LULA E O SUS: VAMOS PÔR A COISA NO SEU DEVIDO LUGAR. CONTRA A VONTADE DOS TOLOS

Publicado em 01/11/2011 20:56 e atualizado em 03/03/2020 19:11
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

LULA E O SUS: VAMOS PÔR A COISA NO SEU DEVIDO LUGAR. CONTRA A VONTADE DOS TOLOS

O texto ficou um tantinho longo. Leiam até o fim. Acho que vale a pena. Assistam a este vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Não vou tratar do vídeo agora. Voltarei a ele mais tarde. Preciso fazer antes algumas considerações.

O cidadão Luiz Inácio Lula da Silva tem condições de ter o melhor plano de saúde que o dinheiro pode comprar. Não está, entendo, moralmente obrigado a se tratar no SUS. Esse é apenas um dos motivos. Há outros e já os expus aqui. Tentar impedir, no entanto, que as pessoas lhe façam essa cobrança, tachando-as de “agressivas” por isso, e se manifestem segundo a linguagem que o próprio Lula sempre empregou em sua militância, aí, meus caros, estamos diante de uma patrulha asquerosa, antidemocrática.

Os ai-ai-ais e ui-ui-uis se espalham por todo lugar. A rede petralha e os ex-jornalistas a soldo fazem o de sempre: desqualificam quem não é da turma. O PT deliberou, não faz tempo, que criaria grupos para patrulhar a Internet. Pelo visto, já estão em ação. Lamentável é que ecos em favor de uma censura informal, de matriz supostamente moral, tenha chegado também à grande imprensa — aquela que os petistas costumam acusar de “golpista”. Encerro este parágrafo com indagações, que serão retomadas a partir do próximo. Que político brasileiro dividiu o país em dois grupos: “nós” e “eles”? Que político brasileiro dividiu o país entre o povo e a Dona Zelite? Que político brasileiro expropriou dos adversários a sua história, o seu passado e as suas conquistas para se pôr como o marco inaugural de uma civilização? Seu nome é Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi ele quem estabeleceu que os que são seus aliados ou a ele se subordinam politicamente merecem a chancela de “povo” — e os adversários seriam a execrável Dona Zelite, inimiga das massas. No vídeo gravado ontem, sobre o qual escrevi, em que mistura miseravelmente a sua doença com o proselitismo político, vê-se, uma vez mais, a desqualificação dos opositores. Só há um jeito de torcer pelo Brasil: apoiar Dilma. Ora, o que aquele discurso tem a ver com o seu câncer? O pior é que ele não é neófito nessa prática. Já chego lá.

É Lula, pois, quem faz uma aposta permanente na divisão do Brasil, REIVINDICANDO PERMANENTEMENTE PARA SI A CONDIÇÃO DE HOMEM E DE REPRESENTANTE DO POVO — ELITES SÃO SEMPRE OS OUTROS. E o que é que milhares de pessoas estão lembrando de modo claro — e isso está sendo chamado de “ataque” por alguns babacas? Ora, povo, meu caro Lula, se trata no SUS, não no Sírio-Libanês! Alguém pode me dizer o que há de mentira nisso? A pergunta que segue agora não é dirigida aos que são pagos para me xingar. Esses estão trabalhando, ainda que um trabalhinho sujo. Pergunto aos idiotas que me xingam de graça: SUGERIR O SUS É UMA OFENSA PORQUE AQUELE É LUGAR DE POVO, É ISSO?  Qual é, afinal, o lugar de Lula no discurso? Então os leitores/eleitores estão proibidos de confrontá-lo com as suas próprias palavras simplesmente porque ele é quem é?

Lula e Obama
Os candidatos a censores da opinião alheia hão de me perdoar — e, se não o fizeram, não dou a mínima —, mas é absolutamente legítimo, ainda que eu não concorde, que um cidadão brasileiro lhe sugira que recorra ao SUS porque ele próprio declarou o sistema “perto da perfeição”. Em novembro de 2009, ao abrir o 9º Congresso Brasileiro de Saúde Pública, em Olinda (PE), anunciou que, quando falasse com o presidente dos EUA, Barack Obama, iria lhe dar um conselho: “Obama, faça um SUS. Custa mais barato, é de qualidade e é universal.”

Fazer o quê? Lula é assim mesmo, não? Hiperbólico quando se trata de exaltar qualidades que acredita ter. E implacável com eventuais conquistas de adversários, das quais faz tabula rasa. O molde é sempre o mesmo: “nós X eles”, “povo X elite”. Será que os que agora, de modo um tanto irônico, sugerem que procure o SUS estão mesmo lhe fazendo um “ataque”? Há, a propósito, esta dimensão que está sendo ignorada: trata-se de… ironia! Nada além! Todos sabem que ele não aceitará a sugestão.

Agora o vídeo e as promessas criminosas das UPAs
Então vamos voltar ao vídeo que abre o post. Diz Lula:
Eu tava visitando a UPA, e eu tava dizendo que ela tá tão bem organizada, ela tá tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui”.

Essa fala está correndo na Internet. Em uma reportagem, a Folha de ontem a tomou como exemplo dos “ataques” que Lula vem sofrendo. Ataque? Por quê? Cumpre lembrar as circunstâncias. O então presidente inaugurava, em Recife, no dia 27 de janeiro de 2010, uma das poucas Unidades de Pronto Atendimento que fez em seu governo e falou aquela batatada. Ocorre que, logo depois, passou mal, teve uma crise hipertensiva e foi internado no Hospital Português, considerado o melhor de Recife e um dos melhores do Brasil. Sim, este escriba que lhes fala escreveu a respeito. O posto está aqui. Vamos ver se Tio Rei é coerente. Permitam-me transcrever um trechinho em azul:

Tenho horror ao populismo. Digo com todas as letras: não acho que um presidente da República ou governador do Estado devam se tratar em unidades públicas de emergência, que não podem mesmo contar com todos os recursos que a medicina pode oferecer. Não porque eles “não sejam homens comuns” (como disse Lula a respeito de Sarney), mas porque uma doença grave de um governante ou mesmo a sua morte podem ter repercussão negativa na vida de milhões de pessoas.

Assim, é correto que o mandatário tenha à disposição o que há de melhor no setor. E é uma tarefa sua, indeclinável, fazer o possível para elevar as condições de atendimento na saúde pública - QUE VIVE UM CAOS NO BRASIL. Ponto parágrafo. É preciso parar de tratar o povo como idiota ou como tutelado. A UPA, se e quando funcionar bem, será um benefício para os pobres. E Lula nunca botará os pés ali como paciente.

“Ah, Reinaldo, ele estava brincando…” É? Sem essa! Nos palanques, Lula divide o país entre “eles” (as elites) e “nós” (o povo). Chama “elite” a seus inimigos, ainda que mais pobres e menos poderosos do que ele próprio; chama “povo” a seus amigos, ainda que sejam alguns potentados da economia - muitos mamando nos subsídios e desonerações fiscais. Ele pode perfeitamente bem inaugurar uma unidade popular de saúde sem o apelo barato de que gostaria de ser atendido ali. Porque ele pertence à categoria dos que jamais serão atendidos ali. Quem recorre a essa linguagem não fala com o povo, mas com a platéia.

Volto a hoje
E então? O que lhe parece? Como se vê, não mudei de idéia. Indecente, se querem saber, foi o que se fez com as UPAs no país. Lula prometeu construir 500 em seu governo. Foram entregues apenas 91. Além daquelas 500, a então candidata Dilma Rousseff prometeu outras 500—- logo, teriam de ser mil até 2014. Até setembro, a presidente havia inaugurado… UMA!!! Isso, sim, é feio; isso, sim, é violento; isso, sim, é detestável. Os censores estão querendo impedir que a população cobre que os homens públicos cumpram as suas promesas.

