FIM DA LINHA PARA CARLOS LUPI - Já se sabia que ministro tinha mentido para os deputados, para Dilma e para gente

Publicado em 15/11/2011 15:43 e atualizado em 16/11/2011 10:06
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

FIM DA LINHA PARA CARLOS LUPI - Já se sabia que ministro tinha mentido para os deputados, para Dilma e para gente do seu próprio partido. Agora há as fotos que provam a mentira. Com a palavra, a sua chefe!

Primeiro vejam esta foto e leiam a legenda. Segue depois o que informa Daniel Pereira na VEJA Online:

O então secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério do Trabalho, Ezequiel Nascimento, desce de avião avião King Air, de prefixo PT-ONJ, no Maranhão, seguido pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (no destaque) (Reprodução)

O então secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Ezequiel Nascimento, desce de avião avião King Air, de prefixo PT-ONJ, no Maranhão, seguido pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (no destaque) (Reprodução)

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mentiu na semana passada ao dizer que não conhece o gaúcho Adair Meira, dono de três ONGs que têm contratos milionários com a pasta. Conforme revelo VEJA,  Adair providenciou um avião King Air, de prefixo PT-ONJ, para que Lupi cumprisse uma agenda oficial em sete municípios do Maranhão, em dezembro de 2009.

No sábado, numa tentativa de reagir ao fato revelado por VEJA, Lupi não só ratificou a mentira como decidiu ampliá-la, num comunicado divulgado a toda a população. No texto, Lupi afirma que viajou pelo estado a bordo apenas de aviões Sêneca, providenciados por dirigentes do PDT.

Chegou a divulgar fotos dessas aeronaves em aeroportos do interior rodeadas de populares. As fotos não provam que Lupi desembarcou ou embarcou sempre em Sêneca. Nem poderiam. Fotos divulgadas hoje pelo portalwww.grajaudefato.com.br mostram o ministro desembarcando no município de Grajaú justamente no King Air providenciado por Adair Meira.

E não apenas Lupi, como também o ex-secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento. Ezequiel foi quem contou a VEJA que coube a Meira, dono das ONGs que fraudaram o governo, a pagar o tour maranhense de Lupi. Abaixo, as fotos que derrubam a farsa do ministro.

Abaixo, reprodução da página do site Grajaú de Fato, com imagens de caciques do PDT descendo de avião King Air em viagem oficial do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Na primeira imagem, aparece o então secretário de Políticas Públicas de emprego do Ministério Ezequiel Nascimento. Na segunda, o ministro Lupi. Na terceira, o ex-governador do estado Jackson Lago, já falecido. Vejam. Volto depois.


lupi-no-aviao-dois-reproducao-do-blog

Voltei
Dilma tem de decidir se demite Lupi ou se mantém um ministro que mente para os deputados, mente para membros de seu próprio partido e mente para a presidente da República. Parece ser uma escolha fácil — a menos que Dilma use aquela ética de José Dirceu, que defende uma “combate imoralista da corrupção”. Segundo esse particular ponto de vista, as virtudes dos adversários são vícios e os vícios de petistas e aliados são virtudes.

Texto publicado originalmente às 22h53 desta segunda

A coluna abjeta e mentirosa de um professor da USP, colunista da Folha e partidário de Haddad

Vladimir Safatle é professor de filosofia da USP. Isso não quer dizer grande coisa. Há gente ainda mais ignorante do que ele, o que não é fácil, que também é. E escrevo isso em respeito a grandes mestres que lá estão, alguns meus queridos amigos. Esse rapaz tem algumas notáveis contribuições ao pensamento. É aquele cara que, quando articulista do Estadão, escreveu um texto justificando o terrorismo, nas pegadas de um delinqüente internacional chamado Slavoj Zizek. Num texto arrevesado, Safatle sustentou que “Zizek quer mostrar como os fatos decisivos da história política mundial desde a Revolução Francesa foram animados pelo advento de uma noção de subjetividade que não podia mais ser definida através da substancialização de atributos do ‘humano’ e cujos interesses não permitiam ser compreendidos através da lógica utilitarista da maximização do prazer e do afastamento do desprazer.” É quase incompreensível, mas eu traduzo. Safatle está endossando a tese de Zizek segundo a qual o repúdio que temos ao terrorismo decorre de nossa pobre lógica utilitarista de maximização do prazer e do afastamento do desprazer. Os terroristas pensam de modo diferente, entenderam? É asqueroso!

Com essas credenciais, ele se tornou articulista da Folha durante o processo eleitoral do ano passado. Até outro dia, era comentarista político, imaginem, da TV Cultura de São Paulo. Se ainda é, não sei. Pois bem! Há muito tempo ele apóia movimentos de invasão disso e daquilo. Sua preocupação com a legalidade é zero. Estava ao lado de Marilena Chaui num ato em defesa da candidatura de Dilma Rousseff e contra José Serra no dia 26 de outubro de 2010 — e ele já era colunista da Folha, é bom destacar. Isentíssimo! Foi mais um ato ilegal. Um prédio público não pode ser usado para manifestações político-partidárias, como determina a Lei Eleitoral. E ele lá dá bola para a lei?

Muito bem! Safatle escreve hoje na Folha sobre a USP. Suas tolices, simplificações e mistificações seguem em vermelho. Eu o desmoralizo de novo em azul.

As reações ao que ocorreu na USP demonstram como, muitas vezes, é difícil ter uma discussão honesta e sem ressentimentos a respeito do destino de nossa maior universidade. Se quisermos pensar o que está acontecendo, teremos que abandonar certas explicações simplesmente falsas.
Entendi. Quem discorda de Safatle é desonesto e ressentido. Quem concorda é bacana. Quem está com ele está com a verdade, quem não, com a falsidade. Então vamos ver agora quem mente. Eu me constranjo um pouco de chutar o traseiro intelectual deste senhor porque ele é muito ruim, mas fazer o quê?

Primeiro, que o epicentro da revolta dos estudantes seja a FFLCH, isto não se explica pelo fato de a referida faculdade estar pretensamente “em decadência”. Os que escreveram isso são os mesmos que gostam de avaliar universidades por rankings internacionais.
É uma falsa clivagem. Quem é “que gosta de avaliar universidades” por rankings? Como Safatle vai defender que a USP é um território autônomo e vai mimar maconheiro com o objetivo de atacar, mais uma vez, a polícia, o governo do Estado e a ordem,  então ele precisa ficar criando divisões na universidade.

Mas, vejam que engraçado, segundo a QS World University Ranking, os Departamentos de Filosofia e de Sociologia da USP estão entre os cem melhores do mundo, isso enquanto a própria universidade ocupa o 169º lugar. Ou seja, se a USP fosse como dois dos principais departamentos da FFLCH, ela seria muito mais bem avaliada.
Safatle, diga aí: é gostoso ser um vigarista intelectual? Deve ser, né? Essa sua clivagem só seria verossímil, ainda que continuasse falsa, se houvesse qualquer relação de causa e efeito entre a suposta repulsa da FFLCH à polícia e sua qualidade e entre o apoio à polícia das outras unidades e sua suposta falta de qualidade. Mais: forçoso seria que repulsa e apoio nesses dois grupos fossem unânimes. Sejam lá quais forem as qualidades do Departamento de Filosofia, elas não decorrem desse tipo de pilantragem argumentativa.

Segundo, não foram alunos “ricos, mimados e sem limites” que provocaram os atos. Entre as faculdades da USP, a FFLCH tem o maior percentual de alunos vindos de escola pública e de classes desfavorecidas. Isso explica muita coisa.
Isso não explica coisa nenhuma! Como a maioria da USP é favorável à presença da PM e como a ação da polícia contou com o apoio de mais de 70% dos paulistas, Safatle está tentando agora brincar de luta de classes dentro do campus. Mas isso é o de menos. Ele está querendo esconder o óbvio. Cliqueaqui mais tarde e leia reportagem do Globo evidenciando quem são alguns  dos invasores. Um é filho de empresário, outro de engenheiro, três outros de professores que ocupam cargos de direção em outras universidades…

Para alunos que vieram de Higienópolis, a PM pode até significar segurança, mas aqueles que vieram da base da pirâmide social têm uma visão menos edulcorada.
Eles conhecem bem a violência policial de uma instituição corroída por milícias e moralmente deteriorada por ser a única polícia na América Latina que tortura mais do que na época da ditadura militar.
Não há nada estranho no fato de eles rirem daqueles que gritam que a PM é o esteio do Estado de Direito. Não é isso o que eles percebem nos bairros periféricos de onde vieram.
“Polícia corroída por milícias”? Ele está se referindo à PM do Rio? O TEXTO DE SAFATLE me dá nojo. Literalmente! Felipe de Ramos Paiva, o estudante assassinado na USP, era aluno da FEA (que Safatle deve considerar faculdade dos ricos) e morava em Pirituba, na periferia. Era filho de gente pobre. Mais: tivesse um mínimo de amor pela ciência, forçoso seria o professor ter em mãos  uma pesquisa que cruzasse renda e origem social com opinião sobre a PM na USP. Mas ele não tem. Recorre a um truque de uma picaretagem  intelectual e conceitual que assusta: alunos da FFLCH seriam pobres, da periferia e da escola pública — e, por isso, contra a presença da PM. Já os das demais unidades seriam ricos, das áreas nobres e da escola particular — e, portanto, favoráveis à polícia.  ELE NÃO TEM ESSES DADOS. Conclui-se desse raciocínio que os pobres são contra a presença da polícia em seus bairros.

