Quando a democracia começa a incomodar o colunismo político, a democracia pode estar precisando do Sírio-Libanês ou do Einstein…

Publicado em 03/11/2011 09:46 e atualizado em 03/11/2011 15:15
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Quando a democracia começa a incomodar o colunismo político, a democracia pode estar precisando do Sírio-Libanês ou do Einstein… O SUS não resolve!

Sempre que alguém decide agredir a democracia ou submetê-la à canga de um líder ou de um partido, eu sou tomado por uma obsessão, para usar uma palavra que é do gosto de Lula: reafirmar os valores democráticos. Assim, eu lhes trago outro vídeo em que o então presidente da República fala sobre saúde. Trata-se do discurso que ele fez há exatos dois anos, no dia 3 de novembro de 2009, no 9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Olinda. É aquele em que diz que vai tentar convencer Barack Obama a criar o SUS. Vejam. Volto depois.

Voltei
Mais uma vez, antes de comentar o vídeo, algumas considerações importantes.O Brasil vive já há alguns anos sob o signo de um misto de censura e mistificação. E esse monstrengo antidemocrático é encarnado pela figura de Lula. Só por isso algumas pardalocas desarvoradas chegaram a pedir censura na Internet para que as pessoas parassem de dizer aquela “coisa horrível”, “aquela baixeza”, “aquela canalhice”. E o que era essa coisa tão terrível? “Vai se tratar no SUS, Lula!” Acho que o texto que escrevi ontem diz boa parte do que tem de ser dito a respeito.

“Fascistas” são aqueles que consideram “ofensivo” que se possa oferecer a alguém como Lula o que é oferecido ao povo. Não! Eu não acho que ele esteja moralmente obrigado a se tratar no SUS, reitero! Afirmar, no entanto, que tal sugestão é uma “ofensa grave” — a maioria dos portais da Internet cortou comentários com esse teor!  corresponde a ignorar as palavras do próprio petista.

A estupidez foi longe! Leio aqui e ali que Lula colaborou com a “transparência do poder” ao admitir a sua doença e permitir que os médicos concedessem uma entrevista coletiva. Uau! Definitivamente, o homem foi alçado à condição de condestável da República. Eu nem sabia que ele estava no poder! Considerava, na minha santa inocência, que a presidente era Dilma Rousseff. Para mim, o Apedeuta era só o seu antecessor. Notaram o que está em curso? Todo o tratamento dispensado à questão e a mise-en-scène preparada por sua assessoria simulam, com efeito, as agruras de um chefe de estado, de um líder mundial, que ombreia com o próprio papa. Não por acaso, a turma que cuida de seu marketing pessoal se encarregou de tornar pública uma falsa nota de apoiode Bento 16. Isso não quer dizer que o chefe da Igreja Católica não o apóie ou não ore por ele, é evidente.

Há muitos tempo setores da imprensa procuram proteger Lula de si mesmo, de sua história, de suas próprias palavras, o que ajudou a criar o mito e a espalhar mistificações. A figura do notável comunicador “que veio de baixo” — e isso parece suspender o juízo de muitos, o que é uma forma de preconceito às avessas  faz com que muitos ignorem suas bobagens, parolagem e incongruências. E ai daquele que decidir apontá-las! Só pode ser por preconceito! Se Lula já era um super-homem quando saudável, tende a se tornar, doente, um guia espiritual. Caso se cure, o que é o mais provável (continuo a rezar por ele, enquanto petralhas pedem ao capeta que me leve), vira herói; caso se dê o pior, mártir. Bom católico, neste nosso mundo aqui, só sei lidar com pessoas. Deus pertence a outro domínio. DOENÇA NÃO É CATEGORIA DE PENSAMENTO. TAMBÉM NÃO FAZ DE NINGUÉM UM FILÓSOFO. TAMPOUCO MELHORA BIOGRAFIAS.

E por que tantos se ajoelham no milho para demonstrar que sempre reconheceram os méritos sobre-humanos do petista? Porque são reféns morais e ideológicos do PT e temem as hordas da Internet. Não sou nem temo. Rezo, sim, por ele. Não acho que “mereça” ficar doente. Isso é uma ignomínia  essas palavras corrompem a alma de quem as pronuncia. MAS CONTINUAREI A TRATAR LULA COMO UM ACONTECIMENTO DESTE MUNDO! Não é o ungido, não é o Filho de Deus. Ainda que ele próprio possa ficar chocado com a revelação, não é… Deus!

Agora o vídeo
Eu continuo tentando entender por que tantos ficaram tão “chocados” com o “Vai se tratar no SUS, Lula”. Por que insistem, afinal, em ignorar a pregação do próprio mestre? Seguem a transcrição da fala em vermelho no vídeo que está lá no alto , com comentários meus em azul.

(…) na questão da saúde, muitas vezes, nós fazemos uma discussão, eu diria, equivocada ou menor do que o tema da saúde precisa que seja feita. Muitas vezes nós discutimos problemas menores, nós não damos importância necessária a um direito elementar que é o de todos os brasileiros terem direito a uma saúde de qualidade.
É uma tática antiga de Lula, desde os tempos de sindicalista: anunciar que vai dizer algo inédito, um aspecto no qual ninguém pensou. E qual é? “A saúde é um direito elementar!” Uau!!!

Eu, vira e mexe, participo de debate em que as pessoas falam: “O Estado não serve para nada. Eu, para ter saúde, pago o meu plano médico”. Só que essa pessoa que paga o plano médico, quando declara o Imposto de Renda, restitui uma grande parte do que pagou. Portanto, é o Estado que garante para ela a assistência médica. E assim vale para outras coisas.
É um argumento fraudulento, estupidamente fraudulento. A verdade é o exato oposto. Começa que não existe “restituição” porcaria nenhuma, mas dedução. E ela se deve ao fato justamente de todo brasileiro pagar impostos para ter a saúde que não tem. Mais: à medida que milhões recorrem ao setor privado de saúde, isso desonera o setor público. Ou não? É que Lula só conhece uma linguagem: a do confronto. Sempre opera na lógica do “nós” contra “eles”. Nesse caso, quer jogar quem não tem plano privado de saúde contra quem tem. Reparem na mudança de voz quando imita os supostos reclamantes. Ele faz uma caricatura. Atenção para o que vem agora.

Eu, por exemplo, minha querida Josefa, quando vou fazer um checkup… Porque só rico tem checkup. Rico, autoridade e gente…
Bem, sua assessoria divulgou que seu plano de saúde vai pagar os serviços do Sírio-Libanês, onde ele fez checkup. Não sendo mais autoridade, então é rico, certo?

Porque quando eu vou fazer um checkup, nenhum médico pergunta para mim: “Ô, Lula, você está sentindo isso? Você sente isso. O que você passou ontem?”. É uma máquina, uma fileira de máquina. Máquina um, deita; máquina dois, levanta; máquina três, faz; e máquina quatro, vai. É como… Não, obviamente que tudo chique, tudo necessário. Mas eu me sinto o próprio Charlie Chaplin, naquele filme “Tempos Modernos”. Entra… Você não tem contato, não tem mais a figura daquele companheiro que pergunta: “Escute aqui, você tem dor de barriga? A sua barriga incha, seu pé dói, sua cabeça dói?”. Não tem. Hã, Humberto?
Vejam que, a um só tempo, elogia as máquinas “chiques”, a que a esmagadora maioria dos brasileiros não tem acesso, mas o faz sugerindo que o tratamento está desumanizado, sem aquele “companheiro” médico para dar assistência ao doente. Por alguma razão que não entendi, a platéia urra de felicidade.

Eu falo isso porque eu vivi os dois lados. Eu sei o que é esperar sentado, com a bunda em um banco de um balcão de hospital, três ou quatro horas ou cinco horas, e, às vezes, depois que a gente está lá, dizem: “O médico não está”. Eu sei o que é isso e sei o lado do atendimento vip que tem um Presidente da República, eu sei os dois lados.
Lula também tem atendimento vip, como sabemos, mesmo sendo ex-presidente — e, por isso, não foi para o SUS. Um dos truques prediletos do petista é o tal “argumento de autoridade”. Ele sempre sabe tudo. Tem autoridade para falar como pobre — e, portanto, ninguém pode ocupar esse nicho. E agora sabe como vive um rico. Na verdade, ele é um homem rico.

Então, neste assunto eu falo de cátedra que ainda falta muito para que a gente possa dar às pessoas mais humildes o tratamento respeitoso que todo ser humano precisa ter no mundo. E aí, obviamente que precisa de dinheiro. Ninguém faz saúde sem dinheiro; ninguém faz saúde. De vez em quando se fala muita bobagem de dizer: “Olha…” Tem gente que fala: “Eu vou dar…”, candidato a prefeito fala: “Eu vou dar transporte de qualidade, gratuito”. E depois percebe que não é possível. A qualidade impõe determinados custos que alguém tem que pagar. A saúde de qualidade necessita de dinheiro.
Ah, não me diga! Lula prometeu criar 500 UPAs, as Unidades de Pronto Atendimento. Entregou 91. Sua candidata prometeu entregar mais 500 — mil até 2014. Até setembro, tinha feito UMA! Só neste ano, garantiu contruir 2.175 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Não se tem notícia até agora. Alguém dirá. “Mas e o dinheiro?” O GOVERNO LULA, COMO ADMITE DILMA, USOU OS RECURSOS DA CPMF PARA OUTRAS FINALIDADE, QUE NÃO A SAÚDE. Não faltava dinheiro, mas competência.

E aí a sociedade como um todo tem que se autofinanciar. Veja o que o Obama está passando nos Estados Unidos com a questão da saúde. E lá tem 50 milhões de pobres que não têm direito a nada. Ah, se tivesse um SUS nos Estados Unidos, como seria bom para os pobres. Eu, na próxima conversa que eu tiver com o Obama, eu falo: “Obama, faça o SUS. Custa mais barato, é de qualidade e é universal”, porque… e veja o que ele está apanhando, porque os conservadores não querem mudar nada. Ou seja, as pessoas não querem abrir um milímetro para atender a uma parte da população que não teve direito a nada. Como eu acho que o mundo vai ter que ser cada mais solidário para que a gente possa sobreviver neste planeta, porque está cada vez mais apertado, cada vez tem mais gente e cada vez tem mais problemas, eu acho que nós vamos caminhar para uma sociedade em que a gente, de vez em quando, vai abrir mão de algumas coisas nossas para que outros possam ter acesso àquilo que a gente já tem.
Eis o Lula no seu melhor estilo. Depois de ter lembrado que, afinal, era um dos que ficavam horas com “bunda” na cadeira esperando atendimento, mostra a intimidade com Obama, mas não uma intimidade qualquer. Ele é superior. Está na condição de quem pode dar conselhos àquele, sugerindo que copie o nosso modelo, “de qualidade e universal”. Na seqüência, mais uma vez, “nós” (os progressistas) contra “eles” (os conservadores). Em seguida, fala o profeta planetário, que está pensando coisas cujo alcance é a humanidade.

