Agripina Inácia chegou ao poder! A caricatura é melhor do que o retrato. Ou: Ira-ny censura Flaubert

Publicado em 05/10/2011 19:15 e atualizado em 07/10/2011 21:36
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Agripina Inácia chegou ao poder! A caricatura é melhor do que o retrato. Ou: Ira-ny censura Flaubert

Num post escrito anteontem, eu lhes apresentei Agripina Inácia, a “socióloga da Unicamp”, caricatura de uma feminista vivida por Regina Casé no excelente TV Pirata, já lá se vão quase 25 anos. O Brasil e a televisão, na média, eram mais inteligentes. Quadros de humor daquele programa seriam considerados, hoje em dia, sofisticados demais para as massas. Quem já assistiu ao vídeo sabe do que estou falando; quem ainda não viu pode fazê-lo agora. É obrigatório! Volto em seguida.

Voltei
O que distingue o discurso de Iriny Lopes do de Agripina Inácia? Nada! Ocorre que a primeira pretende ser levada a sério, e a segunda era uma caricatura. Há quase 25 anos, reitero, ironizava-se essa discurseira imbecilizante do politicamente correto. Não que a incorreção seja um bem em si mesmo. Não é! O quadro, no que tinha de, vá lá, sério, alertava para o fato de que o humor se faz justamente desconstruindo as, digamos, “doxas”, mesmo aquelas virtuosas. Porque é da natureza humana captar uma pitada de ridículo mesmo nos gestos mais heróicos ou nas ações mais generosas.

Fico cá a pensar no Brás Cubas, de Machado de Assis, a olhar com distanciamento crítico a bondade de coração dos simples, onde via um grãozinho de parvoíce. Certas igrejas pentecostais picaretas (não estou dizendo que todas sejam; leiam direito) o mandariam para o templo para tirar o capeta do corpo; Ira-ny poderia enviá-lo para um campo de reeducação companheira…

Viram Agripina Inácia? Como foi que ela analisou a piada sobre a moça grávida que vomita no avião e que vai ter de casar? Reproduzo trecho de sua fala. Prestem atenção:
“Bem, eu gostaria de fazer uma colocação, a nível de crítica, enquanto alerta a nós, mulheres, que, mais uma vez, nessa anedota, estamos sendo discriminadas,aparecendo numa condição terrível, sendo reduzidas, mais uma vez, a meros objetos de procriação, inclusive sem o direito de influir, mais uma vez, enquanto seres humanos que somos, enquanto indivíduos, sem direito de influir na dinâmica do tecido social. Claro! No momento em que a mãe diz assim pra filha: “casa amanhã”; nesse momento,  eu acho que se configura claramente, sem sombra de dúvidas, uma colocação reacionária, uma colocação machista dessa anedota! Que é que é isso, minha gente? Por que, ao invés disso, a mãe não diz: “Foi, sim! Foi, sim, e eu vou levá-la para fazer um aborto”. Por que não? Eu acho que nós, mulheres, enquanto seres humanos, temos total direito; eu acho que a mulher pode e deve dispor do seu corpo como e bem entender, ou não?”

A Agripina Inácia da vida (i)rreal, a tal Ira-ny, voltou a comentar hoje a propaganda das lingeries Hope, aquela estrelada por Gisele Bündchen. Leiam o que ela disse e depois comparem com a fala de Agripina:
“A publicidade forma opinião, e isso [a propaganda] é estereotipar a mulher como um indivíduo na sociedade que, para ter uma condição igual ou para interromper um processo de agressão, ou para não sofrer nenhuma repreensão, precisa usar o corpo para isso. Quando a mulher pode usar a cabeça, a boca, como qualquer ser humano. Nada contra o humor.Mas nessa caracterização do que é certo e do que é errado, há uma indução à manutenção da imagem da mulher como veio sendo construída secularmente, de ser secundarizada, ser subalterna”.

Há, admito, uma outra diferença entre elas, a “Pina”, ou “Gripa”, se expressa com um pouco mais de clareza “a nível de” indivíduo, né? É de estarrecer. A piada ganhou um cargo na Esplanada dos Ministérios. Eu sou fascinado por esses raciocínios que acatam, como premissa, uma regra universal da convivência e, em seguida, apelam a uma conjunção adversativa para negar o que acabaram de sustentar. Notem ali:
1) “Nada contra o humor” (ela aceita uma regra universal da convivência);
2) “Mas (conjunção adversativa), há uma indução à manutenção da imagem da mulher”…
Pronto, ela já recusou a premissa universal que supostamente admitira. Há uma construção na linguagem popular que explica esse raciocínio: “Maria casa com quem quisé desde que seja com o José” — nesse caso, em vez da adversativa, emprega-se a condicional.

Todos os tiranos podem pensar como Agripina — digo, como Ira-ny. Stálin não diria diferente: “Sou a favor da divergência de opiniões, mas, nesse caso…” Ira-ny não sabe, mas ela própria é a piada.

A ministra não ficou só nisso, não! Também justificou, deixando claro que acredita ter feito o certo, o envio de um ofício à Globo sugerindo que Aguinaldo Silva, autor da novela “Fina Estampa”, dê o tratamento adequado à personagem espancada pelo marido e ao espancador. Os fascistas — os de direita e, principalmente, os de esquerda — acreditam firmemente que a estética tem de ser uma ética. O socialismo soviético apoiou o chamado “realismo socialista”. Jdanov, o ministro da Cultura de Stálin, incentivava as obras de arte que exaltavam o caráter revolucionário da classe operária e a disposição das massas de colaborar para a criação da pátria da classe operária.  Já o nazismo era neoclassicizante, exaltando um ideal de volta à harmonia da natureza, sem os apelos decandentistas da sociedade então moderna.

Nos dois casos, aspirava-se a uma pureza ideológica livre de desvios e da sujeira da diversidade humana. O que o nazismo considerava “decadente”, o socialismo considerava reacionário e pequeno-burguês. Assim é dona Ira-ny. Ela acredita na novela como um instrumento de educação — ou de deseducação, como pensavam, por exemplo, os acusadores de Flaubert quando resolveram mandar “Madame Bovary” (1857), o livro — na verdade, a personagem — para o banco dos réus, o que resultou numa das frases célebres nas polêmicas públicas. Perguntam a Flaubert, de modo inflamado, quem, afinal de contas, era aquela Madame Bovary devassa de seu livro, que ousava trair Charles, um marido perfeito e cidadão exemplar. Só lhe restou dizer: “Emma Bovary c’est moi”. Os reacionários da época não aceitavam o que consideravam uma ofensa aos costumes; a reacionária Ira-ny não aceita o que considera uma ofensa à militância militonta. Ira-ny censura Madame Bovary 154 anos depois.

Propaganda, novela, obra de arte, música, pintura etc. não têm de servir a propósitos considerados “nobres”. Sempre que se tentou esse caminho, produziu-se lixo retórico. Nas sociedades livres — e talvez venhamos, um dia, a conhecer uma…—, essas manifestações são tanto mais interessantes quanto mais questionam a ordem estabelecida (inclusive aquela das pessoas “corretas”). Se servem a um partido, a uma causa, a uma militância, então passam a ser apenas um discurso ideológico, de caráter instrumental: LIXO!

Gênios como Virgílio, é verdade, produziram sob os auspícios do estado e do poder e, ainda assim, ergueram monumentos mais duradouros do que o bronze, como disse outro grande (Horácio) sobre a própria poesia. Ocorre que nenhum deles fez da própria obra instrumento vagabundo de proselitismo, que é o que os fascistas, de esquerda e de direita, esperam da arte.

A melhor coisa que Ira-ny faz é fechar a boca. Não porque seja mulher, obviamente, mas porque é Ira-ny.

Por Reinaldo Azevedo
Paulinho recebe Serra e diz “achar” que é de oposição


Por Mariana Schreiber, na Folha Online:
Ao lado do ex-governador José Serra (PSDB), o deputado e presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, disse nesta sexta-feira achar que faz parte da oposição ao governo federal. O deputado é filiado ao PDT, partido que apóia o governo Dilma e que tem Carlos Lupi como Ministro do Trabalho. Desafetos políticos há anos, Serra e Paulinho tem se reaproximado nas últimas semanas. Nesta sexta-feira, o ex-governador fez uma palestra na sede da Força Sindical em que culpou o governo pela má fase da indústria nacional. Segundo Serra, há um processo rápido e precoce de desindustrialização no país que está provocando perda de empregos.