Terceiro, a revolta dos estudantes nada tem a ver com o desejo de fumar maconha livremente no campus. A descriminalização da maconha nunca foi uma pauta do movimento estudantil.
Que “movimento estudantil”? Foi o “movimento estudantil” que invadiu dois prédios e impediu a PM de cumprir o papel que lhe garante a Constituição? Cadê o PCO, a LER-QI e o  Negação da Negação no texto de Safatle?

Infelizmente, o incidente envolvendo três estudantes com um cigarro de maconha foi a faísca que expôs um profundo sentimento de não serem ouvidos pela reitoria em questões fundamentais.
É mentira! A USP tem 89 mil estudantes. A invasão da reitoria foi decidida por 300, e efetivada por menos de 100. Isso revela a seriedade do argumento.

Era o que estava realmente em jogo. Até porque, sejamos claros, mesmo se a maconha fosse descriminalizada, ela não deveria ser tolerada em ambientes universitários, assim como não se tolera a venda de bebidas alcoólicas em vários campi.
Ah, a quem este rapaz pensa que engana? Aqui ele decide demonstrar seu repúdio à maconha para sugerir que pretende discutir coisas mais importantes.

Quando ocorreu a morte de um aluno da FEA, vários grupos de estudantes insistiram que a vinda da PM seria uma máscara para encobrir problemas sérios na segurança do campus, como a iluminação deficiente, a parca quantidade de ônibus noturnos, a concentração das moradias estudantis em só uma área e a falta de investimentos na guarda universitária. Isso talvez explique porque 57% dos alunos dizem que a presença da PM não modificou em nada a sensação de segurança.
Espero que o “porque” de Safatle, no lugar de “por que”, seja só um erro da revisão. Mas isso é o de menos. O problema desse rapaz é o erro de pensamento. As condições gerais da USP podem melhorar com ou sem polícia; uma coisa não depende da outra. “Sensação de segurança” não salva ninguém, mas a segurança efetiva sim! Depois da presença da PM no campus, os furtos de veículos caíram 90%. Já roubos em geral tiveram redução 66,7%. Roubos de veículos caíram 92,3%. Esses são os fatos.

Safatle integra o grupo da USP que pretende, a partir de um incidente protagonizado por uma minoria de extremistas, criar um casus belli. O objetivo, já denunciei, é fazer no ano que vem “a maior greve em 10 anos”. O confronto entre maconheiros e PM, Safatle tem razão em certa medida, é só a falsa questão. A razão de fundo é eleitoral. Safatle também integra a turma dos “inteliquituais” engajados na candidatura de Fernando Gugu-Dadá Haddad à Prefeitura.

Gugu-Dadá Haddad é aquele que, num rasgo de sinceridade, afirmou, censurando a ação da PM contra os invasores, que “não se pode tratar a USP como se fosse a Cracolândia e a Cracolândia como se fosse a USP”. Ou seja: ele estava dizendo que polícia é coisa pra pobre. Safatle deve concordar, não é?, ao contrário do que diz em sua coluna abjeta.

Texto publicado originalmente às 21h34 desta terça
Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 6:07

Ministro do Trabalho perdeu sobrevida até a reforma de janeiro

Por Gerson Camarotti e Isabel Braga, no Globo:
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não mentiu apenas ao Congresso Nacional. Mentiu também para o Palácio do Planalto. Na sexta-feira, quando o governo soube que seria divulgada reportagem na revista “Veja” sobre a viagem de Lupi ao Maranhão, o ministro enviou ao Planalto a informação de que não tinha ligação com o empresário Adair Meira, que comanda uma rede de ONGs conveniadas com o ministério, e negou que tivesse viajado num King Air oferecido pelo dirigente de ONGs.

No sábado, o ministério voltou a dizer em nota oficial que Lupi só utilizou o avião bimotor Sêneca. Mas o ministro foi desmentido pelas imagens. Nas palavras de um interlocutor direto da presidente Dilma Rousseff, a sobrevida dada a Lupi até a reforma ministerial em janeiro já não existe. Avaliação feita nesta terça-feira por integrantes do núcleo do governo foi a de que Lupi deve uma explicação pública convincente. E, se isso não ocorrer, o Planalto espera que o PDT conduza o processo de substituição de Lupi o mais rápido possível.

A expectativa no Palácio do Planalto era que, durante o feriado, a crise política envolvendo Lupi perdesse fôlego. Nesta terça-feira, porém, a constatação foi de que a crise só aumentou com as versões apresentadas sobre o mesmo fato. Para piorar a situação, o site da revista “Veja” divulgou nesta terça-feira vídeo em que Adair aparece nas mesmas imagens em que Lupi é filmado chegando a uma cidade do interior maranhense em dezembro de 2009. Os dois estavam a bordo do King Air, prefixo PT-ONJ, que pousou na cidade maranhense de Grajaú.

Segundo um ministro, Lupi está extremamente fragilizado e só piorou sua situação com declarações polêmicas nos últimos dias. No Planalto, Lupi é chamado de “fanfarrão”. Já há avaliação interna de que sua permanência começa a contaminar a agenda do governo.

O constrangimento com Lupi nesse episódio não é só no Planalto, mas na base aliada e até no PDT. Apesar das negativas oficiais, integrantes da cúpula do PDT afirmaram nesta terça-feira ao GLOBO que Lupi não se sustenta mais. “Lupi falou grosso demais e a realidade está contradizendo a retórica. Agora, acho que ele não teria mais o apoio de antes”, avaliou um dirigente pedetista.

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 6:05

Planalto já discute com PDT saída de Lupi

Na Folha:
Líderes do PDT, partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já começaram a discutir com o Palácio do Planalto o rito para sua substituição na Esplanada. Segundo a Folha apurou, novas suspeitas sobre o ministro levaram integrantes do Planalto a prever sua saída ainda nesta semana. Emissários da presidente Dilma Rousseff avisaram a dirigentes da legenda, como o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), que o governo estuda fazer a troca de Lupi antes da reforma ministerial programada para janeiro de 2012. Ontem Dilma tratou do assunto em jantar com o presidente do PT, Rui Falcão, e com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). E convocou para hoje cedo reunião de sua coordenação política.

A situação de Lupi se agravou após um site do Maranhão divulgar imagens que contrariam a versão de que ele não teria usado, em 2009, um avião providenciado por Adair Meira, dono de ONGs com convênios com a pasta, alguns sob suspeita. O ministério havia dito que Lupi se deslocou em um avião modelo Seneca. A foto o mostra, entretanto, descendo de uma aeronave modelo King Air, a mesma que, segundo a “Veja”, teria sido providenciada por Meira.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 6:03

Oposição quer convocar dono de ONG para depor

Por Denise Madueño, no Estadão:
Em nova ofensiva, a oposição quer levar o dono da organização não governamental (ONG) Pró-Cerrado, Adair Meira, para depor na Câmara. O motivo são as declarações do empresário que comprometem a versão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre sua viagem oficial ao Maranhão em dezembro de 2009.

Em entrevista ao Estado, Meira desmentiu o depoimento prestado por Lupi aos deputados na semana passada, e confirmou que compartilhou e providenciou o voo no avião King Air que o transportou pelo interior do Maranhão. A empresa de táxi aéreo que serviu ao ministro é de Goiânia, mesma cidade da Pró-Cerrado.

A entidade foi beneficiada com R$ 13,98 milhões em convênios assinados desde 2008 com a pasta comandada por Lupi.

O requerimento, de iniciativa do DEM, também pede o depoimento de Ezequiel Nascimento, ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério, o primeiro a confirmar que o empresário viajara com o ministro para promover um programa de qualificação profissional.

“Ele (Lupi) mentiu à Câmara. A esta altura não temos de dar a ele a faculdade de ir ou não. Ele tem de ser convocado desta vez, e não convidado”, disse o líder do DEM na Casa, ACM Neto (BA). Na semana passada, o deputado havia considerado precipitada a presença de Lupi na Câmara. Na ocasião, o ministro disse que não conhecia Adair Meira e nunca tinha compartilhado nenhum voo com ele. “Era preciso colher mais informações e estamos vendo, de fato, que o ministro tem muito ainda a se explicar no Congresso”, afirmou ACM Neto. Os requerimentos serão apresentados hoje na Comissão de Fiscalização e Controle.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 6:01

DOIS VÍDEOS QUE TRATAM DO FUTURO DA USP E DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Entre os dias 22 e 24 de novembro, o DCE da USP realiza eleições. Está nas mãos da maioria silenciosa — que não pertence ao PT, ao PCdoB, ao PSTU, à LER-QI, ao MNN, ao PCO e outras minoridades ainda mais esquisitas — decidir se a entidade continua nas mãos de seitas e partidos políticos, que tentam jogar permanentemente com a vida acadêmica dos uspianos, ou se, PELA PRIMEIRA VEZ EM MUTAS DÉCADAS, a exemplo do que aconteceu na Universidade de Brasília, a entidade vai parar nas mãos de ESTUDANTES QUE ESTUDAM, que realmente estão preocupados com os problemas reais dos alunos, não com a pauta das organizações a que pertencem.