(…)

Esses dias, eu fiquei indignado, porque nós fizemos uma revista bonita, do Ministério do Desenvolvimento Agrário para levar para a Europa, traduzida. E tem um casal bonito trabalhando na roça, e aparece um companheiro, uma figura humana belíssima, sorrindo, sem um dente na boca. Eu falei: “Companheiro, não é possível que a gente não… antes de tirar a foto, não mandou consertar, arrumar”. Porque tem gente que acha que pobre gosta de ser banguela. Então, essa é uma coisa que nós ainda temos que avançar. E, muitas vezes, não basta ter dinheiro, esse é o problema, é que não basta ter dinheiro. É preciso ter um conjunto de cabeças pensantes e uma palavra nova que eu vou criar: um conjunto de pessoas executantes para que as pessoas possam dar certo. Porque, também, no País, entre você pensar e fazer fica mais fácil atravessar o Oceano Atlântico a nado e ir para a África. Não é uma coisa fácil.
A palavra “executante” pertence ao léxico; não é uma invenção. Numa coisa ele tem razão: não basta ter dinheiro; é preciso também ter competência, o que seu governo não demonstrou na saúde. Ao contrário: essa é uma área que sofreu um notável retrocesso, embora, segundo ele, o Brasil deva ser um exemplo para Obama…

Eu não discuto pessoas, mas políticas públicas. Os primeiros a prometer coisas para pensar no dinheiro depois, fazendo justamente o que Lula condena, foram os petistas. Mais: ficaram durante longos cinco anos com a arrecadação da CPMF, e, como admitiu Dilma, o dinheiro foi desvirtuado. Longe da perfeição, a saúde brasileira certamente não serve de modelo para ninguém. Ainda é preciso ficar horas, meses, com, como é mesmo?, “a bunda” sentada na cadeira…

Reacionários, senhores colunistas patrulheiros e patrulhados, é usar a saúde do povo para construir uma mitologia pessoal e depois recorrer aos serviços do Sírio-Libanês. Eu, a propósito, recorro ao Einstein, mas não dou conselhos a Obama nem digo que o SUS está bem perto da perfeição. Como sintetizou Augusto Nunes, “Lula pode internar-se onde quiser, desde que pare de mentir sobre o sistema de saúde”.

Quanto ao colunismo inconformado com a democracia, resta a saída Coréia do Norte. A alternativa seria a leitura de alguns livros. Mas eu jamais cobro das pessoas o que sei que sei estar além do seu alcance.

Por Reinaldo Azevedo

Quando Zé Dirceu chorou. Ou: TENHAM COMPOSTURA E VERGONHA NA CARA, POR FAVOR!

Daqui a pouco será preciso editar um “Manual do Decoro para Quando Autoridades Declararem que Estão com Câncer”. Agora é José Dirceu quem decidiu demonstrar que pode ser um homem terno

Eva, a “companheira” que é companheira de Dirceu, informa a coluna de Mônica Bergamo, “disse a amigos” que “viu o namorado chorar”, pela primeira vez em quase uma década, ao saber da doença de Lula. A fórmula “disse a amigos” foi consagrada pelo colunismo de notas como sinônimo de “disse a mim, mas vou fazer de conta que não foi”.

Informa ainda a coluna:
“José Dirceu e sua namorada, Eva, passaram o dia das bruxas na pousada Triboju, em Fernando de Noronha, fechada para eles e outros 25 amigos. O grupo, na verdade, comemorou o aniversário dela, que pesquisa a mudança do ciclo lunar para escolher o local da celebração. Os donos da pousada, Ricardo e Durval Lelys, do Asa de Águia, deram as diárias de presente aos convidados de Eva. Foi lá que souberam do câncer de Lula.”

Entendo
Pensem um pouquinho: qual é o objetivo de “vazar” uma informação como essa? Demonstrar que Dirceu é um amigão do peito de Lula, seu amigo de fé, irmão, camarada, quem sabe o… Bem, paro por aqui nas especulações.

A falta de decoro envolvendo a doença de Lula não me espanta. Essa gente não é mais decorosa na saúde e na alegria; não teria razões para sê-lo na tristeza e na doença.

Homens públicos que realmente choram uma dor privada mantêm privada a sua dor. Ponto! O resto é exploração política asquerosa. Dirceu está pegando carona na doença do “companheiro”. Para uma comemoração do Dia das Bruxas, vá lá, faz sentido.

Por Reinaldo Azevedo
 Da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

A festa dos vigaristas camaradas

Agora que Dilma Rousseff já renovou o contrato de arrendamento do Ministério do Esporte ao PCdoB, entregou a chave do cofre a Aldo Rebelo, decidiu que “Orlando Silva fez um excepcional trabalho, foi incansável para a preparação do Brasil para os grandes eventos esportivos que sediaremos” e infiltrou na discurseira uma ameaçadora metáfora futebolística: “Hoje colocamos a bola no chão, reiniciamos o jogo e vamos para o ataque”;

Agora que o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, já aproveitou a troca da guarda do cofre para promover uma festinha íntima dos comunistas do Brasil, aquecida pela descoberta de que “o partido sai engrandecido desses últimos acontecimentos”;

Agora que Orlando Silva já jurou incontáveis vezes que é inocente e vai vingar-se dos misteriosos carrascos, sempre caprichando na voz embargada e na lágrima furtiva que engrossava a cada buquê de flores entregue à companheira;

Agora que Aldo Rebelo, olhos nos olhos do antecessor, já resumiu numa frase besuntada de açúcar e de afeto (“Mais do que inocente, o senhor é vítima”) a beleza da camaradagem delinquente;

Agora que acabaram as comemorações da turma que tungou até o dinheiro das crianças, enfim, está mais que na hora de o Tribunal de Contas da União, a polícia, o Ministério Público e o Judiciário tratarem de entrar em campo para completar o serviço que a imprensa começou e o governo pretende encerrar com a mudança que deixa tudo como está. Demissão é ato administrativo. Não é o fim, mas a primeira etapa da história. Chegou o momento da aplicação dos códigos legais. Só cadeia não basta. O país decente também exige a devolução do dinheiro roubado.

02/11/2011

 às 12:42 \ Direto ao Ponto

Lula pode internar-se onde quiser, desde que pare de mentir sobre o sistema de saúde

Em abril de 2006, em Porto Alegre, o presidente Lula gabou-se de outra proeza hiperbólica: “Eu acho que não está longe da gente atingir a perfeição no tratamento de saúde neste país”. (Passados cinco anos e meio, pode-se presumir que esteja mais que perfeito.) Em novembro de 2009, condoído com as carências do sistema de saúde americano,  presenteou o colega da Casa Branca com a solução: “Obama, faça o SUS”.  Em janeiro de 2010, ao inaugurar no Recife uma Unidade de Pronto Atendimento, reafirmou que fizera em nove anos o que todos os outros não fizeram em 500: “Eu tava visitando a UPA, e eu tava dizendo que ela tá tão bem organizada, ela tá tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui”, garantiu. Neste fim de outubro, surpreendido por um câncer, tratou de internar-se no Sírio-Libanês.

Tenho pouco a acrescentar ao excelente resumo da ópera feito por Reinaldo Azevedo. Integrante da reduzidíssima elite de brasileiros providos de muito dinheiro e plano de saúde cinco estrelas, Lula tem o direito de recorrer aos serviços dos melhores hospitais da rede privada. Ao consumar tal opção, contudo, confere a todos os pagadores de impostos o direito de exigir que pare de tentar enganá-los com bravatas, lorotas ou mentiras deslavadas sobre o sistema de saúde. Há bons hospitais e profissionais admiráveis, mas até as golas dos jalecos sabem que os deslumbramentos celebrados por Lula só existem no Brasil Maravilha registrado em cartório. No país real, a busca de socorro na rede pública acaba, com desoladora frequência, na morte sem atendimento.

(por Augusto Nunes)

03/11/2011

 às 6:43

Para bandido, polícia! É uma regra da democracia! Ou: Revelo o meu delírio autoritário…

Estas duas fotos de Werther Santana, da Agência Estado, deram o que falar ontem no blog.

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usp-mais-invasores1Na primeira, vê-se um pobre oprimido socialista, da turma que quer entregar o poder aos “trabaliadores”, como escreveram numa faixa, com o seu blusão da GAP e os óculos Ray-Ban. Na outra, os encapuzados, à moda das Farc — faz todo sentido… — se reúnem em frente ao portão depredado da Reitoria invadida. São os revolucionários do sucrilho e do toddynho usando o dinheiros dos pápis para comprar roupas, mochilas e tênis de grife e depredando bens da universidade, sustentada com os impostos pagos pelas empregadas domésticas de suas respectivas casas, cujos filhos jamais pisarão na USP. Eis, aí, a verdadeira luta de classes brasileira hoje em dia: OS VAGABUNDOS DE ESQUERDA ESPOLIAM A DIREITA QUE TRABALHA. “Direita”? É, como eles gostam de dizer, o “povo” é mesmo reacionário…

Um analfabeto de sobrenome “Bonatelli” — se encher meu saco, publico o nome inteiro, o que certamente deixará seu pai envergonhado — me envia um comentário perguntando, na sua linguagem, “qual a porra do problema” das roupas do rapaz. Para ele, trata-se de um argumento típico “de uma adolescente que começou a estudar geopolitca” (com “t” mudo!!!). E avança: “Quem foi que disse, que sendo um jovem de família rica ele não posse (!!!) se revoltar contra o sistema capitalista ao invez de ficar cego a suas mazelas?” Quando ele escreve “invez”, ou está querendo escrever “ao invés” ou “em vez de”. Deve ser aluno da professora Fani, aquela que, segundo o excelente comentário do leitor Guilherme, se expressa em “dilmês castiço”.

Um uspiano que escreve “invez”“posse” (em vez de “possa”) e “geopolitca”nos condena à ditadura dos australopitecos — aqueles, sabem?, que se aquecerão com as páginas de Marx (ver posts abaixo). O Zé Banana, que certamente ignora o sentido da palavra “geopolítica”,  quer saber qual é o problema. Eu explico.