O Vídeo em que Lula fala de sua doença
Fiz uma análise não mais do que técnica do vídeo em que Lula fala de sua doença. E aponte a clara exploração política do episódio. Diz ele: Não foi a primeira e não será a última batalha que eu vou enfrentar”. Observei: “Que se saiba, Lula nunca enfrentou uma séria ‘batalha’ de saúde. Esta, de fato, é a primeira. As outras todas foram políticas. Logo, ele está falando sobre política, certo?” Um leitor, certamente um lulista, resolveu me passar um pito:“Lula nunca enfrentou um problema sério de saúde em sua vida, Azevedo? E a morte de sua primeira mulher, por acaso foi um problema político?”

Muito bem, Diorge Alceno Konrad (é o nome do missivista). Lembro-me que, na campanha eleitoral de 2002, Duda Mendonça botou Lula diante da câmera e deixou que ele falasse da mulher morta no parto (Maria de Lurdes), junto com bebê. Uma tragédia na vida de qualquer um, na dele também, suponho. Lula chorou muito. Eu fiquei constrangidíssimo, sentindo um baita desconforto, porque me pareceu que ele não deveria usar aquele caso numa campanha eleitoral, para ganhar voto. O filme nunca apareceu na Internet. Deve estar em algum lugar. O então candidato dizia como havia ficado arrasado, destacando seu enorme sofrimento nos anos subseqüentes. Durante muito tempo, teria vivido uma vida reclusa e solitária.

Pois é. Eu, que tinha lido uma entrevista que ele concedera à revista Playboy em 1979 e que tenho o mau hábito de ter boa memória, lembrava-me de abordagem um pouco diferente. À época, eu tinha só 18 anos, era comunista de trincar catedrais e fiquei horrorizado com o que li. Fui consultar os meus guardados (era pré-Internet…), e o Lula que se debulhava diante de Duda Mendonça em 2002 dissera outra coisa quando apenas sindicalista, 23 anos antes:
“Eu gostava muito da Maria de Lurdes. Vivi com ela só dois anos, de 1969 a 1971. Ela morreu de parto, e eu fiquei muito chocado. Perdi a vontade de tudo. Fiquei UNS SEIS MESES bem fodido na vida. Então percebi que estava vivo, não estava morto, não, porra! Aí comecei a cair na gandaia. Meu Deus do céu! Antes de conhecer a Marisa, FORAM TRÊS ANOS DE GANDAIA.  Eu queria sair com mulher de segunda a domingo.”

Começo a encerrar
Não! Lula não tem, necessariamente, de se tratar no SUS pelos motivos elencados antes e agora. Mas pode e deve ser cobrado pelas palavras que disse, pelos discursos que fez e pelas obras que não fez.  Não há rigorosamente nada de errado com quem o confronta com suas próprias promessas. Ao contrário. É saudável que a população tenha memória. Não se trata de um “ataque”, como quer parte da imprensa, ou de “recalque”, como afirmou FHC.

Quanto ao vídeo que gravou ontem, em que um drama pessoal é usado como alavanca política, a campanha eleitoral de 2002 evidencia não ser esta a primeira vez. Eu não vou pedir desculpas a ninguém por tratar Lula como um homem público racional, dono de seu nariz, que atua segundo o mais rigoroso cálculo político. No fim das contas, acho que sou mais respeitoso com ele do que esse bando de idiotas que o toma como um ser inimputável, uma força da natureza que diz supostas maravilhas em razão de sua intuição, como se fosse uma espécie de ogro bonzinho, um Shrek barbudo.

Trato Lula, vejam que ousadia!, como ser humano e como político. Um dos mais hábeis do país, gostem ou não. Quero que ele sare, que é a minha torcida por todos os enfermos, mesmo aqueles dos quais não gosto. Mas não vou parar de pensar por isso nem vou ignorar a história. É inútil ficar me xingando. Tentem é desmontar os argumentos. Aliás, não parei de pensar nem quando os petralhas torciam para que eu morresse. Torcida não mata ninguém, não!

O que mata é falta de UPA, o que mata é falta de equipamento para radioterapia, o que mata é falta de remédio para quimioterapia, o que mata é falta de médico para cuidar dos tumores, o que mata é falta de vagas em hospitais, o que mata é falta de cirurgiões.

Querem saber? A falta de vergonha na cara mata ainda mais do que todas essas outras faltas.

Por Reinaldo Azevedo
Lula grava vídeo em que mistura sua doença com política. Silenciem os covardes a respeito, mas é um mau momento do doente e do político

O ex-fotógrafo oficial da Presidência Ricardo Stuckert gravou um vídeo, com a assinatura do Instituto Lula, em que o ex-presidente fala sobre a sua saúde e sobre política. Assistam a vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Eu não tenho motivo nenhum para alterar uma linha do que escrevi no meu primeiro post a respeito da doença do ex-presidente, ainda no sábado. Recomendando serenidade aos leitores, expressei a minha convicção:
“O câncer não é instrumento de vingança política, não é uma lição de vida, não é um livro didático! Ele só ensina que é preciso vencê-lo. Nada mais!”
E avisei que coibiria manifestações agressivas ou que fizessem votos de que Lula fosse malsucedido em sua batalha. Fui ainda mais claro:
“Em síntese: Lula não está doente porque quer, não está doente porque merece, não está doente para ter uma lição de vida. Estará hoje nas minhas orações. Doenças não tornam a gente nem melhor nem pior. Elas só nos ensinam que é preciso vencê-las.”

Continuo a acreditar nisso.

Mas também expressei o temor, naquele texto, de que o próprio PT usasse politicamente a doença de Lula, como usou a de Dilma. Não deu outra. A exploração está em curso. Se o câncer não existe para punir ninguém, também não existe para paralisar a inteligência e a crítica.

Lula vem a público, com a simpatia e o carisma habituais, para dizer que vai lutar para superar a doença, falando como indivíduo. É, sem dúvida, louvável. Na hora em que usa a doença para fazer exortações de natureza política, aí ele faz aquilo que os petistas acusam o antilulismo de fazer: recorrer à doença para fazer proselitismo político. Por que os críticos dos críticos de Lula não aparecem agora? Cadê o Gilberto Dimenstein para dizer que está “envergonhado”?  Vamos analisar trechos da fala:
Não foi a primeira e não será a última batalha que eu vou enfrentar”
Que se saiba, Lula nunca enfrentou uma séria “batalha” de saúde. Esta, de fato, é a primeira. As outras todas foram políticas. Logo, ele está falando sobre política, certo?

“Eu acho que a gente precisa continuar acreditando no Brasil, botando fé nesse país; Será inexorável a caminhada do país para se transformar numa grande economia, na melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. E a gente fazer o que tem de ser feito: acreditar na nossa presidenta, ajudá-la, sabe?, porque é assim que o Brasil vai pra frente.”
que isso tem a ver com o câncer? Rigorosamente nada! É evidente que Lula usa a sua condição — pessoalmente mais frágil, mas com a dimensão do mito reforçada — para obter dividendos para o seu partido e para o seu grupo político. As palavras fazem sentido: quem não “acredita” na presidente ou não a “ajuda” (a oposição, por exemplo?), pois,  não colabora para o  Brasil ir “para a frente”.

“Tou doido para falar nos companheiros e companheiras mais fortes, mas não tou podendo (…) Até a primeira assembléia. Ou primeiro comício. Ou primeiro ato público (…)”
Depois de ter falado da perseverança que todo ser humano deve ter, Lula voltou a mensagem para a sua grei, os “companheiros e companheiras”. Afinal de contas, ELE É O QUE SEUS ADVERSÁRIOS NÃO CONSEGUEM SER PORQUE TÊM MEDO, VERGONHA OU SE DEIXAM PATRULHAR: UM HOMEM DE PARTIDO!!! Falou com todo mundo, mas se referiu muito particularmente aos de sua turma, aludindo, como se vê, se lê e se ouve às eleições próximas.