Para os alunos da USP, isso pode significar até a perda de ano letivo, como já aconteceu muitas vezes. Esses grupelhos de extrema esquerda, em conluio com o PT, já discutem abertamente, em fóruns de alunos e professores, a realização de uma “grande greve” no ano que vem, “a maior em 10 anos” (eles pretendem). Nem sabe ainda a razão. Como disse um deles, “os motivos vêm depois”.

O DCE tem uma chapa, uma só, que não é de esquerda. É a “Reação”. O programa está aqui. No domingo, publiquei uma entrevista com alguns de seus representantes. Abaixo, seguem dois vídeos da Reação, que estão no Youtube. Vejam. Volto depois.

Voltei
Qual o meu interesse nisso? Nenhum em particular! Nem mesmo conheço as moças e moços que compõem a chapa. Acho apenas que a direção do DCE merece um destino melhor do que ficar na mão de pessoas que depredam prédios públicos, advogam que a USP seja um território apartado do Brasil e não respeitam os fundamentos do estado democrático e de direito. Assim, tenho lado, sim: o da civilidade e da Constituição.

Estamos falando do futuro das universidades brasileiras, não apenas da USP.

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 5:59

Um aluno da USP dá estocada final da tese estúpida de um professor

Desmonto num post as tolices que Vladimir Safatle, professor da USP e colunista da Folha, escreve sobre a universidade. Entre outras coisas, ele resolve brincar de luta de classes no campus, fazendo de conta que os alunos da FFLCH são os pobrezinhos da periferia, e os demais, os ricos de Higienópolis. E o faz sem dados, sem informações, sem método, sem nada. Tudo no puro chute. E ainda reclama da desinformação alheia. Um aluno da universidade se encarrega de dar a estocada final. Leiam. Volto em seguida.
*
Sou aluno da FFLCH em Ciências Sociais. É minha segunda faculdade. Sou formado em economia, também na USP, em 1997, e, desde aquela época, era a mesma ladainha. Os personagens são os mesmos: Marilena Chaui e cia. Nada mudou! Vou dar alguns números que são públicos. Da FFLCH, 55% estudaram o ensino médio em escola particular (67% na USP toda); 56% têm renda familiar mensal acima de 5 Salários (64% na USP); 73% têm um carro ou mais (85% USP). A discrepância existe, mas não é muito fora da média geral, o que desmonta a falácia do professor que todos conhecem como pupilo da Marilena. Aliás, eu estava olhando o Curriculum de alguns professores doutores, notórios pela “isenção marxista”, e a esmagadora maioria foi orientanda dos figurões como Marilena, Renato Janine etc. (…) Se você não for marxista ou “progressista”, sua vida acadêmica fica restrita a faculdades particulares que não investem em pesquisa. E as que investem o fazem mal. Agora a pergunta: o PSDB é governo desde 1995 e não fez nada para mudar isso? Será que os tucanos não pensam igual?

Voltei
Só uma coisa, meu caro: a autonomia universitária impede qualquer ingerência nas escolhas feitas por professores no que diz respeito a mestrado e doutorado. Nesse caso, a única coisa que o governo pode fazer é procurar nomear reitores que tenham compromisso com a qualidade da USP, não com a esquerdopatia reinante na FFLCH. Evidentemente, relevo os muitos professores respeitáveis que há lá. Mas é chegada a hora de eles darem o seu grito de independência, não é? Até para que não se confundam com a vanguarda do século 19 que toma conta dos cursos da FFLCH.

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 5:57

Universidades - À espera do visitador-geral da Inquisição. Ou: Agora não se ensina mais; “constroem-se saberes”…

Recebo de um professor universitário uma mensagem realmente interessante e reveladora.

Prezado Reinaldo,

Permita-me dividir uma experiência insólita por que estou passando. Como professor universitário, estamos sendo convocados pelo núcleo pedagógico para uma sabatina, visto que o MEC nos “visitará”, e precisamos ajeitar tudo antes da chegada dos “inspetores gerais”. Em nossos planos de ensino, por exemplo, deveremos abolir a palavra…”ensinar”! Devemos substituí-la por “construir saberes” ou qualquer palhaçada do gênero. Em outras palavras, estão deixando claro que aquilo que foi ensinado até então não tem valor nenhum. Pela lógica destes energúmenos, um médico (desculpem, agora devemos chamá-lo de “profissional da saúde”) não precisa conhecer determinado antibiótico, mas é imprescindível que saiba que o sistema americano de saúde é cruel e nem encosta no SUS (só não explicam por que os yankees vivem mais e melhor do que os tapuias). Os professores não devem ensinar, e sim permitir a “livre construção do saber”, de preferência montando aulas e avaliações no “ambiente Moodle”. E seja que Deus quiser. Para que professor? Não é verdade que o “Deus” macunaíma não possui nem o primeiro grau completo e jamais leu um livro? Évero: a revolução cultural brasileira está apenas começando.

Por Reinaldo Azevedo

16/11/2011

 às 5:55

Investimento em obras do PAC cai pela primeira vez

Por Dimmi Amora, na Folha:
Os gastos com obras públicas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) encolheram neste ano, refletindo as dificuldades que o governo tem encontrado para sustentar seu ambicioso programa de investimentos num cenário econômico adverso. Os desembolsos com obras do PAC de janeiro a outubro deste ano foram 14% menores do que no mesmo período do ano passado. Este é o primeiro ano em que os gastos diminuem desde o lançamento do programa, em 2007. Projetos de grande visibilidade considerados prioritários pelo governo, como a Ferrovia Norte-Sul, a transposição do rio São Francisco e a urbanização de favelas no Rio tiveram menos dinheiro. A transposição do São Francisco, cujo objetivo é levar mais água para uma parte da região Nordeste, que fora prometida para este ano, só deve ficar pronta em 2014.

Algumas ações receberam mais recursos, entre elas a ampliação de estradas nas regiões Sul e Norte do país e as novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) lançadas pelo Ministério da Saúde. O governo pretende apresentar amanhã mais um balanço do PAC, lançado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de seu segundo mandato para acelerar obras de infraestrutura e outros projetos prioritários. O governo gastou R$ 14 bilhões com as obras do PAC até outubro, incluindo gastos previstos no orçamento deste ano e dívidas herdadas de anos anteriores. No ano passado, foram gastos R$ 16 bilhões até outubro, em valores corrigidos pela inflação. Os desembolsos até outubro equivalem a 55% do orçamento do programa para este ano. O governo teria que acelerar muito os gastos nos dois meses do ano que restam se quisesse repetir o desempenho dos anos anteriores.  

Por Reinaldo Azevedo

15/11/2011

 às 22:10

CASO LUPI - “Mentira oficial é crime de responsabilidade”, diz líder do PSDB

Do Portal G1:
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou nesta terça-feira (15) que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mentiu durante depoimento na Câmara, na semana passada, em que negou ter andado em aviões do empresário Adair Meira, dirigente de ONGs beneficiadas por convênios com a pasta.

A oposição quer que o ministro se explique aos parlamentares. “A mentira oficial é crime de responsabilidade. A mentira é uma afronta à sociedade e ao parlamento e desmoraliza o ministro. Desmoralizado, não pode continuar”, disse o líder tucano.

Adair Meira afirmou nesta terça-feira (15) que Lupi andou em dois modelos de aeronaves durante viagem em 2009 pelo Maranhão, um bimotor Sêneca e um turbo-hélice King Air. Adair confirmou ter intermediado o aluguel do King Air, mas negou ter arcado com os custos. A denúncia de que o ministro teria andado em aeronaves de entidades beneficiadas por convênios da pasta foi publicada na edição do último final de semana da Revista “Veja”.

“Estranhei quando ele disse de forma desdenhosa que não conhece o senhor Adair. Eu acho que se ele puxasse um pouquinho pela memória e estivesse menos equivocado pelas atribulações do momento, lembraria que já estivemos junto em várias oportunidade”, disse o empresário.

Carlos Lupi não quis dar entrevista e a assessoria do ministério também não quis comentar o assunto.

Por Reinaldo Azevedo

15/11/2011

 às 22:05

“Indignados” são despejados em Nova York e mundo afora

Confronto entre manifestantes do "Occupy Wall Street" e policiais em Nova York, nos Estados Unidos - Stan Honda/AFP

Confronto entre manifestantes do "Occupy Wall Street" e policiais em Nova York, nos Estados Unidos - Stan Honda/AFP

Na VEJA Online:
Diversos acampamentos de ‘indignados’ nos Estados Unidos e ao redor do mundo estão sendo alvo de ações de despejo nos últimos dias. Nesta terça foi a vez dos movimentos em Zurique (Suíça) e Nova York (EUA), ondecerca de 200 pessoas do movimento Occupy Wall Street foram presas.

Inspirado no movimento surgido em Madri após as eleições de 15 de maio, manifestantes ocuparam praças simbólicas de diversas cidades americanas e também em Sydney, na Austrália, Frankfurt, na Alemanha, e Toronto, no Canadá, com uma pauta de reivindicações que vai de uma regulamentação mais rígida do mercado financeiro ao combate de desigualdades sociais.

Recentemente, as ocupações entraram na mira das autoridades locais. Nos Estados Unidos, a ação em Nova York se segue a medidas similares tomadas em Oakland, na Califórnia, Salt Lake City (Utah), Portland (Oregon), Denver (Colorado) e St. Louis (Missouri), de que já havia sido resultado a prisão de 63 pessoas. Na Europa, Londres e Zurique tentam pôr fim aos acampamentos.