“Nós estamos perdendo emprego de qualidade. O Brasil vai ficando para trás. A economia não vai ter desenvolvimento saudável, com bons empregos, com a indústria definhando”, disse Serra. Paulinho fez coro às críticas e ironizou: “Eu sou deputado da base do governo, mas agora acho que sou de oposição”. Serra afirmou que o problema da indústria são os juros altos, a elevada carga tributária e o câmbio valorizado. Paulinho aproveitou e convidou o tucano para o protesto que a Força Sindical fará em frente ao prédio do Banco Central, em São Paulo, para cobrar pela redução da taxa básica de juros. O protesto acontecerá no dia 18 de outubro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC inicia as reuniões de dois dias para decidir se muda o atual patamar da taxa, de 12% ao ano. A maioria do mercado espera um segundo corte de meio ponto percentual.Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Meirelles já está no PSD


Só para que fique o registro: como vocês já devem ter visto, Henrique Meirelles transferiu mesmo seu domicílio eleitoral de Goiânia para São Paulo e se filiou ao PSD. Passou a ser um “prefeiturável”. Já escrevi a respeito.

Por Reinaldo Azevedo
Meirelles no PSD e o quadro que vai se desenhando

Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, não pertence mais ao PMDB e está a caminho do PSD, se é que já não assinou a ficha de filiação. Entra na rota da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Já que estamos falando dele, digamos que o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, presidente da nova legenda, está fazendo um hedge para tentar se proteger de turbulências. Vamos ver.

Há uma aposta hoje na casa dos 50% — tanto pode acontecer como não, sem tendência — de uma união entre PSDB e PSD. Qualquer um de dois nomes a selaria de modo praticamente automático: José Serra, que não será candidato, e Aloysio Nunes Ferreira, que também não será. A alternativa é Guilherme Afif Domingos, vice-governador e um dos fundadores do PSD. Kassab, obviamente, toparia a aliança. O problema está em alas do tucanato que consideram inaceitável o partido não ter candidatura própria. Com alguma ironia, digo que essa turma deveria se mirar no exemplo do PSDB de Minas. Há quanto tempo está fora do comando da Prefeitura de Belo Horizonte, e Aécio, não obstante, é chamado de gênio por algumas pessoas do partido? Em 2008, em BH, o PSB indicou o titular da chapa vencedora, o PT, o vice, e o PSDB não foi aceito nem no palanque. Parecia rapariga que não podia ser levada à missa. Então, esse negócio de “tem de ter candidato” é muito relativo a depender do que se queira. Mas sigamos.

De todo modo, não é uma saída fácil. Pergunta-se: “Mas por que o PSDB não poderia ser cabeça de chapa, e o PSD ter o vice?” A resposta é simples: na hipótese de uma aliança, Afif seria o nome mais forte. Mas, reitero, a chance de que isso não aconteça é tão grande quanto a de que aconteça. Há muita coisa em jogo, inclusive as pretensões a 2014. Se Kassab mantém sua pretensão ao Palácio dos Bandeirantes daqui a cinco anos, por exemplo, faz sentido Alckmin resistir à aliança, certo?

E na hipótese de ela não acontecer? Bem, nesse caso, Kassab — e aí está o hedge — joga para preservar a sua administração, tanto quanto possível, de ataques mais severos e oferece ao mercado político uma alternativa com, vejam só, trânsito entre os conservadores e entre os petistas. No mercado das novidades que muito pretendem seja a disputa de 2012, ele oferece mais uma,  com mais experiência, tudo indica, do que a concorrência. Meirelles é bem-visto em amplos setores da imprensa e foi o homem que respondeu pelo Banco Central nos oito anos do governo Lula, que o PT considera a era de ouro da economia e do país. Não é bem assim, claro!, mas não serão os próprios petistas a atacar o homem, um “amigo de Lula”.

A artilharia mais pesada contra Meirelles também não partiria, creio, do candidato tucano, seja ele quem for — até porque, reitere-se, Afif, um das estrelas do PSD, é vice-governador do estado. Se servia até anteontem, por que deixou de servir agora, poder-se-ia indagar. Restaria, se candidato mesmo, Gabriel Chalita, do PMDB, partido que igualmente deu suporte ao então presidente do BC por oito anos.

Kassab, como no quadro do Faustão, mostra que “se vira nos 30″. Sem a aliança com o PSDB, não há a menor chance de Afif se candidatar. Seria um tanto ridículo — e potencialmente desorganizador da política paulista — ver um governador a falar, na prática, contra a candidatura de seu vice. Sem Afif, Kassab fica sem alternativa. Quem acompanha o secretário Eduardo Jorge, do Meio Ambiente, no horário político do PV sabe por que ele não seria minimamente competitivo. Nada contra a pessoa. Mas não é o perfil.

É o quadro.

Por Reinaldo Azevedo

Ira-ny, a insaciável, agora quer ser co-roteirista de “Fina Estampa”. E eu não estou brincando

Não tem jeito! A mulher é insaciável!

Imaginem o inferno que é a vida de Ira-ny, sem ocupação, procurando desesperadamente provar que existe. Vocês assistiram ao filme “Adeus, Lênin”? Ira-ny quer a nossa televisão tão “edificante” como a da Alemanha Oriental.

Em  uma semana, ela já tentou tirar do ar uma propaganda de lingerie, endossou a censura a um quadro humorístico e, agora, resolveu enroscar com “Fina Estampa”, a novela de Aguinaldo Silva. Ela quer que Celeste, a personagem de Dira Paes, denuncie Baltazar (Alexandre Nero), o marido espancador, à Rede de Atendimento à Mulher, por meio do telefone 180.

Alguém dê um sossega-leão para esta senhora. Ela lá sabe quais são as intenções do autor? Aguinaldo a chamou para ser co-roteirista? Ira-ny gostaria de pôr fim à literatura, à dramaturgia e ao entretenimento com medidas puramente cartoriais.

Com Ira-ny, não existiria “Madame Bovary” porque as mulheres seriam livres. Com Ira-ny, não existiria “O Vermelho e O Negro” porque não haveria celibato sacerdotal. Com Ira-ny, não existiria “Dom Casmurro” porque Capitu denunciaria Bentinho por maus-tratos.

Com Ira-ny, o mundo seria um deserto com carimbo.

Por Reinaldo Azevedo

Agora querem proibir a Valéria e a Janete. Em breve, só será permitido fazer mesas-redondas sobre piadas. Ou: A ditadura dos militantes militontos


Vão brincando com fogo, vão, só para ver aonde vamos parar. A piada está prestes a ser proibida no Brasil, a menos que passe antes pelo Comissariado do Povo para Assuntos de Humor para verificar se ela é limpinha e não ofende ninguém. O Brasil, na média, já foi mais inteligente, e isso vale para a televisão também.

A maioria de vocês, mesmo os mais sofisticados, deve conhecer as personagens “Valéria” e “Janete”, do humorístico Zorra Total. Leiam o que informa Alberto Pereira Junior, do site F5. Volto em seguida:

O sucesso da transexual Valéria (Rodrigo Sant’Anna) e de Janete (Thalita Carauta) no “Zorra Total”, da Globo, pode estar com os dias contatos. A Secretaria de Assuntos da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo deve formalizar hoje, na Globo, uma carta em que exige que a emissora retire do ar o quadro “Metrô Zorra Brasil”. O órgão afirma que a atração é um incentivo ao assédio sexual, já que mostra no final dos seus episódios um homem encostando e abusando de Janete. “O que é piada no programa acontece todos os dias com milhares de mulheres em nosso país”, reforça o sindicato. Procurada pela coluna, a Globo disse que o quadro busca entreter e não incitar comportamentos, muito menos a violência contra a mulher, e que se orgulha de ter sempre defendido os direitos femininos.