Quem está politizando a doença de Lula senão o próprio Lula?

Muita gente poderia dizer, e eu concordo, sim: “Pô, Reinaldo, Lula é político. É natural que ele fale como político”. Está certo! Mas por que começou a patrulha cretina, obscurantista, policialesca, chamando de “ataques” manifestações que são apenas ABORDAGENS TAMBÉM POLÍTICAS DA DOENÇA?

Uma coisa é desejar que ele se dê mal. Acho isso detestável. Sei do que falo porque já tive os petralhas fazendo esses votos contra mim. É uma gente baixa, asquerosa. Tratei do assunto logo de cara, no sábado. OUTRA, DIFERENTE, É CONFRONTAR O POLÍTICO com suas próprias palavras.

Olhem aqui: eu tenho independência — tanto a de espírito como a ideológica, já que mando os patrulheiros comer capim — para fazer as duas coisas: censuro a abordagem mesquinha dos adversários de Lula e também a dos partidários; no caso acima, censuro a mesquinhez do próprio Lula, que não deveria ter usado a sua doença para uma mensagem de cunho partidário.

Um Gilberto Dimenstein virá agora a público para acusar Lula de usar a sua doença para obter dividendos para o seu partido? Duvido!

Vocês não sabem com que sinceridade rezo pelo bem de Lula! Eu o quero absolutamente saudável para que reste ainda mais claro e cristalino o meu repúdio a essa sua postura. Rezo, sim, pelo indivíduo, pelo pai, pelo avô e até pela figura na qual muitos brasileiros depositam suas esperanças. Mas não poderia ser maior o meu repúdio a essa partidarização da doença — que me parece, de resto, pouco generosa com a vida.

Como se nota, Lula não parou de pensar a política porque está doente. Gostaria de saber por que se faz essa exigência àqueles que são seus críticos.

Os critérios para publicação de comentários seguem os mesmos. Sejam dignos! Sejam decorosos! Sejam generosos! Mas não se deixem intimidar por censores e por covardes que atuam em nome dos policiais da opinião alheia.

PS: Atualizei o post. Havia escrito que Ricardo Stuckert é o atual fotógrafo oficial da Presidência. Corrigi. Era no tempo de Lula. Ele migrou para o Instituto Lula e deixou em seu lugar Roberto Stuckert Filho, seu irmão.

Por Reinaldo Azevedo

Agora Gilberto Carvalho diz que Lula tinha medo de fazer exame porque pressentia a doença

No Estadão Online:
Na viagem que fez a convite da presidente Dilma Rousseff, a Manaus, na segunda-feira da semana passada, dia 24 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confidenciou a ela que estava sentindo dores na garganta e que não queria fazer exames porque temia ser um câncer, porque a doença já havia atingido seu irmão mais velho. “Não quero fazer exame porque desconfio que seja câncer”, disse Lula a Dilma, durante a viagem.

Nesta segunda-feira, 31, no Hospital Sírio Libanês, Lula relembrou esta conversa, durante a visita que recebeu da presidente Dilma e dos ministros Gilberto Carvalho e Guido Mantega, quando citou o pressentimento que já tinha, falou sobre o medo da doença e da sua resistência em fazer consultas médicas e exames para evitar surpresas desagradáveis. “Ele é muito medroso”, afirmou Gilberto ao Estado.

Depois de relatar a disposição de Lula de não interromper totalmente suas atividades, Gilberto Carvalho contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia disse que terá de reorganizar o seu apartamento em São Bernardo do Campo para que o local possa ser palco de muitas reuniões políticas, a partir de agora, já que o ex-presidente precisará estar mais recolhido.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho, Lula estava “com muita disposição” e estava conversando muito e normalmente. “O médico disse que não tem problema ele falar”, afirmou Carvalho, salientando que, embora a biópsia tenha provocado um ferimento na sua garganta, ele não parava de falar sobre o G-20, sobre a importância dos BRICs e que estava preocupado demais com os problemas que estão sendo enfrentados pela Comunidade Européia por causa da crise econômica nos países da Zona do Euro. Lula falou ainda da emoção que sentiu ao ver a faixa exibida em campo, em sua homenagem, no jogo do Corinthians.

Por Reinaldo Azevedo

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) já havia dito que, caso Dilma lhe pedisse para desistir da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, ela desistiria. Já pode jogar a toalha. Dilma pediu. Nunca antes na história do PT se viu uma fritura tão inclemente, tão metódica, tão fulminante. Em nome da modernização do partido, tese que se tornou influente nas franjas do petismo presentes na grande imprensa, Lula, o Estimado Líder, decidiu que o candidato seria Fernando Haddad, atual ministro da Educação.

Gugu-Dadá Haddad deve ter açúcar, né? Quanto mais besteira ele faz, mais influente se torna. Para ser candidata, agora, Marta teria de enfrentar Lula, Dilma e boa parte da cúpula do partido em São Paulo. Coitada! Sobrou-lhe apenas uma boa fatia do eleitorado. Mas isso não tem grande importância no PT. A aposta é que os eleitores farão o que Lula mandar.

Dilma fez o pedido alegando que precisa de Marta no Senado etc. e tal. Era preciso dizer alguma coisa. Acabou pra senadora. Na sexta-feira, ela disse anunciar a sua decisão. Seu destino já foi selado. Foi esmagada por Lula. Pensando segundo a história interna no partido, trata-se de um desfecho brutalmente injusto com ela. Eu jamais votaria em Marta Suplicy porque não voto em petistas, mas ela tem uma história no partido que, segundo os critérios lá deles, deveria merecer mais respeito.

Não! Eu não vi o Roda Viva com Gugu-Dadá Haddad. Estava cuidando da Pipoca Maria. Mas me mandaram aqui um trecho da entrevista em que ele sugere que os CEUs também são obra sua. Gente que bate a carteira do ativo eleitoral do próprio companheiro, ou “companheira”, se define. No fim das contas, Haddad será o candidato do PT porque, no que concerne aos aspectos deletérios do partido, consegue ser bem mais “petista” do que ela: Haddad lhe roubou a candidatura e quer lhe tomar até os CEUs…

Por Reinaldo Azevedo

Eu sou como aquele moleque chato de O Pequeno Príncipe. Jamais desisto de uma pergunta — especialmente quando a resposta, tão presumida quanto imaterial, paira no ar, sem que alguém consiga expressá-la em palavras, no papel, na tela, na areia, não importa.

É claro que Lula merece respeito, como mereceram outros tantos que vieram antes dele. Sim, penso, por exemplo, em Mário Covas, agredido por petistas-cutistas-apeoespistas em praça pública. E é uma estupidez supor que adversários do ex-presidente deveriam fazer o mesmo com ele. Mas aí alguém poderá dizer o que disse um petralha, num comentário asqueroso, que vetei:
“Lula pode sair à rua que ninguém vai querer bater nele; se queriam bater em Covas, vai ver existiam motivos”.
Entenderam o que pensa esse lixo humano? Devemos ficar longe desse tipo de gente. Não presta nem como adversário. Como se nota, ele acredita em execuções justas, desde que o tribunal seja composto por seus amigos.

Desde o primeiro dia eu afirmei aqui ser contrário a esse negócio de que Lula deve se tratar no SUS. Mas eu coloco no papel virtual — que não some nunca — por que acho que não:
a) ele não está obrigado a arcar sozinho com as disfunções da saúde pública. Como governante, foi um dos responsáveis por ela, mas não o único;
b) os indivíduos se tratam onde querem e podem. Lula já é um milionário e pode pagar pelo tratamento no Sírio-Libanês. Se lhe vai ser ou não cobrado, não sei.