Um dia, “o revolucionário GAP” se cansa dessa brincadeira — porque tudo tem limite — e vai cuidar do patrimônio da família, procurando, se possível, aumentá-lo. É o que aconteceu com dezenas de “revolucionários” que conheci na USP. Já o povo, que sustenta essa farra, seu bobalhão, não terá compensação nenhuma. Ao contrário: continuará a pagar por um serviço que não utiliza. Pior: recursos que poderiam ser investidos em pesquisas — no limite, elas são um bem para todos os brasileiros — têm de ser redirecionados para conservar os estragos feitos por vagabundos, que não respeitam nem mesmo as assembléias já tão pouco representativas do DCE,  órgão de representação dos estudantes.

Entendeu o problema ou você precisa que eu desenhe? Se essa gente quer fazer revolução, que tenha a coragem de correr riscos, ora! Revolução no campus? Não querem nem mesmo enfrentar “a repressão”. Eles querem que o governador Alckmin mantenha o campus como território livre do socialismo da maconha… E tudo financiado, reitero, por suas empregadas domésticas.

Há saída?
Há! Pedido de reintegração de posse e polícia. A coisa é simples. Com autorização judicial, cerca-se o prédio, jogam-se umas bombinhas de gás lacrimogêneo (caso eles não queiram sair numa boa, claro!), os subcomandantes Marcos do Rio Pinheiros se escafedem com o rabo entre as pernas, a PM retira o pano que lhes cobre o rosto, mete todo mundo num camburão e manda pra delegacia. Deve haver alguma maneira de verificar o Número USP de cada um para que possam ser responsabilizados civil e criminalmente pelos danos causados ao patrimônio e à vida universitária.

Em seguida, é preciso entrar nos prédios invadidos, filmar tudo, cada detalhe, e expor à opinião pública, informando o custo dos reparos. A esmagadora maioria dos estudantes da USP é contra a bandidagem. As únicas forças reacionárias que a direção da universidade  e o governo têm de enfrentar são os simpatizantes da violência que estão nas redações. Aí é guerra de opinião pública mesmo! A população de São Paulo nunca viu em detalhes o que essa gente é capaz de fazer com o patrimônio de todos os paulistas.

Meu método, nessas coisas, é bem simples: bandido precisa de polícia. Chamo de bandido todo aquele que, deliberadamente, subtrai de terceiros um direito, recorrendo à força. Se a polícia fizer como estou sugerindo, estará garantindo o direito de 79.800 estudantes, contra a violência de 200 baderneiros. Ou seja: é a democracia de farda.

FASCISTA É QUEM NÃO TEM CORAGEM DE MOSTRAR A CARA PARA A DEMOCRACIA.

Tribunal de exceção
Não que eu não sonhe, cá com os meus botões, com uma coisinha, assim, mais violenta, mais arbitrária. Eu conto o meu delírio: cada invasor seria obrigado a ler aquele texto da professora Fani e escrever uma redação dizendo que diabos, afinal de contas, a mulher quis dizer. Alternativa: verter aquele troço para o português!

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 20:35

USP - A VERDADEIRA LUTA DE CLASSES BRASILEIRA É AQUELA DOS VAGABUNDOS DE ESQUERDA CONTRA OS TRABALHADORES QUE PAGAM IMPOSTOS

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No post anterior, vocês viram o “revolucionário GAP”. Aqui, de costas, ele se reúne com seus amigos encapuzados, em outra excelente foto de Werther Santana (AE). O que vocês vêem ali é a porta da garagem da reitoria estourada. Um dia terá de ser consertada. E será com dinheiro público. Dinheiro saído dos impostos de trabalhadores cujos filhos jamais usarão GAP ou porão os pés na USP.

Esta é a verdadeira luta de classes brasileira: a dos vagabundos de esquerda contra o povo.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 20:19

A IMAGEM-SÍMBOLO DA INVASÃO DA REITORIA DA USP. OU: O REVOLUCIONÁRIO DE GAP E RAY-BAN

Uma das coisas que deixam os meus críticos da extrema-esquerda subuniveristária mais irritados é o fato de eu acusá-los de ser ideólogos formados à base de sucrilho e toddynho. Ainda hoje, afirmei que só são “revolucionários socialistas” porque os pais são burgueses por eles. Vejam esta foto de Werther Santana, da Agência Estado. Para mim, virou um símbolo da invasão. Volto em seguida.

invasor-da-usp-gap

E aí? Viram só? O garotão é antiimperialista, certamente, mas não em matéria de “GAP”. Também não vê mal nenhum em esconder a sua face revolucionária com óculos Ray-Ban. Logo farão um competição interna: “O socialista mais gato da invasão”. Cadê a Folha que não manda a minha musa, vocês sabem quem, investigar in loco o índice de leninismo dos valentes?

Entenderam? Com o dinheiro do pápi, eles compram GAP e Ray-Ban; com o dinheiro dos desdentados, eles depredam patrimônio público. São os libertários da professora Fani, aquela que espanca a língua portuguesa sem piedade.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 19:55

UNE recebe R$ 30 milhões, mas nova sede no Rio não sai do papel

Que graça! Vejam como uma entidade estudantil, de caráter sindical, pode ser estatizada e como o dinheiro público, que a sustenta, pode ser privatizado.
Por Luciana Nunes Leal e Bruno Boghossian, no Estadão Online:

Comandada por dirigentes ligados ao PC do B desde que voltou à atividade formal, em 1979, a União Nacional dos Estudantes (UNE) ainda não tirou do papel o prédio de 12 andares que promete construir em um dos melhores pontos da Praia do Flamengo (zona sul) com os R$ 44,6 milhões a que tem direito como indenização pelos danos sofridos durante o regime militar. Embora a União tenha pago R$ 30 milhões aos estudantes em dezembro passado, quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do lançamento da pedra fundamental da obra, o terreno continua intacto. Os outros R$ 14,6 milhões estão prometidos pela presidente Dilma Rousseff desde o início do ano, mas ainda não foram liberados.

Além dos R$ 30 milhões da indenização, a UNE recebeu, durante os dois mandatos de Lula, R$ 12,8 milhões da União, graças a convênios com instituições federais, inclusive o Ministério do Esporte, entregue ao PC do B desde o início do governo petista. O valor é 11,6 vezes maior que o R$ 1,1 milhão liberado nos dois governos do tucano Fernando Henrique Cardoso. Houve repasses apenas em 1995, de R$ 100 mil, e em 2002, de R$ 1 milhão.

Levantamento do site Contas Abertas, com base no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), mostra que os convênios da UNE com o Ministério do Esporte renderam repasses de quase R$ 450 mil, em 2004 e em 2009. O convênio de 2009, no valor de R$ 250 mil, prevê “capacitação de gestores de esporte e de lazer”. O de 2004 somou R$ 199,6 mil, para “promoções de eventos de esporte educacional”.

O Ministério que fez os maiores repasses à UNE foi o da Cultura, somando R$ 8,5 milhões. Um dos maiores convênios, de 2009, no valor de R$ 1,459 milhão, concedeu “apoio financeiro ao projeto ‘atividades culturais e artísticas da UNE’”. No mesmo ano, foram repassados R$ 786,5 mil para “realização de shows de música popular brasileira e debates nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”. O Ministério da Saúde, somente em 2008, repassou R$ 2,8 milhões para programa de “apoio à educação de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS)”, segundo o Contas Abertas.

Por causa dos altos valores repassados à UNE nos últimos anos, o procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), pediu aos ministérios informações e cópias das prestações de contas dos universitários. Segundo a assessoria de imprensa do TCU, os esclarecimentos das instituições federais serão analisados quando o procurador voltar de férias, na próxima semana. Marinus Marsico poderá pedir mais informações, apresentar um pedido de investigação ao TCU ou encerrar o procedimento, se entender que as prestações de contas foram satisfatórias.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 19:29

Ah, não! É muito ruim!!!

Sugerem-me aí contestar certo blogueiro oficialista de pouco brilho. Até me vi tentado. Eu adoro uma briga. Por curiosidade, botei o nome do bicho no Google para saber quais são as primeiras referências que aparecem sobre seu “trabalho”. E descobri o quê? Uma das principais é justamente um pau que dei nele. Entenderam? Há uns coitados que contam comigo para aparecer. Não vale a pena.

Fosse ainda um pensamento algo requintado, que eu repudiasse, mas que trouxesse alguma inteligência, alguma referência interessante, uma análise aguda… Mas aquilo??? De vez em quando, até faço os tais vermelhos-e-azuis. Não deixam de ser uma forma de reconhecimento ao vivente.

Modéstia às favas, o meu texto de hoje sobre “Lula e o SUS” permanece “irrespondido” e, não sei, não, acho que é irrespondível. Não porque eu seja o máximo (em truco, eu sou!!!), mas porque a lógica é o mínimo com que um bípede sem bicos e sem pêlos deve operar. Se alguém ainda tem algo a dizer nessa área, tem de contestá-lo.

Assim, queridos, vou poupar os leitores daquela bobajada. Não merece contestação porque está abaixo do que pode produzir qualquer petista pé-de-chinelo. Petralhas já enviaram para cá argumentação melhor. A tese, quando fraca demais, desqualifica até o oponente.

Mereço adversários melhores.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 18:42

USP - Petistas se fingem adversários dos encapuzados, mas pretendem lucrar com a sua porra-louquice. Ou: Por um australopiteco que se aquece com folhas de Marx

Vamos falar mais um pouquinho dos primitivos da USP? Pois é… Apelando ao humor — lá vamos nós —, eu já escrevi há alguns anos o que, por meu gosto, faria com os valentes. Cercar! Ninguém entra, ninguém sai. Eles iriam lá se reproduzindo entre si… Ao cabo de cinco gerações mais ou menos, conheceríamos os nossos ancestrais… Australopitecos usando páginas de Marx pra se aquecer seriam um verdadeiro poema! Pronto! Lá vem a turma tentar me provar que esse hominídeo não é um dos nossos ancestrais nem fazia fogueira… Amigo, amigo, deita… Tio Rei está fazendo uma piada evolutivamente incorreta.

A menos que eu tenha perdido alguma coisa, os fascistas encapuzados que invadiram a Reitoria desprezaram uma instância institucional de representação dos alunos: o DCE. Mesmo uma daquelas assembléias de mil alunos (para mais de 80 mil estudantes) foi ignorada. Agora se decide invasão é com um grupelho de 100 deles mesmo… Vamos ver.

Esses ultra-radicais vivem às turras com o PT na USP, partido que já consideram “burguês” — sempre observando à margem que os extremistas costumam ter pais que são burgueses por eles, entenderam? Quase sempre, na retaguarda de um radical, há um “porco capitalista” ou um “reacionário pequeno-burguês” que trabalha… Adiante.