Voltei
Os mais jovens não tiveram a chance de assistir aos quadros da TV Pirata, a melhor coisa que já aconteceu na TV Brasileira, já lá se vão mais de 20 anos. Abaixo, publico um vídeo do programa que vale por uma premonição.  Ao perceber que uma das passageiras vomita os bofes no avião, a comissária de bordo pergunta à mãe da moça:
- Foi comida?
Ao que responde a senhora:
- Foi, mas casa amanhã.
- No civil ou no religioso?
- Na delegacia!

O que se dá em seguida? Forma-se uma mesa redonda para discutir a piada, de que participam uma feminista da Unicamp, um professor da FGV, um torcedor do Botafogo e, claro!, o papagaio. Assistam. Volto em seguida.

Voltei
Era o ano de 1988. O Brasil discutia a Constituinte. As “minorias”, incitadas pelo PT, estavam organizadíssimas para garantir seus direitos no novo texto constitucional. Até aí, ótimo, é mesmo parte do jogo. Mas havia também um valor a ser preservado, que não atendia ao grupo A, B ou C e dizia respeito a todos: a liberdade de expressão — que, felizmente, foi garantida na Carta e, a depender dos militantes militontos, será em breve revogada.

Os programas de humor deixarão de fazer graça, chistes etc. para se transformar em minitratados sociológicos. Como inexiste graça que não tenha um tanto de generalização, será preciso definir as categorias que podem e as que não podem ser personagens de piadas.

O país não deixa de ser engraçado, mas de outro modo. A TV Pirata era uma atração da TV Globo. Ontem, vi um mensagem institucional, com apoio da emissora, sobre uma associação de fonoaudiólogos ou algo assim. A mensagem tinha um quê de pito moral— o texto não é literal, mas é mais ou menos isto: “A gagueira não é engraçada, é um problema a ser corrigido”. Pensei no humorista José Vasconcelos, o primeiro a fazer stand up no Brasil, e seus gaguinhos. Hoje seria proibido. Costinha, então, nem pensar. Boa parte das personagens de Chico Anysio teria de ser banida.

De fato, quando penso em todo mal que o humor já fez ao Brasil, fico chocado. Bem, mesmo, nos fizeram patriotas como José Dirceu, Delúbio Soares — que ontem mereceu uma festança promovida pela CUT —, a própria CUT, José Genoino, Marilena Chaui (a quem obviamente remete a feminista do quadro da TV Pirata)… Essa gente, sim, contribuiu para a nossa grandeza.

Essa gente, sim, mostrou como se faz um PAÍS SÉRIO!

Por Reinaldo Azevedo

Relatório da ONU faz o que boa parte da imprensa se nega sistematicamente a fazer: reconhecer o sucesso de SP no combate à violência


Já escrevi dezenas de textos a respeito. A canalha petralha me acusa de fazê-lo porque, bem, os idiotas me acusam de ser “tucano”, o que qualquer tucano sabe ser mentira por razões óbvias. O fato é que a política de combate à violência no Estado finalmente tem o destaque que merece. Leiam o que informa o Portal G1. Volto sem seguida.

A taxa de homicídios no estado de São Paulo caiu de 20,8 por grupo de 100 mil, em 2004, para 10,8 em 2009, segundo relatório que será divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Escritório das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre Drogas e Crime. No Brasil, a taxa de assassinatos praticamente se manteve estável entre 2001 e 2009.

O primeiro “Estudo Global sobre Homicídio” reúne dados oficiais de diversos países do mundo no ano de 2010 ou no último ano antes disso em que os dados estivessem disponíveis à época da coleta.

Na página 12, o relatório afirma que essa queda do número de homicídios em São Paulo foi enorme e aponta essa diminuição como um exemplo, resultado de investimento em prevenção e medidas repressivas.

Nas páginas 78 e 79, o estudo elogia São Paulo mais uma vez, dizendo que no estado funcionaram as políticas de prevenção do crime, como controles mais rígidos na posse de armas de fogo e campanhas pelo desarmamento.

Voltei
O último parágrafo do G1 pode confundir um tantinho as coisas. O relatório diz que tais políticas certamente contribuíram para a queda de homicídios, mas destaca que, em São Paulo, ela foi muito maior do que em outros estados, como o Rio, por exemplo. E conclui, então, a coisa certa e óbvia: a polícia preventiva e repressiva do estado é mais eficiente. Como sempre se apontou neste blog — contra a opinião ideologicamente interessada de alguns de nossos “estudiosos”, que se negam a reconhecer a eficiência da Polícia.

Por Reinaldo Azevedo
Anedota búlgara


A ministra Ira-ny Lopes quer censurar comercial de lingerie e quadro humorístico. Num post abaixo, afirmo que essa gente deveria fazer seu próprio quadro de humor na TV Brasil pra que a gente aprenda o que é piada. Mas nem precisa. Eu já entendi.

O cartunista Ziraldo, aquele que recebeu uma bolada porque foi perseguido pela ditadura, o que lhe permitiu ficar milionário com o jornal O Pasquim,  integra a comitiva de Dilma na viagem à Europa. Como sabemos, ela decidiu fazer uma visita sentimental à Bulgária, terra natal de seu pai. E com o nosso dinheiro.

Não! A passagem por lá não foi inócua. Abaixo, vocês vêem o ponto alto da viagem: o encontro da presidente com cartunistas búlgaros. Este senhor de terno e gravata à esquerda é Ziraldo, o indenizado.

cartunistas-bulgaros

Por Reinaldo Azevedo
A ministra “Ira-ny” também quer censurar a Valéria e a Janete


A ministra Ira-ny Lopes (da tribo das mulheres que dizem “ni”) está se candidatando ao Ministério da Censura. Vejam o que informa Alberto Pereira Jr. no site F5. Volto em seguida.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres enviou uma carta de apoio ao sindicato dos metroviários de SP, que pediu que a Globo tirasse do ar o quadro “Metrô Zorra Brasil”. A mesma pasta, da ministra Iriny Lopes, pediu a suspensão de um comercial em que Gisele Bündchen aparece de lingerie. “Parabenizamos a iniciativa e endossamos a necessidade de ações como esta que visam desconstruir discursos de uma cultura que, até camuflada no humor, perpetua a violência simbólica contra as mulheres”, diz o documento. Os metroviários acusam o “Zorra Total” de incentivar o assédio sexual nos vagões. A Globo diz que o objetivo da atração é o entretenimento.

Voltei
E o tal quadro da “Valéria” e da “Janete”. Segundo a denúncia, com a qual, vê-se, a ministra concorda, ele estimula o assédio às mulheres no metrô. Sabem o que é curioso? OS petistas dispõem de uma rede de televisão e de milhões de reais para pôr no ar a programação de seus sonhos. Aí fazem o quê? Entregam o aparelho para a Tereza Cruvinel e não conseguem sair do traço. A TV Brasil deveria fazer o seu próprio programa humorístico. Um dos quadros poderia ser a promessa de entregar 2,7 milhões de casas até o fim de 2014…

É visível que Ira-ny está desocupada. Deveria pegar carona na vassoura daquela professora que resolveu me assediar com suas boçalidades.

Por Reinaldo Azevedo


O Brasil que quer censurar a piada tem como relator da reforma política na Câmara o deputado Henrique Fontana (PT-RS). RÁ, RÁ, RÁ. Ele quer mudar algumas coisinhas no sistema eleitoral brasileiro e escreveu um relatório realmente fabuloso.

O texto de Fontana institui o financiamento público de campanha e proíbe doações privadas de pessoas físicas ou jurídicas. A tese do valente é que, assim, acabam as doações irregulares. Você já começou a rolar de rir? A tese do petista é a seguinte: mesmo com as doações privadas autorizadas, há muita gente que financia candidato de modo clandestino. Por que isso deixaria de acontecer se elas fossem proibidas é um mistério da lógica que só poderia ser desvendado pelo Costinha…

Calma! A piada segue adiante. Como se distribuiriam, segundo o petista, os recursos públicos entre os partidos? A maior parte seria repartida segundo a bancada eleita no pleito imediatamente anterior. Ah, bom! Adivinhem quem fez a maior bancada em 2010… Sim, foi o PT. Logo… Mas pensemos a proposta em tese: digamos que um partido eleja um presidente e  uma grande bancada. Digamos ainda que esse governo seja um desastre, causando o desgaste da legenda. Segundo a proposta de Fontana, isso não teria a menor importância. O partido ainda seria premiado levando a maior fatia dos recursos.