Posso acrescentar a essas duas razões uma outra. Digamos que ele tivesse sido um militante incansável em favor da qualidade na saúde. Não acho que tenha sido, não, mas digamos que sim. O militante de uma causa não está, a meu juízo, moralmente obrigado a experimentar o mal com o qual, em tese ao menos, quer acabar. Sempre destacando que, quando o assunto diz respeito ao público, certos cuidados são necessários. Eu censurei aqui algumas celebridades que apareciam na televisão defendendo a proibição da venda de armas legais (o problema sempre foram as armas ilegais), mas que andavam cercadas de seguranças. Aí fica fácil…

Volto ao ponto. As minhas razões estão explicitadas. Agora eu gostaria que esses que estão escandalizados com o que chamam “ataques a Lula” — como faz, por exemplo, reportagem da Folha de hoje, com sotaque editorial — explicassem por que é uma baixaria inominável a sugestão de que se trate no SUS. Por que não tentam? O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, instado a falar a respeito pelas onipresentes franjas do petismo, saiu-se com uma batatada: seria coisa de “recalcados”. Por quê?

Eu dou aqui os vários porquês que essas pessoas todas se negam a dar, investindo, elas sim, no preconceito. É QUE A SUGESTÃO DE QUE LULA SE TRATE NO SUS TRAZ CONSIGO O DADO ÓBVIO: O ATENDIMENTO, EM REGRA, É PÉSSIMO E NÃO FOI FEITO PARA ALGUÉM COMO LULA. Serve é para uma parte do seu eleitorado. Mais: sugerir que recorra ao SUS traz a suspeita de que o tratamento será longo, demorado e, portanto, ineficaz. Os “escandalizados” temem dizer o que, no fundo, pensam: “Pô, tratar-se no SUS é o mesmo que nada…” Eu nem acho que seja assim. Em muitos casos, o sistema funciona. Mas não é, infelizmente, a regra.

Lula se trate, reitero, onde quiser. Mas é asqueroso esse negócio de, em nome de uma moral supostamente superior, tratá-lo como divindade, de quem não se pudesse lembrar nem mesmo as próprias palavras do passado — afinal, um deus absoluto não estaria obrigado nem mesmo a ser coerente.

Esses que saem por aí gritando “Preconceito! Preconceito!” deveriam explicar seus motivos. Não o farão porque se obrigariam a dizer o que realmente pensam do povaréu que se trata no SUS. E eles, afinal, são os “amigos do povo”, não é mesmo?

LULA TEM O DIREITO DE SE TRATAR ONDE QUISER, E AS PESSOAS TÊM O DIREITO DE USAR SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS PARA CONFRONTÁ-LO. Isso não é “ataque”, não é “desrespeito”, não é “agressão”. É só democracia.

Por Reinaldo Azevedo

A exploração política da doença de Lula já começou! E, como sempre, acusam os outros de recorrer aos métodos que eles próprios empregam

Que coisa!

O PT e os petistas não conseguiram manter o decoro no caso da doença de Lula por mais de um dia. O mesmo aconteceu com a então candidata à Presidência, Dilma Rousseff, em 2009. NEM POR ISSO NÓS VAMOS MUDAR A NOSSA CONDUTA. Justamente porque somos decorosos com Lula e com o Brasil, cumpre torcer para que ele se recupere, mas é um dever apontar a exploração política que já está em curso. Não adianta! Eles não se emendam mesmo. Nesta segunda-feira, a mitologia luliana resolveu engolfar, a uma só tempo, FHC e o Papa Bento 16, ainda que por motivos distintos. Não só isso: confundem, mais uma vez, transparência com propaganda.

CALEM A BOCA, PETRALHAS E LARÁPIOS A SOLDO! Eu sei como vocês trataram a doença de Mário Covas. Está aqui. Vocês arrancaram sangue de um doente em praça pública. Tentaram linchá-lo fisicamente mesmo, obedecendo ao comando de um “chefe de quadrilha. E EU, DE FATO, ACHO QUE LULA MERECE RESPEITO, COMO QUALQUER DOENTE!

CALEM A BOCA, PETRALHAS E LARÁPIOS A SOLDO! Eu sei como o porta-voz de Lula na Internet tratou as “bolotas na cabeça” deste escriba. Está aqui. Não tentem fazer de conta que vocês não têm história. Aliás, têm mais do que isso: trata-se de uma folha corrida. E EU, DE FATO, ACHO QUE LULA MERECE RESPEITO, COMO QUALQUER DOENTE!

CALEM A BOCA, PETRALHAS E LARÁPIOS A SOLDO! Eu sei como eu tratei a doença de Dilma Rousseff e qual foi a recomendação que passei aos leitores em post do dia 24 de abril de 2009. Está aqui. Quando a manipulação descarada começou, então fiz a crítica política necessária, da qual não abrirei mão, podem espernear à vontade. E EU, DE FATO, ACHO QUE LULA MERECE RESPEITO, COMO QUALQUER DOENTE!

CALEM A BOCA, PETRALHAS E LARÁPIOS A SOLDO! Eu sei como eu tratei a doença de Lula e qual a recomendação que passei aos leitores em post do dia 30 de outubro. Está aqui. Agora que a manipulação descarada começou, então farei a crítica política necessária, da qual não abrirei mão, podem espernear à vontade. E EU, DE FATO, ACHO QUE LULA MERECE RESPEITO, COMO QUALQUER DOENTE!

Ainda que o próprio ex-presidente não tenha se manifestado, uma azeitada estrutura de comunicação já foi mobilizada para mesmerizar os espíritos. O decoro que não sabem demonstrar diante do sofrimento alheio também não lhes é particularmente caro quando eles próprios são os doentes. Num caso, tentam quebrar os dedos de quem se agarra em algum fio de esperança; no outro, preparam a narrativa do herói, como em Camões: “os que se vão da morte libertando”.

Não será com o meu silêncio! De modo nenhum!

Lula e o papa
Ontem, algo de inusitado e patético se deu, embora haja método no procedimento. A assessoria de Lula divulgou uma nota em que se informava que o Papa Bento 16 manifestara preocupação com a saúde do ex-presidente, anunciando que o incluiria em suas orações. E como isso teria acontecido? O novo embaixador brasileiro no Vaticano, Almir Barbuda, foi entregar, como de praxe, suas credenciais a Bento 16, que é, afinal, também um chefe de estado. Sem jamais desconfiar de que o papa não estivesse sendo sincero, é evidente que Sua Santidade atendeu também aos rituais da boa educação e do decoro ao expressar sua preocupação.

Deseducada, mas muito “profissional”, foi a assessoria de Lula. Se e quando o papa quer externar votos e preocupações, ou o faz de própria voz ou mobiliza as instâncias oficiais do Vaticano. A assessoria política do ex-presidente transformou uma cordialidade, ainda que certamente sincera, numa grande evento. Outros chefes de estado se manifestaram, fomos todos informados e tal. Mas a nota ficou reservada ao papa: a rigor, é o único homem no mundo que Lula julga quase — notem bem, “quase” — à sua altura. Ele o vê abaixo, é claro! Por que digo isso?

