já acreditavam, então, que todos os seus atos estavam naturalmente perdoados porque, afinal, diziam querer o bem da humanidade. Os assassinos de ontem estão justificando os ladrões de agora.

Poucas pessoas sabem — e os livros de história das nossas escolas não dizem uma vírgula a respeito — que 119 pessoas, entre civis e militares, morreram assassinadas pelos movimentos de esquerda no Brasil entre 1964 e 1974. Entre elas, encontravam-se pessoas que nem mesmo estavam ligadas “à luta”: morreram porque se encontravam no lugar errado na hora errada. Um esquerdista convicto diria que foram alvejadas pela história, mero dano colateral…  Os mais de R$ 4 bilhões em indenizações para as “vítimas da ditadura” não atenderam a nenhuma das famílias desses mortos. Isso quer dizer que há os “mortos de valor” — de esquerda — e os sem valor.

Muito bem! O meu negócio é democracia e liberdade de expressão. Quem realmente defende esses valores? Os Clubes Militares encomendaram para depois de amanhã uma missa em homenagem àquelas 119 pessoas mortas pelos terroristas de esquerda. Ela se realiza na Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, às 11h. Acima, vai o convite. Se você clicar aqui, encontrará os posts com os nomes das vítimas e as organizações de esquerda que os mataram. Afinal, faz-se um esforço brutal para transformá-las em não-pessoas, eliminando-as da história.

Num momento em que se discute a instalação da Comissão da Verdade, nada como a… verdade!!!

Por Reinaldo Azevedo

Itamaraty tende a seguir Liga Árabe e apoiar rebeldes

Por Lisandra Paraguassu, no Estadão:
O Brasil ainda aguarda a posição dos demais países dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) e uma decisão formal da Liga Árabe para decidir sobre o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, órgão que congrega as várias facções que se opõem ao ditador Muamar Kadafi.

O chanceler Antonio Patriota conversou ontem com o secretário-geral da Liga, Nabi Elarabi, e recebeu a informação de que, na reunião que começa hoje no Catar, a tendência dos países árabes é reconhecer o CNT como legítimo representante da Líbia. Ontem, o bloco árabe manifestou “solidariedade total aos esforços” dos rebeldes.

A França foi o primeiro país a reconhecer os rebeldes como novo governo da Líbia. Na última semana, os Estados Unidos anunciaram o reconhecimento. Entre os árabes, até agora Tunísia e Egito reconhecem o CNT.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, reconhece que a posição da Liga Árabe é um elemento importante, que confere maior legitimidade à decisão de reconhecer o CNT. “Mas não é o único”, ressalva Nunes. “Continuaremos a fazer consultas.”

O chanceler brasileiro ainda vai conversar com seus colegas da Rússia e da China e com países da União Africana. Uma reunião do Conselho de Paz e Segurança dos países africanos, que será realizada no final desta semana, também deve chegar a uma posição sobre o reconhecimento do CNT. O governo brasileiro aguarda essas informações para anunciar sua posição.

A avaliação no Itamaraty, no entanto, é que o grupo será reconhecido se for confirmada a queda de Kadafi. Ainda assim, possivelmente o Brasil esperará para ver se algumas condições são cumpridas, como a criação de um governo estável e com algum padrão de democracia. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

23/08/2011

 às 5:41

Líbia - Sectarismo e divisões ameaçam transição

Da Reuters:
Agora que o regime de quatro décadas de Muamar Kadafi parece estar terminando, os grupos díspares de rebeldes que buscam a queda do ditador poderão enfrentar um perigo mais grave: uns aos outros. Sem a causa da deposição de Kadafi para uni-los, combatentes de todas origens precisam produzir líderes para governar um país imerso em sectarismos, rivalidades tribais e divisões étnicas.