Nova York
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou nesta terça-feira que manterá fechada a praça em Manhattan de onde foram desalojados os integrantes do movimento Occupy Wall Street. Afirmou que ele próprio instruiu a polícia a executar o despejo e explicou que não se opõe ao protesto dos manifestantes, mas ’sem barracas, nem sacos de dormir’.

‘A decisão foi minha’, declarou o prefeito nesta terça-feira, em uma entrevista concedida ao lado do chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kelly, que estimou em cerca de 200 o número de detidos na madrugada durante a evacuação do local.

Mas os integrantes do Occupy Wall Street reagiram e obtiveram na Justiça uma decisão que permite seu retorno à praça até que seja realizada uma audiência para avaliar o caso.

Oakland
Em Oakland, Califórnia, a ação da polícia para retirar os manifestantes resultou em tiroteio e uma morte na quinta-feira. Considerado um dos maiores acampamentos dos Estados Unidos, os manifestantes locais receberam a ordem de despejo depois que um jovem de 20 anos foi assassinado por um tiro nos arredores do acampamento. Os manifestantes afirmam que a vítima não fazia parte da mobilização. Cerca de 30 pessoas foram presas na operação da polícia.

Zurique
A desocupação da praça Lindenhof, na capital financeira da Suíça, resultou na detenção de 31 manifestantes nesta terça-feira. Eles estavam no local havia cerca de um mês.

Londres
Na Inglaterra, a prefeitura de Londres decidiu levar o caso à Justiça. As autoridades tentaram, sem sucesso, dar uma data para a saída dos manifestantes acampados em frente à Catedral de St. Paul. A oferta era de que saíssem até o ano novo. Como foi rejeitada pelos manifestantes, os representantes do comitê de planejamento e transporte optaram por tomar procedimentos legais para levar adiante o processo de despejo dos manifestantes.

Por Reinaldo Azevedo

15/11/2011

 às 19:18

AGORA O VÍDEO QUE PROVA QUE LUPI MENTIU: COM SOM E MOVIMENTO!!!

Por Daniel Pereira e Luciana Marques, na VEJA Online:
Em sua edição desta semana, VEJA revelou que Adair Meira, dono de três ONGs que têm contratos milionários com o Ministério do Trabalho, providenciou um avião King Air, de prefixo PT-ONJ, para que o titular da pasta, Carlos Lupi, cumprisse agenda oficial em sete municípios do Maranhão. A reportagem assinalou que o próprio Meira fazia parte da comitiva - o que torna ainda mais patente a mistura de interesses públicos e privados que uma autoridade como Lupi teria a obrigação de coibir. Confrontado com as informações da revista, o ministro negou tudo. Em nota oficial publicada no sábado, afirmou que a viagem tinha sido feita apenas em aviões Sêneca, providenciados pelo diretório regional de seu partido, o PDT. A  versão do ministro começou a ser desmontada ontem, quando fotos do ministro desembarcando do King Air vieram à tona. Vídeo obtido com exclusividade pelo site de VEJA termina esse desmonte ao mostrar o ministro e Adair Meira no local da aterrissagem, com o avião ao fundo.

Para assistir aos vídeos, clique aqui

O ministro mentiu ainda ao dizer, em depoimento no Congresso Nacional, que não conhecia Meira e que nunca havia viajado em avião alugado por ele. “Nunca andei em jatinho de Adair, não o conheço. Não tenho nenhum tipo de relação com ele”, disse.

Inicialmente, Adair Meira negou a VEJA ter embarcado na aeronave. Depois voltou atrás, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo: “Eu viajei com o ministro num trecho, isso eu confirmo”.

Procurada pela reportagem do site de VEJA, a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho informou que o ministro não comentará as novas imagens. Carlos Lupi está no Rio de Janeiro e deve retornar a Brasília nesta quarta-feira.

Por Reinaldo Azevedo

15/11/2011

 às 19:04

A petização e a peemedebização da Canção Nova - Presidente do PT-SP ganha programa na TV da comunidade; na estréia, Gilberto Carvalho e Chalita!

A “Canção Nova”, uma comunidade católica carismática, já chegou a ser confundida com uma corrente conservadora da Igreja Católica — coisa da qual sempre discordei, ou o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), tão “progressista” em muitos aspectos, não seria uma de suas estrelas. Sei que há pessoas lá que conservam a ortodoxia católica, às quais dirijo meus melhores votos. Aliás, já houve padres que foram censurados pela direção por sustentar a palavra de Deus. Falando em tese, o desvirtuamento do comando de um grupo religioso não contamina necessariamente a comunidade. Por que isso?

Sabem quem ganhou há poucos dias um programa na TV Canção Nova? O “sociólogo”, como foi apresentando no site da comunidade, Edinho Silva, que também é deputado estadual e presidente do PT em São Paulo. Fiquei cá com a desconfiança de que Chalita está usando a Canção Nova para fazer política. Ele já transformou uma “irmã” notável dessa corrente em sua assessora: Lurian, a filha de Lula.

O programa se chama “Justiça e Paz”. O próprio Edinho explica o objetivo em SUA PÁGINA DE DEPUTADO: “O Justiça e Paz sempre mostrará que a fé acompanhada de uma ação transformadora é sinônimo de uma sociedade mais justa e igualitária; significa a vivência e a busca dos sonhos do Evangelho de construção da sociedade da fartura, ‘onde corre leite e mel’, da ‘vida plena’ (…).Entendi.

Bem, se o negócio é leite e mel, quem poderia lustrar e ilustrar melhor a estréia? Ora, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e o próprio Gabriel Chalita. Era o PT e o PMDB celebrando o seu encontro! Aquilo era política, não religião. Ah, sim: Wellington Silva Jardim, conhecido como “Eto”, presidente da Canção Nova, também estava presente.

Edinho, homem de Deus?
Edinho é comprovadamente um homem de Deus, como os demais que estavam ali reunidos. Foi o sujeito que comandou o esforço em São Paulo para recolher os folhetos da Regional Sul 1 da CNBB, em 2010, que faziam, CONSOANTE COM OS PRINCÍPIOS DA IGREJA CATÓLICA, a pregação contra o aborto e convidava os cristãos a não votar em candidatos que defendessem a prática. Amplos setores da imprensa, então, se calaram diante do que era uma óbvia agressão à liberdade de expressão e à liberdade religiosa.

O político que acaba de ganhar um programa na Canção Nova recorreu à Justiça Eleitoral — e conseguiu o seu intento — para tirar de circulação o manifesto que segue abaixo. Reparem que o texto não cita nomes de candidatos nem fala de partidos. Trata-se apenas de uma censura ao aborto. Segue o manifesto para quem não o conhece. Volto depois.

A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 que pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico www.cnbbsul1.org.br

São Paulo, 26 de Agosto de 2010.

Dom Nelson Westrupp, scj
Presidente do CONSER-SUL 1

Dom Benedito Beni dos Santos
Vice-presidente do CONSER-SUL 1

Dom Airton José dos Santos
Secretário Geral do CONSER SUL 1

APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS

Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB e realizado em S. André no dia 03 de julho de 2010,

- considerando que, em abril de 2005, no IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,

- considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,

- considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Política das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,

- considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,

- considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congreso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,

- considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,

- considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,

- considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas consequências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,

- considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,

- considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,

RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de S. José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.

Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento “Votar Bem” aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto “A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil” (https://www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf), elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.

COMISSÃO EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1 DA CNBB

Voltando
Eu não tenho medo de correntes na Internet. Assim, os eventuais partidários de Chalita e Edinho — que são, a meu juízo, políticos usando o catolicismo, não católicos recorrendo à política (já explico a diferença) — podem se dispensar de fazer correntes etc. Não dou a mínima. Também os membros da Canção Nova pensem duas vezes antes de expressar o seu protesto. Não estou criticando a obra em si, mas aqueles que dela abusam para conquistar o poder no reino dos homens, em vez de honrar o Reino de Deus. Na verdade, estou é alertando muitos fiéis para a insinuação do mal numa obra do bem.

Quando políticos instrumentalizam a religião, estão apelando às coisas de Deus para conseguir votos. Eu tenho um profundo desprezo por essa prática, sejam evangélicos, católicos, protestantes tradicionais… Quando pessoas com convicções cristãs recorrem à política para tentar espalhar a sua mensagem, aí estamos diante do fortalecimento da democracia. Explico-me. Católicos podem e devem atuar no espaço da política para combater o aborto, por exemplo, um princípio de sua igreja, sempre sabendo que a decisão será tomada pelo Parlamento, que é oficialmente laico.

Mas o que dizer de um católico como Edinho, que apelou à Justiça Eleitoral — infelizmente com sucesso — para censurar um manifesto contra o aborto? O que dizer de Chalita, que, na prática, apoiou essa atitude? De novo: é inútil vir com gritaria e correntes de difamação. Não dou pelota! Até porque este é mesmo um site em que se fazem embates políticos. Se há coisa fora do lugar, é o eixo PT-PMDB na Canção Nova. Já critiquei muito aqui, como sabem, a excessiva politização de igrejas evangélicas. Sou católico. E reconheço quando a distorção atinge também correntes ligadas à minha igreja.

Eu duvido que essa peemedebização e petização da Canção Nova seja do agrado de todos os seus fiéis. Que eles reflitam bastante e se perguntem se o que está em curso é o triunfo da palavra de homens que querem poder ou o triunfo do poder da palavra de Deus.