Bem, queridos, porque tenho memória. Só melhora com o tempo, o que é uma bênção. Quando o papa esteve no Brasil, em maio de 2007, foi alvo de grosserias inomináveis. José Gomes Temporão, então ministro da Saúde, censurou Bento 16 porque o líder máximo da Igreja Católica havia dado apoio a bispos mexicanos que haviam prometido excomungar políticos que apoiassem o aborto. Vocês entenderam direito: um ministro decidiu dar um pito em Sua Santidade porque se pronunciara sobre temas católicos em outro país. Isso ainda foi pouco. Vera Machado, a então embaixadora do Brasil no Vaticano, concedeu uma entrevista coletiva sobre o encontro quase privado de Lula com Bento 16 (por alguma razão até hoje secreta, Marisa Letícia participou da audiência de dois chefes de estado…). E qual foi o mote de Vera? “Lula reafirmou ao papa que o estado é laico no Brasil”. Que vergonha! Como se Bento 16 não soubesse disso; como se estivesse no Brasil com o objetivo de transformar o país numa teocracia, a exemplo da iraniana — que o Apedeuta admira tanto…

Assim, como se nota, Lula vê no Santo Padre a figura pública mais próxima daquilo que ele próprio acredita realmente ser: um líder mundial, ancorado numa estrutura de estado, mas com uma autoridade espiritual que chega a todos os cantos da Terra. Sendo assim, sua assessoria não viu mal nenhum em transformar palavras cordiais numa espécie de “Carta à Roma e ao Mundo”…

FHC, Lula e o SUS
Depois de participar de um debate no instituto que criou (iFHC), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou sobre a cobrança nas redes sociais para que Lula se trate no SUS. Não entendi se respondeu à pergunta de um petista infiltrado ou se atendia a uma, sei lá, “auto-infiltração”. Disse não concordar com a tese e ver nela um certo “recalque”… Recalque? Tucanos costumam ser tão hábeis para defender petistas quanto são petistas para atacar tucanos. Não sei se me fiz entender…

Já escrevi a respeito. Afirmei que não apoiava esse tipo de manifestação porque não se pode responsabilizar este ou aquele políticos em particular pelas dificuldades da saúde pública. Sem contar que Lula é rico e pode pagar a conta do Sírio-Libanês — na hipótese de que pague. Mas também deixei claro, e reitero!, que nada há nessa frase de ofensivo, preconceituoso, abusivo ou “recalcado”. Ninguém está dizendo que Lula não merece o Sírio-Libanês porque foi operário. É a sua afirmação já tornada histórica sobre a saúde pública que conta: “Está próxima da perfeição”, ele disse. Não só isso: quando a CPMF caiu, e mesmo antes, foi ele quem afirmou que os políticos queriam acabar com o imposto porque não estavam nem aí para os pobres, já que se tratavam em hospitais particulares. Eu tenho memória. Há quem não tenha. Se o próprio Lula podia fazer esse juízo sobre os outros, por que não podem dizer o mesmo sobre ele? A resposta possível é inaceitável: porque ele é Lula, e os outros não são.

Reitero! Não concordo com o mérito.  Mas ninguém comete grosseria nenhuma ao fazê-lo. Ao contrário: A QUESTÃO SERVE PARA DEMONSTRAR A PENÚRIA DO SISTEMA PÚBLICO, NÃO? Fosse ele realmente “próximo da perfeição”, Lula, é fato, não precisaria recorrer a um hospital privado. Gilberto Dimenstein disse outro dia sentir vergonha dos leitores que fazem essa pregação. Eu sinto vergonha da vergonha de Dimenstein e da saúde no país. Considerar essa sugestão uma “grave agressão” ao ex-presidente demonstra que Lula está acima do papa porque já é santo!

Fotos padrão Benetton
Considero que Lula fez bem em tornar pública a sua doença — até porque, convenham, não teria como ser escondida. Fosse ele um ex-presidente como havia prometido ser, talvez… Mas cumpre não confundir propaganda com transparência. São domínios diferentes. Digam-me cá: a que propósito atende esta foto de Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da Presidência da República, com essa estética meio “United Colors of Benetton”, à moda Oliviero Toscani?

lula-no-hospital

Calma lá! Lula não é mais homem de estado. Agora é um indivíduo apenas, um ex-presidente, e não há nada de “transparência” nessa história porque ele não nos deve satisfações por seus atos. Não o sendo, estamos diante de uma forma de propaganda que busca, ainda uma vez, alimentar o mito. E poucas coisas são tão, vamos dizer, comoventes quanto o herói que a tudo supera flagrado num momento de fragilidade.

Neste blog, continuaremos a defender que a doença não deve ser submetida à rinha política mesquinha. Aliás, eu critiquei até alguns bananas que tentaram responsabilizar Lula pelo próprio mal, não é mesmo? Somos contra qualquer forma de manipulação, venha de onde vier. Mas nos opomos também à censura. Eu ainda não entendi, embora não concorde com a proposta, por que é um “ataque”, como sustenta reportagem de hoje da Folha, sugerir que Lula vá se tratar no SUS. Ou por que seria coisa de “recalcados”, como afirmou FHC.

Os que sustentam esse ponto de vista certamente não estão sendo demofóbicos, certo? Todos eles amam o povo. Vai ver é o baixo padrão do serviço que soa como como ofensa.

Para encerrar mesmo
Querem fazer uma aposta? O câncer de Lula vai gerar uma forte onda contra o tabagismo. Ok. Fumar não é mesmo coisa que preste! Mas já está decidido que será uma ofensa pessoal mostrar como são tratados os pacientes de câncer no SUS! Vale dizer: a campanha que vai culpar o doente pela própria doença vai prosperar; a que poderia debater uma política pública de saúde passou a ser considerada politicamente incorreta pelos petistas e por seus esbirros na imprensa.

Continuem decorosos, meus leitores! Sobrou para nós essa tarefa. E nós podemos cumpri-la a contento. Como sempre! E dizendo sempre o que tem de ser dito.

Por Reinaldo Azevedo
Da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

A tropa que agrediu Mário Covas não tem nada a ensinar sobre política e câncer

Em junho de 2000, professores em greve seguiram a ordem de José Dirceu e agrediram fisicamente o governador Mário Covas. Veja na seção História em Imagens o vídeo e o texto que documentam a infame selvageria. O ataque a um democrata exemplar debilitado pelo câncer desqualifica a tropa do PT para gaguejar lições sobre política e doença. Não se pode fazer com ninguém, sobretudo com adversários políticos enfermos, o que os milicianos de Lula fizeram com Mário Covas.

Numa análise irretocável, o jornalista Reinaldo Azevedo liquidou a falsa questão criada pelo câncer de Lula. Não se deve festejar o sofrimento alheio, nem usá-lo para decretar canonizações malandras. Nenhuma doença é capaz de transformar em estadista um campeão do oportunismo. A verdade jamais estará subordinada ao conteúdo de um boletim médico ou a entrevistas de porta de hospital.

O resto é conversa fiada.

(por Augusto Nunes).

Aliança pela Liberdade” toma posse no DCE da UnB: é a primeira chapa não-esquerdista a vencer a eleição na história da Universidade; até eu fui citado…

Vejam a foto das moças e dos rapazes das Aliança Pela Liberdade. Noto neles vários defeitos para o movimento estudantil dos dinossauros: ainda não têm cabelos brancos, não têm cara de estudantes profissionais, levam todo o jeito de que gostam de estudar e me parecem dispostos a progredir na vida e a lutar para que todos progridam. Antes deles, sucessivas gerações tentaram fazer a revolução socialista. E só colaboraram para tornar a UnB menor do que ela pode ser! Coragem, moças e moços! Ainda demonstrarei que vocês podem ser um exemplo para o Brasil.

BONITOS, LIMPOS E BONDOSOS - Vejam a foto das moças e dos rapazes da Aliança Pela Liberdade. Apelando a um pouco de humor (esquerdista não entende a graça...), noto neles vários defeitos para o movimento estudantil dos feios, sujos e malvados: ainda não têm cabelos brancos; não têm cara de estudantes profissionais; levam todo o jeito de que gostam de estudar e me parecem dispostos a progredir na vida e a lutar para que todos progridam. Diria até que gostam de tomar banho... Antes deles, sucessivas gerações tentaram fazer a revolução socialista. E só colaboraram para tornar a UnB menor do que ela pode ser! Coragem, moças e moços! Ainda demonstrarei que vocês podem ser um exemplo para o Brasil.