Não só isso: o petista quer transformar uma vantagem que o seu partido tem hoje num ativo eterno. Por quê? Ora, porque tem a maior bancada, os petistas recebem mais dinheiro; porque recebem mais dinheiro, têm mais condições de disputar e de fazer uma grande bancada. É a Círculo Vicioso Tostines aplicado à reforma eleitoral.

Fontana é desses piadistas insaciáveis. Ele inventou um modelo para a composição da Câmara que só existiria no Brasil: o voto proporcional misto!!! O eleitor votaria num partido e num candidato (as legendas poderiam ser distintas). Metade da Casa seria composta segundo o modelo vigente hoje: estariam eleitos os mais votados de acordo com o quociente de cada legenda. E a outra metade? Seria preciso ver a quantas cadeiras cada partido teria direito, e iriam para a Câmara os primeiros colocados numa lista previamente definida. Se você não entendeu quase nada, eu não o culpo. A síntese é a seguinte: é um modelo que privilegia a máquina partidária e seus aparelhos — vale dizer, o PT.

Fontana, em suma, pensou uma reforma política para eternizar seu partido no poder.

Adiamento
Essa estrovenga seria votada hoje na Comissão Especial da Reforma Política. A votação foi adiada para o fim do mês a pedido do próprio relator. Exceção feita ao PT, ninguém gostou da piada contada por Fontana. O presidente da comissão especial, Almeida Lima (PPS-SE), estipulou o prazo de 20 de outubro para novas apresentações de emendas. Com isso, o texto ainda pode ser modificado.

Só uma nota: o PMDB não gosta do sistema proporcional misto, mas tem uma idéia tão ruim quanto: criar o “distritão”. Em São Paulo, por exemplo, seriam eleitos os 70 mais votados e ponto final! Se hoje temos na Câmara uns 10 ou 12 Tiriricas, haveria o risco de termos uns 100, 120…

Existe um modo decente de compor a Câmara dos Deputado, que comprometa o eleito com o eleitor? Sim, é o voto distrital. Já estamos com 105.940 assinaturas. Vamos nos mobilizar para chegar às 200 mil. É o famoso trabalho de formiguinha. O que vai acima evidencia do que são capazes esses humoristas sem graça que comandam a política.

Para não esquecer: a proposta de Fontana foi elaborada por Lula e José Dirceu.

Por Reinaldo Azevedo

A professora energúmena, o politicamente correto e ainda Rafinha Bastos. Ou: O fascismo dos monopolistas da virtude

Os idiotas agora resolveram aderir à política de cotas: também querem o seu quinhão. Evidentemente, não me refiro à idiotia clínica, mas àquela ignorância propositiva que costuma caracterizar os energúmenos, com suas soluções simples e erradas para problemas complexos, para lembrar H. L. Mencken. Ontem, dei uma esculhambada numa professora de português que me enviou um texto em que tentava me ofender. Ofendia, antes de tudo, a língua pátria.

Fico imaginando aquela anta na sala de aula, a vitimar dezenas, talvez centenas de jovens pobres, que deveriam ter na escola, como tive, a chance de aprender, de melhorar a vida da família e a sua própria vida, podendo garantir aos filhos condições iniciais que eles próprios não tiveram. Assim se faz o progresso. Mas não! A tia sindicaleira diz com todas as letras que, sem uma redução das desigualdades sociais, não há o que fazer na educação; tudo seria inútil! Como, sem educação, tal redução não acontece — não, ao menos, a ponto de mudar a qualidade de vida dos pobres, garantindo-lhes autonomia —, tem-se o ciclo vicioso do mal: os pobres têm uma educação ruim porque pobres e são pobres porque têm educação ruim.

Houve quem tivesse ficado com peninha. Uns tolos disseram que esculhambei a sua gramática para não ter de responder a seus argumentos. Quais? Um deles é essa delinqüência (com trema!) que se lê acima. Trata-se de uma tese realmente irrespondível. Ela pense o que quiser. É livre para isso. Se leva tal concepção para a sala de aula, no entanto, tem uma conduta que chega a ser criminosa porque atua para condenar os alunos à pobreza.

Dei aula durante uns bons anos. A principal tarefa de um professor é alargar os horizontes dos alunos POR MEIO DA SUA DISCIPLINA, não da peroração moral ou ideológica. Ensinei literatura, gramática e redação. Não deixam de ser “ciências da natureza”  da natureza humana ao menos. A tarefa “progressista” de um professor de gramática é ensinar gramática para que os alunos possam ler com olhos mais competentes qualquer texto, do autor “X” ou de quem pensa o contrário.

Ocorre que esquerdopatas e politicamente corretos de modo geral querem nos impor a sua pauta como expressão do “bem”. Os seus adversários fazem escolhas ideológicas; eles apenas estão preocupados com o bem-estar da humanidade. Esses caras têm a ambição de não debater as suas idéias porque se consideram, para usar uma expressão de Jonah Goldberg, no livro “Fascismo de Esquerda” (Editora Record), “monopolistas da compaixão”. A direita, os conservadores, os reacionários, ah, esses precisam sempre dar explicações e se justificar. Um esquerdista ou “progressista” tem apenas de se declarar preocupado com os pobres, a favor da natureza, defensor dos negros, das mulheres, dos gays, dos sem-isso, sem-aquilo… Se o que propõe funciona ou não, eis algo absolutamente irrelevante. O importante é saber que ele tem idéias para nos salvar.

Demonstrei isso aqui ontem ou anteontem (os meus horários me deixam meio confuso, hehe) quando tratei da questão da redução do desmatamento. Alguém, em algum momento, cobrou de Marina Silva que expusesse o caminho do raciocínio que a levava a dizer que o texto de Aldo Rebelo provocara um aumento do desmatamento? Não! Bastava saber que era Marina falando. Como ela defende a floresta, conclui-se, pois, que tudo o que disser será positivo para a floresta, mesmo que seja uma mentira. Como se supõe que um “ruralista” quer avançar no mato para plantar soja, não se deve acreditar, de saída, no que ele tem a dizer.

Foi com esse raciocínio que o ministro Ayres Britto, do Supremo, contribuiu para a favelização dos índios da reserva Raposa Serra do Sol e desempregou centenas de famílias. Aceitar as terras contínuas, com a expulsão dos brancos e dos arrozeiros, estava entre as chamadas “idéias do bem”, que não devem ser questionadas, a menos que o sujeito seja um desses (Reinaldo, Diogo e mais uns dois ou três) que gostam de ir na contramão, que supostamente fariam questão de se dizer politicamente incorretos. Essa é outra tolice. Eu só faço questão de me ater aos fatos.

Os que agora acusam  e eles se tornaram mais virulentos depois do episódio Rafinha Bastos  a existência de uma espécie de conspiração dos “politicamente incorretos” querem, na verdade, nos impor a sua pauta como expressão superior de racionalidade, de modo que os que não comungam de suas teses seriam ou maus ou irracionais. Assim, quando defendi que os arrozeiros ficassem em Raposa Serra do Sol, é claro que eu não poderia estar preocupado com o emprego de centenas de pessoas, com a produção de comida, com o bem-estar daquelas pessoas. Não! Eu só o fazia porque, vocês sabem, sou um homem mau ou um defensor natural dos plutocratas do arroz… No caso do novo Código Florestal, eu o apóio porque estou na categoria que quer mesmo é devastar a natureza para cobrir o mundo ou de pasto ou de lavoura de soja… Além, claro de torcer pelo aquecimento global e não dar bola para os bagres…

E tudo isso nasce, segundo esses vigaristas, do fato de não haver um “controle democrático” dos meios de comunicação  ou seja, um comitê de censura, que seria integrado, naturalmente, por eles. Como são os monopolistas do bem, os que discordam deles estariam impedidos de falar. Aquela professora que me enviou o texto impossível está convicta de que eu só sou contra o corte de aulas de português e matemática em benefício da filosofia e da sociologia porque tenho “medo” de que os pobres comecem a pensar. Não! Eu quero uma escola com muito português e muita matemática, como tive, competentemente ministradas, justamente para que os pobres possam se libertar da pobreza! Mas como eu poderia ter uma boa intenção se eu não sou de esquerda, se eu não sou da turma? O mais fabuloso é que o método deles está sendo testado há anos. As escolas brasileiras se converteram em centros de reclamação e doutrinação. Com as exceções de sempre, são professores reclamando da vida e propondo aos alunos uma nova aurora… Como pode anunciar um novo tempo quem faz da sua própria infelicidade, real ou suposta, um programa de ação?