Sem instituições de Estado que facilitariam uma transição, os rebeldes têm muito entusiasmo, mas não contam com uma cadeia apropriada de comando. Com isso, alguns combatentes parecem desiludidos. “Pode haver alguns problemas muito grandes. Todos vão querer dirigir o espetáculo. É aí que ficaremos encrencados”, diz o militante Husam Najjar. “Todos precisam ser desarmados.”

Não haverá uma figura unificadora capaz de liderar a Líbia e impedir que os rebeldes se voltem uns contra os outros? Por enquanto, a resposta parece ser um sonoro não. “Nenhum líder rebelde é respeitado por todos os outros. Esse é o problema”, afirma Kamran Bokhari, diretor para o Oriente Médio da consultoria Stratfor.

Líderes. O político rebelde de maior destaque é Mustafa Abdel Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT). Mas o grupo rebelde é heterogêneo e inclui de ex-ministros de Kadafi a nacionalistas árabes, islâmicos, secularistas, socialistas e empresários. Ex-ministro da Justiça, Abdel Jalil é conhecido por ser um habilidoso construtor de consenso.

Ainda no governo de Kadafi, foi elogiado pela Human Rights Watch por seu trabalho na reforma do código penal líbio. Ele renunciou ao cargo em fevereiro quando a violência foi usada contra manifestantes. Como outros antigos funcionários do governo próximos a Kadafi, ele sempre será visto com suspeita por alguns rebeldes que querem rostos completamente novos sem qualquer vínculo com o regime que está governando o país.

O primeiro-ministro do governo rebelde, Mahmoud Jibril, outro ex-aliado de Kadafi, conta com amplos contatos estrangeiros e tem sido o enviado itinerante dos rebeldes. Mas suas viagens têm frustrado alguns colegas dentro e fora da Líbia.

Outro rebelde de destaque que poderá ter um futuro papel como líder é Ali Tarhouni. Acadêmico e membro da oposição vivendo no exílio, nos Estados Unidos, ele retornou à Líbia para encarregar-se de assuntos econômicos, financeiros e petrolíferos no governo rebelde.

Lições do Iraque. As tensões entre oponentes de longa data de Kadafi e seus apoiadores que desertaram recentemente para o lado dos rebeldes podem minar os esforços para a escolha de um comando efetivo. Se prevalecer a linha dura, a Líbia poderá cometer o mesmo erro que analistas dizem ter sido cometido no Iraque após a invasão americana em 2003, que derrubou Saddam Hussein.

Por Reinaldo Azevedo

22/08/2011

 às 21:20

Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade, certo?

Como é mesmo? Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade. Leiam o que segue:

Seif al-Islam, filho de Muamar Kadafi que teria sido preso ontem por rebeldes líbios, não está sob custódia dos insurgentes. Jornalistas a serviço de diversos veículos estrangeiros de informação enviados a Trípoli afirmaram ter visto Seif em liberdade no complexo residencial do pai na noite desta segunda-feira.

Entre ontem e hoje, representantes rebeldes afirmaram ter prendido dois filhos de Kadafi: Mohammed Kadafi, que é o mais velho, e Seif al-Islam, antes apontado por analistas como provável sucessor do pai. Na noite de ontem, a rede pan-árabe de televisão Al-Jazira entrevistava Mohammed por telefone quando sua residência foi atacada por rebeldes. Ouviram-se tiros e a ligação caiu na sequência. Hoje pela manhã, os rebeldes anunciaram a detenção de Mohammed.

Seif al-Islam foi visto em liberdade apenas algumas horas depois de uma fonte rebelde ter dito que Mohammed Kadafi, filho primogênito do líder líbio, escapou depois de ter sido preso por rebeldes em Trípoli. “Sim, é verdade, ele escapou”, disse a fonte ligada ao alto escalão da coalizão insurgente em Benghazi. Na tarde do domingo, o presidente do rebelde Conselho de Transição Nacional, Mustafa Abdel Jalil, disse que Seif al-Islam era “mantido em lugar seguro sob estrita vigilância” e assim permaneceria “até ser entregue à justiça”.