Depois da foto-legenda, recomeço dando os parabéns aos jovens que compõem a chapa “Aliança pela Liberdade”, que venceu a disputa pelo DCE da Universidade de Brasília (UnB). Não se trata de um grupo de direitistas delirantes, como querem fazer crer os esquerdopatas delirantes. Os novos diretores do DCE não têm filiação partidária e acreditam que a entidade estudantil deva estar voltada para o atendimento das necessidades do estudantes e para o incentivo à pesquisa e ao empreendedorismo. Com alguma ironia, eu diria que é rigorosamente isso que se faz na Universidade de Pequim, onde o comunismo anda em baixa. Dada a importância da China hoje, acho que estão, nesse particular, no caminho certo. O problema é que as esquerdas da UnB, a exemplo de suas congêneres nas outras universidades, só são “chinesas” no apreço pela ditadura.

Os esquerdistas se fizeram presentes à posse, vaiando os vitoriosos, que também foram aplaudidos pelos alunos de verdade, aqueles que não agüentam mais ser tratados como massa de manobra das necessidades dos PT, do PSOL, do PSTU, do PCdoB, da PQP… Por isso fizeram uma aliança pela liberdade.

Sim, eu me interessei pelo caso da UnB e dei destaque aqui no meu blog, o que deixou um cretino da ex-diretoria, membro da Comissão Eleitoral, bastante nervoso. Fazer o quê, rapaz? Eu tenho mais de 100 mil visitas por dia. Você fala para os seus 20 crentes… Na Agência UnB, órgão oficial da universidade, que continua a fazer uma campanha velada contra os vitoriosos, leio que o dito-cujo“ressaltou o papel da impressa na cobertura das eleições. Foi aplaudido por boa parte da ‘oposição’ ao DCE quando chamou o colunista da revista VEJA, Reinaldo Azevedo, de ‘fascista’. Em resposta, Davi Brito deixou clara a posição conciliatória da nova gestão. ‘Assim como repudiamos quem chama esquerdistas de narcotraficantes, não podemos rotular Reinaldo Azevedo de fascista’, disse, em meio a vaias da ‘oposição’ e aplausos dos apoiadores.”

Sempre um esquerdista me hostililiza, minha alma se regozija. Como se nota, o dinossauro está bravo comigo. Eu sei por quê! Tão logo a Aliança Pela Liberdade ganhou, um grupo de vigaristas deu início a um movimento para realizar um segundo turno, o que não está previsto nos estatutos. Além de ter exaltado a vitória dos “estudantes de verdade” da UnB, denunciei a tentativa de manobra. E ele me acha, então, “fascista” por isto: porque acho que o resultado as urnas tem de ser respeitado. Perdeu, pterodáctilo!

A propósito: eu jamais disse que esquerdista é sinônimo de narcotraficante. Aliás, no meu tempo de trotskysta, drogados eram malvistos. Ninguém confiava neles. Não confio até hoje. O que eu disse — reafirmo e sustento — é que, na USP, na UnB ou em qualquer universidades, rejeitam a presença da PM no campus os narcotraficantes e os extremistas de esquerda. Fazem uma composição. Nem é uma aliança inédita. Vejam o caso das Farc…

O que falta àquele bobalhão é estudo. Não serão os professores de esquerda a auxiliá-lo porque tão — ou mais — ignorantes quanto ele próprio. Eu não poderia ser fascista porque o fascismo é… de esquerda! O ódio que Mussolini tinha do capitalismo, do liberalismo e da democracia mataria esse cretino de inveja.

A Agência UnB dá amplo espaço aos adversários da chapa vencedora, que prometem, na pratica, tentar inviabilizar a nova gestão. Basta saber ler nas entrelinhas. Ficarei atento. No que depender de mim, os partidários da democracia contarão sempre com espaço. Clicando aqui, vocês têm acesso ao discurso de posse. Desejo boa sorte e bom trabalho aos ESTUDANTES DE VERDADE da UnB. Vejam lá que rostos saudáveis eles têm! Vida na universidade, em vez do triunfo da morte necessária, que é a crença última de um esquerdista de qualquer matiz.

Quanto àquele derrotado, dizer o quê? Fascista é tentar vencer no grito; fascista é tentar questionar a legitimidade do pleito quando se perde a eleição; fascista é uma minoria se impor pela intimidação e pela violência; fascista é tentar impedir o livre trânsito das idéias. Reinaldo Azevedo defende a Constituição e as leis democraticamente instituídas. Mais do que isso: defende que elas sejam mudadas segundo os mecanismos previstos para a sua mudança. Porque não há democracia sem instituições sólidas.

Vá se instruir, chorão!

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 5:37

Fascistas encapuzados da USP perdem assembléia, que decide o fim da invasão de prédio da FFLCH, e invadem, então, a reitoria

Abaixo, vocês lêem o relato publicado no Estadão Online do que se passou na Universidade de São Paulo. A USP tem mais de 80 mil alunos. Uma assembléia de menos de mil votou a continuidade ou não da invasão do prédio de administração da FFLCH. A turma pró-invasão perdeu. E daí? Assembléia boa é aquela que os fascistas vencem. Derrotados, não tiveram dúvida: esperaram a dispersão da maioria e fizeram uma “nova” votação, decidindo invadir a reitoria. Leiam o relato de Carlos Lordelo no Estadão Online. Volto em seguida.

*
Cerca de 100 pessoas invadiram o prédio da reitoria da USP no começo da madrugada desta quarta-feira. Elas deixaram a assembléia de estudantes na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e, com os rostos cobertos com camisas, usaram paus, pedras e cavaletes para quebrar um portão localizado na parte de trás do edifício da administração central. Não havia guardas universitários ou policiais por perto.

“Está tudo aberto”, gritou um manifestante, convocando mais gente para entrar no prédio. Tentaram quebrar duas câmeras de segurança instaladas sobre o portão. Em poucos minutos, os estudantes encapuzados já haviam alcançado o saguão principal do edifício. Do lado de fora, uma aluna protestou contra a invasão. “Ocupar a reitoria é fetiche da ultra-esquerda e só vai dar argumento para a direita”, gritou.

Os manifestantes usaram cavaletes para manter o portão semi-aberto e colocaram blocos de concreto para impedir a circulação de carros na rua. “Sempre começa com pouca gente”, disse um rapaz antes de entrar na reitoria. Depois de aproximadamente 20 minutos, a reportagem viu um outro rapaz, segurando um pedaço de madeira, fazendo uma varredura nas escadas de emergência localizadas na parte externa do edifício. Ali perto, agentes da Guarda Universitária estavam conversando. Eles não quiseram dar entrevista.

Assembléia
Na noite de terça, 1.º de novembro, uma assembléia de cinco horas de duração no vão do prédio da História decidiu, por 559 votos contra 458, pelo fim da ocupação do edifício da diretoria da FFLCH, iniciada na madrugada da última sexta-feira, 28.

A reunião deveria continuar com a votação dos “eixos políticos” do movimento, que pede a proibição da entrada da PM na Cidade Universitária, na zona oeste da capital. Também seria discutida uma agenda de protestos contra o reitor João Grandino Rodas. O primeiro ato seria realizado no dia 8 de novembro, quando haverá reunião do Conselho Universitário (C.O.), instância máxima de decisão da USP.

Mas os alunos que haviam sido derrotados na votação sobre a ocupação na FFLCH propuseram a discussão sobre a invasão da reitoria. Após duas votações sem maioria expressiva, o comando da assembléia, formado por um diretor do DCE e uma representante do Centro Acadêmico da Letras, resolveu encerrar os trabalhos. Já passava de 23h30, e uma das primeiras deliberações da assembleia, por volta das 19h, era de que a reunião terminaria às 22h.