Eles vivem às turras, mas não pensem que o PT é inocente nessa história. Não é mesmo! Os ultra-esquerdistas lhe são úteis. Esses idiotas não têm nada a perder a não ser a idiotia, mas isso leva tempo — alguns pretendem envelhecer na USP, no movimento estudantil ou no sindicato de funcionários, comendo de graça e pregando a revolução socialista… Australopitecos de Marx na mão! Para os petistas, uma retirada à força dos meliantes mascarados caracterizaria a tal “intervenção militar” na USP, “coisa de tucanos” etc. Vocês conhecem essa cascata.

Por que digo isso? Nós fóruns ligados à universidade, nos quais a petezada está muito presente, vocês sabem qual é a pauta? Vou lhes contar. Eles reivindicam três coisas, atenção!
a) Democracia interna
É a senha para pedir eleições diretas para reitor, quase uma jabuticaba brasileira. Em todo o mundo academicamente respeitável, a reitoria é uma conquista que se deve ao mérito.
 
b) Descriminação da maconha
 
É isso mesmo que vocês leram. Junto com a “democracia interna”, fala-se em descriminar a maconha. Como sabem que essa é a) uma questão constitucional eb) uma questão legal (há códigos a respeito), fica evidente a sugestão de que a droga deveria ser permitida nos domínios da universidade. Seria um dos apanágios da “autonomia”, que eles pensam ser “soberania”.
c) Segurança própria
Sim, eles querem porque querem a PM fora da USP. Os que se pretendem mais sofisticados alegam que, se o Congresso Nacional tem segurança própria, por que a USP não pode? Quanta mentira! Quanta vigarice! Vocês sabem que eu gosto de matar a cobra e mostrar a cobra. Esse negócio de mostrar o pau é metaforicamente incorreto, embora a cobra também dê pano pra manga…

Contra o que dizem os mentirosos, nada como os fatos. Leiam esta notícia.
“A Câmara dos Deputados convocou ontem o Batalhão de Choque da Polícia Militar para reforçar a segurança, e os policiais entraram em confronto com servidores públicos que protestavam contra a reforma da Previdência, ameaçando interromper sessão da comissão que analisa o tema. Autorizados pela presidência da Casa a entrar nas dependências da Câmara, os policiais arrastaram um servidor, que acabou detido e algemado”.

O petralha já ficou assanhado: “Foi durante esse papo de reforma? Só podia ser coisa de tucano!” Epa! O episódio se deu no dia 26 de julho de… 2003!!! Dois mil e três? É… O presidente da Casa era o petista João Paulo Cunha (SP), que explicou: “Eu, como presidente da Câmara, autorizei a entrada dos policiais para garantir a segurança e a continuidade dos trabalhos.” São trechos de uma reportagem da Folha.

Quem disse que o Congresso é uma área interditada à Polícia Militar? Não é, não! Se preciso, os soldados vão à luta. Mais: como é área sob a responsabilidade da República Federativa do Brasil, a Polícia Federal também está presente, nenéns! Querem que seja como no Congresso? É mesmo? Então seria preciso armar a Guarda Universitária e lhe dar poder efetivo de polícia. Chato, né? Por enquanto, há duas coisas no Tio Rei que melhoram com o tempo. Uma é a memória. A outra não digo para não despertar inveja ou, como diria FHC, “recalque…”

Estão criando o climão
Os imbecis de extrema esquerda, com sua agenda associada ao narcotráfico, criam o ambiente de falsa conflagração — já que os mais de 80 mil continuam a levar a sua vida normalmente. Os petistas aproveitam a bagunça para se apresentar como os representantes do bom senso, o meio-termo entre dois supostos extremos: a reitoria e os invasores. Ocorre que isso é falso como qualquer discurso do PT. A reitoria não é um dos extremos. A REITORIA, NESSE CASO, É SÓ A LEI!!!

Os adversários institucionais dessa bagunça têm só uma coisa a fazer: deixar claro de que lado estão.
- Da segurança democrática ou do narcotráfico?
- Dos estudantes que estudam ou dos feios, sujos e malvados?

- Das pessoas de cara limpa ou dos encapuzados?
- Dos defensores da ordem democrática ou dos filoterroristas?

Dentro de uns dez anos, os tucanos acordarão para fazer um desagravo à USP de hoje…

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 16:54

Gravações mostram Agnelo Queiroz prometendo ajuda a PM que acusou Orlando Silva

Vocês já devem ter lido, mas fica o registro. Por Jailton de Carvalho, no Globo:
Gravações da Polícia Civil mostram que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prometeu ajudar o policial militar João Dias Ferreira, pivô da queda do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB), a preparar a defesa no processo em que é acusado de desviar dinheiro do Ministério do Esporte. Os diálogos, divulgados nesta terça-feira pelo “DF TV”, da TV Globo, mostram intimidade entre o governador e João Dias. Numa das conversas, gravadas com autorização judicial, Agnelo chama o policial de “meu mestre!”.

Em outro trecho, Ana Paula, mulher de João Dias, pede a Agnelo que contrate advogados para defender o policial, que acabara de ser preso por conta das acusações de desvios de dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Os diálogos foram gravados entre fevereiro e março de 2010. Ex-ministro do Esporte, Agnelo era na época diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Acossado pelas investigações, o policial recorreu a Agnelo, que, meses depois, seria eleito governador do Distrito Federal.

Numa das conversas, João Dias pede a Agnelo que oriente o professor Roldão Lima a ajudá-lo. Professor de uma escola em Sobradinho, Roldão poderia fornecer fichas de alunos para João Dias preencher o cadastro de crianças matriculadas no Segundo Tempo.

— Vou estar encontrando agora, daqui a uns cinco minutos, o professor Roldão, e aquele assunto que a gente tratou, não sei se o senhor se lembra, ano passado… - diz João Dias.
— Lembro - responde Agnelo.
O policial vai direto ao assunto:
— Eu queria o seguinte: colocar o senhor na linha com ele. Falar só um “bom dia” mesmo.
O governador aceita a sugestão:
— Vou dar um toque nele só para reforçar ele (sic) - diz.
Em outra conversa, já na companhia de Roldão, João Dias liga novamente para Agnelo.
— Meu mestre! - responde Agnelo, referindo-se a João Dias.

Para Agnelo, fita não é prova suficiente
Na investigação, a Polícia Civil documentou um encontro em que Roldão entrega uma pasta a João Dias. Semanas depois, João Dias e mais quatro pessoas, todas acusadas de desviar dinheiro do Segundo Tempo, foram presas na Operação Shaolin, da Polícia Civil. Após a prisão, Ana Paula pediu ajuda a Agnelo: “A Polícia Civil está fazendo mandado de busca e apreensão aqui em casa e tá levando o João Dias preso. Então ele pediu que eu fizesse um contato com o senhor para que o senhor, se possível, já viabilizasse os advogados para poder ajudar”, diz Ana Paula, em mensagem deixada no telefone do governador.

Em outra gravação, após uma troca informal de cumprimentos, João Dias passa o telefone para que Agnelo fale com o professor: “Tô almoçando com um grande amigo aqui. Deixa eu passar pra ele aqui”, diz o policial.

Agnelo fala então com Roldão:
- Vou combinar, falar com o João, para ir tomar um café contigo. Viu?
- Será uma satisfação. E vamos conversar, porque tem muita coisa aí que a gente precisa conversar - responde Roldão.
Agnelo disse nesta terça-feira que a fita não é suficiente para incriminá-lo:
- Mostre alguma coisa de eu pedindo alguma ilegalidade!

A deputada distrital Celina Leão (PSD) disse que o teor dos diálogos reforçará o movimento pela criação da CPI do Segundo Tempo, na Câmara Legislativa. Ela informou que já tem cinco das oito assinaturas necessárias para pedir a CPI. Ao longo da tarde, porém, 19 dos 25 deputados distritais assinaram nota de apoio a Agnelo.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 16:31

A internação é livre, a mentira é tributada pela verdade

“Integrante da reduzidíssima elite de brasileiros providos de muito dinheiro e plano de saúde cinco estrelas, Lula tem o direito de recorrer aos serviços dos melhores hospitais da rede privada. Ao consumar tal opção, contudo, confere a todos os pagadores de impostos o direito de exigir que pare de tentar enganá-los com bravatas, lorotas ou mentiras deslavadas sobre o sistema de saúde. Há bons hospitais e profissionais admiráveis, mas até as golas dos jalecos sabem que os deslumbramentos celebrados por Lula só existem no Brasil Maravilha registrado em cartório. No país real, a busca de socorro na rede pública acaba, com desoladora frequência, na morte sem atendimento.”

É o que escreve Augusto Nunes no post “Lula pode internar-se onde quiser desde que pare de mentir sobre o sistema de saúde”.

Nas moscas!

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 16:05

Vão patrulhar a Coréia do Norte que os pariu!

No sábado, como vocês sabem, morreu um amigão meu, o Cotó, um cachorro.Escrevi a respeito. Fiquei realmente muito triste. Volta e meia, pego o celular para ver algumas fotos. Fico ainda emocionado, com um nó na garganta. Eu sou assim, ué. Esta é uma página que trata principalmente de política, mas é, como todo blog, uma página pessoal. Às vezes, divido com os meus parceiros, vocês!, algumas aflições. O número de comentários e a acolhida do post  Internet afora demonstram que falei a muita gente.

Pois acreditem: recebi e recebo ainda dezenas de ofensas, vindas de uma gente estúpida, obscurantista, burra, asquerosa, afirmando que eu estava dando “uma indireta” no Lula. Como e por quê, confesso, não entendi até agora. Outros ainda sustentam que eu estava sugerindo que preferia sofrer por causa de um cachorro a me condoer com a doença do ex-presidente. Um imbecil, escrevendo com certo sotaque acadêmico (ou pseudo-acadêmico), resolveu caçar no meu texto supostas alusões ao chefão do PT. Uma coisa verdadeiramente assustadora! Deve ser daquela laia que acredita que super-heróis americanos são racistas “estadunidenses”…

“Isso está realmente acontecendo?”, perguntei a Dona Reinalda, não menos triste do que eu com a morte de Cotó. Sim, chegamos, finalmente, à Coréia do Norte! Lula, definitivamente, é o nosso Kim Jong-Il. Se ele sofre, a nação sofre. E todas as dores privadas são menores, mesquinhas, indecorosas. Ou, então, Lula é o nosso Alá. Teremos sempre de evocá-lo.