Por Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo

bilhete-pedofilia

Ai, ai…

Uma professora de português de uma escola estadual de São Carlos, no interior de São Paulo, pediu que uma aluna de 12 anos entrasse na Internet, mantivesse conversa com um pedófilo e marcasse encontro com ele em frente a uma igreja. A “mestra” filmaria tudo. Mostrando grande “zelo profissional”, a ela deu detalhes do trabalho num bilhete aos pais, pedindo que eles vigiassem a conversa. O objetivo do “trabalho”, disse, era demonstrar o risco que crianças corriam com esse tipo de coisa. Santo Deus! As crianças brasileiras hoje correm riscos mesmo é na… escola! A “pedagogia”, como tem sido entendida no Brasil, consegue ser ainda mais perigosa do que a pedofilia!

A Secretaria de Educação afastou a professora e instaurou procedimento preliminar para averiguar o que aconteceu. Segundo a família, a criança ficou bastante nervosa com o trabalho e chegou a chorar, com receio de ser prejudicada caso não conseguisse cumprir a tarefa. O bilhete, como vocês vêem acima, não deixa a menor dúvida sobre o pedido da docente.

O que dizer, minhas caras e meus caros? Olhem, eu realmente não acho que a tal professora tenha tido qualquer intenção malévola ou que tenha sido tocada pela patologia. Fosse assim, se vocês quiserem saber, o mal seria menor; nessa hipótese, ela já teria sido afastada e pronto! A verdade é que o problema é muito MAIS GRAVE! E não se restringe a essa escola de São Carlos ou ao ensino público.

Se vocês querem saber o que se passa com a escola brasileira, voltem um pouquinho os olhos para alguns professores e alguns mestrandos e doutorandos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, aquela turma que acha que a universidade é um território autônomo e que ela constitui uma casta acima das leis. É claro que há gente séria por lá, e os sérios ficarão gratos com o que vou afirmar porque também não suportam mais o espetáculo continuo de pilantragem e vigarice intelectual. Cito a famosa “Fefeléchi” como exemplo porque está em evidência, mas o mesmo se dá em todo o Brasil: as universidades não formam nem treinam mais seus estudantes para dar aulas das disciplinas que escolheram estudar. Não!

Espalhou-se como praga — uma verdadeira doença moral, ética, espiritual e ideológica — a convicção de que a função de um professor é “libertar os alunos” das peias do conservadorismo ou qualquer bobagem do gênero. Professores se querem “educadores” — até aí, vá lá… — e iluminadores de consciências; sua mais nobre tarefa seria, então, “conscientizar” os alunos. Para tanto, deixam de lado a sua disciplina — e isso é especialmente verdade nas áreas de humanas e de “comunicação” — e se dedicam ao mais rasgado, ignorante e incompetente proselitismo.

Em história e o geografia, o quadro é dramático. A primeira se transformou, não raro, num discurso de permanente revisionismo do que chamam “história oficial” em benefício da “versão dos oprimidos”. A outra virou, sem trocadilho, terra de ninguém. As crianças não sabem ler um atlas, entender um mapa, mas são convidadas a discursar sobre mudanças climáticas, IDH, desigualdades sociais, os males do agronegócio, os terríveis riscos dos transgênicos, os malefícios, enfim, associados — claro!!! — ao capitalismo e ao neoliberalismo. Sabem o que é pior? Tudo isso é tratado de modo ligeiro, ignorante, desinformado porque não passa de discurso militante. Tive de ouvir num desses ambientes, dia desses, que o Brasil “faz hidrelétricas como se fosse pão quente, aos montes…” Tudo porque a dona que discursava acha que o negócio é investir em energia eólica… Evidentemente, a ignorantona nunca se interessou em saber o custo da sua proposta.

Na área de língua portuguesa, caminha-se para a tragédia pura e simplesmente. O tal livro do “nós pega os peixe” é só uma anedota caricata a ilustrar o drama. Ensina-se gramática cada vez menos — afinal, não é isso o que pede o Enem do Fernando Gugu-dadá Haddad — e se perde um tempo enorme com “debates”, “histórias em quadrinhos”, sociologização rombuda, incompetente mesmo!, de textos literários… O currículo é uma verdadeira salada russa.

O fator Enem
A coisa já estava ruça. Piorou muito nos últimos anos, especialmente em razão da feição que assumiu o Enem, sob o comando de Haddad. A herança maldita deste senhor na educação ainda vai se revelar. As provas desse megavestibular federal (que não consegue nem mesmo manter as questões em sigilo) se transformaram em mera sociologice incompetente do conhecimento. O aluno não é convidado a demonstrar que sabe isso ou aquilo, que domina um determinado conceito, que pode aplicá-lo, eventualmente, às situações propostas. Nada disso! No mais das vezes, é instado a ser judicioso, opinativo — devidamente conduzido pelas balizas ideológicas da prova.

Não só isso: há um certo clima de vale-tudo. No mês passado, Jerônimo Teixeira publicou na VEJA um texto sobre uma pesquisa feita por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Leiam um trecho:
“Desde a sua primeira edição, em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que avalia a qualidade das escolas secundárias e hoje substitui o vestibular em muitas universidades, reconheceu apenas duas vezes a existência de um romancista brasileiro do século XIX chamado José de Alencar.

Na edição de 2009, o nome do escritor constou em uma das alternativas erradas para uma pergunta sobre regionalismo. Antes disso, em 2004, o autor de O Guarani foi lembrado em uma questão de biologia - sobre tuberculose, doença que causou sua morte, em 1877. O Enem nunca fez uma pergunta específica sobre a vida ou a obra do maior prosador do romantismo brasileiro. Jamais pediu aos alunos que interpretassem um texto seu. Outros nomes de primeira linha das letras em língua portuguesa fazem companhia a José de Alencar no clube dos esquecidos. Para ficar em poucos exemplos, temos o pregador jesuíta Antônio Vieira, o poeta inconfidente Tomás Antônio Gonzaga e Euclides da Cunha, autor do monumental Os Sertões. Os avaliados pelo Enem, em compensação, com frequência são chamados a interpretar as histórias em quadrinhos de Jim Davis, criador do gato Garfield, ou de Dik Browne, pai do viking Hagar. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fez um levantamento extensivo de todas as provas, desde o primeiro Enem - incluindo a prova que vazou e teve de ser invalidada, em 2009 -, para avaliar o peso que a literatura tem no exame. As conclusões são desalentadoras.

A começar pela valorização desmesurada das histórias em quadrinhos - o segundo gênero mais cobrado na prova, atrás apenas de poesia (veja o quadro abaixo) -, o exame mostra desproporções e equívocos de toda ordem. Os escritores anteriores ao modernismo são negligenciados: apenas cerca de 17% das questões versam sobre a literatura que precede a década de 20. Períodos inteiros foram apagados da história da literatura na versão do Enem: o barroco e o século XVII, por exemplo, não existem. Talvez ainda mais grave, não se exige nenhuma leitura prévia dos alunos, quando no antigo vestibular das melhores universidades havia uma lista de livros obrigatórios. Aparentemente, os iluminados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - órgão do Ministério da Educação responsável pela elaboração da prova - consideram que um estudante pode entrar na universidade sem jamais ter lido Dom Casmurro, de Machado de Assis, ou Vidas Secas, de Graciliano Ramos.”

O que o Enem tem com isso?
“Pô, Reinaldo, você começa a falar da monumental estupidez de uma professora e depois dá pau no Enem!?” Queridos, eu trato é da falta de parâmetros, da perda do eixo, do vale-tudo instalado, que permite aos professores fazer essa, digamos, “abordagem criativa” em sala de aula, já que, afinal de contas, tudo pode, tudo é da lei, tudo é matéria de “debate”. A duras penas e contra alguns gorilas do sindicalismo, São Paulo conseguiu estabelecer um currículo mínimo para as escolas. Mas isso não quer dizer que esteja sendo seguido. A tarefa é árdua! Se existe uma política do governo federal que desorganiza o conhecimento, que privilegia a “opinião progressista” em detrimento do domínio do conteúdo de uma disciplina, então os ditos “criativos” se sentem livres para agir.

Reitero: fosse aquela professora uma pedófila, estaria, a esta altura, fora de circulação. Mas é provável que não seja. A minha hipótese é que ela é só uma agente da “educação moderna”, “transformadora” e “conscientizadora” (se me permitem abusar…) — vale dizer: a não-escola!!! É coisa muito mais difícil de combater.

O problema é de dimensão nacional. A crise é profunda. Coloque o triplo do dinheiro numa escola com esse padrão, e o risco é o problema se agravar. A principal carência não é de dinheiro, não! É a delinqüência intelectual e ética que faz da educação brasileira um vexame. Estamos entregues a uma horda de celerados. E, obviamente, existem os bons. Estes não têm por que se zangar porque sabem que eu estou colaborando com a sua causa, não o contrário.

Por Reinaldo Azevedo

As mentiras de Carlos Lupi têm pernas curtas. As quatro. Agora é o tal dono da ONG que confirma: voou, sim com o ministro. Leiam o que informa o Estadão.