Não! Eu não me deixo intimidar por essa canalha, não! Até porque ela não quer debater. E a chamo pelo nome merecido. Não cairei na conversa que consiste em transformar escolhas ideológicas em virtudes inquestionáveis. O repúdio às piadas infelizes de Rafinha Bastos — e escrevi ontem que o humor não é uma categoria absoluta, mas também é importante que ele não seja tomado na sua literalidade — demonstra, diga-se, que ninguém precisa que um Comissariado do Povo decida o que é e o que não é aceitável.

Comigo, esses fascistas assanhados não se criam —na escola, na Internet, na TV, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê…

Por Reinaldo Azevedo

Em dia de popstar na CUT, Delúbio dá autógrafos e CDs com músicas e artigos

Por Bernardo Mello Franco, na Folha:
Sorrisos, abraços, filas de autógrafo, pedidos de foto.
Com tratamento de popstar, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, 55, lançou ontem uma campanha para tentar mobilizar sindicalistas e militantes em sua defesa no processo do mensalão. Ele é apontado pelo Ministério Público como o operador do esquema. Se for condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), pode pegar até 111 anos de prisão pelos supostos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Delúbio foi homenageado em ato de desagravo antes da abertura da plenária nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Guarulhos, na Grande São Paulo. O evento ocorre até sexta-feira num auditório da prefeitura local, comandada pelo PT. A central barrou a entrada de jornalistas e expulsou a equipe da Folha, que estava credenciada para cobrir o evento e já aguardava o petista no plenário, entre cerca de 500 dirigentes sindicais. O ex-tesoureiro aproveitou a reunião para distribuir um “CD interativo” e um livreto com a sua defesa no STF. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Texto reproduzido no Financial Times ironiza mania do governo brasileiro de sair distribuindo conselhos ao mundo

Pois é… Nem todo mundo cai na conversa, não é? E certa saliência arrogante já começa a chamar a atenção. A Reuters publicou uma espécie de editorial, reproduzido no site do Financial Times, que ironiza os conselhos da “Tia Dilma” (aqui, em inglês) para a União Européia: “Dilma: agony aunt to the EU”. Mais ou menos isso: “Dilma: os conselhos da tia”.

Logo no primeiro parágrafo, uma paulada: o texto lembra que a líder do país que está em 152º no ranking do Banco Mundial (do melhor para o pior…) das nações com o pior e mais pesado sistema tributário tenta dar conselho aos outros. Pois é… A carga deve fechar 2011 em 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB). E a Rousseff do Brasil já avisou: mais dinheiro pra saúde só com mais impostos.

O texto lembra que tem sido prática constante do governo brasileiro distribuir conselhos ao mundo. E cita o caso do ministro Guido Mantega: “Depois de ter sido alçado à fama graças a seu discurso sobre ‘guerra cambial’, Mantega propôs, no mês passado, um plano meio maluco de resgate da Zona do Euro pelos BRICs”. E o texto emenda: “O problema é que ele não consultou os outros países, como a China, que detém a maior parte dos títulos da dívida”. Segundo o texto da Reuters, até os nativos por aqui ficaram surpresos que o Brasil se oferecesse para salvar economias como a da Itália, cujo PIB per capta é o triplo do seu próprio…

O conselho, afirma o editorial, “além de irrealista, soou hipócrita”, uma vez que Dilma falou “sobre a necessidade de combater o protecionismo” uma semana depois de ter elevado o IPI de carros estrangeiros em “gritantes 30 pontos percentuais”. Também ironiza a censura do Brasil aos países que mantêm desvalorizadas sua moeda, lembrando as constantes intervenções do Banco Central no mercado de câmbio.

O texto até dá uma colher de chá ao governo. Lembra que, embora seja fácil zombar desses conselhos, eles vêm num momento de estabilidade do país. Conclui: “Com um dos sistemas financeiros mais saudáveis do mundo, grande capacidade para implementar medidas anticíclicas de estímulo à economia e reservas cambiais sólidas, não é de estranhar que o Brasil se sinta no direito de sair dando conselhos por aí, ainda que malucos”.

Por Reinaldo Azevedo

O petismo como doença moral tendente ao incurável. E o “Fora Dilma!”

O petismo é uma doença moral que tende ao incurável. Se descoberta a tempo, talvez se consiga salvar a alma do vivente.  Flávia Foreque e Ana Flor informam na Folha Online o que segue. Volto depois.

Servidores da Educação gritam ‘fora Dilma’ e fecham via no DF

Depois de mais de duas horas bloqueando o trânsito na avenida em frente ao Palácio do Planalto, servidores federais da área da Educação - em greve há dois meses - deixaram o local. A saída ocorreu após serem recebidos por assessores da Secretaria Geral da Presidência da República. Eles, entretanto, prometeram voltar se não forem recebidos pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ou pela presidente Dilma Rousseff. Com gritos de “fora Dilma” e críticas à gestão da Educação tanto do governo atual quanto o do ex-presidente Lula, os cerca de 400 manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar, pedem reajuste de 14,6%. Eles passaram mais de duas horas sentados na pista do Eixo Monumental, bloqueando todas as seis pistas. Tentavam chamar a atenção dos ministros com gritos de ordem e vuvuzelas. O grupo do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) engloba professores, técnicos e servidores administrativos da área da Educação em nível federal.

São ligados ao Conlutas, que representa sindicatos dissidentes da CUT e ligados ao PSTU e PSOL. Além do “fora Dilma”, o grupo gritava “Dilma, que papelão, no país da Copa não tem educação”. Eles também carregam um caixão em tamanho real, com faixas pedindo 10% do PIB para a Educação. Na semana passada, o grupo protocolou um pedido de audiência com a presidente Dilma Rousseff e com a ministra Gleisi Hoffmann. Além do reajuste, os manifestantes pedem a destinação de 10% do PIB à Educação e melhor infraestrutura para a expansão dos institutos federais. A valorização dos servidores da Educação, em especial os professores do Ensino Básico foi promessa de campanha de Dilma. “O governo que dizia ser dos trabalhadores não aceita negociar com grevistas”, diz Érica Souza Tupirá, servidora grevista. Segundo ela, o grupo foi recebido pelo MEC (Ministério da Educação), sem sucesso. Pelo menos 50 seguranças do Planalto e policiais militares acompanham a manifestação.

Voltei
Vocês sabem o que penso sobre PSTU, PSOL e pteroráctios afins. E estou longe de achar que, se eles enchem o saco do PT, então têm lá a sua utilidade. O adversário do meu adversário não é necessariamente meu aliado. Isso é coisa de gente que pensa com os cascos. De resto, sou adversário apenas  da falta de lógica.

No Twitter, José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e um dos coordenadores da campanha de Dilma, escreve: “Como ganhar espaço na mídia ! Com gritos de ‘fora Dilma’, servidores em greve bloqueiam avenida.” E publica um link para a reportagem. Entenderam? Quando petistas promoviam greve no serviço público e gritavam “Fora FHC”, ele certamente achava justo, legítimo e honesto. Agora que o protesto é contra o governo do seu partido, então é só firula para chamar a atenção.