Nem nas minhas piores antevisões sobre o triunfo do petismo achei que se poderia chegar tão longe. A corrente que tentaram fazer contra o meu texto sobre o… Cotó (Santo Deus!), associando-o a uma suposta crítica velada a Lula, é coisa não de sociedades abertas, onde tudo pode ser dito, mas de sociedades totalitárias. Os sentimentos particulares, as intimidades, as dores de todos nós, tudo isso perde sentido diante de uma causa. Pior: na prática, alguns ditos “colunistas” de jornais — a safra nunca foi tão miserável (essa gente não lê nem bula de remédio!), com as exceções de sempre — engrossam esse caldo de cultura ao chamarem de “ataque” toda e qualquer crítica a Lula. Que dias estes! Fazer o quê? O ódio que esses vagabundos têm ao pensamento só pode ser combatido com mais pensamento. Então vamos lá.

O PT tem vocação para partido único. Está na sua origem e na sua história. Denuncio isso há muito tempo. Não, os petistas não pretendem dar um golpe ou coisa assim. Não há mais lugar no mundo para essas viradas de mesa ou para a luta armada. A tática hoje em dia, e já é assim há bastante tempo, é outra. Os grupos que querem romper “com a velha ordem” aprenderam a usar os instrumentos da democracia contra ela própria. Há sólida teoria a respeito. O que os petistas querem? Socialismo? Não! Pretendem um país que esteja sob o seu comando. E sem oposição. Quando e se lograrem o seu intento, já avançaram bastante, a primeira vítima será a liberdade.

Os mais jovens não sabem, mas é fato: o país já foi mais livre, meus queridos! Acreditem! O debate era mais divertido no começo e meados da década de 80, estendendo-se ao período pós-Constituinte. Os petistas estavam na oposição e, vejam só!, eram ardorosos defensores da liberdade de imprensa. Os jornais estavam coalhados de ex-militantes de esquerda que tinham se cansado um tantinho da ortodoxia ou daquelas caricaturas criadas pelos “companheiros” e “camaradas” para “mobilizar as massas”, e tanto “a direita” como “a esquerda” mereciam um tratamento crítico, meio debochado às vezes, mas quase sempre inteligente.

A chegada do PT ao poder marcou uma virada. Houve um movimento geral de emburrecimento. Não porque petistas sejam burros. Ao contrário: eles são até bastante espertos. É que eles conservaram, mesmo no comando do estado, o charme da “resistência”, e a imprensa, na média, perdeu o saudável “espírito de porco”. Em seu lugar, vão me desculpar o trocadilho até óbvio, entrou o “espírito de corpo”. Muita gente decidiu “colaborar” com “a construção de um novo país”, abandonando alguns fundamentos da sociedade democrática. O direito à crítica é um deles. E, é evidente, muitagente que estava à venda foi comprada.

Ainda que eu antevisse tempos nada bons quando “eles” chegassem ao poder, confesso que até eu me surpreendo. A quantidade de textos que li sugerindo simplesmente censura aos críticos de Lula é uma coisa espantosa. Ainda que, visivelmente, use a sua doença para fazer política, essa passa a ser mais uma licença especial que se lhe concede.

Não, bando de cretinos! O meu texto sobre Cotó passava a léguas de Lula. Eu tenho outros assuntos com os quais me ocupar. Falo sobre o que eu bem entender, emociono-me com o que me der na telha, choro por aquilo que eu quiser. Se decidir me comover porque uma linha reta se transforma, de repente, numa curva, o que é vocês têm com isso? Vão lá pressionar os colunistas impressionáveis, que adoram fazer o joguinho nem-nem. Mais vocês esperneiam, mais me sinto fazendo a coisa certa.

Vão patrulhar a Coréia do Norte que os pariu, salafrários!

coto-um

Por Reinaldo Azevedo

O texto ficou um tantinho longo. Leiam até o fim. Acho que vale a pena. Assistam a este vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Não vou tratar do vídeo agora. Voltarei a ele mais tarde. Preciso fazer antes algumas considerações.

O cidadão Luiz Inácio Lula da Silva tem condições de ter o melhor plano de saúde que o dinheiro pode comprar. Não está, entendo, moralmente obrigado a se tratar no SUS. Esse é apenas um dos motivos. Há outros e já os expus aqui. Tentar impedir, no entanto, que as pessoas lhe façam essa cobrança, tachando-as de “agressivas” por isso, e se manifestem segundo a linguagem que o próprio Lula sempre empregou em sua militância, aí, meus caros, estamos diante de uma patrulha asquerosa, antidemocrática.

Os ai-ai-ais e ui-ui-uis se espalham por todo lugar. A rede petralha e os ex-jornalistas a soldo fazem o de sempre: desqualificam quem não é da turma. O PT deliberou, não faz tempo, que criaria grupos para patrulhar a Internet. Pelo visto, já estão em ação. Lamentável é que ecos em favor de uma censura informal, de matriz supostamente moral, tenham chegado também à grande imprensa — aquela que os petistas costumam acusar de “golpista”. Encerro este parágrafo com indagações, que serão retomadas a partir do próximo. Que político brasileiro dividiu o país em dois grupos: “nós” e “eles”? Que político brasileiro dividiu o país entre o povo e a Dona Zelite? Que político brasileiro expropriou dos adversários a sua história, o seu passado e as suas conquistas para se pôr como o marco inaugural de uma civilização? Seu nome é Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi ele quem estabeleceu que os que são seus aliados ou a ele se subordinam politicamente merecem a chancela de “povo” — e os adversários seriam a execrável Dona Zelite, inimiga das massas. No vídeo gravado ontem, sobre o qual escrevi, em que mistura miseravelmente a sua doença com o proselitismo político, vê-se, uma vez mais, a desqualificação dos opositores. Só há um jeito de torcer pelo Brasil: apoiar Dilma. Ora, o que aquele discurso tem a ver com o seu câncer? O pior é que ele não é neófito nessa prática. Já chego lá.

É Lula, pois, quem faz uma aposta permanente na divisão do Brasil, REIVINDICANDO PERMANENTEMENTE PARA SI A CONDIÇÃO DE HOMEM E DE REPRESENTANTE DO POVO — ELITES SÃO SEMPRE OS OUTROS. E o que é que milhares de pessoas estão lembrando de modo claro — e isso está sendo chamado de “ataque” por alguns babacas? Ora, povo, meu caro Lula, se trata no SUS, não no Sírio-Libanês! Alguém pode me dizer o que há de mentira nisso? A pergunta que segue agora não é dirigida aos que são pagos para me xingar. Esses estão trabalhando, ainda que um trabalhinho sujo. Pergunto aos idiotas que me xingam de graça: SUGERIR O SUS É UMA OFENSA PORQUE AQUELE É LUGAR DE POVO, É ISSO?  Qual é, afinal, o lugar de Lula no discurso? Então os leitores/eleitores estão proibidos de confrontá-lo com as suas próprias palavras simplesmente porque ele é quem é?

Lula e Obama
Os candidatos a censores da opinião alheia hão de me perdoar — e, se não o fizeram, não dou a mínima —, mas é absolutamente legítimo, ainda que eu não concorde, que um cidadão brasileiro lhe sugira que recorra ao SUS porque ele próprio declarou o sistema “perto da perfeição”. Em novembro de 2009, ao abrir o 9º Congresso Brasileiro de Saúde Pública, em Olinda (PE), anunciou que, quando falasse com o presidente dos EUA, Barack Obama, iria lhe dar um conselho: “Obama, faça um SUS. Custa mais barato, é de qualidade e é universal.”

Fazer o quê? Lula é assim mesmo, não? Hiperbólico quando se trata de exaltar qualidades que acredita ter. E implacável com eventuais conquistas de adversários, das quais faz tabula rasa. O molde é sempre o mesmo: “nós X eles”, “povo X elite”. Será que os que agora, de modo um tanto irônico, sugerem que procure o SUS estão mesmo lhe fazendo um “ataque”? Há, a propósito, esta dimensão que está sendo ignorada: trata-se de… ironia! Nada além! Todos sabem que ele não aceitará a sugestão.

Agora o vídeo e as promessas criminosas das UPAs
Então vamos voltar ao vídeo que abre o post. Diz Lula:
Eu tava visitando a UPA, e eu tava dizendo que ela tá tão bem organizada, ela tá tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui”.

Essa fala está correndo na Internet. Em uma reportagem, a Folha de ontem a tomou como exemplo dos “ataques” que Lula vem sofrendo. Ataque? Por quê? Cumpre lembrar as circunstâncias. O então presidente inaugurava, em Recife, no dia 27 de janeiro de 2010, uma das poucas Unidades de Pronto Atendimento que fez em seu governo e falou aquela batatada. Ocorre que, logo depois, passou mal, teve uma crise hipertensiva e foi internado no Hospital Português, considerado o melhor de Recife e um dos melhores do Brasil. Sim, este escriba que lhes fala escreveu a respeito. O post está aqui. Vamos ver se Tio Rei é coerente. Permitam-me transcrever um trechinho em azul:

Tenho horror ao populismo. Digo com todas as letras: não acho que um presidente da República ou governador do Estado devam se tratar em unidades públicas de emergência, que não podem mesmo contar com todos os recursos que a medicina pode oferecer. Não porque eles “não sejam homens comuns” (como disse Lula a respeito de Sarney), mas porque uma doença grave de um governante ou mesmo a sua morte podem ter repercussão negativa na vida de milhões de pessoas.

Assim, é correto que o mandatário tenha à disposição o que há de melhor no setor. E é uma tarefa sua, indeclinável, fazer o possível para elevar as condições de atendimento na saúde pública - QUE VIVE UM CAOS NO BRASIL. Ponto parágrafo. É preciso parar de tratar o povo como idiota ou como tutelado. A UPA, se e quando funcionar bem, será um benefício para os pobres. E Lula nunca botará os pés ali como paciente.

“Ah, Reinaldo, ele estava brincando…” É? Sem essa! Nos palanques, Lula divide o país entre “eles” (as elites) e “nós” (o povo). Chama “elite” a seus inimigos, ainda que mais pobres e menos poderosos do que ele próprio; chama “povo” a seus amigos, ainda que sejam alguns potentados da economia - muitos mamando nos subsídios e desonerações fiscais. Ele pode perfeitamente bem inaugurar uma unidade popular de saúde sem o apelo barato de que gostaria de ser atendido ali. Porque ele pertence à categoria dos que jamais serão atendidos ali. Quem recorre a essa linguagem não fala com o povo, mas com a platéia.

Volto a hoje
E então? O que lhe parece? Como se vê, não mudei de idéia. Indecente, se querem saber, foi o que se fez com as UPAs no país. Lula prometeu construir 500 em seu governo. Foram entregues apenas 91. Além daquelas 500, a então candidata Dilma Rousseff prometeu outras 500—- logo, teriam de ser mil até 2014. Até setembro, a presidente havia inaugurado… UMA!!! Isso, sim, é feio; isso, sim, é violento; isso, sim, é detestável. Os censores estão querendo impedir que a população cobre que os homens públicos cumpram as suas promesas.