O dono da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na noite de ontem que viajou com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, num avião particular durante visita oficial a cidades maranhenses em dezembro de 2009. “Eu viajei com o ministro num trecho, isso eu confirmo”, afirmou. A confirmação desmente a declaração dada pelo ministro à Câmara dos Deputados na semana passada de que não conhecia o dono da Pró-Cerrado nem voara com ele. “Nunca andei em jatinho de Adair, não o conheço. Não tenho nenhum tipo de relação com ele”, afirmou Lupi. Ao Estado, Adair Meira foi categórico: “O ministro está confuso em dar esta declaração”.

O voo compartilhado por Lupi com Adair, um empresário-ongueiro que mantém contratos suspeitos justamente com a pasta comandada pelo presidente licenciado do PDT, coloca o ministro em rota de colisão com o Congresso e com o Planalto. O dono da Pró-Cerrado afirmou ao Estado que indicou a aeronave a ser alugada para a viagem, mas negou que tenha arcado com os custos. “Eu não paguei. Eu indiquei a companhia”, disse. O avião King Air usado na viagem foi alugado numa empresa de táxi aéreo de Goiânia, sede da entidade Pró-Cerrado.

Adair disse que atendeu a um convite do ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego Ezequiel Nascimento para ir de Brasília a Grajaú, no Maranhão, em dezembro de 2009. O tour que reuniu ministro, assessores e o empresário foi para promover um programa do ministério de qualificação profissional. Segundo o empresário, o ministro Carlos Lupi não estava no voo desde de Brasília. “Eu viajei com o ministro, acredito, no trecho entre Imperatriz e Timon”, disse o dono da Pró-Cerrado, entidade que já recebeu R$ 13,9 milhões do Ministério do Trabalho e é suspeita de desvio de recursos. Adair confirmou que, além de Lupi, estavam na aeronave o ex-governador do Maranhão Jackson Lago (já falecido), Ezequiel Nascimento e Weverton Rocha, ex-assessor de Lupi.

Por Reinaldo Azevedo

Por Andreza Matais e José Erneto Credendio, na Folha:

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, concedeu registro a sete sindicatos patronais no Amapá para representar setores da indústria que, segundo o próprio governo local, não existem no Estado. Os certificados saíram a pedido do deputado Bala Rocha (PDT-AP), dirigente do partido de Lupi, que afirma ter se valido da proximidade partidária com o ministro. Nenhum dos presidentes desses sindicatos é industrial. São motoristas de uma cooperativa de veículos controlada por um aliado de Rocha. Os sindicatos têm registros em endereços nos quais não há estrutura montada. As certidões foram dadas pelo ministério em abril e agosto de 2009 e levam a assinatura de Lupi, ao lado da inscrição “certifico e dou fé”, e do então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros. O ministério foi avisado por ofício pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá, em fevereiro de 2009, de que esses sindicatos não tinham representação. Como resposta, a pasta alegou que “não cabe ao ministério apurar se os integrantes da entidade possuem indústria no ramo ao qual pretendem representar” e que apenas sindicatos poderiam fazer esses questionamentos. Em agosto deste ano, o deputado Vinícius Gurgel (PRTB-AP) enviou ofício ao gabinete de Lupi reiterando as suspeitas de irregularidades.

Entre os sindicatos criados está o das Indústrias da Construção e Reparação Naval. A produção de navios no Estado é zero, segundo o secretário de Indústria do Amapá, José Reinaldo. Assim como não há indústria de papel e celulose, segmento que também ganhou carta sindical de Lupi. “No Amapá a gente apenas produz matéria-prima para fabricar papel”, disse o secretário. Hoje, afirma, o setor público domina a economia do Estado. Em 2009, segundo o IBGE, havia 145 empresas da indústria, com 4.000 empregos. “A criação de tantos sindicatos só se explica pelo cunho político”, afirmou. O reconhecimento do ministério daria aos sete sindicatos força para disputar o controle da Federação das Indústrias do Amapá, que tem orçamento anual superior a R$ 10 milhões e controla verbas do Sistema S (Sesi, Senai). A federação é dirigida hoje pelo PR. Quem escolhe o presidente são os dirigentes dos sindicatos, por maioria.

Os sindicatos também têm o direito de recolher o imposto sindical pago por empresas que se filiarem a eles. A Caixa Econômica Federal, responsável por dividir o imposto, disse que o valor dos repasses é sigiloso. Os presidentes dos sindicatos do Amapá têm em comum o fato de serem de uma cooperativa de motoristas ligada a um político do PTB, aliado ao PDT no Estado. A maioria dos supostos industriais declarou à cooperativa ser motorista. As indústrias das quais dizem ser donos existem apenas no papel.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Cada vez mais o petismo se explica pelo “marxismo” da linha “grouchista”. Uma das muitas tiradas impagáveis de Groucho Marx era esta: “Afinal, você vai crer em mim ou nos seus próprios olhos?” É o convite que nos faz este monumento à moralidade pública chamado Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal. O homem é mesmo um prodígio. Com menos de um ano de governo e se elegendo depois da sucessão de escândalos que liquidou os seus adversários, já consegue ser rejeitado pela esmagadora maioria da população do DF e hoje seria derrotado por políticos cuja moral resvalou no lixo. Isso diz onde anda a dele…

O petista é investigado no STJ pelos escândalos no Ministério do Esporte. Foi na sua gestão que tudo começou. A coisa não pára por aí. Quando diretor da Anvisa, esse patriota recebeu um depósito em sua conta feito por Daniel Tavares. Nota: Tavares era lobista justamente da área em que atuava Agnelo, e sua empresa conseguiu a licença que pretendia, dada por… Agnelo!!! Segundo o agora governador, o dinheiro era só pagamento de uma dívida. Ah, bom…

Convidado a apresentar provas do que diz, Agnelo disse uma coisa espetacular à reportagem da Folha, informa Felipe Coutinho“A palavra de um governador de Estado já é, por si, uma prova”. É o marxismo grouchista: “Você vai crer em mim ou nos seus próprios olhos?” Depois a assessoria do governador tentou explicar: “O que o governador disse é que, de modo geral, há provas de que ele fala a verdade (…) ainda mais quando confrontada com a de pessoas que a cada momento mudam de versão”.

Ah, “de modo geral, há provas…” Entendo. É, não se pode mesmo confiar em pessoas que ficam mudando a versão a toda hora. Em junho, Agnelo disse à reportagem de VEJA que não conhecia Daniel Tavares e que não tinha recebido dinheiro nenhum do rapaz. Confrontado com os fatos, ele se lembrou do empréstimo que fez ao outro.

É isto: nada de acreditar nos fatos; a palavra de Agnelo vale como prova! Como a de Carlos Lupi.

Por Reinaldo Azevedo

Por Eugênia Lopes, no Estadão:
Duas semanas depois de tomar posse no Esporte, o ministro Aldo Rebelo (PC do B) anunciou nesta segunda-feira, 14, os nomes da nova cúpula do Ministério. Apesar da faxina nos principais cargos da pasta, Aldo manteve parte dos antigos ocupantes ligados ao PCdoB no Ministério, até mesmo os suspeitos de envolvimento com irregularidades no Esporte. É o caso do ex-secretário Executivo, ex-número dois do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza, que será substituído pela economista do Banco Mundial Paula Pini. “Ele (Waldemar) vai continuar no Ministério, mas ainda não está definido em qual função”, disse Aldo, ao explicar que Waldemar ficará encarregado de passar as funções para a futura secretária Executiva da pasta. O nome de Waldemar surgiu no escândalo do esquema de convênios suspeitos de verbas do Esporte.

Além de Waldemar, o ministro vai manter Ana Prestes, no Esporte. Ela deixará a chefia da Assessoria de Relações Internacionais - será substituída pelo embaixador de carreira Carlos Henrique Cardim -, mas será rebaixada de posto. A neta de Luiz Carlos Prestes permanecerá na subchefia da assessoria.

Dos três substituídos por Aldo, apenas o ex-secretário nacional de Esporte, Educação. Lazer e Inclusão Social Wadson Ribeiro deixará a pasta. “Ele vai voltar para Minas Gerais onde tem função partidária”, afirmou Aldo. Wadson é suspeito de má gestão de contratos assinados com ONGs em programas sociais. Para o lugar do ex-secretário, Aldo escolheu um militar: o vice-almirante Afonso Barbosa, que deixará a iniciativa privada para ir para o Esporte.

Por Reinaldo Azevedo

O desfile antecipado dos carnavalescos Cabral e Beltrame. Ou: A piada do ano: delação premiada para “Nem”

Pois é… Quem não faz gol leva. Havia anotado: “Comparar ocupação da Rocinha com escola de samba e afirmar que Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame já são os carnavalescos do ano”. Deixei para escrever hoje — até porque a Claro decidiu atuar ontem com agente de censura e me deixou sem Internet. O humorista Tutty Vasques, no Estadão, escreveu primeiro. Já era! Perdi, hehe. É o segundo desfile do ano. O outro foi o dos royalities do petróleo — ah, sim: eu acho que o Rio e o Espírito Santo têm razão de reclamar. Sigamos.

É claro que a polícia tem de chegar a todos os bairros do Rio. O espantoso é que não chegue. Prendeu-se o traficante Nem e, que se saiba, mais cinco apenas. A quantidade de droga apreendida é ridícula — e há alguns fuzis para impressionar. Bem, essa é a política de segurança vigente no Rio, cantada em prosa e verso. Depois, é só coroá-la com índices maquiados de homicídio e declarar o sucesso da operação.