Só para lembrar: há funcionários em greve nas instituições federais há quatro meses, não há dois. A paralisação foi decretada no dia 26 de maio. “E você, Reinaldo, apóia o PSTU e o PSOL se for contra o PT?” Eu não! Sou contra greve de servidores públicos, e acho ridículo esse negócio de “Fora Dilma”, como era ridículo o “Fora FHC” dos petistas de antigamente.

Isso não me impede de reconhecer que Fernando Gugu Dadá Haddad é o ministro mais superfaturado da Esplanada dos Ministérios. Como já provei aqui até com fotos, um ditado popular (na minha terra ao menos) define a sua atuação no Ministério da Educação: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.

Por Reinaldo Azevedo

Que medo

Não bastasse reclamar de toda a imprensa brasileira, José Dirceu agora resolveu atacar lá fora. Hoje, em seu blog, faz uma nota intitulada Financial Times perdeu a linha em que parte em defesa de Dilma, criticada ontem num artigo publicado na versão digital do diário britânico – o mais respeitado jornal econômico do mundo. Consta que o FT está inconsolável e fortemente abalado com as críticas de Dirceu.

Por Lauro Jardim

Tiro pela culatra

Em seu blog, José Serra faz  hoje um alerta sobre as propostas que estão no Congresso para o aumento dos royalties da mineração e da energia elétrica. Na esteira do que está acontecendo agora com os royalties do petróleo, Serra prevê que o tiro dos proponentes pode sair pela culatra. Fala Serra:

- A distribuição dos royalties do petróleo a estados não produtores, feita pelo governo Lula, acolhida e ampliada pelas emendas e substitutivos do Congresso, inevitavelmente voltará à mesa quando o tema dos royalties de minérios e energia elétrica entrarem em cena. Ou seja, estados não produtores desses insumos poderão obter também participação nesses outros dois royalties.

A propósito, a proposta para elevar os royalties da mineração é de Aécio Neves.

Por Lauro Jardim

Escórcio e o terno branco de Amin

Francisco Escórcio (PMDB-MA) fez um escândalo nesta manhã ao cruzar com Esperidião Amin no corredor de acesso às comissões da Câmara. O motivo? Escórcio achou graça no terno branco de Amin, igual ao de seu padrinho, José Sarney. Disse, em meio a gargalhadas:

– Mas olha só, tá melhor que o Tiririca. Pior que tá não fica.

Amin sorriu, deixou Escórcio passar, e o que disse depois não pode ser publicado.

Por Lauro Jardim

Agora vai

Sarney e assuntos de grande relevância nacional

José Sarney promulgou anteontem um decreto que institui um fundamental acordo de cooperação em assuntos Econômicos, Científicos e Tecnológicos entre o Brasil e a Grécia.

Por Lauro Jardim

O porão dos fracassos insepultos

Sempre lançados com pompas, fitas e discurseira, sempre atribuídos ao brilho incomparável do inventor do Brasil Maravilha, programas e projetos federais nunca morrem oficialmente. Nunca  ─ nem mesmo quando viram cadáveres em adiantado estado de decomposição. É o caso do Fome Zero, do Primeiro Emprego, do PAC da Copa, do PAC da Olimpíada, do Segundo Tempo ou do terceiro aeroporto de São Paulo. Morreram de inépcia, de corrupção, de inoperância, de politicagem, ou da soma dessas moléstias tropicais. Mas permanecem no porão dos fracassos insepultos, para que os brasileiros que pagam todas as contas não enxerguem os naufrágios que financiaram.

Na edição desta terça-feira, uma reportagem do Globo comprovou que a coleção de mortos-vivos foi ampliada pelo ProJovem. Nascido em 2007, o programa foi apresentado pelo presidente Lula ─ escoltado pelos ministros Fernando Haddad, Carlos Lupi e, claro, Dilma Rousseff ─ como a salvação dos moços à procura de escola e emprego. Passados quatro anos, o Tribunal de Contas da União fez um balanço do desastre retumbante. Ainda incompleto, é desoladoramente repulsivo. Variadas formas de ladroagem engoliram a maior parte da verba de R$ 3 bilhões. O número de jovens atendidos é insuficiente para eleger um deputado em Roraima. Em vez de providenciar-lhe um enterro cristão, o governo promete ressuscitar o morto em 2012. Com injeções de dinheiro, naturalmente.

Os corruptos não perdem o apetite, confirma o texto reproduzido na seção Feira Livre. Os brasileiros honestos é que precisam perder a paciência com a impunidade dos ladrões.

(por Augusto Nunes)

Dilma tem de ressarcir aos cofres públicos sua viagem à Bulgária, a sua “Mombaça”

Tá bom! Ninguém diz, digo eu. A Bulgária era o país mais atrasado da Europa Comunista. Agora, é o país mais atrasado da Europa pós-comunista. Dilma tem todo o direito de tirar uns dias de férias para conhecer a terra de seu pai e se encontrar com parentes. Mas que o faça com o seu dinheiro, não com o nosso.

José Sarney não tinha vice porque ele próprio era originalmente o vice. Quando se ausentava do país, como aconteceu em 1989, numa viagem à Europa, assumia o comando do país o presidente da Câmara - à época, Paes de Andrade. Na interinidade, o homem não teve dúvida: encheu o avião presidencial de convidados e autoridades do governo e rumou para Mombaça, no Ceará, a sua terra natal.

A Bulgária é a Mombaça de Dilma. O que ela foi fazer lá, com o avião lotado de autoridades? Fernando Pimentel, ministro da Indústria e Comércio, tenta explicar: “É claro que ainda não temos números de investimento. Estamos aqui para ver quais são as oportunidades”. Ah, bom! Antes de haver qualquer prospecção de encarregados de negócios, o negócio é ir lotando o avião e pronto!

Não dá! Trata-se de uma viagem pessoal. Os brasileiros não têm nada com isso.

Por Reinaldo Azevedo
“Centro-direita não tem a ver com PSDB”, diz FHC


Todos sabem o que penso de FHC, o presidente mais importante que o Brasil já teve. E Getúlio Vargas? Importantíssimo! Mas nos deixou um pesado legado mental, que considero estar na raiz de muitos atrasos. Minha admiração por FHC é imensa, mas não concordo sempre com ele. Já aconteceu antes e acontece agora. Leiam trechos de uma entrevista sua ao Estadão de hoje. Existem direita e esquerda no mundo inteiro, ainda que elas jamais tenham estado tão próximas no ideário como nesses dias. Por que não existiriam no Brasil?

Na segunda-feira, lembrei aqui um texto que escrevi no fim do ano passado sobre o futuro das oposições — em particular do PSDB. Lá estão os detalhes da minha divergência. Creio que, se o PSDB não assumir seu lugar à direita no espectro ideológico, acabará sem lugar nenhum. Não é o que pensa o ex-presidente.

Por Gabriel Manzano, no Estadão:
Direita, esquerda, centro, socialistas ou neoliberais “são apenas rótulos, coisas externas à vida real dos partidos”, e não faz sentido pedir que uma sigla vá para a “centro-direita” ou para a “centro-esquerda”. Essa é a resposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à avaliação feita pela acadêmica norte-americana Frances Hagopian, em entrevista ao Estado, segundo a qual o PSDB “devia assumir-se como partido de centro-direita”. Diferentemente do informado pelo Estado domingo passado, FHC não concorda com Hagopian nesse aspecto político-ideológico, externado por ela em entrevista exclusiva antes de palestra no Centro Ruth Cardoso, em São Paulo.

O que o ex-presidente endossa é a avaliação feita pela especialista americana, durante a palestra, de que os tucanos devem defender os seus feitos do passado: as reformas adotadas no País nos anos 90, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, que trouxeram a estabilidade política e econômica ao Brasil. Ainda sobre o aspecto ideológico, o ex-presidente alega que, teorias à parte, “a dinâmica dos partidos no Congresso é bem outra”. “Na prática, há uma base que sustentou o governo Lula, sustentou o meu, e antes dele o governo Sarney”, afirmou FHC. “Concordo com a Hagopian quando diz que o PSDB tem de se diferenciar, assumir o que fez. Mas falar em centro-direita não tem nada a ver com o PSDB nem com outros partidos. Não é por aí.” O ex-presidente lembrou que “até Paulo Maluf já se definiu como social-democrata”.