O Vídeo em que Lula fala de sua doença
Fiz uma análise não mais do que técnica do vídeo em que Lula fala de sua doença. E apontei a clara exploração política do episódio. Diz ele: Não foi a primeira e não será a última batalha que eu vou enfrentar”. Observei: “Que se saiba, Lula nunca enfrentou uma séria ‘batalha’ de saúde. Esta, de fato, é a primeira. As outras todas foram políticas. Logo, ele está falando sobre política, certo?” Um leitor, certamente um lulista, resolveu me passar um pito:“Lula nunca enfrentou um problema sério de saúde em sua vida, Azevedo? E a morte de sua primeira mulher, por acaso foi um problema político?”

Muito bem, Diorge Alceno Konrad (é o nome do missivista). Lembro-me que, na campanha eleitoral de 2002, Duda Mendonça botou Lula diante da câmera e deixou que ele falasse da mulher morta no parto (Maria de Lurdes), junto com bebê. Uma tragédia na vida de qualquer um, na dele também, suponho. Lula chorou muito. Eu fiquei constrangidíssimo, sentindo um baita desconforto, porque me pareceu que ele não deveria usar aquele caso numa campanha eleitoral, para ganhar voto. O filme nunca apareceu na Internet. Deve estar em algum lugar. O então candidato dizia como havia ficado arrasado, destacando seu enorme sofrimento nos anos subseqüentes. Durante muito tempo, teria vivido uma vida reclusa e solitária.

Pois é. Eu, que tinha lido uma entrevista que ele concedera à revista Playboy em 1979 e que tenho o mau hábito de ter boa memória, lembrava-me de abordagem um pouco diferente. À época, eu tinha só 18 anos, era comunista de trincar catedrais e fiquei horrorizado com o que li. Fui consultar os meus guardados (era pré-Internet…), e o Lula que se debulhava diante de Duda Mendonça em 2002 dissera outra coisa quando apenas sindicalista, 23 anos antes:
“Eu gostava muito da Maria de Lurdes. Vivi com ela só dois anos, de 1969 a 1971. Ela morreu de parto, e eu fiquei muito chocado. Perdi a vontade de tudo. Fiquei UNS SEIS MESES bem fodido na vida. Então percebi que estava vivo, não estava morto, não, porra! Aí comecei a cair na gandaia. Meu Deus do céu! Antes de conhecer a Marisa, FORAM TRÊS ANOS DE GANDAIA.  Eu queria sair com mulher de segunda a domingo.”

Começo a encerrar
Não! Lula não tem, necessariamente, de se tratar no SUS pelos motivos elencados antes e agora. Mas pode e deve ser cobrado pelas palavras que disse, pelos discursos que fez e pelas obras que não fez.  Não há rigorosamente nada de errado com quem o confronta com suas próprias promessas. Ao contrário. É saudável que a população tenha memória. Não se trata de um “ataque”, como quer parte da imprensa, ou de “recalque”, como afirmou FHC.

Quanto ao vídeo que gravou ontem, em que um drama pessoal é usado como alavanca política, a campanha eleitoral de 2002 evidencia não ser esta a primeira vez. Eu não vou pedir desculpas a ninguém por tratar Lula como um homem público racional, dono de seu nariz, que atua segundo o mais rigoroso cálculo político. No fim das contas, acho que sou mais respeitoso com ele do que esse bando de idiotas que o toma como um ser inimputável, uma força da natureza que diz supostas maravilhas em razão de sua intuição, como se fosse uma espécie de ogro bonzinho, um Shrek barbudo.

Trato Lula, vejam que ousadia!, como ser humano e como político. Um dos mais hábeis do país, gostem ou não. Quero que ele sare, que é a minha torcida por todos os enfermos, mesmo aqueles dos quais não gosto. Mas não vou parar de pensar por isso nem vou ignorar a história. É inútil ficar me xingando. Tentem é desmontar os argumentos. Aliás, não parei de pensar nem quando os petralhas torciam para que eu morresse. Torcida não mata ninguém, não!

O que mata é falta de UPA, o que mata é falta de equipamento para radioterapia, o que mata é falta de remédio para quimioterapia, o que mata é falta de médico para cuidar dos tumores, o que mata é falta de vagas em hospitais, o que mata é falta de cirurgiões.

Querem saber? A falta de vergonha na cara mata ainda mais do que todas essas outras faltas.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 5:39

“Aliança pela Liberdade” toma posse no DCE da UnB: é a primeira chapa não-esquerdista a vencer a eleição na história da Universidade; até eu fui citado…

Vejam a foto das moças e dos rapazes das Aliança Pela Liberdade. Noto neles vários defeitos para o movimento estudantil dos dinossauros: ainda não têm cabelos brancos, não têm cara de estudantes profissionais, levam todo o jeito de que gostam de estudar e me parecem dispostos a progredir na vida e a lutar para que todos progridam. Antes deles, sucessivas gerações tentaram fazer a revolução socialista. E só colaboraram para tornar a UnB menor do que ela pode ser! Coragem, moças e moços! Ainda demonstrarei que vocês podem ser um exemplo para o Brasil.

BONITOS, LIMPOS E BONDOSOS - Vejam a foto das moças e dos rapazes da Aliança Pela Liberdade. Apelando a um pouco de humor (esquerdista não entende a graça...), noto neles vários defeitos para o movimento estudantil dos feios, sujos e malvados: ainda não têm cabelos brancos; não têm cara de estudantes profissionais; levam todo o jeito de que gostam de estudar e me parecem dispostos a progredir na vida e a lutar para que todos progridam. Diria até que gostam de tomar banho... Antes deles, sucessivas gerações tentaram fazer a revolução socialista. E só colaboraram para tornar a UnB menor do que ela pode ser! Coragem, moças e moços! Ainda demonstrarei que vocês podem ser um exemplo para o Brasil.

Depois da foto-legenda, recomeço dando os parabéns aos jovens que compõem a chapa “Aliança pela Liberdade”, que venceu a disputa pelo DCE da Universidade de Brasília (UnB). Não se trata de um grupo de direitistas delirantes, como querem fazer crer os esquerdopatas delirantes. Os novos diretores do DCE não têm filiação partidária e acreditam que a entidade estudantil deva estar voltada para o atendimento das necessidades do estudantes e para o incentivo à pesquisa e ao empreendedorismo. Com alguma ironia, eu diria que é rigorosamente isso que se faz na Universidade de Pequim, onde o comunismo anda em baixa. Dada a importância da China hoje, acho que estão, nesse particular, no caminho certo. O problema é que as esquerdas da UnB, a exemplo de suas congêneres nas outras universidades, só são “chinesas” no apreço pela ditadura.

Os esquerdistas se fizeram presentes à posse, vaiando os vitoriosos, que também foram aplaudidos pelos alunos de verdade, aqueles que não agüentam mais ser tratados como massa de manobra das necessidades dos PT, do PSOL, do PSTU, do PCdoB, da PQP… Por isso fizeram uma aliança pela liberdade.

Sim, eu me interessei pelo caso da UnB e dei destaque aqui no meu blog, o que deixou um cretino da ex-diretoria, membro da Comissão Eleitoral, bastante nervoso. Fazer o quê, rapaz? Eu tenho mais de 100 mil visitas por dia. Você fala para os seus 20 crentes… Na Agência UnB, órgão oficial da universidade, que continua a fazer uma campanha velada contra os vitoriosos, leio que o dito-cujo“ressaltou o papel da impressa na cobertura das eleições. Foi aplaudido por boa parte da ‘oposição’ ao DCE quando chamou o colunista da revista VEJA, Reinaldo Azevedo, de ‘fascista’. Em resposta, Davi Brito deixou clara a posição conciliatória da nova gestão. ‘Assim como repudiamos quem chama esquerdistas de narcotraficantes, não podemos rotular Reinaldo Azevedo de fascista’, disse, em meio a vaias da ‘oposição’ e aplausos dos apoiadores.”

Sempre que um esquerdista me hostililiza, minha alma se regozija. Como se nota, o dinossauro está bravo comigo. Eu sei por quê! Tão logo a Aliança Pela Liberdade ganhou, um grupo de vigaristas deu início a um movimento para realizar um segundo turno, o que não está previsto nos estatutos. Além de ter exaltado a vitória dos “estudantes de verdade” da UnB, denunciei a tentativa de manobra. E ele me acha, então, “fascista” por isto: porque acho que o resultado as urnas tem de ser respeitado. Perdeu, pterodáctilo!

A propósito: eu jamais disse que esquerdista é sinônimo de narcotraficante. Aliás, no meu tempo de trotskysta, drogados eram malvistos. Ninguém confiava neles. Não confio até hoje. O que eu disse — reafirmo e sustento — é que, na USP, na UnB ou em qualquer universidades, rejeitam a presença da PM no campus os narcotraficantes e os extremistas de esquerda. Fazem uma composição. Nem é uma aliança inédita. Vejam o caso das Farc…

O que falta àquele bobalhão é estudo. Não serão os professores de esquerda a auxiliá-lo porque tão — ou mais — ignorantes quanto ele próprio. Eu não poderia ser fascista porque o fascismo é… de esquerda! O ódio que Mussolini tinha do capitalismo, do liberalismo e da democracia mataria esse cretino de inveja.

A Agência UnB dá amplo espaço aos adversários da chapa vencedora, que prometem, na pratica, tentar inviabilizar a nova gestão. Basta saber ler nas entrelinhas. Ficarei atento. No que depender de mim, os partidários da democracia contarão sempre com espaço. Clicando aqui, vocês têm acesso ao discurso de posse. Desejo boa sorte e bom trabalho aos ESTUDANTES DE VERDADE da UnB. Vejam lá que rostos saudáveis eles têm! Vida na universidade, em vez do triunfo da morte necessária, que é a crença última de um esquerdista de qualquer matiz.

Quanto àquele derrotado, dizer o quê? Fascista é tentar vencer no grito; fascista é tentar questionar a legitimidade do pleito quando se perde a eleição; fascista é uma minoria se impor pela intimidação e pela violência; fascista é tentar impedir o livre trânsito das idéias. Reinaldo Azevedo defende a Constituição e as leis democraticamente instituídas. Mais do que isso: defende que elas sejam mudadas segundo os mecanismos previstos para a sua mudança. Porque não há democracia sem instituições sólidas.

Vá se instruir, chorão!