Com isso, a maioria dos alunos que queria discutir os “eixos políticos” e o calendário de atividades se retirou. Mas, logo em seguida, um outro grupo de estudantes assumiu o comando da assembléia e começou nova reunião. Em nova votação, venceu a proposta de discutir a invasão da reitoria. Na derradeira votação, a maioria aprovou a ocupação do prédio da administração central. Os estudantes já partiram em marcha rumo à reitoria, que fica a cerca de 150 metros, colocando a blusa na cabeça para evitar serem identificados. Coletaram paus e pedras que encontraram no caminho e atacaram o portão metálico.

A reportagem ligou para a Assessoria de Imprensa da USP imediatamente, mas não obteve resposta. Por volta de 0h40 desta quarta, o Estadão.edu passou em frente ao prédio da diretoria da FFLCH. A maior parte das salas estava com as luzes acesas e havia alguns manifestantes dentro do prédio.

Voltei
Bem, acho que não resta outra saída que não a reintegração de posse e o auxílio luxuoso da PM para tirar os fascistas de lá. Aliás, recomendo especial cuidado à PM se isso acontecer: mandem apenas homens desarmados. Essa minoria de extremistas não está brincando em serviço. Estão associados a interesses mais pesados, que querem a PM fora da campus para que o narcotráfico volte a atuar livremente. Essa gente não tem limites. Se precisar, fabricam um cadáver na USP. E ainda chamarão o caso de “fato histórico”.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 5:35

Os problemas óbvios de alfabetização de uma professora de geografia da USP

Eu já me ocupei um dia de uma professora da Geografia da USP chamada Ana Fani Alessandri Carlos. Não há movimento de invasão ou causa ruim na universidade que não conte com o seu apoio. O outro post sobre essa valente éfoi publicado n o dia 24 de junho de 2007. Essa minha memória ainda mata os outros de raiva! Era o aniversário de um ano blog. Eu lhe dei um presente, hehe.

Fani deveria ser matéria de investigação científica. Ela é considerada uma especialista em “espaço”. Huuummm… Vai ver por isso a convidaram certa feita para uma banca que avaliava um trabalho realmente excitante: “A representação do espaço nas histórias em quadrinhos do gênero super-heróis: a metrópole nas aventuras de Batman”. Eu não estou brincando. É por isso que a geografia nos ensinos fundamental e médio costuma ser terra de ninguém. Nem do Batman! Bons tempos em que mandavam decorar os afluentes do Amazonas!!!

O que mais me espanta nesta senhora, uma doutora, é o seu texto. O que ela escreve mal é uma coisa fabulosa! A sua redação capenga é expressão de seu pensamento intelectualmente indigente. Há um “manifesto” seu circulando por aí sobre os eventos da USP. Eu o reproduzo abaixo, cheio de vergonha alheia. Fani exibe alguns problemas de alfabetização que vêm lá do que antigamente se chamava “primário”. Fez-se doutora! Mais: espanta-me ainda a sua incapacidade pensar logicamente. Se eu tirasse 0,25 ponto a cada erro que ela comete, como fazia quando era professor de redação, esta senhora levaria um zero com louvor.

O que me espanta é que um dos papéis da doutora é orientar teses. É um evento particular que explica a miséria educacional brasileira. Esta senhora chega ao paroxismo de meter uma vírgula entre o sujeito e o verbo! Sua língua não tem cura. Nem seu pensamento. Ah, sim: não venham me dizer que enrosquei com sua gramática porque não quis debater as suas idéias. Olhem que posso perder a piedade e aceitar a sugestão… E pensar que há certamente quem admire a sua inteligência e siga a sua orientação… Leiam.
*
Caros estudantes

Foi com grande indignação e imensa tristeza que vi na última quinta  feira a PM invadir o espaço da universidade e, ao fazê-lo, impor sua violenta racionalidade à vida cotidiana do campus. As “forças da ordem” instauraram o caos, usurpando a liberdade necessária e indispensável à realização de nosso trabalho, com o discurso da manutenção da mesma “ordem” que ele subverteu.

Não é difícil reduzir sua ação ao combate do tráfico de drogas sob o argumento de que o tratamento ao usuário de droga pego em flagrante deve ser o mesmo para todos os cidadãos sejam eles estudantes ou não, estejam eles no campus universitário ou fora dele.

A questão está longe de se resumir a esta ação/atitude. A situação em que nos encontramos é muito mais complexa. Trata-se do modo como o uso da força é justificado pelas autoridades. Assim a presença impositiva de uma fileira de motos, um despropositado número de PMs no estacionamento do prédio da História/Geografia, para autuar três estudantes (antecedidos por blitz constrangedoras e cada vez mais freqüentes aos estudantes da USP) com seus gadgets, somados á bombas de “efeito moral” instauram o caos e impediram que a atividade fim da universidade se realizasse. Além do que acabaram gerando mais violência e, com ela, um impasse, cujo desfecho certamente recaíra - como de hábito, pela punição aos mais fracos.

Consequentemente, trata-se de buscar a real origem de todo este caos que invade a vida cotidiana do campus subtraindo-lhe o sentido, e não poderia ser outra senão a lógica que orienta as atitudes da atual gestão universitária. Tal atitude vem revelando um desconhecimento do papel e sentido histórico desta instituição pública, preocupada que esta em atender as exigências do mercado - no discurso tratado como aproximação entre universidade-sociedade (seja lá o que isto quer dizer!)

Os crimes de todos os tipos e assassinatos não podem e devem ser aceitos passivamente, nem no campus, nem fora dele, mas suas origens parecem não estar suficientemente claros, o que parece certo, todavia que com violência e negação de direitos civis estaremos cada vez mais distante da busca de possíveis e desejadas soluções.

Certamente, trata-se de formar nossos estudantes na busca da compreensão do fato de que o consumo inocente de um baseado reproduz o circuito do narcotráfico fundado numa violência ainda maior do que a da PM, e cuja existência impede o mais simples convívio social nas áreas de sua atuação direta, bem como, no plano da sociedade a realização de um projeto que busque a realização do direto à cidade, a realização da cidadania plena e a subversão da situação de desigualdade que funda a sociedade brasileira.

Certamente os estudantes envolvidos nesta batalha devem ser totalmente favoráveis à superação desta condição de desigualdade que inclusive impede que a maioria daqueles que se encontram na mesma faixa etária tenham acesso à mesma universidade pela qual estamos todos engajados em sua defesa.

Abrir os portões da USP para a PM, vem revelando - em curto espaço de tempo - esta foi uma saída é, no mínimo, irresponsável.

A gestão da USP, ao abrir mão de suas atribuições, vem de forma consistente destituindo a universidade de seus conteúdos e sentido.

Para citar um caso dos mais graves, lembramos, aqui, os programas de pós-graduação deixados - pesquisadores e estudantes, com suas pesquisas - à mercê das instituições de fomento que vem impondo, no lugar do debate acadêmico, a competição entre programas e pesquisadores em busca de linhas em seus currículos lattes.

Competição esta, agora exacerbada pela nova lógica da carreira docente que faz com que o vizinho de sua porta se torne o inimigo a ser combatido por pontos pela progressão na carreira.

Na busca por estes objetivos, os prazos se tronam cada vez mais apertados esvaziando o ato de conhecer como ato de habitar o tempo lento da reflexão, agora, invadida pela quantificação.

Com isso é nosso trabalho que é completamente destituído de sentido, e o conhecimento produzido redunda em mera banalidade ou meras constatações. Agora, na mesma lógica que terceiriza a pós-graduação, a Universidade terceiriza mais uma das atividades que permite a realização de seus objetivos - a segurança do/no campus.