Que lhe parece a avaliação da americana Frances Hagopian de que o PSDB deveria “assumir-se como de centro-direita?
Acho que ela tem uma contribuição positiva, mas exagera a programatização dos partidos. A tese dela é que os partidos se tornaram mais programáticos e isso permitiu a aprovação das reformas. Quando fala em programatização, tem essa visão de que o PSDB fez aliança com o centro, com a centro-direita. E o PT, que era de esquerda, acabou vindo para a centro-esquerda etc. Isso é uma visão dos rótulos dos partidos. A dinâmica no Congresso é bem outra. Essas caracterizações tipo centro, centro-esquerda, centro-direita, neoliberal, socialista são externas à prática real. O que há é uma base, que sustentou o governo Lula. Que também sustentou a mim, ao Sarney.

Não se deve, então, falar em esquerda e direita ?
Há uma insistência nessa dicotomia. Isso se deve à falta de analisar os processos reais, o mundo concreto. Não é que inexista uma esquerda, mas… o que significa a esquerda hoje? Ninguém mais pensa como no passado, coisas como coletivização dos bens privados, feita por um partido que dominasse o Estado em nome de uma classe. Isso não ocorre mais.
(…)
E as tarefas do PSDB?
Esse foi o ponto em que eu concordei com a análise da Hagopian, o PSDB tem que se diferenciar, assumir o que fez. Mas qual a diferença, neste momento? O PT está privatizando aeroportos, privatizando estradas, fez um Proer recentemente para salvar alguns bancos pequenos… E veja, antes isso era herança maldita… Essas diferenças entre os petistas e o que eles chamavam de neoliberalismo não existem mais. O que existe é a maior ou menor ingerência dos partidos na gestão da coisa pública. No nosso tempo, havia menos ingerência.

Quando Gilberto Kassab disse que o PSD “não é de centro, nem esquerda, nem de direita”, foi um sinal da desimportância da ideologia nos partidos brasileiros?
Provavelmente, sim. Como não estão se desenhando alternativas ao que aí está, fica difícil dizer o que é esquerda, o que é direita. Não se esqueça que, há um bom tempo, o Paulo Maluf se declarou social-democrata.
(…)
O lulismo pode ser chamado de uma ideologia?
Não. É um estado de espírito, um sentimento. Não é ideologia. Não está propondo nada.

O que o sr. diz da direita?
Quem defende a direita no Brasil? Ninguém. Mas na prática ela existe - mas a nossa direita é muito mais o atraso, o clientelismo, fisiologismo, esse tipo de questão, do que a defesa dos valores intrínsecos da propriedade, da hierarquia. Não tem muito essa defesa.
(…)

Por Reinaldo Azevedo
Como? Top-Top Garcia está dizendo o que diz Reinaldo Azevedo? Pois é… Então vamos falar um pouquinho sobre verdades, mentiras, má consciência, essas coisas…


Olhem cá, minhas caras e meus caros: o meu compromisso é com os fatos. E, claro, não abro mão de dizer o que penso a respeito. Um mundo em que até Marco Aurélio Garcia, o Top-Top, pode dizer coisas sensatas talvez ande um tanto do avesso… Fazer o quê? A gente está aqui é para isto mesmo: para revelar, como diz a minha mãe, “o lado direito do bordado”…

Peço que vocês leiam como muita atenção trechos deste texto de Jamil Chade no Estadão Online (íntegra aqui). Volto em seguida.
*
Embora tenha votado em favor da admissão do novo governo líbio na ONU, o Brasil não dá por encerrada a crise no país, alerta para as divisões do Conselho Nacional de Transição (CNT) e diz ter informações de que a cúpula do grupo que tomou o poder em Trípoli também ordenou a execução de membros do regime de Muamar Kadafi. Em declarações ao Estado, o assessor especial do Palácio do Planalto para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o governo brasileiro vê a situação ainda com muita desconfiança. “A situação não está resolvida ainda e pode ser muito perigosa”, disse. Garcia lembrou que os combatentes do CNT ainda não tomaram Sirte, reduto de Kadafi, e não há um cenário claro sobre o futuro da Líbia.

Para o Brasil, a situação líbia justifica a cautela em relação à atuação da diplomacia no caso da Síria. Na terça-feira, o País absteve-se mais uma vez no Conselho de Segurança da ONU na votação de uma resolução– enfim, vetada por Rússia e China - que condenava Damasco pela brutal repressão a manifestantes de oposição ao líder Bashar Assad.

A justificativa oficial de Brasília é a de que a Resolução 1.973, que autorizou a Otan a intervir militarmente para proteger civis da fúria de Kadafi, foi interpretada de forma abusiva pela aliança atlântica, que apoiou com ataques aéreos a insurgência na Líbia. O temor é que o roteiro se repita na Síria. “A situação (sobre a resolução para a Síria) é muito, muito complicada”, disse. “Mas já está encerrada. Rússia e China agiram de forma bastante firme. A China havia anos não tomava uma posição de veto.”
(…)

Reconhecimento tardio
A tomada da capital líbia, Trípoli, pelos então rebeldes, quase um mês atrás, fez a comunidade internacional apressar o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição como o governo legítimo do país. Chefes de governo e Estado da Europa viajaram até a cidade para mostrar que Muamar Kadafi já não mais controlava a Líbia e Nicolas Sarkozy, presidente da França, reuniu em Paris governos de todo o mundo para dar por encerrada a crise.
(…)
Crimes
Garcia acrescenta que o governo brasileiro recebeu informações de que parte da cúpula das forças anti-Kadafi esteve envolvida diretamente em ordens para massacrar pessoas ligadas ao regime do ditador foragido.
(…)

Voltei
É claro que as forças anti-Kadafi também massacraram seus adversários. Isso foi noticiado com razoável visibilidade mundo afora. Basta pesquisar. A imprensa brasileira, especialmente a TV, quase ignorou o assunto porque não gosta de “homens maus”, ora… E Kadafi era um homem mau que matava homens bons, como nas histórias infantis de antigamente…

No arquivo deste blog, vocês encontrarão muitos textos deste escriba sustentando o óbvio: EUA, França, Grã-Gretanha — e, depois, a Otan — violaram de modo vergonhoso a resolução da ONU. No dia 24 de agosto publiquei um texto cujo título é este: “Mas que diabo há com os jornalistas, que se mostram incapazes de dizer a verdade sobre a Líbia?” Pois é. Poucos disseram. Há um link lá para a íntegra da resolução.

Boa parte de respeitáveis analistas, inclusive brasileiros, se calou diante da óbvia transgressão à resolução por, creiam, OBAMISMO! O presidente americano faz muito mais sucesso fora dos EUA do que dentro — desde a sua eleição, diga-se, em 2008. Isso é má consciência. E o governo brasileiro? Fez a coisa certa no caso da Líbia, mas por maus motivos. Isso também é má consciência, mas do outro lado.

Ora, basta ver a opinião da petezada em outras questões relevantes: será sempre contrária, ou quase, à dos Estados Unidos. Aquele voto a favor do envio de uma comissão ao Irã foi café pequeno; é coisa bem diferente de condenação, né? Foi visto como sinal de mudança de rumo da política externa. Não era.

Assim, temos que o “obamismo” baba-ovo determinou o silêncio constrangedor de boa parte da imprensa mundial — no Brasil, vocês sabem onde estão as exceções — diante do desrespeito à resolução da ONU; e o antiamericanismo cretino pautou a posição do Brasil no caso da Líbia (ainda que Marco Aurélio Garcia diga, nesse caso, a verdade) e agora da Síria.

Para encerrar
Não faltará quem diga: “Pô, Reinaldo! Você dizendo a mesma coisa que o MAG”!?. Em primeiro lugar, eu escrevi antes, como os arquivos deixam claro. Em segundo lugar, não é um MAG da vida quem determina o que eu penso ou deixo de pensar. Ou eu faria com petistas mais ou menos o que petistas fazem com os EUA: “Se eles dizem A, eu digo o contrário”. Não! Eu digo o que digo. Quem está ou não está comigo numa determinada opinião me é absolutamente irrelevante. Já aconteceu de eu estar sozinho mesmo. Maioria não é sinônimo de verdade.