Em entrevista à emissora norte-americana de televisão CNN, o promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo, chegou a afirmar ter recebido “informações confidenciais” dando conta da detenção. As informações são da Dow Jones.

Por Reinaldo Azevedo
(na coluna Direto ao Ponto,. de Augusto Nunes:)

Lula faz de conta que conhece só de vista o amigo, irmão e líder derrotado na Líbia

“Nunca deixo um companheiro pelo caminho”, costuma gabar-se Lula. A menos que a companhia se torne prejudicial aos interesses eleitorais de Lula, ensina o histórico do ex-presidente. Quando isso ocorre, ele faz de conta que conhece só de vista até gente com quem convive desde a infância. O objeto mais recente dessa amnésia malandra é Muammar Kadafi, promovido a “amigo, irmão e líder” até o começo da rebelião na Líbia. De lá para cá, Lula faz de conta que não conseguiu sequer decorar o prenome do psicopata de estimação, homenageado ao longo de oito anos por rapapés, salamaleques e adjetivações derramadas.

Depois da queda de Kadafi, dirá que nem sabe onde fica a Líbia. Mas nem o maior dos governantes desde Tomé de Souza pode reescrever a história. O texto reproduzido na seção Vale Reprise conta o caso como o caso foi.

Na capitania hereditária, casos de polícia passeiam no helicóptero da polícia

O artigo 5° da Constituição informa que todos são iguais perante a lei. Menos os brasileiros mais iguais que os outros e o Homem Incomum José Sarney, precisa ressalvar algum parágrafo. Os mais iguais podem, por exemplo, viajar de graça em helicópteros cedidos por empresários amigos, que pagam a conta com o  lucro dos contratos sem licitação. É o caso do governador Sérgio Cabral, passageiro preferencial da EikAir. Ou do ministro Paulo Bernardo, premiado com um vale-transporte perpétuo na frota da construtora Sanches Tripoloni. (Tripoloni. Lembra tripulação, tripulante. O Brasil é mesmo o país da piada pronta).

Privilégios aéreos ainda mais impressionantes são os conferidos à singularidade que o ex-presidente Lula promoveu a Homem Incomum. Como se soube neste começo de semana, Sarney pode até fazer uma visita à casa de veraneio na ilha de Curupu a bordo do único helicóptero da Polícia Militar do Maranhão ─ e levando de carona um empreiteiro de estimação. Se a Justiça funcionasse como deveria, Madre Superiora já teria embarcado numa aeronave da PM para a viagem só de ida rumo a uma ilha-presídio. Como na capitania hereditária o vilão virou xerife, um caso de polícia passeia no helicóptero da polícia.

“Viajei a convite da governadora do Maranhão”, disse o pai da governadora do Maranhão. “Como chefe do Poder Legislativo, tenho direito a transporte e segurança em todo o Brasil”. Levou o troco de José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM paulista: “O senador tem estruturas próprias de segurança e apoio, inclusive pela condição de ex-presidente, com veículos e pessoal federal”, corrigiu o ex-secretário nacional de Segurança Pública. “O Ministério Público deve instaurar procedimento para apurar o fato, já que sobram evidências de crime de responsabilidade”.

Por enquanto, Sarney só não se livrou dos códigos morais em vigor no país que presta. Castigado pelo desprezo dos brasileiros decentes, tornou-se um colunista sem coluna, um escritor sem leitores, um ex-chefe de governo que cabe num asterisco e um homem público proibido de aparecer em público sem a proteção de cordões humanos. Ao completar 80 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi homenageado até por adversários políticos. O 80° aniversário do Homem Incomum não mereceu mais que uma festa reunindo a Famiglia.

Tampouco escapará de ser castigado pela História. Daqui a poucos anos, o Brasil nem saberá quem foi José Sarney.

(por Augusto Nunes)


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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