A cada passo as sucessivas gestões parecem perder pouco a pouco sua legitimidade para levar a universidade para o futuro, prolongando uma história de conquistas tanto no plano do conhecimento da realidade brasileira - agora comprometido pelo tempo veloz com que precisamos produzir textos,artigos, orientações, patentes, etc- quanto no cenário político brasileiro em sua luta contra a ditadura.

Que projeto vislumbrar? Que futuro podemos construir? Sem dúvida o coletivo desta grande universidade precisa apontar novas possibilidades e caminhos mirando o futuro, mas aprendendo com nossa  história…..

Professora Dra. Ana Fani Alessandri Carlos
Departamento de Geografia da FFLCH/USP

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 23:30

USP - Maioria decide que invasores devem deixar prédio

Depois Tio Rei volta ao tema. Por ora, basta saber que, por 559 votos a 458, a assembléia dos alunos da USP decidiu que os invasores devem deixar o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas). A USP tem mais de 80 mil alunos!

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 21:59

UM DESAFIO AOS EXTREMISTAS DA USP: UM PLEBISCITO!!! TENHAM A CORAGEM DE OUVIR A MAIORIA!

Alunos favoráveis à presença da PM no campus da USP se manifestaram nesta terça-feira. Como vocês lerão abaixo, o ato reuniu cerca de 300 pessoas. Respondi ontem à provocação feita por uma Mafaldinha pró-invasão. Prevendo o óbvio — que a manifestação não seria maciça —, ela me desafiou: “Você dirá também que foi uma minoria?” Dei  a ela a resposta devida. Vejam lá. Leiam o que informa a Folha Online. Volto em seguida:
*
Cerca de 300 estudantes realizaram, na tarde desta terça-feira, um ato na praça do Relógio, na USP, para apoiar a presença da Polícia Militar no campus. Entre os participantes estão alunos dos cursos de economia, administração, letras, filosofia e história. O evento foi marcado pelos alunos no Facebook. De acordo com o texto na rede social, o movimento repudia a ocupação de prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e o confronto ocorrido com a polícia no dia 27.

Thifany Lima, 21, aluna do curso de administração diz ser a favor da presença da PM na USP. “Não são só os alunos, a FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) querem a PM. É preciso inibir os crimes. a gente sabe que não vai resolver todo o problemas, mas ajuda”. Alguns dos líderes do protesto querem um plebiscito para decidir o impasse. Marina Grilli, 22, aluna do curso de letras, afirma que a proposta está em discussão. “Quem organizaria? Só se for a própria reitoria”, diz. Segundo a estudante, o plebiscito deveria ser organizado por uma instituição neutra.

A manifestação terminou por volta das 19h15 no estacionamento da Faculdade de Economia. A idéia inicial era realizar um ato no local, em homenagem ao estudante Felipe Ramos Paiva, morto na noite de 18 de maio na Cidade Universitária durante uma tentativa de roubo do seu carro. A morte de Paiva motivou a USP a pedir ajuda à PM. O ato, entretanto, não aconteceu.

Voltei
Olhem aqui: esses 300 da USP valem por muitos milhares. Aqueles são os alunos, entre a maioria silenciosa, que decidiram ser uma minoria presente. Mas representam muito mais gente.  Atenção para o que vou escrever agora.

Eu acho que as leis do país têm de valer na USP também. Ou melhor: não sou eu que acho, é a Constituição. Que eu saiba, inexiste legislação — incluindo a que garante a autonomia universitária — que torna as universidades públicas territórios soberanos. Mesmo assim, eu vou insistir numa proposta que já fiz: PLEBISCITO!

Que a reitoria, com o auxilio de uma auditoria independente, indague aos alunos da universidade —  A TODOS ELES — o que realmente querem. O que lhes parece? Cada estudante tem um “Número USP”: que se colha o voto de todos — dando-lhes a chance do voto branco e nulo. Vamos ver.

No discurso, esquerdistas gostam de povo, de maioria, de massa, essas coisas… Que tal conhecerem de perto a maioria? Hoje, é perfeitamente possível dispor de meios eletrônicos bastante baratos para conduzir um plebiscito. Coragem, valentes!

Por Reinaldo Azevedo

USP - A VERDADEIRA LUTA DE CLASSES BRASILEIRA É AQUELA DOS VAGABUNDOS DE ESQUERDA CONTRA OS TRABALHADORES QUE PAGAM IMPOSTOS

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No post anterior, vocês viram o “revolucionário GAP”. Aqui, de costas, ele se reúne com seus amigos encapuzados, em outra excelente foto de Werther Santana (AE). O que vocês vêem ali é a porta da garagem da reitoria estourada. Um dia terá de ser consertada. E será com dinheiro público. Dinheiro saído dos impostos de trabalhadores cujos filhos jamais usarão GAP ou porão os pés da USP.

Esta é a verdadeira luta de classes brasileira: a dos vagabundos de esquerda contra o povo.

Por Reinaldo Azevedo

Uma das coisas que deixam os meus críticos da extrema-esquerda subuniveristária mais irritados é o fato de eu acusá-los de ser ideólogos formados à base de sucrilho e toddynho. Ainda hoje, afirmei que só são “revolucionários socialistas” porque os pais são burgueses por eles. Vejam esta foto de Werther Santana, da Agência Estado. Para mim, virou um símbolo da invasão. Volto em seguida.

invasor-da-usp-gap

E aí? Viram só? O garotão é antiimperialista, certamente, mas não em matéria de “GAP”. Também não vê mal nenhum em esconder a sua face revolucionária com óculos Ray-Ban. Logo farão um competição interna: “O socialista mais gato da invasão”. Cadê a Folha que não manda a minha musa, vocês sabem quem, investigar in loco o índice de leninismo dos valentes?

Entenderam? Com o dinheiro do pápi, eles compram GAP e Ray-Ban; com o dinheiro dos desdentados, eles depredam patrimônio público. São os libertários da professora Fani, aquela que espanca a língua portuguesa sem piedade.

Por Reinaldo Azevedo

Abert repudia intimidação e ameaça à liberdade de imprensa no caso Monalisa Perrone

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou uma nota nesta terça repudiando a agressão de que foi vítima a repórter Monalisa Perrone. Não há exagero nenhum na iniciativa, não! Há, reitero, um movimento de estímulo à agressão ao trabalho da grande imprensa, que certos vagabundos, sustentados por dinheiro público, chamam “mídia”. No auge da vagabundagem, dizem ser a “mídia golpista”. Chamam de “golpismo” o compromisso com a verdade.

Alguns bobões pretendem que isso seja só coisa da “moçada da Internet”. Uma ova! Há hoje uma corrente organizada para estimular esses caras a agir. Ainda que eles, em si, possam ser inocentes úteis, o fato é que se desenvolvem no caldo de cultura criado pelos nem tão inocentes…

Leiam nota da Abert

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão repudia a agressão cometida contra a repórter Monalisa Perrone, da TV Globo, nesta segunda-feira, em São Paulo.
A jornalista falava ao vivo para o telejornal da emissora quando foi interrompida aos gritos por dois homens. Um deles a derrubou. A agressão ocorreu em frente ao Hospital Sírio-Libanês, de onde Monalisa informava sobre o tratamento quimioterápico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a agência de notícias G1, um dos homens já tentou impedir outras transmissões ao vivo da TV Globo e de outras emissoras.
A tentativa de intimidar jornalistas e impedir a divulgação de informações deve ser sempre rechaçada por todos aqueles que defendem a liberdade de expressão como um dos fundamentos de uma sociedade democrática.
Emanuel Soares Carneiro
Presidente

Por Reinaldo Azevedo.


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Blog Reinaldo Azevedo

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