Texto originalmente publicado às 22h24 desta quarta
Por Reinaldo Azevedo
Uma boa notícia para a Educação - Haddad discute sair já de ministério para disputar prévia no PT


Por Bernardo Mello Franco, na Folha:
O ministro Fernando Haddad (Educação) discute com aliados antecipar a saída do governo para se dedicar à disputa interna que definirá o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo em 2012. Ele tem debatido a ideia de pedir uma licença temporária do cargo até meados de dezembro. Alguns petistas o pressionam para sair já, mas Haddad quer empurrar a decisão para o fim do mês. O plano original era disputar a indicação petista ainda como ministro e deixar a Esplanada no início de 2012, já confirmado como candidato.

Mas a tese de pedir uma licença agora ganhou força diante dos sinais de que a estratégia traçada pelo ex-presidente Lula para ungir o afilhado sem prévias no partido não deve funcionar. Haddad contava com a desistência da senadora Marta Suplicy, mas ela tem repetido que não sairá do páreo. O ministro já tem maioria na cúpula do partido, mas teme ser surpreendido em eleição direta contra Marta, que é mais popular entre os militantes “de base” do PT.

Por Reinaldo Azevedo
Por apoio de tucanos, Kassab vai propor aliança com Alckmin


Por Daniela Lima e Vera Magalhães, na Folha:
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) avisou a aliados que vai propor um acordo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar reeditar nas eleições municipais de 2012 a aliança que o levou à Prefeitura em 2004, como vice de José Serra (PSDB). Fundador do PSD, o prefeito quer atrair o PSDB na disputa à sucessão na capital. E em nome dessa aliança, Kassab tem afirmado que está disposto a abrir mão da candidatura ao governo em 2014 para apoiar a reeleição de Alckmin, colocando sua sigla e o próprio nome à disposição para compor a chapa encabeçada pelo tucano.

Para Kassab, juntos, PSD e PSDB têm chances se manter no comando da capital. Com candidaturas avulsas, avalia, correm risco de ser derrotados pelo PT ou pelo PMDB, que pretende lançar o deputado Gabriel Chalita. Ainda que publicamente Kassab apresente diversos nomes como possíveis candidatos do PSD à sua sucessão, em privado, o prefeito trata apenas o vice-governador, Guilherme Afif Domingos, seu parceiro na fundação do PSD, como capaz de atrair os tucanos na próxima eleição.  

Por Reinaldo Azevedo
Mais um… PP considera situação de Negromonte ‘insustentável’


Na Folha:
Integrantes do PP reunidos ontem em Brasília avaliaram como “insustentável” a situação do ministro das Cidades, Mário Negromonte. No domingo, reportagem daFolha mostrou que Negromonte passou a ser tratado na Esplanada dos Ministérios como se fosse um fantasma. Ele deixou de ser chamado para reuniões sobre os preparativos para a Copa 2014, tem recebido menos recursos do que outros grandes ministérios e não influi mais no desenho dos principais programas da sua área, como o Minha Casa, Minha Vida.

“A julgar pela reportagem -e nenhum desmentido-, ficou insustentável e se agravou substancialmente [a situação]. Este ambiente foi gerado pelo próprio ministro, o protagonista de toda essa situação foi ele”, afirmou o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB). Uma parte dos 41 deputados do partido já queria a saída de Negromonte. Reclamam que não são atendidos e não têm suas emendas liberadas na própria pasta. O ministro conta com o apoio de dez integrantes da bancada.
(…)

Por Reinaldo Azevedo
Alckmin diz que Barbiere tem o “dever de contar o 
que sabe” sobre emendas


Por Gustavo Uribe e Fernando Gallo, no Estadão:
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cobrou publicamente nesta quarta-feira, 5, explicações do deputado estadual Roque Barbiere (PTB) sobre as denúncias de venda de emendas ao Orçamento do Executivo. “E eu entendo que ele (Barbiere) tem o dever, como homem público, de apontar o que sabe.]

“Na terça-feira, 4, o parlamentar, que faz parte da base governista, comparou a atividade da Assembleia Legislativa à de um “camelódromo” e alegou que teria alertado o secretário de Planejamento, Emanuel Fernandes, e a subsecretária de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Rosmary Corrêa, conhecida como “delegada Rose”, sobre possíveis irregularidades na destinação das verbas do governo liberadas por emendas.

“Ele (Barbiere) não citou um caso para ninguém. Pode entrevistar a delegada Rose ou o secretário Emanuel Fernandes”, disse Alckmin. O governador reafirmou que as informações sobre as emendas liberadas já foram publicadas pelo governo do Estado na internet. “E tudo está transparente”, disse. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Desertores tentam organizar tropas para derrubar Assad na Síria


No Estadão:
Um grupo de militares sírios desertores, que se autodenominou Exército da Síria Livre, está emergindo como o primeiro desafio armado ao regime autoritário do presidente Bashar Assad, após sete meses de protestos em grande parte pacíficos.

O líder do grupo, o ex-coronel da Força Aérea Síria, Riad Asaad, que recentemente fugiu para a Turquia, afirma que agora possui mais de 10 mil homens e pediu aos soldados sírios que desertem e lhe ajudem a derrubar o regime “assassino”.

Embora analistas políticos digam que os números descritos por Asaad possam ser inflados, ele está confiante que mais soldados irão aderir ao exército insurgente. “Em breve eles vão descobrir que a revolta armada é a única maneira de quebrar o regime sírio”, disse em entrevista por telefone a partir da Turquia. “Eu peço a todos nas Forças Armadas que se juntem a mim para libertarmos o nosso país. É a única maneira de nos livrarmos desse regime assassino”.

Asaad afirma que grande parte das deserções até agora foram de soldados muçulmanos sunitas e de baixa patente, mas que ele espera que oficiais de outros grupos religiosos desertem em breve. Deserções de soldados têm ocorrido desde o começo dos protestos em meados de março, mas aumentaram nas últimas duas semanas. Aqui

Por Reinaldo Azevedo
Blogueiros debatem voto distrital


Na VEJA Online:
O apresentador do programa da Band CQC, Marcelo Tas, encontrou-se hoje com 20 blogueiros e twiteiros para debater o voto distrital, bandeira do Movimento #EuVotoDistrital que já conta com mais de 100.000 assinaturas em sua defesa. Tas aderiu à campanha e gravou seu apoio em vídeo.

No encontro dos blogueiros, o cientista político Amaury de Souza comparou o voto distrital com o sistema proporcional, atualmente em vigor para a eleição de deputados e vereadores. Pelo modelo proporcional, as vagas são divididas entre os partidos conforme a votação somada de seus candidatos em todo o estado (ou município, no caso de vereadores). Resultado: é um processo caro, porque as campanhas têm grande alcance; e injusto, porque, entre outras distorções, candidatos inexpressivos acabam eleitos na carona dos chamados puxadores de voto — o efeito Tiririca. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Mais uma anedota búlgara com seu devido corolário

A notícia mais engraçada de todas é aquela segundo a qual uma das dificuldades de o Brasil fazer negócio com a Bulgária é o elevado grau de corrupção daquele país.

Pronto! Já contei a piada.

Reflexão
Agora vamos refletir sobre a piada, tentando extrair dela um ensinamento, uma sentença, uma lei geral, quiçá um corolário: o governo brasileiro está mesmo se profissionalizando e resiste a negociar com amadores.

Por Reinaldo Azevedo
Voltei. E a era da autopiada


Voltei. Estava no Einstein, um dos meus lugares prediletos em São Paulo. É uma piada idiota, claro!, feita contra mim mesmo, já que ninguém poderá alegar que pertence à Associação dos Protetores do Tio Rei”, Mas é verdade. Tem cafeteria, biblioteca, restaurante, elevadores inteligentes e… médicos!!! É o paraíso, hehe.

É isso aí, crianças. Em breve, só será permitida no Brasil a autopiada. O lado positivo é que isso tira dos nossos inimigos o prazer de nos esculhambar.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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