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 5:37

Fascistas encapuzados da USP perdem assembléia, que decide o fim da invasão de prédio da FFLCH, e invadem, então, a reitoria

Abaixo, vocês lêem o relato publicado no Estadão Online do que se passou na Universidade de São Paulo. A USP tem mais de 80 mil alunos. Uma assembléia de menos de mil votou a continuidade ou não da invasão do prédio de administração da FFLCH. A turma pró-invasão perdeu. E daí? Assembléia boa é aquela que os fascistas vencem. Derrotados, não tiveram dúvida: esperaram a dispersão da maioria e fizeram uma “nova” votação, decidindo invadir a reitoria. Leiam o relato de Carlos Lordelo no Estadão Online. Volto em seguida.

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Cerca de 100 pessoas invadiram o prédio da reitoria da USP no começo da madrugada desta quarta-feira. Elas deixaram a assembléia de estudantes na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e, com os rostos cobertos com camisas, usaram paus, pedras e cavaletes para quebrar um portão localizado na parte de trás do edifício da administração central. Não havia guardas universitários ou policiais por perto.

“Está tudo aberto”, gritou um manifestante, convocando mais gente para entrar no prédio. Tentaram quebrar duas câmeras de segurança instaladas sobre o portão. Em poucos minutos, os estudantes encapuzados já haviam alcançado o saguão principal do edifício. Do lado de fora, uma aluna protestou contra a invasão. “Ocupar a reitoria é fetiche da ultra-esquerda e só vai dar argumento para a direita”, gritou.

Os manifestantes usaram cavaletes para manter o portão semi-aberto e colocaram blocos de concreto para impedir a circulação de carros na rua. “Sempre começa com pouca gente”, disse um rapaz antes de entrar na reitoria. Depois de aproximadamente 20 minutos, a reportagem viu um outro rapaz, segurando um pedaço de madeira, fazendo uma varredura nas escadas de emergência localizadas na parte externa do edifício. Ali perto, agentes da Guarda Universitária estavam conversando. Eles não quiseram dar entrevista.

Assembléia
Na noite de terça, 1.º de novembro, uma assembléia de cinco horas de duração no vão do prédio da História decidiu, por 559 votos contra 458, pelo fim da ocupação do edifício da diretoria da FFLCH, iniciada na madrugada da última sexta-feira, 28.

A reunião deveria continuar com a votação dos “eixos políticos” do movimento, que pede a proibição da entrada da PM na Cidade Universitária, na zona oeste da capital. Também seria discutida uma agenda de protestos contra o reitor João Grandino Rodas. O primeiro ato seria realizado no dia 8 de novembro, quando haverá reunião do Conselho Universitário (C.O.), instância máxima de decisão da USP.

Mas os alunos que haviam sido derrotados na votação sobre a ocupação na FFLCH propuseram a discussão sobre a invasão da reitoria. Após duas votações sem maioria expressiva, o comando da assembléia, formado por um diretor do DCE e uma representante do Centro Acadêmico da Letras, resolveu encerrar os trabalhos. Já passava de 23h30, e uma das primeiras deliberações da assembleia, por volta das 19h, era de que a reunião terminaria às 22h.

Com isso, a maioria dos alunos que queria discutir os “eixos políticos” e o calendário de atividades se retirou. Mas, logo em seguida, um outro grupo de estudantes assumiu o comando da assembléia e começou nova reunião. Em nova votação, venceu a proposta de discutir a invasão da reitoria. Na derradeira votação, a maioria aprovou a ocupação do prédio da administração central. Os estudantes já partiram em marcha rumo à reitoria, que fica a cerca de 150 metros, colocando a blusa na cabeça para evitar serem identificados. Coletaram paus e pedras que encontraram no caminho e atacaram o portão metálico.

A reportagem ligou para a Assessoria de Imprensa da USP imediatamente, mas não obteve resposta. Por volta de 0h40 desta quarta, o Estadão.edu passou em frente ao prédio da diretoria da FFLCH. A maior parte das salas estava com as luzes acesas e havia alguns manifestantes dentro do prédio.

Voltei
Bem, acho que não resta outra saída que não a reintegração de posse e o auxílio luxuoso da PM para tirar os fascistas de lá. Aliás, recomendo especial cuidado à PM se isso acontecer: mandem apenas homens desarmados. Essa minoria de extremistas não está brincando em serviço. Estão associados a interesses mais pesados, que querem a PM fora da campus para que o narcotráfico volte a atuar livremente. Essa gente não tem limites. Se precisar, fabricam um cadáver na USP. E ainda chamarão o caso de “fato histórico”.

Por Reinaldo Azevedo

02/11/2011

 às 5:35

Os problemas óbvios de alfabetização de uma professora de geografia da USP

Eu já me ocupei um dia de uma professora da Geografia da USP chamada Ana Fani Alessandri Carlos. Não há movimento de invasão ou causa ruim na universidade que não conte com o seu apoio. O outro post sobre essa valente foi publicado n o dia 24 de junho de 2007. Essa minha memória ainda mata os outros de raiva! Era o aniversário de um ano do blog. Eu lhe dei um presente, hehe.

Fani deveria ser matéria de investigação científica. Ela é considerada uma especialista em “espaço”. Huuummm… Vai ver por isso a convidaram certa feita para uma banca que avaliava um trabalho realmente excitante: “A representação do espaço nas histórias em quadrinhos do gênero super-heróis: a metrópole nas aventuras de Batman”. Eu não estou brincando. É por isso que a geografia nos ensinos fundamental e médio costuma ser terra de ninguém. Nem do Batman! Bons tempos em que mandavam decorar os afluentes do Amazonas!!!

O que mais me espanta nesta senhora, uma doutora, é o seu texto. O que ela escreve mal é uma coisa fabulosa! A sua redação capenga é expressão de seu pensamento intelectualmente indigente. Há um “manifesto” seu circulando por aí sobre os eventos da USP. Eu o reproduzo abaixo, cheio de vergonha alheia. Fani exibe alguns problemas de alfabetização que vêm lá do que antigamente se chamava “primário”. Fez-se doutora! Mais: espanta-me ainda a sua incapacidade de pensar logicamente. Se eu tirasse 0,25 ponto a cada erro que ela comete, como fazia quando era professor de redação, esta senhora levaria um zero com louvor.

Um dos papéis da doutora é orientar teses. É um evento particular que explica a miséria educacional brasileira. Esta senhora chega ao paroxismo de meter uma vírgula entre o sujeito e o verbo! Sua língua não tem cura. Nem seu pensamento. Ah, sim: não venham me dizer que enrosquei com sua gramática porque não quis debater as suas idéias. Olhem que posso perder a piedade e aceitar a sugestão… E pensar que há certamente quem admire a sua inteligência e siga a sua orientação… Leiam.
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Caros estudantes

Foi com grande indignação e imensa tristeza que vi na última quinta  feira a PM invadir o espaço da universidade e, ao fazê-lo, impor sua violenta racionalidade à vida cotidiana do campus. As “forças da ordem” instauraram o caos, usurpando a liberdade necessária e indispensável à realização de nosso trabalho, com o discurso da manutenção da mesma “ordem” que ele subverteu.

Não é difícil reduzir sua ação ao combate do tráfico de drogas sob o argumento de que o tratamento ao usuário de droga pego em flagrante deve ser o mesmo para todos os cidadãos sejam eles estudantes ou não, estejam eles no campus universitário ou fora dele.

A questão está longe de se resumir a esta ação/atitude. A situação em que nos encontramos é muito mais complexa. Trata-se do modo como o uso da força é justificado pelas autoridades. Assim a presença impositiva de uma fileira de motos, um despropositado número de PMs no estacionamento do prédio da História/Geografia, para autuar três estudantes (antecedidos por blitz constrangedoras e cada vez mais freqüentes aos estudantes da USP) com seus gadgets, somados á bombas de “efeito moral” instauram o caos e impediram que a atividade fim da universidade se realizasse. Além do que acabaram gerando mais violência e, com ela, um impasse, cujo desfecho certamente recaíra - como de hábito, pela punição aos mais fracos.

Consequentemente, trata-se de buscar a real origem de todo este caos que invade a vida cotidiana do campus subtraindo-lhe o sentido, e não poderia ser outra senão a lógica que orienta as atitudes da atual gestão universitária. Tal atitude vem revelando um desconhecimento do papel e sentido histórico desta instituição pública, preocupada que esta em atender as exigências do mercado - no discurso tratado como aproximação entre universidade-sociedade (seja lá o que isto quer dizer!)

Os crimes de todos os tipos e assassinatos não podem e devem ser aceitos passivamente, nem no campus, nem fora dele, mas suas origens parecem não estar suficientemente claros, o que parece certo, todavia que com violência e negação de direitos civis estaremos cada vez mais distante da busca de possíveis e desejadas soluções.

Certamente, trata-se de formar nossos estudantes na busca da compreensão do fato de que o consumo inocente de um baseado reproduz o circuito do narcotráfico fundado numa violência ainda maior do que a da PM, e cuja existência impede o mais simples convívio social nas áreas de sua atuação direta, bem como, no plano da sociedade a realização de um projeto que busque a realização do direto à cidade, a realização da cidadania plena e a subversão da situação de desigualdade que funda a sociedade brasileira.

Certamente os estudantes envolvidos nesta batalha devem ser totalmente favoráveis à superação desta condição de desigualdade que inclusive impede que a maioria daqueles que se encontram na mesma faixa etária tenham acesso à mesma universidade pela qual estamos todos engajados em sua defesa.

Abrir os portões da USP para a PM, vem revelando - em curto espaço de tempo - esta foi uma saída é, no mínimo, irresponsável.

A gestão da USP, ao abrir mão de suas atribuições, vem de forma consistente destituindo a universidade de seus conteúdos e sentido.

Para citar um caso dos mais graves, lembramos, aqui, os programas de pós-graduação deixados - pesquisadores e estudantes, com suas pesquisas - à mercê das instituições de fomento que vem impondo, no lugar do debate acadêmico, a competição entre programas e pesquisadores em busca de linhas em seus currículos lattes.

Competição esta, agora exacerbada pela nova lógica da carreira docente que faz com que o vizinho de sua porta se torne o inimigo a ser combatido por pontos pela progressão na carreira.

Na busca por estes objetivos, os prazos se tronam cada vez mais apertados esvaziando o ato de conhecer como ato de habitar o tempo lento da reflexão, agora, invadida pela quantificação.

Com isso é nosso trabalho que é completamente destituído de sentido, e o conhecimento produzido redunda em mera banalidade ou meras constatações. Agora, na mesma lógica que terceiriza a pós-graduação, a Universidade terceiriza mais uma das atividades que permite a realização de seus objetivos - a segurança do/no campus.

A cada passo as sucessivas gestões parecem perder pouco a pouco sua legitimidade para levar a universidade para o futuro, prolongando uma história de conquistas tanto no plano do conhecimento da realidade brasileira - agora comprometido pelo tempo veloz com que precisamos produzir textos,artigos, orientações, patentes, etc- quanto no cenário político brasileiro em sua luta contra a ditadura.