Qualquer ser lógico sabe em que resultaria essa “política” se implementada em todas as favelas do Rio: considerando que os traficantes mais robustos são espantados em vez de presos, se todo o estado fosse “ocupado”, a marginália seria obrigada a migrar para São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, né? Por enquanto, essa prática redistribui os marginais no próprio Rio; se um dia se generalizasse, a cidade seria um pólo exportador de bandido. Nota à margem: jamais esquecer que, conforme o oficialmente admitido, a UPP não busca coibir o tráfico de drogas; não é esse o intento. Na prática, a polícia e as Forças Armadas acabam funcionando como segurança desse “comércio informal”. As imagens correm o mundo, como o Carnaval.

Delação premiada
Beltrame e Cabral têm um senso de humor que é preciso ser analisado em profundidade, acho eu. São dois satiristas, só agora me dou conta. O secretário de Segurança do Rio, sob o pretexto de descobrir a banda podre da polícia, quer que a Justiça ofereça a “Nem” o benefício da delação premiada. Huuummm…

Considerando que o dito-cujo não é só um soldadinho do tráfico, mas uma figura graduada; considerando que está longe de ser um idiota; considerando que quem se mete nessa atividade e ascende na hierarquia vai fazendo contatos no mundo do crime, este impressionante Beltrame está querendo dar ao próprio Nem o privilégio de se vingar de seus inimigos, não é mesmo? Se a delação premiada lhe for oferecida, ele pode usar a polícia e a justiça para ajustar algumas contas internas e consolidar seu poder.

A política no Rio, definitivamente, não pode ser vista segundo a lógica convencional.

Há um caso conhecido de delação premiada no Brasil: a de Durval Barbosa. Sem dúvida, a operação pegou alguns larápios. Depois de tudo, noves fora, o governo do Distrito Federal acabou nas mãos de Agnelo Queiroz, e o próprio Durval terá um destino melhor do que teria se pego numa investigação convencional. O resumo a ópera é o seguinte: a delação premiada tem sido realmente um prêmio. Um prêmio para alguns bandidos, aos quais é dado o privilégio de selecionar as informações que lhes são úteis.

Desculpem não falar a linguagem patriótica que caracteriza a cobertura do Carnaval de Cabral & Beltrame.

Por Reinaldo Azevedo

Rio - Do jornalismo investigativo ao jornalismo cívico-participativo

Sempre há aquele que acha que estou de má vontade com o governo do Rio ou algo assim. De jeito nenhum! Só não preciso cair na conversa oficial nem entrar no clima de micareta, ora essa! Eu articulo pensamentos e questionamentos com base na lógica. Se não há resposta satisfatória, é porque há algum boi na linha.

Querem ver? O governo do Rio e a cúpula da polícia se orgulham de que a “ocupação” da Rocinha foi feita sem disparar um tiro. Muito bem! Querem que eu dê os parabéns a todos por isso? Então lá vai: “Parabéns!” Mas esperem: devo estendê-los aos bandidos? Afinal, eles também decidiram não disparar, certo? Os grandes não estavam por ali, e os menores sabem que é o caso de ficar na moita. Continuarão a fazer seu trabalho normalmente.

A prisão de Nem está envolvida, digamos assim, numa névoa. A presença dos tais policiais de Maricá evidencia que estava em curso uma rendição negociada — consta que ONGs e até funkeiros (!) participaram da conversa. José Mariano Beltrame prometeu investigar. Vamos aguardar. Sabe-se que a ordem para tentar levar Nem para a delegacia da Gávea (15ª DP) partiu da cúpula da Polícia Civil. É que o Batalhão de Choque, que prendeu o traficante, não deixou.

Agora vem essa conversa de delação premiada. Em matéria de Rio, o jornalismo investigativo costuma se transformar em jornalismo cívico-participativo.

Por Reinaldo Azevedo

“CHEFE DE QUADRILHA” ATACA “LUTA MORALISTA CONTRA A CORRUPÇÃO”

Dirceu com a camiseta-símbolo da luta contra a luta contra a corrupção... (Foto: André Dusek/AE)

Dirceu com a camiseta-símbolo da luta contra a luta contra a corrupção... Entenderam? (Foto: André Dusek/AE)

A Juventude do PT fez seu Segundo Congresso em Brasília. “Juventude” e “PT”, juntos, formam um oximoro e tanto! Ou se é petista ou se é jovem. Por que digo isso? Porque não há nada na política brasileira que seja mais velho, retrógrado, reacionário e atrasado do que o PT. E isso, definitivamente, não combina com juventude. O evento em Brasília prova isso.

O grande destaque de ontem foi o chefe de quadrilha (segundo a PGR) e deputado cassado por corrupção José Dirceu. Ele não teve dúvida: atacou o que chamou de “luta moralista contra a corrupção”, afirmando que, no passado, pressões assim resultaram na eleição de Jânio Quadros e Fernando Collor. Ele só se esqueceu de dizer que também foi a luta contra a corrupção que depôs o mesmo Collor. Mas esse é Dirceu. Tarde demais para ter compromisso com a verdade.

O que quer o Zé? Ora, uma luta contra a corrupção que seja amoralista ou imoralista, a exemplo daquelas empreendidas pelo petismo. Em que ela consiste? Na criminalização de inocentes, desde que adversários, e na absolvição de culpados, desde que aliados. Entenderam? Não é isso o que faz o PT desde que existe? Já exibi mais de uma vez aqui o vídeo que flagra Lula em dois momentos: no primeiro, ele esculhamba Sarney e sua família, afirmando que são o retrato do que há de mais nefasto no Brasil; no segundo, os mesmos Sarneys se transformam na expressão da grandeza política, da lealdade, da competência.  É o que se chama de “luta imoralista contra a corrupção”, entenderam?

Escreve Eduardo Bresciani no Estadão Online:
“Para ele [Dirceu], a intenção das denúncias é somente atacar o governo. “Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção”. Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo”.

INEXISTEM os tais “escândalos” em São Paulo. O factóide criado com a história da liberação de emendas não prosperou. Alckmin está no governo há menos de um ano, e já está provado que os petistas foram muito bem-tratados pelo ex-governador Serra - vale dizer: não houve discriminação no governo de nenhuma forma. Se alguma ilegalidade tivesse havido, então os petistas teriam sido cúmplices. Não que isso fosse uma impossibilidade teórica, claro!, pensando exclusivamente na natureza dos brutos, mas simplesmente não aconteceu. Por que o chefe de quadrilha não aponta as irregularidades em vez de ficar com acusações genéricas? Por que os deputados de seu partido não o fazem?

Eis aí! É o método: a “luta imoralista contra a corrupção” supõe criminalizar inocentes e inocentar larápios. Sempre foi assim.

Dirceu ganhou daqueles jovens velhos uma camiseta que traz seu rosto estampado. E se lê: “Contra o golpe das Elites - Inocente”. O “consultor de empresas privadas”, que tem alguns dos potentados da economia nacional - e multinacional! - como clientes, o que faz dele hoje um dos maiores lobistas do Brasil, é apresentado, quem diria?, como inimigo das elites.

Só se estiverem falando sobre as elites do bom senso, do decoro, da lógica, da ética, da moral e dos bons costumes.

Por Reinaldo Azevedo

14/11/2011

 às 6:15

O manifesto mentiroso de alguns mestrandos e doutorandos que se intitulam “pesquisadores da USP”

Uns tontinhos borra-fraldas da Faculdade de Direito da USP resolveram torrar minha paciência e lhe dei umas traulitadas. Coisa pra  potrinhos e poltrões. Eu gosto mesmo é de bater em asnos formados, em algumas cabeças coroadas que se apresentam com seus “títulos”, como se a suposta autoridade acadêmica lhes conferisse o direito de mentir e de dizer tolices. Pegá-los com a boca na botija, praticando a fraude intelectual, é um dos meus divertimentos.

Como sabe toda gente, os petistas da USP, associados a seitas de extrema esquerda, estão preparando o terreno para tentar decretar uma grande greve no ano que vem - um ano eleitoral. Eles ainda não sabem que desculpa usar. O motivo real - a tentativa de desgastar o governo tucano para tentar eleger o petista Fernando Haddad prefeito - não pode ser revelado. Não se esqueçam de que Gugu-dadá apoiou, de forma oblíqua, os invasores. Mas sigamos. Eu falava sobre desmoralização de alguns “bacanas do pensamento”, que gostam de exibir seus títulos para afirmar asneiras, mais ou menos como o novo rico ostenta o seu carrão para tentar parecer chique.

Chega-me às mãos um “manifesto” de pessoas que se auto-intitulam “pesquisadores da USP”. O leitor desatento logo pensa: “Pô, deve ser coisa de professores de primeiro time, né?”. Não! Os “pesquisadores da USP” são apenas mestrandos e doutorandos. A exemplo dos alunos de graduação, estão na universidade usando o dinheiro dos pobres. A lista com os nomes dos valentes está aqui. Se vocês notarem, a esmagadora maioria é ligada à área de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, que, no Brasil - mais do que na China ou no Vietnã -, ainda está coalhada de marxistas.

O “manifesto” segue em vermelho. Eu os desmoralizo em azul.

Nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo auto-organizados, viemos por meio desta nota divulgar o nosso posicionamento frente à recente crise da USP.
No dia 08 de novembro de 2011, vários grupamentos da polícia militar realizaram uma incursão violenta na Universidade de São Paulo, atendendo ao pedido de reintegração de posse requisitado pela reitoria e deferido pela Justiça. Durante essa ação, a moradia estudantil (CRUSP) foi sitiada com o uso de gás lacrimogêneo e um enorme aparato policial. Paralelamente, as tropas da polícia levaram a cabo a desocupação do prédio da reitoria, impedindo que a imprensa acompanhasse os momentos decisivos da operação.
Por fim, 73 estudantes foram presos, colocados nos ônibus da polícia, e encaminhados para o 91º DP, onde permaneceram retidos nos veículos, em condições precárias, por várias horas.
A ação da Polícia Militar foi exemplar. Não houve violência. Os policiais foram provocados a mais não poder, mas não reagiram. Quem impediu o trabalho livre da imprensa foram os fascistas invasores, não a polícia. Os ditos “estudantes” bateram num cinegrafista, feriram a cabeça de um outro, jogaram pedra nos jornalistas e danificaram uma câmera. Também  é mentira que o Crusp tenha sido “sitiado”. Apenas se impediu a passagem de “moradores” para a reitoria. Para outras bandas, a movimentação era livre.

Ao contrário do que tem sido propagandeado pela grande mídia, a crise da USP, que culminou com essa brutal ocupação militar, não tem relação direta com a defesa ou proibição do uso de drogas no campus.
Ao contrário do que dizem os ditos “pesquisadores” (quanta vigarice!!!), não há crise nenhuma na USP: raramente ela esteve tão bem, apesar das dificuldades. E, sim, tudo começou quando a PM, cumprindo a sua função, abordou os marconheiros.

Na verdade, o que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos e permitir a efetiva participação da comunidade acadêmica nas decisões fundamentais da instituição.
É possível que algo vá mal na instituição para ter mestrandos e doutorandos como esses, não? Compreendo. O corporativismo e o compadrio explicam. Vamos perguntar à população que paga impostos o que ela pensa sobre os “conflitos” que os maconheiros querem provocar na USP? Se esses cretinos amam mesmo o povo, por que não tentar saber o que ele pensa? Os mecanismos de participação da tal comunidade acadêmica estão em pleno funcionamento, ao contrário do que afirmam esses mistificadores. Mas precisam, sim, ser aprimorados. Na USP, cada estudante tem de valer um voto!!!

Essas estruturas revelam a permanência na USP de dispositivos de poder forjados  pela ditadura militar, entre os quais: a inexistência de eleições  representativas para Reitor, a ingerência do Governo estadual nesse processo de escolha e a não-revogação do anacrônico regimento disciplinar de 1972.
Vamos ver: eu os chamo de MENTIROSOS! Tentem me processar, por favor, por essa “ofensa” para que eu possa demonstrar, também em juízo, que vocês mentem. Nem vou me estender sobre o fato de que não há uma só universidade séria no mundo que faça eleição direta pra reitor. O relevante aqui é lembrar que, antes da “ditadura militar”, já não havia tal expediente. O governo do estado não pratica “ingerência” nenhuma; atua segundo a lei. Agora falemos um pouco sobre o “regimento disciplinar de 1972″.

Esses mentirosos estão se referindo ao Decreto Estadual nº 52.906, de  27 de março de 1972, que está aqui. Como é do “tempoo da ditadura”, pretende-se  que a lei seja, por si, autoritária. Leiam vocês mesmos. Prevêem o mínimo que se espera de uma sociedade civilizada. Os aspectos autoritários, como vocês podem constatar, já foram eliminados pelo próprio Regimento Interno da USP. Os auto-intitulados  ”pesquisadores da USP” (nada mais do que um grupo de mestrandos e doutorandos) escreveram um manifesto que traz uma mentira deslavada. É bem provável que muitos dos signatários dessa porcaria nem saibam onde meteram o nome.

Valendo-se desta estrutura, o atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem  adotado medidas violentas: processos administrativos contra estudantes e funcionários, revistas policiais infundadas e recorrentes nos corredores das unidades e centros acadêmicos, vigilância sobre participantes de  manifestações e intimidação generalizada.
Não houve até hoje uma só “revista” nos “corredores” das unidades. É mentira! Existe, sim, intimidação da USP: a praticada pela milícias de extrema esquerda, que impedem a livre manifestação de idéias no campus, e a de seus aliados objetivos: os traficantes e usuários de drogas.

Este problema não é um privilégio da USP. Tirando proveito do sentimento geral de insegurança, cuidadosamente manipulado, o Governo do Estado cerceia direitos civis fundamentais de toda sociedade.
“Clima geral de insegurança” era o que havia na USP antes da entrada da PM. Na capital e no Estado, apesar das dificuldades, nunca os paulistanos e os paulistas estiveram tão seguros. Os índices de homicídio são os mais baixos em duas décadas.

Para tanto, vale-se da polícia militar, ela própria uma instituição incompatível com o Estado Democrático de Direito, como instrumento de repressão a movimentos sociais,  aos moradores da periferia, às ocupações de moradias, aos trabalhadores informais, entre outros. Por tudo isso, nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na Universidade e na sociedade como um todo.
Como? A Polícia Militar, prevista na Constituição e com papel determinado na Carta Magna, é “incompatível com o estado democrático de direito”? Isso significa que não são democráticos todos os países que dispõem de uma força para reprimir o crime? O mundo é uma imensa ditadura, é isso?

Eis aí! Arcamos com o custo dessa delinqüência intelectual. Segundo esses valentes, a PM “invade” a USP - para eles, a universidade tem de ser  um território autônomo, onde a Constituição não vigora. Estamos pagando caro para que os nossos mestrandos e doutorandos não tenham nem o cuidado de verificar se o que afirmam sobre o Regimento da universidade é ou não procedente. Compreende-se. Não falam como pesquisadores coisa nenhuma! São militantes políticos. Usam o nosso dinheiro para tentar fortalecer seus partidos, suas seitas, seus grupelhos. É por isso que a produção intelectual brasileira é tão mixuruca em determinadas áreas.

Por Reinaldo Azevedo

14/11/2011

 às 6:09

QUEREM ELEIÇÃO DIRETA PARA REITOR, MAS NÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA UNE!!!

Vocês já se deram conta de que os vigaristas da USP e de outras universidades pregam “eleição direta para reitor”, mas não para a presidência da UNE?

Qual dos dois cargos é político, com caráter sindical, e traz o conceito da REPRESENTAÇÃO? Um reitor tem de ser escolhido apenas pelo mérito. E ponto final. Ele não “representa” os estudantes, funcionários e professores de turno da universidade. Não pode chegar ao cargo em razão das pressões das corporações.

Uma universidade pública não é propriedade privada desses três grupos. Ela pertence à sociedade. Quem, afinal, representa mais a vontade dos paulistas: o governador Geraldo Alckmin ou os grupelhos de extrema esquerda da USP, que não representam nem mesmo aqueles em nome dos quais falam?

Quando um governador indica um reitor, a democracia agradece; quando esse reitor é escolhido pela pressão das corporações, prevalece a ditadura da minoria. A mesma minoria,  diga-se, que se recusa terminantemente a debater eleições diretas para a presidência da UNE.

Haverá democracia no movimento estudantil quando cada estudante valer um voto.

Por Reinaldo Azevedo

14/11/2011

 às 6:05

Programa de Dilma na área da saúde tem licitação sob suspeita

Por Breno Costa, na Folha:

Uma das principais promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff para a saúde teve licitação considerada suspeita pela Justiça Federal, que decidiu suspender a assinatura do contrato com a empresa escolhida. Empresas derrotadas apontaram indícios de conluio entre a vencedora e a segunda colocada no pregão eletrônico feito pelo Ministério da Saúde para adquirir 1 milhão de kits com trocador de fraldas e bolsa para carregar utensílios de bebês.

A aquisição é a primeira grande compra para o Rede Cegonha, lançado em março por Dilma. O programa pretende garantir suporte a mães entre a gravidez e o segundo ano de vida do bebê. A licitação foi aberta em agosto deste ano, e a homologação do resultado ocorreu no mês seguinte.

Com uma proposta de R$ 13,5 milhões, a Cequipel Indústria de Móveis Paraná Ltda foi a vencedora. A empresa, com sede em São José dos Pinhais (PR), é especializada na produção de móveis. Como o edital exigia comprovação de fornecimento anterior de material semelhante ao licitado, a empresa apresentou um atestado no qual a Giro Indústria e Comércio Ltda garantia ter comprado da Cequipel 10.320 “bolsas promocionais”. O atestado foi assinado no mesmo dia em que o edital da licitação foi lançado.

A Giro, que tem histórico de produção de bolsas, também participou da licitação e ficou sem segundo lugar. Por ser de pequeno porte, poderia apresentar novo lance, mas não o fez. Já a Cequipel incluiu a produção de mochilas em seu registro dois dias úteis antes do pregão. Além disso, a proposta vencedora apresentada pela Cequipel afirmava que os produtos seriam fabricados pela Giro, sua concorrente.

Por causa dos indícios de combinação, cinco empresas derrotadas entraram com recurso administrativo no Ministério da Saúde, mas os pleitos foram negados. Uma outra empresa, a Recifesilk Comércio e Serviços, recorreu à Justiça Federal e conseguiu liminar suspendendo a finalização do pregão e a assinatura do contrato com a vencedora. A Giro e a Cequipel negam combinação na licitação.

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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