Que projeto vislumbrar? Que futuro podemos construir? Sem dúvida o coletivo desta grande universidade precisa apontar novas possibilidades e caminhos mirando o futuro, mas aprendendo com nossa  história…..

Professora Dra. Ana Fani Alessandri Carlos
Departamento de Geografia da FFLCH/USP

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 23:30

USP - Maioria decide que invasores devem deixar prédio

Depois Tio Rei volta ao tema. Por ora, basta saber que, por 559 votos a 458, a assembléia dos alunos da USP decidiu que os invasores devem deixar o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas). A USP tem mais de 80 mil alunos!

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 21:59

UM DESAFIO AOS EXTREMISTAS DA USP: UM PLEBISCITO!!! TENHAM A CORAGEM DE OUVIR A MAIORIA!

Alunos favoráveis à presença da PM no campus da USP se manifestaram nesta terça-feira. Como vocês lerão abaixo, o ato reuniu cerca de 300 pessoas. Respondi ontem à provocação feita por uma Mafaldinha pró-invasão. Prevendo o óbvio — que a manifestação não seria maciça —, ela me desafiou: “Você dirá também que foi uma minoria?” Dei  a ela a resposta devida. Vejam lá. Leiam o que informa a Folha Online. Volto em seguida:
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Cerca de 300 estudantes realizaram, na tarde desta terça-feira, um ato na praça do Relógio, na USP, para apoiar a presença da Polícia Militar no campus. Entre os participantes estão alunos dos cursos de economia, administração, letras, filosofia e história. O evento foi marcado pelos alunos no Facebook. De acordo com o texto na rede social, o movimento repudia a ocupação de prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e o confronto ocorrido com a polícia no dia 27.

Thifany Lima, 21, aluna do curso de administração diz ser a favor da presença da PM na USP. “Não são só os alunos, a FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) querem a PM. É preciso inibir os crimes. a gente sabe que não vai resolver todo o problemas, mas ajuda”. Alguns dos líderes do protesto querem um plebiscito para decidir o impasse. Marina Grilli, 22, aluna do curso de letras, afirma que a proposta está em discussão. “Quem organizaria? Só se for a própria reitoria”, diz. Segundo a estudante, o plebiscito deveria ser organizado por uma instituição neutra.

A manifestação terminou por volta das 19h15 no estacionamento da Faculdade de Economia. A idéia inicial era realizar um ato no local, em homenagem ao estudante Felipe Ramos Paiva, morto na noite de 18 de maio na Cidade Universitária durante uma tentativa de roubo do seu carro. A morte de Paiva motivou a USP a pedir ajuda à PM. O ato, entretanto, não aconteceu.

Voltei
Olhem aqui: esses 300 da USP valem por muitos milhares. Aqueles são os alunos, entre a maioria silenciosa, que decidiram ser uma minoria presente. Mas representam muito mais gente.  Atenção para o que vou escrever agora.

Eu acho que as leis do país têm de valer na USP também. Ou melhor: não sou eu que acho, é a Constituição. Que eu saiba, inexiste legislação — incluindo a que garante a autonomia universitária — que torna as universidades públicas territórios soberanos. Mesmo assim, eu vou insistir numa proposta que já fiz: PLEBISCITO!

Que a reitoria, com o auxilio de uma auditoria independente, indague aos alunos da universidade —  A TODOS ELES — o que realmente querem. O que lhes parece? Cada estudante tem um “Número USP”: que se colha o voto de todos — dando-lhes a chance do voto branco e nulo. Vamos ver.

No discurso, esquerdistas gostam de povo, de maioria, de massa, essas coisas… Que tal conhecerem de perto a maioria? Hoje, é perfeitamente possível dispor de meios eletrônicos bastante baratos para conduzir um plebiscito. Coragem, valentes!

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 21:29

Abert repudia intimidação e ameaça à liberdade de imprensa no caso Monalisa Perrone

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou uma nota nesta terça repudiando a agressão de que foi vítima a repórter Monalisa Perrone. Não há exagero nenhum na iniciativa, não! Há, reitero, um movimento de estímulo à agressão ao trabalho da grande imprensa, que certos vagabundos, sustentados por dinheiro público, chamam “mídia”. No auge da vagabundagem, dizem ser a “mídia golpista”. Chamam de “golpismo” o compromisso com a verdade.

Alguns bobões pretendem que isso seja só coisa da “moçada da Internet”. Uma ova! Há hoje uma corrente organizada para estimular esses caras a agir. Ainda que eles, em si, possam ser inocentes úteis, o fato é que se desenvolvem no caldo de cultura criado pelos nem tão inocentes…

Leiam nota da Abert

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão repudia a agressão cometida contra a repórter Monalisa Perrone, da TV Globo, nesta segunda-feira, em São Paulo.
A jornalista falava ao vivo para o telejornal da emissora quando foi interrompida aos gritos por dois homens. Um deles a derrubou. A agressão ocorreu em frente ao Hospital Sírio-Libanês, de onde Monalisa informava sobre o tratamento quimioterápico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a agência de notícias G1, um dos homens já tentou impedir outras transmissões ao vivo da TV Globo e de outras emissoras.
A tentativa de intimidar jornalistas e impedir a divulgação de informações deve ser sempre rechaçada por todos aqueles que defendem a liberdade de expressão como um dos fundamentos de uma sociedade democrática.
Emanuel Soares Carneiro
Presidente

Por Reinaldo Azevedo

01/11/2011

 às 21:06

Agora Gilberto Carvalho diz que Lula tinha medo de fazer exame porque pressentia a doença

No Estadão Online:
Na viagem que fez a convite da presidente Dilma Rousseff, a Manaus, na segunda-feira da semana passada, dia 24 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confidenciou a ela que estava sentindo dores na garganta e que não queria fazer exames porque temia ser um câncer, porque a doença já havia atingido seu irmão mais velho. “Não quero fazer exame porque desconfio que seja câncer”, disse Lula a Dilma, durante a viagem.

Nesta segunda-feira, 31, no Hospital Sírio Libanês, Lula relembrou esta conversa, durante a visita que recebeu da presidente Dilma e dos ministros Gilberto Carvalho e Guido Mantega, quando citou o pressentimento que já tinha, falou sobre o medo da doença e da sua resistência em fazer consultas médicas e exames para evitar surpresas desagradáveis. “Ele é muito medroso”, afirmou Gilberto ao Estado.

Depois de relatar a disposição de Lula de não interromper totalmente suas atividades, Gilberto Carvalho contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia disse que terá de reorganizar o seu apartamento em São Bernardo do Campo para que o local possa ser palco de muitas reuniões políticas, a partir de agora, já que o ex-presidente precisará estar mais recolhido.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho, Lula estava “com muita disposição” e estava conversando muito e normalmente. “O médico disse que não tem problema ele falar”, afirmou Carvalho, salientando que, embora a biópsia tenha provocado um ferimento na sua garganta, ele não parava de falar sobre o G-20, sobre a importância dos BRICs e que estava preocupado demais com os problemas que estão sendo enfrentados pela Comunidade Européia por causa da crise econômica nos países da Zona do Euro. Lula falou ainda da emoção que sentiu ao ver a faixa exibida em campo, em sua homenagem, no jogo do Corinthians.

Por Reinaldo Azevedo

USP entra com pedido de reintegração de posse. Autoridades, façam o que tem de ser feito: uspianos e paulistas estão com a lei democrática, contra os fascistas encapuzados!

A CBN informa que a Universidade de São Paulo (USP) já entrou na Justiça com o pedido de reintegração de posse do prédio da reitoria, que foi invadido por um grupelho de supostos estudantes, com o apoio da direção do Sintusp, o sindicado dos funcionários da USP. Em outra entrevista, à Rádio Estadão, o competente reitor da universidade, João Grandino Rodas, disse o correto, a saber:
“O convênio com a PM foi aprovado pelo Conselho [da USP] não só em tese como nos seus próprios termos. Esse convênio pode ser aperfeiçoado e deve ser aperfeiçoado. (…) É importante lembrar o seguinte: a Constituição Federal é que dá à Polícia Militar o poder de polícia em todo o território nacional. Portanto, vamos imaginar que, mesmo em tese, [o convênio] fosse revogado. (…) Seria preciso haver uma mudança constitucional, que, em tese, é possível, embora muito improvável, para que se retirasse da Polícia Militar o poder que ela tem de controlar todo o estado de São Paulo. E, obviamente, a Cidade Universitária, feliz ou infelizmente, não se sabe, é um território autônomo, mas não é um território soberano, que possa ditar as suas próprias regras.”

É isso aí. Corresponde, no que concerne ao aspecto legal, ao que tenho dito permanentemente aqui. A PM não atua ou deixa de atuar dentro do campus por vontade desse ou daquele. Por mais que os revolucionários do sucrilho e do toddynho — não quer dizer que não sejam violentos — queiram, não podem revogar a Constituição.

O reitor diz que, “feliz ou infelizmente”, a USP não é um “território soberano”. Usa só um artifício retórico. FELIZMENTE ela não é!!! Depois que a polícia passou a atuar dentro do campus, os números são estes:
- furtos a veículos - queda de 90%;
- roubos em geral - queda de 66,7%;
- roubos de veículos - queda de 92,3%;
- lesão corporal - queda de 77,8%;
- seqüestro-relâmpago - queda de 87,5%.

Acho que dá para saber quem, além dos extremistas de esquerda que usam GAP, não quer a PM no campus: os bandidos.

Façam o que tem se ser feito reitor, governador, Justiça e Polícia! Os uspianos e os paulistas estão com a lei.

Os veículos de imprensa que eventualmente apoiarem invasores podem oferecer suas próprias sedes para a “Primavera do Narcotráfico”. AFINAL, SE  O QUE É DE TODOS PODE SER PRIVATIZADO POR ALGUNS, COMO FAZEM HOJE OS FASCISTAS, O QUE É APENAS DE ALGUNS PODE FICAR SOB O CONTROLE DAQUELES QUE SÃO ESTUPIDAMENTE RECONHECIDOS COMO REPRESENTANTES DE TODOS, NÃO?

Aldo ainda não esqueceu os ruralistas

Aldo: numa espécie de transição

O primeiro compromisso de Aldo Rebelo como ministro do esporte foi… um evento ainda do tempo em que lutou pelo novo Código Florestal ao lado dos ruralistas.

Aldo participou anteontem em São Paulo do troféu balde de ouro, em SP, autointitulado “o Oscar do leite”. De certa forma, desrespeitou a promessa que fez para Dilma Rousseff de se livrar da agenda ruralista.

Por Lauro Jardim
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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